Esse é o Acer Nitro 5, um notebook gamer de relativo baixo custo, que ganhou uma versão com o processador Ryzen, para ficar ainda mais em conta. Como o preço por performance ficou ainda melhor, resolvemos colocá-lo no tratamento de um review completo para mostrar se vale a pena comprar esse modelo.
Acer Nitro 5 AMD Ryzen
- Processador AMD Ryzen 5 3550H
- 8GB (8GB slot DDR4 + slot vazio)
- SSD M.2 de 128GB e HD de 1TB
- NVIDIA GeForce GTX 1650 4GB
- Tela LCD IPS de 15,6″ (1920 x 1080px)
- 802.11ax e Bluetooth 5.0
- 2,7 kg
Essa versão do Acer Nitro 5 não é tão nova assim no exterior, mas é de certa forma uma novidade por aqui, já que nesse campo de notebook gamer, ainda demora para gente receber alguns produtos mais atualizados. Ainda assim, os notebooks Nitro costumam ser uma daquelas linhas que sempre surgem com algo que a galera procura.
Construção
A construção não é das mais requintadas, é um corpo de plástico, que até flexiona bastante, mas é dentro do esperado por ser um produto com uma proposta mais econômica, e não suja com suas digitais tanto quanto outros notebooks parecidos, o que já é um bom ponto positivo.
Visualmente, ele tem uma cara bem gamer, que, para o segmento, acaba sendo relativamente neutra. A tampa não tem LED, e a única parte mais colorida é a faixa vermelha na dobradiça, que para ser bem sincero, eu até que achei bonita.
Claro que esse assunto é bastante pessoal, e pode ser que você ache que ele não é tão neutro assim, ou que é básico demais, mas eu realmente achei que está na medida certa, para dar personalidade sem exagerar.
Ainda por fora, o teclado é completo, com o numérico e as teclas de função, com um espaço bom, teclas um pouco mais altas que de costume, e com o toque bem macio, e é bem macio mesmo.
Esse é o outro ponto sem uma análise objetiva, mas já aviso que se você é do tipo que realmente não gosta de teclas sem uma resposta grande, provavelmente não vai gostar desse aqui. Aqui no estúdio, todo mundo achou razoável, e eu até prefiro teclados assim, mas em tempos de teclado mecânico, o Acer Nitro 5 vai na direção completamente oposta.
Ele também é retro iluminado, o que é especialmente bom para nós gamers das madrugadas, e acompanhado de um touchpad que é confortável de usar e possui todos os atalhos de multitoques, o básico esperado.
Nas laterais você tem uma variedade boa de entradas, com o HDMI e 4 portas USB, sendo duas 2.0, uma 3.0 e outra do Tipo-C, além do RJ-45 e da entrada de fone de ouvido.
E por fim, na parte de baixo é onde o Nitro 5 mais exagera no visual, mas pelo menos ele tem saídas de ar bem grandes, que ajudam a mantê-lo resfriado, só tem que lembrar que não pode tampar elas, então o Nitro 5, como todo notebook gamer, é para ser usado numa mesa enquanto joga, até porque no colo, você ia acabar fritando suas pernas.
Tela e desempenho
Apesar de observarmos algumas economias em design, felizmente, a Acer investe nos lugares certos, trazendo tela e hardware bons para o seu preço. Começando pela tela, que tem 15 polegadas, do tipo LCD IPS e com resolução Full HD.
Pelo nosso medidor, o contraste fica na casa dos 1150:1, com cobertura de 65% das cores do espectro sRGB, então não é uma tela profissional, mas manda muito bem nos games, onde essas especificações um pouco mais baixas não influenciam tanto assim.
Equipado com um Ryzen 3550H e uma GTX 1650, tem vários títulos que você consegue aproveitar numa boa nesse setup. O único porém é que, apesar do Nitro 5 ter espaço para duas memórias RAM, apenas uma vem ocupada, com um pente de 8GB.
Considerando o processador da AMD, que come uma parte boa da RAM por conta da placa integrada Vega 8, e costuma depender mais do dual channel, comprar uma segunda memoria RAM é algo que, pelo que a gente testou, é extremamente necessário, e você pode até incluir no preço final para ter um notebook com melhor desempenho.
Confesso que, na primeira vez que testamos, foi com uma memória só, para ver como ele vinha de fábrica, e não era nenhum fim do mundo. Mas a gente já tem experiência com notebooks Ryzen, e resolvemos investigar mais a fundo como ele se sairia com uma segunda memória, e os resultados falam por si só.
Em vários casos, não é só um ganho de quadros por segundo, mas também um ganho de estabilidade. No GTA V e Fortnite ficou mais perceptível essa diferença, que por conta dos mapas grandes, de vez em quando davam aquelas engasgadas de processador, mas com o segundo pente de memória RAM, elas foram praticamente eliminadas.
Em outros exemplos, como no Control, o ganho foi menos substancial, até porque é a placa de vídeo que já está no máximo que ela consegue para o jogo, mas houve também certo ganho de estabilidade.
De qualquer forma, vale comentar também do software da própria Acer, o NitroSense. Ele é basicamente um controlador de ventoinhas, com 4 modos diferentes, que você pode escolher de forma separada para quando ele estiver ligado na tomada ou na bateria.
Na prática, você basicamente mexe no modo de tomada, escolhendo entre o “elevado desempenho” ou “poupança de energia”, que não necessariamente serve para poupar energia, já que você não vai jogar com ele na bateria, mas sim para resolver um problema mais chato do Nitro 5, que é o barulho.
Ruído e upgrades
No uso casual, o sistema de resfriamento é ótimo, sem esquentar ou mesmo ligando a ventoinha, porém, você não precisa passar muito tempo jogando para começar a perceber como ele é barulhento, mesmo que a temperatura interna não esteja tão alta assim.
Na verdade, os registros do nitro 5 não apontam temperaturas fora do comum para notebooks, mas as ventoinhas precisam trabalhar a quase 100% para alcançar esse resultado, e a distribuição desse calor todo poderia ser melhor, pois, apesar dele não chegar a torrar o dedo, igual certos notebooks por aí, você sente que algumas áreas de maior contato do teclado e de toda essa parte superior, acabando esquentando mais do que deveriam, o que incomoda.
Por conta disso, não tem muito motivo para você ir com o Nitro 5 com Ryzen 7. A distribuição de calor seria a mesma, e se aqui ele já tem que ficar com a ventoinha no limite para segurar, lá ele pode precisar limitar mais o desempenho do processador, o que seria um desperdício de dinheiro.
Aliás, voltando para o NitroSense rapidamente, ele tem o tal de modo Coolboost, que meio que faz um overclock da ventoinha, ou pelo menos retira o limite imposto pela fabricante, para fazer ainda mais barulho, e não necessariamente aumentar o desempenho, então é algo legal, mas que no geral é uma opção que pode ser ignorada.
Fora isso, o Nitro 5 vem de fábrica com dois tipos de armazenamento. Um deles é o SSD M.2 de 128GB com o Windows instalado, e o outro é o HD de 1TB, para você instalar os jogos. A gente sempre fala que o SSD é o upgrade mais importante que você pode fazer, pois toda a inicialização fica muito mais rápida, então ter a opção de fabrica já é uma coisa a menos para você se preocupar.
Olhando por dentro, você nota que, além dos dois espaços para a memória RAM, há também espaço para um segundo driver M.2 – limitado à velocidade de conexão SATA -, então você nem precisa tirar esse de 128 se quiser um SSD maior, apesar de ter a opção já que nada aqui é soldado.
Com ele aberto você nota também as ventoinhas pequenas, que explica o porque delas precisarem trabalhar tanto, e logo abaixo a bateria, de 55Wh, que, como todo bom notebook gamer, não dura nem 3 horas direito e só serve mesmo para algo simples e rápido, mas quase sempre você vai usá-lo na tomada.
Conclusão
O Acer Nitro 5 é um notebook gamer que, podemos dizer, economizou nos lugares certos. A construção é um pouco mais básica mesmo, e a questão do barulho e do aquecimento são um pouco mais chatas, mas também não tem muito para onde fugir no mundo dos notebooks dessa faixa de preço.
O importante é que a tela é boa, e ele não perde desempenho mesmo depois de horas jogando, só lembrem-se que uma segunda memória é praticamente obrigatória, e se possível, compre já a opção com SSD de fábrica para você ter uma coisa a menos para atualizar no futuro.
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