Esse é o Kindle Paperwhite da quarta geração, o e-reader da Amazon que não é tão caro quanto o Oasis, nem tão simples quanto o modelo mais barato. Como não temos outra opção no mercado de e-readers se não a Amazon, por que não explicar a fundo quais são as possibilidades desse carinha aqui? Nesse review nós vamos mostrar se vale a pena comprar ou ficar apenas nos livros.
Antes de qualquer coisa, eu preciso admitir que optei pelo pelo Kindle Paperwhite justamente por ser o mais equilibrado das três linhas que a Amazon comercializa hoje. Essa versão tem 8 GB, que já é armazenamento suficiente para quantidade de livros que provavelmente qualquer um de nós vai ler na vida inteira. A versão de 32GB é basicamente uma a biblioteca no bolso, então eu não gastaria mais por isso.
A tela tem 6 polegadas antirreflexo e tem iluminação própria – que era o grande diferencial da primeira geração de paperwhite e agora é comum para todos os modelos. O que muda atualmente é a quantidade de LEDs que atuam em cada um.
Com esse grande diferencial perdido para o modelo mais básico, o Paperwhite precisou evoluir e se diferenciar, e na última geração ele ganhou a proteção contra líquidos IPX8, que não está presente no modelo mais barato.
Isso é bom, não só porque eu posso ler na piscina ou na banheira – se eu tivesse uma né – mas também porque eu sou um pouco desastrado, e só de ter a segurança que ele não vai quebrar na hora se eu derrubar algum líquido nele, acho que já valeu os cento e poucos reais a mais que tive que pagar nesse carinha aqui.
Outro diferencial do Paperwhite, que inclusive dá nome à linha, é a resolução da tela. Por aqui ele alcança 300 pixels por polegada, enquanto que o mais barato fica praticamente na metade disso, com 167 pixels por polegada.
No geral, o impacto não é tão grande assim, a tela fica com definição bem parecida com livros, enquanto que o básico fica um pouco embaçado, mas só quando colocado a lado desse aqui que é possível perceber.
Se você enxerga bem e for mais exigente, pode notar a diferença, mas eu precisei colocar um do lado do outro, porque sozinho, nem noto tanto assim a falta de definição. Vale comentar, no entanto, que você pode ler quadrinhos pelo seu Kindle, que é um tipo de mídia que costuma ter as fontes menores. Por isso, se você estava pensando em usar o Kindle para ler esse tipo, ou qualquer outro texto que possa ter letras menores, pode ser que o Paperwhite tenha uma vantagem mais significativa.
De resto, todos agora se conectam a internet apenas pelo Wi-Fi, por redes de 2,4 GHz. Antigamente até existia a possibilidade do 3G embutido, mas isso foi abandonado nos últimos lançamentos.
Em questão de bateria, ela realmente dura bastante. A Amazon gosta de falar que você só carrega uma vez por mês, o que não é verdade se você usa ele com certa frequência, mas pelo menos umas duas semanas dura, até porque tem várias vezes que eu passo algumas horas lendo e só vejo descer uns 5%.
E para carregar, o Kindle tem uma entrada micro-USB das antigas, localizada na parte inferior do dispositivo, que também é utilizada para transferir arquivos. Para encher essa bateria, você vai precisar de umas horas, o que já entra naquele esquema de deixar no carregador de noite, para acordar com ela cheia.
Talvez se tudo fosse feito com um conector USB-C, daria para diminuir substancialmente esse tempo, mas isso é algo que eu vou deixar para reclamar na próxima geração, caso a Amazon não ajuste isso.
Acho que em questão de especificações, é basicamente isso. O Kindle Paperwhite é só um pouco mais caro que a versão mais básica, mas entrega uma tela com definição melhor e à prova d’água. Tem o Oasis também, que tem um corpo maior e mais chamativo, mas fora isso o resto é igual, o que, pelo menos para mim, não justifica ser o dobro do preço.
E já que a gente está falando de preço, o Kindle é apenas uma tela, e você precisa adquirir os livros e textos de alguma forma. Uma opção é a compra direta pela loja online, que é como se fosse uma livraria normal. Você pega o título que quer, paga algo em torno de 10 a 30 reais cada, e faz o download que coloca o título na sua biblioteca.
Além dessa compra direta, a Amazon oferece ainda alguns serviços de assinatura, com algumas propostas até que interessantes. Dentre eles, o principal é o Kindle Unlimited, que, por R$19,90 por mês, te deixa ler praticamente qualquer livro “de graça”.
O legal é que a seleção é realmente grande, e a Amazon diz ter mais de um milhão de títulos disponíveis dessa maneira. O legal é que não são apenas aqueles livros de autores desconhecidos, praticamente todos os grandes nomes estão inclusos, e eu não achei nada do meu gosto que não estivesse disponível por aqui.
Outra opção é o Prime Reading, que está incluso na assinatura do Amazon Prime, de R$9,90 por mês. Com ele, o beneficio principal é a disponibilidade de uma seleção rotativa de revistas e livros, parecido com o Unlimited, só que numa quantidade bem menor, e é bem menor mesmo.
Você ainda encontra bastante coisa legal, e famosa, para ler, mas eu não acho que seja algo bom o suficiente para você assinar o Prime só por causa dele. Considere essa alternativa apenas como um agrado ou um bônus, se você se interessa pelo resto do pacote Prime.
Outra forma de ler pelo seu Kindle, é literalmente colocando o arquivo dentro dele, pelo computador. O Kindle aceita o formato .mobi, mas se a sua faculdade ou o seu professor disponibilizou algo de um formato diferente, você pode usar qualquer um dos vários softwares de conversão que existem na internet. Eu gosto bastante do Calibre, que aceita diversos formatos, e já joga direto para o Kindle se você configurar certo. Ele tem uma interface bem simples e é o que eu mais uso e mais recomendo.
Independente da forma que você comprou ou adquiriu o arquivo, todos os textos ficam na sua biblioteca, que você encontra na tela inicial. Lá, as capas podem estar dispostas em modo grade, mas o que eu gosto mais é a lista, que mostra, embaixo do título, uma porcentagem de conclusão e mais ou menos o tamanho do livro. Dai, se eu quiser ler algo rápido, posso só bater o olho e já ter uma ideia do que esperar de cada um.
A navegação é toda feita de forma mais ou menos simples, pois é bem parecida com um smartphone, tirando o menu do topo, que fica escondido até você clicar – e não arrastar o dedo – na região superior da tela. No entanto, não espere aqui a mesma fluidez que você tem lá no seu celular.
Você pode sentir uma certa lentidão quando passa a página, ou enquanto desliza a tela pela loja, mas é assim mesmo. O Kindle é feito para ler, e apenas para ler, sua prioridade é poupar energia, e não necessariamente ser rápido ou colorido.
Não espere também ter uma experiência parecida com a de um livro. É até meio difícil de explicar o porque, já que são apenas letras numa superfície, e a leitura é tão confortável quanto no papel, porém não dá para dizer que é a mesma coisa.
Fica faltando aquele peso na mão, que pode até ser um incomodo quando você está com ele na mão, mas que causa aquela sensação nostálgica quando você sai do Kindle e volta para o livro de verdade.
Só que eu não estou dizendo isso como razão para você não comprar um Kindle. Na verdade, apesar de eu ser da turma que sempre terá um livro físico por perto, é impossível não dizer que o Kindle vale a pena simplesmente por ser muito mais prático.
Primeiro pelo manuseio. São poucos os livros que você consegue ler apenas com uma mão, e o número é ainda menor se você não quiser estragar a capa ao mesmo tempo. Com o Kindle, você segura ele tranquilo, e o único risco é você se distrair e perder o ponto. Além disso, você pode ler três livros ao mesmo tempo, sem precisar levá-los todos por aí.
O que eu quero dizer com tudo isso é, pense no Kindle como um agregador e facilitador para sua leitura, e não como um substituto. Continue comprando aquelas séries que são especiais para você, e leia elas em casa, tranquilo, enquanto que você deixa o Kindle lá na sua bolsa, para ler no caminho do trabalho ou na pausa do almoço.
Para concluir, eu realmente acho que o Kindle Paperwhite é a opção mais equilibrada. A maioria dos lugares vende ele por R$500, ou um pouco abaixo disso, enquanto que a versão mais barata está saindo por R$350.
Se a diferença for essa, na época que você está lendo esse review, eu acho que super vale a pena gastar 150 reais a mais pela tela melhor e pela proteção contra água, mas se você não é tão desastrado, e não liga para a melhor definição, pode economizar, que o uso é bem parecido.
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