AOC Agon Curved: a resolução chama a atenção

O AOC Agon AG323FCXE é um monitor para quem quer jogar em alto nível com muita tela, mas muita mesmo! São 31,5 polegadas com design curvo e tudo aquilo que os gamers curtem, que não é tempo de resposta ou taxa de atualização de tela, mas um belo LED RGB na traseira. Vale desembolsar o preço de uma TV 4K ou um celular intermediário para ter o mais alto nível na sua jogatina?

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Construção

Eu brinquei com o LED RGB na traseira, mas esse obviamente não é o único recurso para definir que o monitor da AOC é gamer. Só que antes de falar desses recursos, é importante passar pelo design dele.

Por aqui a gente vê uma tela curva, que vamos ser sinceros, sempre dá um charme a mais para o seu setup. Ela tem uma curvatura de 1500R, que dentre os padrões para esse tipo de tela, é o mais agressivo, e exige que você sente relativamente perto da tela, para evitar muitas distorções. Além disso, a AOC apostou em um design futurista, mas bem sóbrio pra esse modelo, que é algo que me agrada.

As bordas laterais são bem pequenas, pouco maiores que no Odyssey G7, mas é um modelo bem discreto nesse sentido, e a única borda é a inferior, em plástico fosco, que guarda o logo da Agon – uma das linhas gamer da AOC – na cor vermelha.

Na traseira o plástico também é fosco, mas aí o símbolo da Agon ganha luzes de LED e existe ainda um grande anel centralizado com LEDs que podem ser configurados manualmente. Então, pode ficar tranquilo que você vai ganhar FPS, porque esse RGB é regulável nas configurações e deixa um efeito bem bonito no seu setup.

Ele tem um suporte muito elegante e bem construído, mas aqui vem o primeiro ponto que eu preciso criticar, que é o fato dele só ter regulagem de ângulo de visão. Não dá para colocar na horizontal e nem ajustar a altura.

Tudo bem que, com 31,5 polegadas, fica difícil ter alguma altura que fica desconfortável, mas se você precisa abaixar um pouco a tela, para acertar a sua visão, junto do topo da tela – seguindo as recomendações para uma boa postura – só terá como opção subir sua cadeira.

Se isso não for suficiente, será necessário um suporte a parte, que pode ser problemático por conta do peso e tamanho anormais do monitor, sem contar que exige que você abra sua carteira novamente, o que nunca é o ideal.

O legal aqui é que a maior parte das junções entre monitor e base são de encaixe, o que evita o uso de parafusos e deixa o processo rápido e intuitivo na hora da montagem. Nem sempre a gente tem espaço para montar o monitor da forma mais adequada, então poupar o trabalho de parafusar tudo é bem importante.

Outra coisa que eu curti bastante aqui foi a solução que a AOC encontrou para guardar o headset. É só puxar em qualquer uma das laterais e você tem um suporte discreto, o que te poupa de ter que comprar um suporte em algum varejista ou online.

Conectividade e qualidade de tela

Nesse modelo nós temos uma entrada VGA, duas HDMI, uma DisplayPort 1.4 e saída de áudio, que é bom se você quiser plugar o headset direto no monitor.

A VGA está meio deslocada por aqui, mas quem precisa de mais força e tem máquina para isso pode usar a DisplayPort para jogar em outro patamar, mas na maior parte do tempo eu testei direto na saída HDMI, que é o que o meu notebook suporta.

E o que esse monitorzão tem pra oferecer? O painel é VA de 31,5 polegadas com tecnologia HDR, que dá aquela bela turbinada na qualidade, melhorando o contraste e a saturação quando comparado com o IPS tradicional.

Seu ponto negativo seriam os ângulos de visão reduzidos, porém a tela curvada elimina esse problema, para você poder aproveitar a imagem mais vívida, sem nenhuma desvantagem.

Mas se faz falta uma resolução acima do Full HD, ele não deixa a desejar quando assunto é taxa de atualização e tempo de resposta. Por aqui temos 1ms e dá para jogar em até 165 Hz, o que deixa tudo mais fluido e gostoso para curtir, e se você quer extrair o máximo do que o game tem para te oferecer, a gente admite aqui que você precisa ter uma máquina bem parruda pra isso.

O recurso AMD FreeSync Premium elimina qualquer problema de sincronização de imagem nessa tela grandona, evitando o problema de screen tearing (ou “rupturas de imagem”), que é quando uma espécie de rasgo aparece na sua tela. Senti falta do G-Sync aqui, pois a maioria das nossas máquinas utiliza GPU da NVidia, mas é possível, depois de uma pequena pesquisa, fazer o FreeSync funcionar com elas também.

Nos nossos testes com o Spyder X Pro, ele atingiu 100% do espectro sRGB. Pensando no seu preço, que está longe de ser barato, mesmo ele não sendo o top de linha da sua categoria, preciso dizer que a resolução ser apenas Full HD é outra coisa que poderia melhorar.

O problema é que a tela tem 31,5 polegadas, e nesse tamanho, a densidade de pixels dessa resolução já não é mais tão boa, resultando numa imagem menos definida. O ideal é que o monitor fosse, pelo menos 1440p, e poxa, custando dois mil e quinhentos reais, não acho que seja pedir demais.

Por outro lado, essa cobertura do espectro sRGB faz do modelo da AOC uma boa pedida para quem precisa editar fotos e vídeos, que geralmente fica com a imagem ampliada mesmo, e precisa de um equilíbrio de cores para produzir um bom resultado.

E para personalizar tudo do seu gosto, sobram funções ajustáveis manualmente no menu. Dá para ajustar o modo jogo, configurar contraste, saturação, áudio, o modo de HDR, tempo de resposta, em um menu bem traduzido para o português.

O único problema aqui é que o botão físico que controla o menu parece frágil demais e o toque nele precisa ser muito leve para evitar quebrar e dar um problema dos grandes nesse carinha. E é importante apontar essas falhas na construção porque esse modelo da AOC está longe de ser barato.

Tela curva

O legal de um monitor curvo é que ele passa a sensação de imersão e envolvimento, mas como a gente já comentou na análise do G7, não é o ideal para consumir conteúdo com mais de uma pessoa, e tem também a questão de ele ser apenas widescreen, na proporção de 16:9, que traz seus benefícios e malefícios.

Para quem usa esse cara para produtividade, como uma tela principal ou segunda tela, a gama de aplicativos que podem ser usados simultaneamente diminui bastante, e você basicamente divide a tela em dois para usar uma aba de navegador e algum programa mais recorrente, como o software da empresa ou as planilhas no outro, que ficarão com resolução 4:3.

Do outro lado, por mais que existam vários jogos bem adaptados para o 21:9 do ultrawide, mesmo computadores com RTX 2060 sofrem um pouco mais para rodar algum título.

Conclusão

Por isso que eu considero o Agon AG323FCXE um belo monitor para quem quer jogar em alto nível e enxergar tudo de forma clara. O design é sóbrio, mas futurista, e tem um belo LED RGB, um monte de funções ajustáveis e qualidade de imagem que o coloca numa bela posição nesse segmento, mas não é o cara mais completo para outras atividades, e mesmo dentre os gamers, pode não ser o mais completo.

Quando você olha para concorrentes como o próprio Odyssey G7, que é 5 polegadas menor, faltam funções, e fica difícil competir com a tela QLED e a resolução WQHD, mas o modelo da Acer é basicamente dois mil reais mais barato. Porém, mesmo menor, ele ainda leva vantagem sobre o Acer Predator X34, que tem tempo de resposta de 4ms, e compete com o Dell Alienware AW2521HF, que é menor, com 25 polegadas, mas alcança 240Hz.

E depois de tudo isso você vai me perguntar se esse cara vale a pena? E eu vou responder: depende. Primeiro porque o valor dele, apesar de menor que alguns de seus concorrentes, não é nada barato; então o primeiro ponto é pensar se ele entrega aquilo que você precisa.

Normalmente quem necessita das funções que ele tem sabe disso e não vai se decepcionar com ele. E se você não vê necessidade em tantas configurações, é um jogador casual ou só precisa aumentar sua produtividade, saiba que é possível procurar um monitor mais “normal”, e pagar bem menos.