Assim que o Xiaomi Mi 6 pipocou nos canais brasileiros de análise e termos como “monstro” e “destruidor de S8” começaram a aparecer eu fiquei intrigado. O que um celular como esse tem que ser capaz de fazer para ser chamado assim? É o que a gente vai descobrir junto.
Design
Se for pela apresentação inicial, bem.. Esse aqui não é diferente de nenhum outro xiaomi, é até difícil saber o que tem dentro da caixa, que é muito minimalista, até mesmo em seus acessórios, carregador, adaptador USB-C para fones e cabo USB-C.
O aparelho parece pesado pelo seu tamanho e é extremamente bem acabado, com vidro na traseira, e os lados cromados. Mas há também a possibilidade de acabamento em cerâmica se você investir um pouco mais, um dos diferenciais da xiaomi.
Ele é bem clean, muito bonito, mas com o vídro na traseira, é impossível ficar sem nenhuma marca de dedo… ele não é dos piores nesse quesito, mas se você tem TOC melhor pegar uma capinha, que no meu caso já veio junto no pedido.
A tela de 5.15 polegadas deixa o equipamento bastante ergonômico para aqueles que como eu tem mão pequena, e as bordas e cantos parecem fazer bem o contorno e ajudam no conforto, mas como a maioria dos equipamentos em vidro, é escorregadio sim, então denovo, vale uma capinha.
No geral, é um celular muito bonito e que eu gostei e usar, caiu bem na minha mão, mas se me falassem que é de 2015 eu acreditaria, porque não tem basicamente nenhum diferencial. Não é nisso que ele é monstro.
Aliás, algo que fica faltando aqui é proteção contra água e poeira, presente em outros equipamentos topo de linha.
O display é um ponto a ser notado, como eu comentei, ele tem 5.15 (cinco ponto quinze) polegadas e conta com um painel IPS, que é bem brilhante, chegando a uma média de 600 candelas por metro quadrado, o que o deixa perto dos modelos top de linha, aliás, tem link aqui do GSmarena que comparou o mi6 com outros modelos.
O diferencial do mI6 no entanto é que ele consegue deixar a tela beeeem apagada, sua regulagem de brilho vai de um ponto claro para um bastante escuro. Isso ajuda a ler no escuro e te dá mais opções.
A qualidade é agradável, não estoura as cores, mas a maioria dos grandes smartphones já é QuadHD e geralmente entregam um melhor nível de contraste, que aliás, já é bem bom por aqui. Eu gostei, mas a tela do LG G6 e do Galaxy S8 são claramente melhores e entregam inovações.
Monstrão em desempenho? Sim!
Agora, é no desempenho que o equipamento chega mais perto de poder ser chamado de monstro, o snapdragon 835 é ainda o topo de linha de 2017, ainda mais com 4 ou 6GB de RAM. O equipamento é extremamente fluído, transitando entre vários aplicativos sem problema algum, jogos no máximo e fotos em HDR nem parecem que estão sendo processadas!
Grande parte disso está associado também a algo que fica um pouco mais escondido: a qualidade da memória interna e da memória RAM, uma das maiores que vi até agora. Isso faz com que instalações de aplicativos e abertura de jogos sejam bem rápidas e claro, mantém o equipamento com bom desempenho nos próximos anos – vários anos.
A grande questão é que basicamente todo flagship de 2017 está usando o 835 e modelos que estão na faixa do mi 6 como o LG G6 e o Samsung S7 ainda estão no snapdragon 820 ou 821. Então, por desempenho, sim.. O custo benefício do MI6 é ótimo, pensando que com 400 dólares você consegue algo que modelos apenas 100 dólares acima estão entregando, em média.
O equipamento mais barato conta com 64giga de armazenamento e uma versão com 128 também é fácil de encontrar por um preço bastante competitivo. A bandeja aceita apenas dois chips, ficando de fora a opção de usar armazenagem externa.
Ainda em desempenho, vale comentar que o próprio sistema operacional colabora: as transições foram reduzidas e são fluídas. Eu de certa forma gosto da MIUI, com esse layout bem clean e as atualizações constantes do sistema. Ela também tem muitas funcionalidades interessantes, tal como a possibilidade de utilizar dois aplicativos iguais, um gerenciador de bateria que te deixa definir os mínimos detalhes de como podem funcionar as coisas, opção de não receber SMS e ligações de alguns números específicos e mais alguns pequenos mimos. Em alguns momentos você pode acabar comprando um modelo com SHOP ROM que pode ter alguns bugs, então esse é um ponto chato, mas a MIUI em si é um sistema operacional legal.
Câmera traseira e frontal
A câmera traseira é constituída por um par de lentes com 12 megapixels, sendo uma de abertura f1.8 e 27 milímetros e outra com abertura de 2.6 e 52 milímetros, que dá um zoom óptico de 2x, ou, assim deveria fazer, afinal, no modo automático, quando dou zoom e tampo a camera teleobjetiva nada acontece, é necessário ir até o modo manual e selecionar que quer utilizar essa câmera, mas na boa, a qualidade cai um pouco então realmente vale ficar com um zoom da principal e deixar a teleobjetiva apenas para fazer o efeito bokeh, que aliás, funciona MUITO BEM nesse aparelho.
E eu não estou de brincadeira não, seja pela capacidade de processamento atrelada a um bom sensor, o efeito bokeh fica bem recortado sem problemas de borrados em cabelos que não são identificados corretamente.
As fotos saem um pouco mais coloridas que o normal e em alguns momentos com menos definição do que eu esperava. Mas sim, essa é uma câmera que chega muito, mas muito perto do que o topo de linha entrega atualmente. Um exemplo é o HDR que funciona muito bem, até por conta da capacidade de processamento do celular, que não atrasa muito para tirar uma foto nesse estilo não.
Em questão de vídeo, o MI6 entrega uma boa estabilização ótica durante videos, mas poderia ter um ajuste de foco um pouco mais suave. A estabilização já é bem legal, mas quando você coloca lado a lado com um iphone, vê que ainda falta evoluir.
Eu passei um tempo usando-a para gravar aqui pro canal e sim, é uma camera bem legal, faz 4k, mas o software da xiaomi deixa a desejar nas opções. Ele faz o foco automático, o que é bom, mas não permite definir uma área de foco durante a gravação e os modos aliás, são bem limitados. Então um aplicativo como o open camera pode ser necessário para você conseguir extrair mais do vídeo do equipamento.
Se você comparar com a maioria dos intermediários brasileiros essa camera ela irá ganhar, mas ainda fica um pouco para trás das top do mercado como iphone 7 e samsung s8. A frontal é que decepciona um pouco, com 8 megapixels de resolução ela até que vai bem em boa luz, mas granula muito quando você vai para lugares mais fechados. Nesse ponto aqui não é monstro não, afinal até um j5 pro tem uma câmera frontal melhor que ele, mas a verdade é que a maioria das empresas dá uma peidada nesse quesito… né LG G6? Mas tá bom… dá pro gasto.
ÁUDIO!
Em questão de áudio, temos alguns pontos mais chatinhos, primeiro que o jack de fones de ouvido foi retirado, permitindo apenas pareamento bluetooth. Ah, mas o iPhone 7 fez isso…os tops estão fazendo isso, blablablabla, não deixa de ser um saco.
A Miui tem equalizador de áudio muito legal e recomendado, mas parece que só funciona com os próprios fones da marca.
E o auto falante até que é bom, mas fica na base do celular, em um local que eu geralmente tampo toda vez que pego o celular para jogar ou assistir na horizontal.
Bateria
A bateria por sua vez funciona muito bem, mas não surpreende. Com 3350 miliamperes hora, eu tive um desempenho muito parecido com equipamentos de 3000 miliamperes hora, chegando no final do dia com pouco mais de 10% sobrando. É engraçado que ele gasta um pouco mais com as tarefas cotidianas e consegue segurar um pouco mais de bateria nos jogos. Segundo a análise do pessoal do tudo celular, o S8 tem uma duração superior de bateria mesmo ela sendo menor.
O lado bom é que o carregamento rápido ajuda muito se você tiver como carregá-lo no meio do dia, afinal 50% é carregado em 30 minutos e a bateria fica completo em pouco menos de uma hora e meia.
Conclusão
A minha experiência com o Mi6 nas últimas semanas foi muito boa, ele é um aparelho extremamente rápido, com uma câmera com qualidade acima da média e que é bastante ergonômico. Ele faz tudo o que se propõe bem, e conta com um excelente custo benefício, afinal é possível pegar um equipamento de 128gb de armazenamento por pouco mais de 400 dólares ou algo do tipo em promoções.
Ele leva a melhor contra aparelhos como o Z2 Play que tem um preço similar lá fora, mas vamos ser sinceros, é fácil achar tanto aqui como lá fora o Samsung S7 bem mais barato. Com isso, você consegue um equipamento com bateria mais otimizada, entrada de fone de ouvido e câmeras de melhor qualidade por um preço muito parecido, principalmente se considerar o imposto correto de 60% e abrir mão de um pouco de armazenamento.
Isso é só para mostrar que putz, o mi6 é um equipamento foda, mas tem muitos outros ali na cola dele… não dá para chamar de monstro, porque muitos outros também teriam de ser.
Eu particularmente recomendo o mi6 se você não se importa com a falta de jack para fones e falta de proteção contra água e poeira. De resto.. Monstrinho? hahaahahah!
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