O Moto G20 é um celular que tem subido nas buscas depois que chegou perto dos R$1000, embora não aparentasse ter nenhuma qualidade especial, mas esse preço chamou bastante a atenção e não poderia ficar de fora. Será então que o MOTO G20 vale a pena?
Motorola Moto G20
- Processador Unisoc T700
- 64GB com 4GB de RAM
- Tela: LCD IPS de 6,4″ 90Hz (720 x 1600px)
- Câmera principal: 48MP (f/1.7) + 8MP (f/2.2) + 2MP (f/2.4) + 2MP (f/2.4)
- Câmera selfie: 13MP (f/2.2)
- Bateria: 5000 mAh
- Android 11
Design e construção
Eu preciso começar esse review falando o quanto eu achei esse carinha bonito, considerando o preço e a categoria dele. Ele tem um corpo inteiro de plástico com um aspecto brilhoso, meio perolado, enquanto que na região das câmeras ele aparenta realmente ser de vidro, com esse esquema furta cor que chama a atenção, mas ao mesmo tempo é discreto.
A cor azul me passou uma sensação de sofisticação, mas não posso afirmar o mesmo para as demais cores, pois infelizmente não dá pra testar todas elas. Ele provavelmente vai riscar fácil, mas isso não chega a ser um problema, já que a Motorola continua enviando a capinha transparente na caixa.
E, por falar nisso, ela manda também o carregador de 10 Watts e um fone de ouvido bem básico, que nem é tão recomendável assim. Mas já é alguma coisa para uma emergência que você tenha para o trabalho ou uma aula online.
Voltando a construção e design, a empresa manteve o conector de 3,5 milímetros no aparelho, colocando ele na parte de cima, enquanto que o conector USB-C e alto falante estão na parte de baixo, com um som mono.
Na lateral esquerda temos a bandeja para chips híbrida, enquanto que do outro lado temos o controverso botão para Google Assistant junto dos botões de energia e volume.
Como dessa vez ele está bem mais alto, acho difícil você confundir. E para dificultar essa confusão, a empresa texturizou o botão de energia para que você consiga diferenciar somente no tato entre eles. A Motorola só esqueceu de deixar a abertura na capinha, para que você possa usar essa texturização em seu favor.
Pra completar, o sensor de digital ficou na parte traseira, uma linha abaixo do módulo de câmeras. Eu achei um pouco alto demais, mas no fim eu quase não usei o sensor, preferindo inserir a senha, pela falta de costume em usar um sensor de digitais traseiro em pleno 2022.
Todos os telefones já trazem isso na lateral ou na frente, por baixo da tela. É muito mais prático e intuitivo. Por diversas vezes eu me peguei pensando e procurando o sensor e decidindo no fim por usar a senha, já que era mais simples fazer isso que tirar o telefone da mesa e quebrar um fluxo de trabalho.
Tela
Agora, se o telefone agradou na construção da tampa traseira e chamou a atenção por isso, eu não posso dizer o mesmo da tela.
Não é que ela seja extremamente ruim, é só porque esse é um dos pontos que a Motorola sempre economiza e isso é algo que incomoda, principalmente se você precisa fazer um downgrade de aparelho por algum motivo.
O design em gota sempre está presente nos modelos baratos da marca, isso não é novidade, mas eles poderiam diminuir um pouco mais o queixo do telefone, que é bem maior que o dos concorrentes.
Outro problema que sempre temos nos aparelhos da empresa são os vazamentos de luz, ou mesmo o escurecimento de bordas para tentar evitar que a luz do LCD vase pelas laterais.
Aqui a empresa resolveu escurecer não só as bordas, mas a tela toda, deixando um brilho bem baixo, sendo bem incômodo pra usar em ambiente externo. Sério, foi ruim pra usar até mesmo na varanda aqui do estúdio.
E antes que eu esqueça, esse carinha tem uma tela HD+ de 6,5 polegadas e 90 Hz de taxa de atualização. Felizmente a resposta ao toque não é ruim, mas o brilho fraco é o que decepciona por aqui.
E como já tem sido há algum tempo, usar alguns telefones da Motorola é uma montanha russa de sensações e onde eu pensei que seria o maior dos meus problemas, na verdade se mostrou muito bom.
Desempenho
E pra sair dessa experiência ruim da tela, vamos falar do chip Unisoc T700 que equipa o G20 e traz bom desempenho para jogos e roda o sistema sem engasgos.
Como a experiência com os chipsets da Unisoc nem sempre são das melhores, eu realmente esperava um telefone que engasgasse bem mais, principalmente por ter uma tela com taxa de frequência em 90 hertz. A verdade é que ele se saiu bem.
Além de esquentar pouco, ele foi capaz de rodar até Genshin Impact – mesmo demorando muito para abrir o jogo e concluir a atualização – depois da etapa inicial mais lenta.
O jogo até recomendou umas configurações mais altas, mas foi preciso colocar tudo no mínimo pra ele rodar bem e eu conseguir derrotar todos os monstros, mas de resto foi tranquilo.
Mas esse problema dele demorar muito para abrir os jogos e apps é real. Isso não é culpa somente do processador, mas também da memória mais fraca, que combina 64 GB e 4 GB de RAM, ou o dobro de armazenamento com a mesma quantidade de RAM.
O nosso modelo foi o mais básico, então a qualidade da memória tende a ser menor nesses casos, se você quiser tentar ganhar um mínimo de fluidez, já vai direto nos 128 GB. Mas pode ser que os dois tipos de armazenamento sejam lentos, infelizmente não podemos dar essa garantia para vocês.
Eu recomendo esse telefone para o tipo de usuário mais tranquilo, que vai abrir muito aplicativo de mensagens durante o dia, ver uma coisa ou outra nas redes sociais e que muito esporadicamente vai se arriscar num joguinho.
Bateria
Todo mundo sabe que não adianta ter um bom comportamento no dia a dia e não travar, se o telefone não consegue ficar nem um dia inteiro ligado. Só que o G20 não quis decepcionar ninguém e por isso os resultados foram muito bons.
Se fosse pra reclamar de alguma coisa, eu reclamaria somente do carregador de 10 watts para uma bateria de 5.000 mAh.
Ele carrega cerca de 15% a cada 20 minutos, não chega nem a 1% por minuto, o que é baixo para os padrões de hoje. Outro ponto que se tornou um problema é o cabo do carregador que parou de funcionar por algum motivo que não sabemos. Ele decidiu que era a hora dele.
Mas chega de perrengue, vamos falar do que está bom, que é a autonomia e otimização dessa bateria.
O que mais gatou aqui foi a gravação de vídeos em 1080p, 30 quadros. Uma hora de vídeo levou 20% da energia, o que está dentro do padrão que vemos por aqui. Gravação de vídeo exige muito processamento e esquenta os celulares em geral e aqui não é diferente.
Já quem eu achei que ia fritar a bateria e consumir até o suco da bateria, até que se saiu bem. Sim meus queridos, eu estou falando de Genshin Impact. O jogo levou apenas 17% da energia em uma hora intensa de jogatina. No começo ele deu umas engasgadas, mas depois ele fluiu bem e deu pra correr atrás de muito monstrinho. O fato dele não fritar de calor ajudou na economia da bateria, o que eu curti.
LOL e COD praticamente empataram ficando 10% e 11% respectivamente no consumo da bateria, o que mostra que, se não fosse a demora para abrir os jogos, ele seria o novo melhor smartphone de entrada para jogos que eu testei nesse canal.
Câmeras
O problema é que os elogios acabam por aqui e o corte que sangra o coração dos fãs da Motorola dói até no meu. Sim, estou falando das câmeras.
São quatro lentes atrás e uma na frente, sendo que duas delas são completamente inutilizáveis.
A macro não tem um bom foco e ainda consegue ser mais escura que as outras lentes, que não são lá essas coisas. Enquanto que a dedicada para modo retrato erra até com coisas fáceis, como cabelos e superfícies lisas.
A câmera principal de 48 megapixels e uma abertura boa de f/1.7, mas o software não sabe trabalhar com tanta luz entrando e acaba errando na hora do HDR. Em todas as fotos eu precisei ajustar a exposição no ponto que eu queria para a foto sair minimamente boa e nem assim foi o bastante.
Em locais bem iluminados e sem muita variação de luz até dá pra usar as fotos, mas quando passamos para a câmera de ângulo mais aberto vemos que ela já é escura demais, deixando as cores das fotos bem artificiais, é difícil conseguir algo que seja aproveitável.
Quando passamos para a lente frontal as coisas ficam ainda piores. E olha que aqui temos 13 megapixels com basicamente a mesma abertura e tamanho de pixels, o que era pra ser pelo menos parecido, mas o tom de pele está errado, a exposição é ruim e a foto quase não tem detalhes.
Infelizmente a Motorola sempre economiza demais nesse ponto, mas a grande verdade é que os cortes são em software e otimizações, pois o mesmo conjunto num Galaxy A12 ou A22 fazem muito melhor, porque a Samsung investe em software.
O Redmi Note 10 também tem câmeras muito melhores por um preço mais elevado, justamente por ser de uma categoria um pouco mais acima.
Conclusão
Atualmente, o Moto G20 pode ser encontrado entre 1200 e 1400 reais. Como Moto G10 usando um Snapdragon 460, que é inferior em desempenho só que 200 reais mais barato, e o G30 sendo de uma categoria superior, com Snapdragon 662, câmera de 64 megapixels e basicamente a mesma construção por 1350 reais, fica complicado para o G20 ser uma boa indicação. Ele precisa descer uns 150 reais no preço ainda pra fazer sentido.
Afinal, dá pra apertar um pouco mais e colocar 100 reais na conta e pegar um G30 que já está melhor no preço, ou mesmo apostar no Samsung Galaxy A12 por mil, ou mesmo o A22 pelo mesmo preço do G20.
Eu realmente curti o aparelho e acho que ele entrega bastante coisa pra essa categoria, mas infelizmente os preços da Motorola não estão ajudando muito a empresa.
Eu até entendo que estamos passando por um momento complicado no mercado, mas acho que depois de nove meses do lançamento, a empresa poderia tentar baixar mais esses preços pra fazer os aparelhos girarem no mercado.
Alcides júnior diz
Eu tenho esse celular, ele é bom pra jogos e tem uma bateria bem melhor, só que eu queria que a Motorola diminuísse o queixo da tela pq fica grande e complica, em questão de luz da tela do moto g20, não foca muito e fica escura. A câmera está boa sem reclamações, em questão do carregador, eu quero trocar para o carregador da Motorola pra 30 watts de potência, já é o suficiente.
Carolina diz
Comprei há menos de 1 mes e estou achando péssimo. Não sei se o problema é o touch, mas tenho que ficar tocando na tela várias vezes até que o aparelho obedeça o comando. O wi-fi também não está agradando. Já tive outros aparelhos da motorola e não decepcionaram, mas este…
Márcio Murilo Mendes diz
Comprei o meu a dez meses. Ligo para as pessoas e eles me escutam e eu não escuto nada, parece que o telefone está mudo. Muitas vezes ligo e não completa a ligação. Sempre tive Motorola, mas este me decepcionou. Péssimo
Fernando diz
Saí de um moto g5 para o 20 achando que seria uma ótima escolha, porém só decepção câmera frontal horrível mesmo a principal demora muito pra focar, nas ligações quase não dá pra ouvir nada mesmo com o viva voz ativado.