Se eu pudesse resumir o S8 em uma palavra seria: opção. Um topo de linha não é só mais desempenho e câmera – isso os intermediários já estão chegando bem perto – eles precisam ter algo a mais.
Design
Para começar, deixa eu falar de construção. Em cenário onde o mercado já está bem mais amadurecido, é comum que os celulares cheguem a um ponto em comum no seu design. Algumas empresas até repetem o mesmo layout por 4 anos e fica por isso mesmo – afinal, estamos trabalhando com um design de aparelhos que funciona, oras.
Mas a Samsung tenta se desvencilhar disso desde o Galaxy Note Edge, que foi sucedido pelo S6 Edge até se transformar no infinity display do S8 e S8 Plus. Esses modelos foram, para mim a cara de 2017, já que qualquer outro equipamento com 16 por 9 pareceu ultrapassado depois deles. Ah, e não estou levantando a bola… Apesar de um pouco atrasado, o iPhone X também mudou como enxergamos celulares, convenhamos.
Então além de diferentão o S8 é extremamente bem acabado. As ligações da tela com os lados do equipamento e traseira são extremamente bem feitas. A traseira em vidro pega marca de dedo que é uma beleza, mas permite o carregamento sem fio, já presente na linha faz algum tempo.
Se as cores cinza e preto já eram bonitas, a Samsung lançou lá na Coréia uma versão vermelha que meu deus hein – foi para fechar o pacote. Os botões são mais finos do que o normal e do lado esquerdo temos o botão da Bixby, que a maioria já conhece e reclama, porque é fácil de acabar apertando ele por engano. Já existe também a opção de desligá-lo e formas de atribuir outra ação para ele.
Tela
A tela é outro ponto alto do aparelho, afinal não só as 5,8 polegadas não parecem tão grandes com a proporção de 18,5:9. O Super Amoled entrega bons pretos e cores – que apesar de um pouco saturadas pela configuração padrão da Samsung entregam uma fluidez interessante em resolução de até 1440p. Até 1440 porque você pode escolher usar o equipamento tanto com 720p quanto 1080p para reduzir o consumo de energia.
O painel tem provavelmente um dos maiores níveis de brilho do mercado e a função Always on Display que abusa da tecnologia do Super Amoled de deixar o pixel desligado. Eu particularmente concordo com a opinião de outros produtores de conteúdo que isso só seria realmente útil se você conseguisse ter um pouco mais de informações dispostas na tela ou até conseguir responder por ali, coisa que a Motorola já faz. Felizmente, podemos escolher até 6 opções de disposição e períodos onde a tela pode aparecer, como no seu horário de trabalho, ou perto da hora de você acordar – por exemplo.
Com essa proporção de 18,5:9 é necessário que os aplicativos sejam cropados para ficarem sem aquelas bordas pretas. Você pode já deixar pré definido como cada aplicativo vai se comportar ou tem um atalho nos mais utilizados como YouTube e Netflix que faz isso por você. Então você tem a opção de ver em 16:9 ou em 18,5:9.
Desempenho
E se até agora eu só estou falando de tela, deixa entrar um pouco no aparelho em si. Com o último processador topo de linha em mãos, o Exynos 8895 com 4GB ou 6GB de ram, não tem jeito, o desempenho é bem fluido em todas as aplicações. Aliás, nem vou entrar muito nisso porque você tem modelos bem mais baratos com mesma configuração. Botar um hardware para trabalhar junto é de boas, o que eu quero comentar mesmo é do software, das opções.
Eu já falei de algumas delas, mas tá na hora de entrar mais a fundo nisso. Primeiro temos os atalhos do lado direito do aparelho, o Edge Screen. E podem até ter coisas que você não use nela, mas de novo, temos a opção de escolher exatamente que tipo de atalhos queremos ter aqui na barra lateral. É possível também comprar novas opções que apesar de meio “feinhas”, as vezes podem ser úteis. É possível colocar o clima, principais aplicativos, contato das pessoas que você mais liga, seus compromissos ou qualquer outra coisa, criando um fluxo de utilização diferente de outros modelos Android.
Para desbloquear, além dos padrões, senhas e leitor de digitais – que muita gente reclama ao ser destro mas que para mim que sou canhoto não incomodou tanto – temos o leitor de iris como opção. E eu falo opção porque no escuro ele perde muito de rendimento e já houveram casos onde o pessoal conseguiu desbloquear o celular com uma foto de ótima resolução da pessoa, então não é dos mais confiáveis, mas pode ser útil.
Além de tirar print screen normal e aquela print screen estendida que pega a rolagem da página, é possível criar GIFS gravando sua tela enquanto algum vídeo é reproduzido.
O sistema está todo bem traduzido, mas, uma das coisas mais importantes desse novo modelo aqui não está. A Bixby, a assistente de voz proprietária da Samsung tem até um botão dedicado para ela no lado esquerdo – coisa que incomodou muita gente – mas só vem em coreano e inglês. Ela aliás, não tenta ser uma assistente do Google, que traz informações muito mais completas e contextualizadas. O diferencial mesmo estão nas opções dentro do seu celular.
É possível pedir para ela fazer alterações em configurações e executar outros comandos dentro dos aplicativos. Se o comando for muito longo, é possível programar um atalho, como por exemplo, trocar a câmera traseira para 4K. Nesse caso, você até vê os passos ocorrendo: abrir a câmera, abrir as configurações, entrar em resolução de câmera e realizar a alteração. Tudo com uma frase curta. Vejo futuro nas opções, mas depende bastante da tradução e das pessoas se adaptarem a esse tipo de uso – quer dizer, isso vale para todas as assistentes.
E como o S8 está com um processador potente pra “caramba”, tem mais uma opção de utilização: O DeX, que é um dock que permite você ligá-lo a um monitor, teclado e mouse exterior, além de já carregar o seu equipamento. É basicamente chegar na sua casa e transformar o seu celular em PC. Eu tive poucas chances de testar o equipamento e para coisas simples ele realmente é bem útil, eliminando a necessidade de você ter um PC separado para tarefas cotidianas.
Para suprir outras necessidades, já está rolando um beta de celulares rodando o Linux Ubuntu no seu sistema. Se realmente funcionar, começa a abrir um leque de funcionalidades muito interessante. Eu imagino que o futuro dos celulares é justamente virar a ferramenta principal em todos os sentidos!
Câmera traseira
As câmeras são outro ponto muito interessante desse modelo. Desde que ele foi lançado em maio de 2018, concorrentes diretos conseguiram trazer soluções ligeiramente melhores – estou falando do Note 8, iPhone 8 e Pixel 2. Mas tirando esses, não tem muito jeito não, a câmera do S8 ainda manda bem demais.
Com uma lente traseira com abertura f/1.7 e sensor de 12 megapixels, o equipamento consegue captar um alto alcance dinâmico, bem como estabilizar imagens de uma forma que me surpreendeu. Gravamos um vídeo em um carro em movimento e eu achei que ia dar ruim, mas na hora de assistir estava tudo muito bem estabilizado e claro, com uma qualidade de imagem muito boa.
Segundo comparativos, em baixa luz o processamento do S8 suaviza bastante o granulado e lida bem com luzes quando batemos uma foto. Na hora de gravar vídeos, não rola o mesmo – o S8 se perde um pouco mais.
Você pode ainda começar a gravar ou tirar fotos através de comandos de voz, o que ajuda bastante em momentos mais complicados. E para abrir a câmera temos mais atalhos. Você pode dar um duplo clique no botão home virtual ou ativar o duplo clique no botão de ligar o aparelho.
Câmera frontal
A frontal tem alguns diferenciais. Primeiro que apesar de possuir apenas 8 megapixels a câmera frontal tem uma abertura f/1.7 o que ajuda em baixa luz. Ela também grava em até 1440p, um pouco mais do que os comuns 1080p! Já tem celulares que fazem 4k na frente? Sim.. poucos! Eu não sou um cara de muitas selfies, mas fazer um stories no Instagram já foi legal e melhor que a média.
No quesito áudio temos outra opção – uma das mais importantes para mim. Você pode usar um fone com fio através da entrada P2 ou usar o Bluetooth 5.0 para parear até dois aparelhos no mesmo celular. Vale lembrar que o equipamento foi o primeiro a ter essa última tecnologia de Bluetooth. Por outro lado, ele tem apenas um speaker na sua base que é facilmente tampado ao usá-lo na horizontal. Celulares bem mais baratos já solucionaram esse problema.
Bateria
A Bateria é de 3000mAh e durou sem problemas até o final do dia. O pessoal do Tudo Celular fez um teste com ele e com o S7 e o mais legal é que apesar da bateria ser a mesma para os dois aparelhos e a tela do S8 ser maior, ele conseguiu durar entre 10 e 20% a mais na maioria das situações.
Além disso, o carregamento rápido ajuda a você ter bateria de volta muito rápido. Se isso não bastasse, temos aqui um gerenciador de bateria cheio de opções. Isso mesmo, opções! Além de algumas configurações pré-definidas que já te avisam quanto o seu celular vai durar de bateria, você pode usar o assistente para determinar o que é mais importante para você e ajustar como será o seu modo de economia, reduzindo o consumo onde você não liga.
Conclusão
O S8 ainda é para mim o celular que juntou mais coisas no ano de 2017. Talvez já tenham alguns modelos que consigam ir melhor do que ele em alguns quesitos, mas no contexto geral, eu tenho de voltar naquela tecla – ele é o que te dá mais opções.
E sim, temos o Note 8 fazendo algo muito similar e até melhor, mas dai o preço é um impeditivo, né? Aliás, falando de preço, o S8 já caiu um bocado desde o lançamento e quanto mais perto chegamos do S9, melhor vai ficando.
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