O iPhone 16 Pro está um pouco maior e mais esperto que o 15 Pro, e agora voltou a ter as mesmas câmeras do modelo Pro Max. Com isso, escolher entre ele e seu irmão maior é apenas uma questão de precisar ou não de mais tela ou mais bateria, certo? Usei esse modelo como meu celular principal, e fiz todos os testes possíveis pra te contar tudo que eu achei desse lançamento da Apple.
Apple iPhone 16 Pro
- Processador: Apple A18 Pro
- Armazenamento: 128GB; 256GB; 512GB; 1TB
- Memória: 8GB de RAM
- Tela: 6,3″ 120Hz Super Retina XDR OLED
- Resolução: 1206 x 2622 px
- Câmeras traseiras: 48MP; 48MP; 12MP
- Câmera frontal: 12MP
- Bateria: 3.582 mAh
- Sistema: iOS 18
Construção e design
Se você comparar com o iPhone 15 Pro, num primeiro olhar, você não vai notar diferença. Sério. É basicamente a mesma coisa da geração passada, e se colocar os dois lado a lado, vai demorar pra você perceber as diferenças.
E como vai demorar, deixa eu adiantar o trabalho pra você. O 16 Pro está visualmente maior que o seu antecessor, e essa diferença de tamanho entre gerações está mais visível nos modelos Pro do que no Pro Max.
Tecnicamente falando, o que a Apple fez aqui? Duas coisas. Primeiro, ela aumentou o tamanho dos celulares. Você vai perceber, se colocar os dois aparelhos, um do lado do outro, que o iPhone 16 Pro cresceu um pouquinho. Não é muito, mas o suficiente para as capinhas da geração passada não servirem nessa.

A segunda coisa foi diminuir as bordas do display para um patamar que, nem eu, e nem ninguém, nunca viu em um iPhone. Quer um exemplo? Lembra do iPhone 11, daquela borda enorme que ele tinha? Esquece.
No mais, ele mantém o que a gente tem visto nas outras gerações. A traseira tem vidro com acabamento fosco, com um toque suave. O módulo de câmera segue enorme ocupando uma parte bem expressiva desse topo na traseira.
Os frames laterais são feitos de titânio, assim como a geração passada, e os botões seguem na mesma posição que estavam no 15 Pro. Então, o botão de energia está do lado direito, e ele vai ser cada vez mais importante para ativar a Apple Intelligence pela Siri, de quem eu vou falar mais tarde.
Do outro lado são três botões: volume mais, volume menos e o botão de ação, que também não é uma novidade. E ainda tem mais um botão, esse sim é novo. Um controle de câmera, que tem feedback tátil e é sensível a três movimentos, a pressão, o toque e o deslizamento.

A ideia é que você tenha os principais controles da sua câmera, como mudar os estilos de foto, mudar as próprias câmeras e aumentar ou diminuir o zoom, mas tendo a experiência de um obturador, como o de uma câmera profissional. Tudo isso na teoria.
Mas eu preciso te lembrar uma coisa: no ano passado, a Apple mudou a histórica chavinha de silenciar o iPhone por um botão de ação, que te permite usar em uma série de coisas.
E em vários casos, esse botão de ação virou um início rápido de câmera. No meu último iPhone, eu usei para um início rápido de câmera no modo de vídeo.
Então, pra quem configurou assim, o botão de ação parece redundante. Mas, verdade seja dita, ele é mais completo. Você ajusta o zoom com um toque e depois arrasta, o tipo de efeito com dois toques leves e desliza depois.
A posição em que esse botão está é legal quando você grava ou fotografa na horizontal, mas por ter um toque mais duro do que o da tela, demora um tempo para você se acostumar e ter precisão nos controles.

Mas o ponto pra mim não está em si no botão, porque tem algo bem legal nele, que é funcionar mesmo com capinha. A Apple me mandou também a case original de silicone que tem uma espécie de botão de ação adaptado, que te permite usar todos os recursos do controle de câmera.
O problema está na posição e nos dias de hoje. Instagram, TikTok e Kwai trabalham com conteúdos na vertical. E essa posição do botão não tá ergonômica pra produzir conteúdos com o celular em pé. Eu tentei bastante, e não me senti confortável.
Tela
São 6,3 polegadas. Eram 6,1 no iPhone 15 Pro. E o trabalho de reduzir as bordas foi tão bem feito aqui que o modelo tem aproveitamento de tela de 90,1% mesmo com a Dynamic Island, que é bem maior que um furo na câmera.
Como exemplo, o S24 tem aproveitamento de tela de 90,9% e no S24 Ultra, esse número é de 88,5%. O iPhone 16 Pro Max, por exemplo consegue um número ainda melhor: 91,4%.

É uma tela LTPO, que vai de 1 a 120Hz, com suporte a Dolby Vision, HDR10, brilho padrão de 1000 nits e pico de 2000. A resolução é de 1320 por 2868 pixels, e é uma tela OLED, que ganha o nome Super Retina XDR.
Por mais que eu fale termos técnicos aqui, tente te explicar com siglas, porcentagens, números, o melhor a dizer é que a experiência de uso dessa tela no dia a dia é excelente.
Os tons são quentes por padrão, que deixam a tela mais vívida, vibrante, e que passam a real sensação de um topo de linha.
Mas o que eu quero destacar aqui é essa redução das bordas. A impressão é de ter apenas tela, e nada mais. Uma imersão total quando você assiste um vídeo ou joga.
Bateria
Eu quero falar agora sobre a bateria do iPhone, e eu tive uma experiência nova. Eu não costumo deixar os meus celulares zerarem, então eu não tinha noção de quanto demorava pra um celular da Apple sair de 0% a 100%.
E caramba, como demora! Foram quase duas horas, com alguns detalhes interessantes. Se eu te falar que ele fez 40% em meia hora, é um número razoável, mas nos primeiros 15 minutos, foram apenas 10% de bateria. E ele demorou 10 minutos para carregar os últimos 2% que faltavam.
Mas tem uma característica. Você lembra que o iPhone não tem carregador na caixa, né? Só o cabo. Precisei usar um carregador Samsung de 25 W, que me deu esses resultados.
Só que a Apple tem também um carregador MagSafe mais rápido, com potência de 25 W, que me surpreendeu positivamente. Os primeiros 15 minutos me deram já 20% de carga.

Mas o que eu posso te dizer é que o Magsafe não foi feito para uma carga completa, porque depois de 1h30 carregando, ele parou em 80%, ficou 15 minutos parado na mesma porcentagem e depois começou uma carga mais lenta. Então, o ideal é usar esse Magsafe mais rápido para uma carga de metade da bateria.
No consumo, o que eu achei curioso é que os três jogos que eu testei gastaram exatamente o mesmo da bateria. Em uma hora, Genshin Impact, Asphalt 9 e Call of Duty consumiram 16%.
Nos aplicativos do dia a dia, o YouTube foi o mais econômico, com apenas 6% de consumo. Chrome e redes sociais em uma hora gastaram 8%, e o que mais drenou a bateria foi a gravação de vídeos.
Uma hora em 4K a 30 quadros por segundo foi responsável por 20% do tanque, e também o que mais esquentou o aparelho. Algo notável, mas que não chegou a incomodar na mão.
Desempenho
Os iPhones 16 chegaram todos com a atualização para o iOS 18 e aquela cobertura de software bem típica da Apple, com sete ou oito anos de sistema atualizado.
Daria pra citar a nova central de controle, mais funções de personalização, uma nova organização da galeria, mas a novidade aqui está na inteligência artificial, e na sua cobertura. O iPhone 16 Pro é um dos seis aparelhos elegíveis para receber o pacote, junto da linha atual e o 15 Pro e Pro Max do ano passado.
A boa notícia dessa atualização é que chegaram os primeiros recursos, como gravação de chamadas e a interação com a Siri usando o botão de energia e depois a voz. A ruim é que para poder usar, você precisa mudar o idioma do seu iPhone para inglês.

Não precisa mudar a região, pode manter como Brasil, mas o Apple Intelligence só funciona nesse momento em inglês, e a previsão é que chegue ao português somente em 2025.
Eu testei bastante os comandos de voz com a Siri, e percebi que ela dá conta de uma conversa mais natural do que um prompt curto e grosso, mas é um recurso que nesse momento ainda está distante da gente.
Sobre o chipset, é até chover no molhado falar sobre a potência e o poder de fogo do A18 Pro, um hexacore fabricado em processo de três nanômetros, acompanhado de 8 GB de RAM. Tudo roda bem nele, e pronto.
Tem versões a partir de 128 GB a 1 TB, como é o caso desse aqui. E eu não tenho nada pra reclamar desse desempenho. Pra falar de testes sintéticos, foram mais de 1.700.000 pontos no Antutu Benchmark. Meu iPhone 15 Pro Max fez 1.600.000 pontos.
No Geekbench, o teste de CPU fez 3.404 pontos no single-core e 8.399 no multi-core. Como curiosidade, o aplicativo mostrou o histórico com o meu iPhone 15 Pro Max, que marcou 2.857 no single core e 7.040 no multi-core. No teste de GPU, foram 32.877 pontos.

Mas número frio de benchmark não reflete a realidade, e a realidade com ele é bem boa. Eu percebi que ele esquentou um pouco mais enquanto eu joguei NBA 2K25 no Apple Arcade.
Outro momento em que ele esquenta bem é quando você grava vídeos, por exemplo. Em eventos, eu costumo gravar vários vídeos curtos, de menos de 1 minuto. Nesse hora ele realmente fica quente, a ponto de ficar incômodo.
E salvo nesses momentos em que ele esquenta um pouco, todo o resto é sempre bem feito. Claro, é um topo de linha com hardware e software feitos pela mesma empresa e ele mantém a qualidade das gerações anteriores.
Câmeras
Só faltou falar daquilo que causa mais interesse e burburinho quando a gente fala de iPhone, que são as câmeras. Mas deixa eu colocar um pouco de contexto antes disso.
Na geração passada, a Apple pela primeira vez fez uma distinção entre o iPhone Pro e o Pro Max. As câmeras telefoto eram diferentes. O Pro tinha uma lente de 12 megapixels com 3x de zoom óptico, e o Pro Max ficou com uma lente telefoto periscópica com 5x de zoom, pra resumir.
Eu lembro bem, porque eu estava querendo comprar o 15 Pro, mas fiquei com o Pro Max para ter o máximo de opções na câmera.



Agora não tem mais diferença. Os sensores do iPhone 16 Pro e do Pro Max são exatamente os mesmos, com direito a um upgrade nessa geração. Nenhuma concessão. Com isso explicado, deixa eu detalhar um pouco mais dos sensores.
Lembra daquela época que os iPhones só tinham câmeras de 12 MP? Esqueça. A principal continua com seus 48 MP, abertura f/1.8, pixels de 1,22 microns, distância focal de 24 mm, PDAF dual pixel e estabilização óptica por sensor shift.
E tem mais uma lente de 48 MP estreando, a ultrawide, com abertura f/2.2, distância focal de 13 mm e ângulo de visão de 120º. Para fechar o conjunto traseiro, aí sim a telefoto de 12 MP, periscópica, de 120 mm de distância focal, pixel de 1,12 microns e 5x de zoom óptico.
Para fechar, câmera frontal tem tem 12 MP, abertura f/1.9, distância focal de 23 mm, PDAF e estabilização óptica de imagem.
Mas mudou algo entre a geração anterior e essa? Eu quero começar pela câmera frontal, porque ela é uma das que mais me conquista, especialmente no modo retrato. Você não vê erros de recorte, e mais do que isso, as cores estão no tom ideal, sem grandes exageros na saturação ou no contraste.
As cores são vibrantes, mas não tem aquele exagero pra deixar a foto artificialmente mais chamativa. Eu gosto muito disso. Até porque existem outros padrões de fotografia, então quem quiser pode calibrar a câmera para ter esse resultado.
Além disso, as selfies são nítidas, os detalhes ficam bem preservados, a textura da pele esta lá, sem suavização. No modo retrato, eu gosto de um desfoque de fundo um pouco menos intenso, mas dá pra regular isso editando a imagem.


Por falar em modo retrato com a frontal, eu percebi uma melhora na nitidez dos vídeos feitos usando o modo cinema da frontal. O recorte está mais natural, bem feito mesmo.
Sobre as outras câmeras, a principal de 48 MP segue sendo um grande acerto. Daquelas lentes que poucas vezes erra, sabe? Mas ela tem contado com uma grande ajuda do pós processamento.
Aqui a gente olha as fotos no monitor para poder ficar atento aos detalhes, mas eu quero ir pra experiência que você tem aí, que é olhar a foto na galeria.
Se você abrir a foto tirada no modo live, vai perceber que ela está mais escura naquele vídeo curto em movimento, e a imagem estática está bem mais clara. É um pós processamento bem agressivo, mas que melhora bastante o resultado final das imagens.
O modo noturno também brilha com a câmera principal, com cores naturais, e assim, eu acho bem repetitivo ficar falando da qualidade da imagem, de como ele consegue preservar os detalhes, as cores e o tom natural. É a qualidade digna de um iPhone.
E as fotos noturnas são boas também nas outras câmeras, seja a ultrawide, a de zoom e a frontal. Ficou tudo muito bem feito.
Tem uma novidade aqui, que é a gravação em 4K a 120 quadros por segundo no modo câmera lenta, o que vai ajudar muito quem quiser produzir vídeos com uma pegada mais cinematográfica.
Então, na prática, o iPhone 16 Pro mantém o legado de ser um celular pra quem quer produzir conteúdo em alto nível.
Conclusão
O iPhone 16 Pro corrige o problema do seu antecessor e voltou a ser, em todos os aspectos, uma versão menor do Pro Max com tudo que ele tem. E quem escolher esse cara não perde em nada pela sua decisão.
Claro que o Pro Max tem mais tela e mais bateria, mas ele também custa mais. Então, a melhor notícia que a gente pode ter é que quem escolher pagar um pouco a menos, ou quem gostar de celulares menores não vai precisar fazer concessão em câmeras.
É um celular perfeito? Não, mas no momento falta ter as funções do Apple Intelligence disponível em português. No mais, ele vai bem em tela, construção, tem uma boa autonomia de bateria e câmeras.
Mas claro, tem um ponto. Se você tem um iPhone 15 Pro, ou até mesmo o 14 Pro, os únicos motivos pra você trocar para o 16 Pro são o suporte ao Apple Intelligence e as novas câmeras auxiliares. É o suficiente para fazer um upgrade? É você que vai dizer.
Se o seu iPhone atual for o 13 ou anterior e você achar que é o momento de trocar, aí vale a pena, porque já dá pra perceber melhora em tudo quando comparado aos modelos mais velhos.
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