O Galaxy A12 foi lançado no final do ano passado, com um preço que não fazia sentido na época. Agora, alguns meses depois, a gente começa a ver ele se aproximando de um valor mais em conta, que combina com a sua proposta de aparelho de entrada com uma força a mais. Mas será foi o suficiente?
Samsung Galaxy A12
- Processador Mediatek Helio P35
- 64GB com 4GB de RAM
- Tela: LCD TFT com 6,5″ (720 x 1600px)
- Câmera principal: 48MP (f/2.0) + 5MP (f/2.2) + 2MP (f/2.4) + 2MP (f/2.4)
- Câmera selfie: 8MP (f/2.2)
- Bateria: 5000 mAh
- Android 11
Design e construção
Para começar, o Galaxy A12 é um aparelho com cara de “econômico”. Seu corpo é todo de plástico, fosco, com uma textura até que legal, em quase toda a superfície traseira, mas que, pelo menos para mim, remete a algo mais barato. Não que isso seja um problema. Na verdade eu prefiro a aparência do A12, do que a dos aparelhos da linha M mais novos, que são super sem graça nesse quesito – pelo menos ele tem alguma personalidade.
Ainda pelo corpo, na lateral, você encontra a bandeja tripla, para dois chips e a expansão de memória, algo que tem sumido de aparelhos só um pouco mais caros. Do outro lado, o botão de volume é mais fino, e o power fica um pouco mais para dentro que o habitual, já que ele também é o leitor de digitais.
Essa posição tem sido usada por um monte de aparelhos mais baratos, e a gente sempre gosta. Ele é certeiro, rápido na leitura, e fica numa posição bem natural, confortável até para quem é canhoto, apesar de não parecer num primeiro momento.
Para fechar essa parte, por baixo, você encontra ainda a porta USB-C, a entrada P2 para fone de ouvido, e o único alto falante externo. Não tem muito como pedir que o celular tenha um som bom nessa faixa de preço, mas aqui, pelo menos, ele atinge um volume razoável. Ainda é ruim para escutar música, mas o suficiente para assistir vídeos sem perder informação.
O Galaxy A12 então, mostra que a Samsung tem dado uma certa “preferência” para a parte externa dos aparelhos da linha A, até porque são eles que vão para o varejo e tentam ganhar o consumidor pela aparência, só que logo na tela a gente começa a ver que é melhor não escolher o livro pela capa.
Tela
O problema aqui é que, em vez de usar o painel do tipo AMOLED, o A12 utiliza o LCD, seguindo a mesma ideia de economia do A11 e do A10, que vieram antes dele. Eu não acho que deu certo nesses aparelhos mais antigos, e continuo achando que não funciona agora.
Um dos maiores chamativos da Samsung, é exatamente que seus aparelhos tem essa tela AMOLED, e perder toda a qualidade de cor, contraste, e inclusive de brilho, para nem mesmo chegar num preço realmente baixo, não é algo que eu vejo como um grande benefício.
Mas, pode ser que você não ligue, ou então prefira o LCD, que tem as cores um pouco mais neutras. Nesse caso, no resto das especificações, o A12 tem tela de resolução HD+, de 720 por 1600px, que é o esperado para essa faixa de preço.
Além disso, ele é bem grande, com 6,5 polegadas, que por um lado, deixa mais evidente a falta de definição da tela, mas dá um espaço bom para os aplicativos e mídias que não são tão afetadas assim por esse problema. Além de agradar quem gosta de celular grande.
Outra característica aqui, que é comum para o segmento, é que o aproveitamento da tela não é dos melhores, resgatando também o entalhe em forma de U, de 2 anos atrás. Um pouco antiquado, mas nada que chegue a ser um ponto negativo, já que não está tão grande.
Câmeras
O que está bem moderno mesmo é o cooktop na traseira, num quadradinho até que simpático, que guarda as 4 câmeras do aparelho. O Galaxy A12, além de ganhar a câmera macro, sobe também a resolução da lente principal, de 13 para 48 megapixels. De resto, a ultrawide e a selfie continuam iguais a geração passada, com 5 e 8 megapixels, respectivamente.
Só que a melhora que essa escalada na resolução trouxe, não foi suficiente para aumentar de forma significativa a qualidade das fotos. Nas selfies, nosso rosto perde um pouco de cor, e o resultado do HDR é bem limitado, sofrendo bastante com o céu mais claro e luzes mais fortes.
Na principal, ele não melhora muito, mas pelo menos a saturação das cores é um pouco melhor. É aquele velho caso da câmera que vai bem de dia, principalmente quando o dia não está tão feio, mas que assim que entra em um ambiente coberto, com luzes artificiais, a qualidade cai bastante.
E também seguindo os padrões dos smartphones, a adição da lente macro não adiciona muitas possibilidades para a câmera. Nem vale a pena perder muito tempo com ela, pois é certeza que sua foto ficará melhor com o zoom digital da principal, do que usando a lente nova.
Falta também uma estabilização melhor para os vídeos, que gravam apenas em Full HD, a 30 quadros por segundo.
E por último, o A12 também carece de um modo noturno, que poderia ajudar um pouco em fotos nessas situações mais adversas, mesmo que o seu chipset não seja tão bom assim.
Eu sei que eu só reclamei bastante, e normalmente, a gente até tenta dar uma colher de chá para esses aparelhos de entrada, pois é difícil conseguir encontrar algo realmente bom, por um preço menor. O problema aqui é que o preço não está tão melhor, e dá para encontrar fácil, dentro do mercado nacional – e na própria Samsung – aparelhos que se saem muito melhor em fotografia, e que não estão tão mais caros assim.
Desempenho
É no hardware, então, que o A12 começa a se justificar, pois é aqui que ele traz dois diferencias importantes perante o aparelho do ano passado.
Primeiro que a Samsung mudou, de novo, a marca de chipset do modelo mais básico, optando dessa vez pelo Helio P35 da Mediatek, em vez do Snapdragon ou Exynos.
Em processamento de imagem ele é fraco, o que justifica parte do problema do A12 em fotografia, mesmo com as melhorias nas lentes, mas seu desempenho é equivalente ao Snapdragon 620, utilizado pelo A21, então é como se o A12 estivesse subindo uma categoria de performance.
Só que ele acaba sendo ainda melhor que o A21 , por conta do segundo diferencial, que é a memória RAM de 4 GB. Pode soar pouco, mas os 2 ou 3 GB que costumam aparecer em aparelhos dessa categoria de entrada, já não são mais suficientes para os dias de hoje.
Pode até estar tudo bem nos primeiros meses depois da compra do aparelho, mas assim que você começa a acumular mais aplicativos, que ficam rodando em segundo plano, fica claro que o aparelho começa a perder fôlego, dando aquela lerdeza que piora muito a usabilidade do seu celular.
Junte tudo isso ao armazenamento de 64 GB, e você tem um aparelho com boas memórias, capacidade ampliada, principalmente para o multi-tarefa, ou seja, trabalhar com vários aplicativos abertos ao mesmo tempo e ir bem nos jogos.
Claro que não é nada super potente. Usando o A12, você sente que as telas de carregamento são bem longas, e no Genshin Impact, tudo vai ficar tudo bem travado e, pelo menos para mim, quase impossível de jogar.
Só que em outros jogos, apesar dele engasgar de vez em quando, a jogabilidade flui bem, inclusive com a qualidade das texturas médias, e a interface deve demorar uns anos até começar a dar problema.
Outra evolução do Galaxy A12, é que seu bluetooth agora é versão 5.0. Até ano passado, as versões mais básicas da linha A ainda estavam com o Bluetooth 4.2, que é usável, mas a conexão não é tão estável quanto as versões mais novas, e para quem usa muitos dispositivos sem fio, junto do smartphone, pode ser um stress desnecessário para os tempos atuais. Fora isso, a conexão Wi-Fi continua limitada às redes de 2,4 GHz, mas aí também já seria pedir demais.
Bateria
O A12 trouxe também boa bateria, que é uma das preocupações quando a gente fala de chips da Mediatek. Ele possui 5.000 mAh de carga total, que carrega em duas horas, só que o consumo é que merece destaque, pois, no geral, ele tem uma boa eficiência.
No YouTube e em redes sociais, o uso passa de 10 horas, e em jogos, você consegue uma média até melhor que de outros aparelhos com mais bateria.
Não é nenhum segredo que esses números são bastante impulsionados pela resolução HD e o clock baixo do processador, mas existem aparelhos no mercado, com configurações de tela e performance parecidas, que chegam a duplicar alguns desses valores, então dá para notar que a qualidade da Mediatek, em seus chips mais recentes, subiu bastante.
Conclusão
Com tudo isso na mesa, o A12 fica numa posição interessante. Geralmente, aparelhos de entrada são opções legais para quem não mexe muito no celular e quer pagar pouco, já que eles também não costumam ter capacidade para fazer muita coisa.
Porém, o A12 quebra essa lógica ao trazer um desempenho bom, com boa bateria, que você pode usar para trabalhar e jogar, sem passar muito stress. Só que o seu preço também subiu, então, é quase como se a gente não tivesse uma opção básica e barata de verdade para esse ano.
Vale comentar também que o A12 recebeu em Maio a atualização para a nova One UI 3.0, o que garante um pouco mais de longevidade a esse aparelho, apesar de não ter trazido muitas inovações para aparelhos mais básicos.
O Galaxy A12 é um aparelho de entrada bom, só que ele só começa a valer a pena mesmo quando comparamos com outros aparelhos, o mais próximo que eles estiver da faixa de mil reais.
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