Depois de dois muitos anos esperando, finalmente o iPad Pro M4 de 11 polegadas foi atualizado e contemplado pela Apple com uma tela boa de verdade. Além disso, esse cara ganhou uma construção melhor e o Apple Silicon M4, que ainda nem chegou nos notebooks. Será que a gente precisa de tudo isso em um tablet?
Apple iPad Pro M4 11″
- Processador Apple Silicon M4
- 256GB e 512GB com 8GB RAM; 1TB e 2TB com 16GB RAM
- Tela OLED de 11″ 120Hz (2420x1668px)
- Câmera de 12MP f/1.8 (traseira) e 12MP f/2.0 (selfie)
- Bateria de 8.160 mAh
- iPadOS
Construção
Minha vontade é ir direto para o hardware e discutir as coisas que eu gosto nesse tablet, mas vamos conversar um pouco do que mudou por fora, para depois abordar como ele está por dentro.
A Apple mudou tudo, ao mesmo tempo que parece que nada mudou. O corpo está mais fino, mesmo que não tanto quanto o modelo de 13 polegadas, mas é visível entre essa versão e o modelo Air com M2.
As bordas em volta do painel Tandem OLED também está mais fina e no topo do tablet, mesmo na versão Wi-Fi, dá para ver uma antena nessa região onde fica a câmera.

Sim, câmera no singular, porque ele perdeu uma das lentes, mantendo o sensor ToF, ou LiDAR, junto de um flash bem grande e forte.
Por ser mais fino, os botões parecem menores, mas não é só isso que mudou, o carregador da Apple Pencil, o lápis inteligente da maçã, também mudou.
Tudo mudou, o carregador e os acessórios, porque o teclado antigo não serve aqui. Por isso que a empresa lançou uma versão nova. Estou convencido de que a empresa não quer que os usuários economizem em 2024.
Além disso, temos quatro alto-falantes e quatro microfones. O som desse cara é um dos melhores que eu já ouvi em um tablet e é muito forte. A Apple sempre se empenha em colocar som de qualidade nos seu produtos Pro e não foi diferente nesse iPad.

Algo que não tínhamos nas versões anteriores era a aplicação de uma função para o símbolo da maçã mordida, que agora também serve como um dissipador de calor para o M4.
Por algum motivo a Apple não fez isso nos outros tablets, só no Pro 2024 e eu já posso adiantar que o resultado é satisfatório. Mas, antes de falar de processamento, aquecimento e performance, vamos falar da tela.
Tela
Quando o primeiro iPad de 13 polegadas chegou com mini LED, todos pensaram que na atualização seguinte o modelo de 11 iria receber também, mas não foi bem isso que aconteceu.
Até o iPad Pro de 11 polegadas de 2022, a tela continuava com IPS LCD e agora temos o Tandem OLED, com pico de brilho de 1.600 nits, Dolby Vision, HDR 10, 120 Hz de atualização e resolução de 2420 x 1668 pixels.
Ela é uma tela muito boa, mas pega muita marca de dedo e suja muito fácil. Se você comprar a versão fosca, que a Apple chama de nano-texture e que vem com o polêmico paninho de polimento.

Agora, quanto as duas camadas de OLED, para atingir um nível maior de contraste e brilho. Para quem sempre usou um iPad com Mini LED, de 13 polegadas, não vai perceber tanta diferença, mas comparando com o Air 2024, que é quase o mesmo hardware do Pro 2022, dá para perceber a diferença dos painéis.
Assistir uma série antes de dormir, na cama, com tudo apagado, já é uma forma fácil de notar essa distância entre ambos. Outra forma de perceber isso é ir para fora de casa em um dia ensolarado. Os 1.600 nits vão fazer o trabalho e dar mais detalhes do conteúdo, ideal para quem precisa trabalhar sempre fora de casa.
Um arquiteto, por exemplo, consegue ver os projetos da obra sem dificuldade e ainda pode compartilhar com quem está ao lado, já que o ângulo de visão também está muito bom.

Eu sei que alguns de vocês podem estar se perguntando sobre o problema com o conteúdo HDR que alguns usuários relataram em algum momento, assim que os tablets chegaram para o público.
A verdade é que, estava tão difícil de conseguir esse cara no lançamento, que a Apple teve tempo para resolver isso com uma atualização de software e agora tudo está funcionando como deveria.
Eu sei que OLED nos tablets da Samsung já existem há muito tempo, entretanto, o brilho das telas da Samsung continua nos 600 nits. E provavelmente, depois desse passo da Apple, a Samsung resolva melhorar suas telas nos tablets, já que os smartphones estão atingindo picos de 2.000 nits.
O resumo é que, antes tarde do que mais tarde para uma tela boa chegar num produto tão caro quanto um iPad. Além de que vamos poder ver a competição acirrando ainda mais entre as gigantes de Cupertino e da Coréia do Sul.

Por fim, outra mudança muito desejada – ao menos por mim – é a troca da câmera TrueDepth, com FaceID, de posição. Ou seja, a lente de 12 megapixels não vai mais te deixar torto numa chamada de vídeo, porque esse cara tem o design dos MacBooks.
Apesar de ter sido ofuscada pela escolha de um painel OLED duplo, também fazia tempo que esperávamos essa mudança, já que o iPad mais básico trouxe isso há um bom tempo.
Desempenho
Apesar de todas essas coisas que falamos até agora, não tem como negar que a coisa mais legal do iPad Pro é a estréia do processador M4, que não chegou nem nos notebooks.
Claro, essa versão é menos poderosa do que as que teremos nos futuros MacBooks, porém, comparando com o MacBook Air M3, vemos uma grande diferença no GeekBench 6.

Sem levar em consideração os sistemas operacionais diferentes, vemos que o M4 com 9 núcleos de processamento e 10 núcleos de GPU, com os mesmos 8 GB de RAM, conseguiu bater 3.600 pontos no single-core, enquanto nos vários núcleos ele pontuou mais de 13.200.
Com isso, quero apenas que você veja como o iPad está poderoso, ao mesmo tempo que é negligenciado com um sistema operacional que não faz frente a esse hardware.
Tanto que, no teste de GPU o M4 bateu quase 54.000 pontos, enquanto o M3 do Macbook Air fez por volta de 26.000 pontos. Ou seja, quase o dobro de pontos.

Não resta dúvidas de que esse iPad é uma máquina e a peça de cobre é muito bem vinda para ajudar na dissipação de calor durante o processamento.
Como é bem difícil usar o tablet e ficar com a mão sobre a maçã, você nem vai notar quando ele esquentar e, pelos testes que eu fiz, mesmo depois de ficar quente, o corpo do iPad voltou a temperatura ambiente bem rápido.

O mais legal é que eu não tive problemas com perda de performance, mesmo com alguns Games AAA da plataforma.
Ainda sobre testes de benchmark, o iPad Pro apresentou uma vantagem de 52% com relação ao Tab S9 no Antutu. Com todo esse poder de fogo, seria chover no molhado eu citar os jogos que estamos testando nos smartphones. Mas, não quando se trata de bateria.
Bateria
Sim, isso está diretamente relacionado, já que o desempenho mais forte do M4 vai impactar direto nesse consumo e os 8.160 mAh de capacidade do iPad Pro deram conta de muita coisa, gastando bem menos do que eu esperava.
Só para contextualizar, os iPads duram bastante a bateria com tarefas comuns e menos pesadas, como no navegador e nas redes sociais. Já quando o assunto é jogos, ele chuta o pau da barraca.

No entanto, o Pro de 11 polegadas se comportou diferente do habitual e o título que mais consumiu a bateria foi Genshin Impact, com 35% de consumo. Wild Rift levou 20% da bateria em uma hora de jogo e Speed Storm 17%.
O que mais me agradou foi o uso da câmera gravando em 4K, consumindo apenas 12% da bateria em uma hora e uns 18% durante uma aula on-line pelo mesmo período de tempo.

Já no quesito recarga, o iPad continua lento, demorando 3h13m para sair do zero e chegar no máximo da capacidade de energia.
A verdade é que, se eu estou usando o tablet conectado ao monitor, junto de teclado e mouse, o carregador estará conectado sempre, afinal eu preciso do dispositivo sempre pronto para as minhas tarefas de trabalho.

Agora, se eu saio, viajo, ou faço alguma coisa fora de casa, eu vou levar um carregador para deixar ele na tomada durante a noite, porque ele ainda não aguenta o meu dia de trabalho envolvendo muita pesquisa, abas abertas no Safari e no Notion, planilhas e coisas assim.
Para quem edita vídeos então, certamente o carregador é indispensável.
Conclusão
Como deu para notar, eu gostei demais do tablet e coisas que me incomodaram no produto não estão relacionadas ao iPad Pro M4, mas às políticas da Apple.
Por exemplo, a capa com teclado antiga não funciona aqui, assim com a caneta que conecta e carrega direto no tablet. Ou seja, para quem quer um tablet com todos os acessórios, completo, vai ter que gastar um iPad e meio.
Só o tablet começa em R$12.300, na versão base, que agora é de 256 GB. Mas ele pode bater na casa dos R$25.000, se você escolher o modelo de 2 TB com vidro texturizado. A Apple Pencil Pro sai por R$1.400 e a capa Magic Keyboard Pro custa R$3.200.
Colocando tudo no pacote, na loja oficial, o tablet sai por R$17.000. Sim, dá pra comprar uma moto com esse dinheiro e até um carro usado, se você for esforçado pra procurar.
No varejo, só o tablet está custando por volta de R$8.000, que ainda é muita grana, mesmo para um hardware tão potente, mas que deve fazer sentido para alguns usuários.
Não nego que eu teria um desse, mas o preço me assusta. Então, para quem é um iPad Pro? Na real, o iPad Pro M4 da Apple é para profissionais! Quem faz arte, edita vídeos, produz conteúdo para redes sociais e edita fotos.
Essas pessoas, sim, vão tirar muito proveito do tablet, mesmo com o iPad OS limitando tanto as possibilidades para ele.
Agora, é claro que você, usuário comum pode ter esse cara também, mas eu esperaria até 2026 e continuaria com o Pro mais antigo, ou um Air 2024 que está quase a metade do preço dele.
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