A linha Bip da Amazfit sempre foi composta por smartwatches mais simples, com menos recursos e cuidados, deixando para os GTS e GTR a função de entregar algo mais premium para os usuários. O Amazfit Bip U é uma clara evolução quando comparado com o modelo anterior, e tenta entregar uma experiência mais próxima dos relógios mais caros da marca. Será que ele vai conseguir agradar, se manter competitivo, barato e cumprir tudo que precisa para entregar uma experiência superior? É o que vamos tentar descobrir no review de hoje.
Amazfit GTS
- Tela TFT de 1,43″ (302 x 320px)
- Bluetooth 5.0 e frequência cardíaca
- Medidor de oxigênio no sangue
- Caixa de 40,9mm e pulseira de 20mm
- 5 ATM (resistência à água)
- Bateria de 230 mAh
- Compatível com Android e iOS
A Huami, empresa subsidiária da Xiaomi tem conseguido amadurecer seus produtos a cada lançamento – como é de se esperar de uma empresa que leva a sério o seu papel. O Amazfit Bip U vem mostrando esse amadurecimento, com uma cara mais moderna e mais parecido com os relógios mais caros da empresa.
Construção e tela
O design do relógio não é segredo, já que ele continua seguindo essa construção meio quadrada, com um botão na direita. Apesar da caixa do relógio preto parecer muito com metal, suas outras cores entregam bastante que ele é um smartwatch de plástico, o que acaba tirando um pouco dessa cara mais bonita dele.
O acabamento 2.5D, no entanto, da um ar mais premium para o relógio, elevando seu visual, anulando essa questão da construção. Continua básico, mas também é elegante.
O que me incomoda é a necessidade que a Huami tem de colocar o logo da Amazfit na frente do relógio, mas como está discreto, nem vou reclamar muito.
A parte debaixo do relógio tem exatamente as mesmas características do Amazfit GTS 2, com uma pequena diferença no acabamento fosco, enquanto que o GTS é brilhante. Eles são tão iguais que o carregador é o mesmo.
Outro ponto de semelhança entre os dois relógios é a pulseira. Ambos usam exatamente a mesma pulseira, como mesmo material e encaixe, mas a caixa do Bip U é menor. Caso você precise, suas dimensões são 41 x 3,5 x 11,4 mm.
No geral, eu fico feliz em ver que essa linha está evoluindo bem, tal como as demais linhas de produtos da marca, mas algumas características de hardware tiveram que ser cortadas aqui.
A primeira delas foi a tela que é TFT com resolução de 320 x 302 px – um painel com qualidade inferior ao LCD e AMOLED – e a falta do GPS, sendo preciso estar sempre com o smartphone na hora de ir fazer um exercício que precise de mapeamento de trajeto.
Existe uma versão Pro que traz o GPS e microfone para fazer chamadas, mas não acho que justifique o investimento maior, uma vez que todo o resto se mantém exatamente igual.
O ponto aqui é que o Amazfit Bip U vai consumir menos energia, já que não possui tais recursos, enquanto o Pro pode ter sua bateria drenada mais rápido, dependendo dos exercícios que você fizer com o relógio.
Sistema
Algo que sempre me agradou bastante quando comparamos aos concorrentes da Amazfit é o sistema operacional desse relógio que é completo. Sendo possível medir os batimentos, acompanhar o sono, medir a oxigenação, nível de estresse, como também o acompanhamento de ciclo menstrual.
Um diferencial interessante aqui é o PAI, um indicador de atividade fisiológica pessoal com base na sua frequência cardíaca e dados de atividades diárias. Segundo um estudo conduzido por Ulrik Wisloff, com mais de 200 mil pessoas, manter os pontos PAI acima de 100 por muito tempo reduz vários riscos cardíacos. Também é um meio de trazer a gameficação para a sua saúde, tentando deixar as coisas mais divertidas.
Para acessar essa função e as demais é só apertar o botão uma vez, ao apertar e segurar vai direto para os exercícios. Na lista inicial temos mais de quinze exercícios, enquanto a maioria dos relógios se limitam a onze ou doze. Vai desde a corrida, até pular corda e para não dizer que é só isso, ainda tem uma opção de “mais esportes”.
São muitas opções, mas o diferencial para mim é o pomodoro, uma técnica onde você determina quanto tempo quer trabalhar, geralmente iniciando em 25 mas podendo chegar até 60 minutos.
A ideia é ter foco total durante esse momento, e depois você tem 5 minutos de descanso para dar uma olhada nas redes ou qualquer coisa do tipo e depois voltar para outro ciclo. Essa é uma função interessante principalmente para quem está trabalhando em casa nesses tempos, mas nunca tinha experimentado o home office.
O Amazfit Bip U se propõe a entregar uma experiência simplificada, ao mesmo tempo que atende de forma ampla a maior parte dos usuários e é possível perceber isso aqui. Comparando com o sistema do Mi Watch Lite, a Huami consegue ser superior não só na quantidade de exercícios populares, como também na forma como os ícones e textos do menu são inseridos no sistema.
As funções estão bem categorizadas e é fácil de se achar dentro do sistema. No Mi Watch, além dos ícones não terem descrição, haviam algumas funções espalhadas que poderiam estar dentro de uma mesma categoria, mesmo que levasse a outro menu.
No quesito notificações continuamos tendo o mesmo de sempre. O smartwatch pega a mensagem da área de notificação no smartphone e mostra na sua telinha, conforme a sua autorização e escolha.
A Xiaomi e Huami estão evoluindo o sistema operacional e suportando caracteres especiais, porque antes não podíamos receber mensagens com acento agudo, ou emojis que apareciam apenas vários quadradinhos na tela.
Só que, mais importante que ler as mensagens, é poder respondê-las, mesmo que de uma forma mais simples, com textos pré estabelecidos. Só que aparentemente a Huami e nem a Xiaomi consideram isso uma prioridade.
Ainda que seja possível ver uma evolução, ainda que pequena, a Huami e Xiaomi precisam aprimorar a área de notificações e respostas se quiserem competir de fato com os smartwatches da Apple e Samsung.
Registro de sono e bateria
Quando o quesito é acompanhamento de sono, batimentos cardíacos e funções relacionadas a saúde, o Bip U continua mostrando que evoluiu bem, se aproximando do Amazfit GTS e passando do Mi Watch Lite.
O dispositivo da Huami teve alguma dificuldade quando eu tentei usar o oxímetro, errou duas ou três vezes nos primeiros dias, no entanto, depois que ele “entendeu” quem eu era, passou a fazer bem as medições, entregando resultados semelhantes aos do GTS 2. Não posso dizer o mesmo do Mi Watch Lite, já que ele não faz medição de oxigênio do sangue e estresse.
Por ele parecer muito com o Mi Watch Lite no tamanho, eu achei que teria a mesma dificuldade para dormir com o Bip U, mas ele é bastante confortável, não incomoda durante o sono, não agarra nos pelos do braço, nem nada disso que aconteceu com o Mi Watch Lite.
Ele fez o acompanhamento do meu sono de forma bem completa, marcando o início do meu sono mais ou menos do que eu me lembro, como mostrando também níveis do sono REM, sono leve e profundo. Ele também tem umas dicas dentro do app Zepp para tentar melhorar seu sono, coisa que senti falta no Xiaomi Wear.
Os 230 mAh de bateria são suficientes para aguentar um uso moderado entre 12 e 15 dias, só recebendo notificações e acompanhando seu sono, mais os batimentos cardíacos.
Isso te dá uma segurança de que ele vai aguentar os 9 dias prometidos pela empresa para seguir você em uma rotina mais básica de exercícios, com uma média de três vezes por semana.
A Huami promete um tempo de carregamento de duas horas, mas eu consegui atingir a carga completa do Bip U um pouco antes disso com frequência, o que é uma boa notícia para quem quiser dar um carga rápida.
Conclusão
De um modo geral, o Amazfit Bip U se distanciou bastante daquela proposta de ser simples e minimalista vista nas primeiras versões do Bip original. Ele está avançando nas funcionalidades e entregando funções que anteriormente ficariam restritas aos smartwatches mais caros da marca.
Claro que ele ainda falha vez ou outra medindo a oxigenação do sangue e não tem GPS integrado, o que afasta alguns usuários desse cara aqui, mas ainda assim ele se mantém a frente do Mi Watch Lite, que não escolheu uma boa versão para entrar nesse mercado global representando a Xiaomi e Redmi, sem ter outras empresas por trás.
O custo do Mi Watch Lite é entre R$50 e R$60 a mais que o Bip U, entregando menos acompanhamentos de exercícios, além de um sistema operacional e aplicativo piores.
Se a sua dúvida era entre uma Mi Band e um Bip U, vai direto no Bip U, que mesmo tendo um custo maior, tem uma tela que mostra mais informação, é mais elegante e rastreia mais exercícios. Ele se coloca lado a lado com o Amazfigt GTS, perdendo apenas o GPS, mas isso não é exatamente o diferencial do Amazfit GTS, no entanto o Bip U tem uns dias a menos de bateria.
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