O novo iPhone 16 é o modelo base da Apple em 2024 e mudou bastante coisa desde o último ano, agora com Dynamic Island, USB-C, Apple AI, Camera Control e processador atual, ele passou a ficar muito mais perto da versão Pro, mas será que isso é o suficiente para afirmar que é hora de você trocar o seu modelo antigo? Nosso review completo vai tirar todas as suas dúvidas.
Apple iPhone 16
- Processador: Apple A18
- Armazenamento: 128GB; 256GB; 512GB
- Memória: 8GB de RAM
- Tela: 6,1″ 120Hz Super Retina XDR OLED
- Resolução: 1179 x 2556 px
- Câmeras traseiras: 48MP; 12MP
- Câmera frontal: 12MP
- Bateria: 3.561 mAh
- Sistema: iOS 18
Construção e design
O polêmico design do iPhone 16 segue muito parecido com o dos últimos anos, mas tem algumas mudanças que fazem sentido para mim, como o detalhe do acabamento das laterais, que ainda são bem retas, mas avançam quase um milímetro para a frente do celular, abraçando o vidro e protegendo mais esse componente que agora a empresa promete o dobro de resistência.
Além dessas mudanças – que nem todo mundo comenta depois do evento de lançamento – a empresa também fez uma alteração importante nos botões e parece que é o fim da alavanca seletora do modo de som do iPhone.
Se o iPhone SE for apresentado nos próximos meses com o botão de ação, vai ser o fim em toda a linha, mas será que é o fim mesmo, ou ele só mudou de formato?
Aqui no iPhone 16 e no 16 Pro Max nós deixamos eles como seletor de modo de áudio, já que temos o Camera Control, o novo jeito de usar suas câmeras no celular. Calma que na parte de câmeras eu explico mais sobre ele.
Todo o resto continua igual, o botão de energia na lateral direita, os de volume, junto com o de ação na esquerda, em cima não tem nada e na parte de baixo temos a saída de áudio, a porta USB-C e o microfone.
Uma coisa curiosa é que, para ocupar menos espaço, a versão normal do iPhone 16 colocou a bandeja do chip em pé, enquanto a do Pro continua com ele deitado.
Tela
Na parte da frente as bordas não diminuíram e a tela continua com 6,1 polegadas. A verdade é que essa parte eu vou passar bem rápido, porque não tivemos avanços. A Dynamic Island continua por aqui, como também a desagradável taxa de 60 quadros por segundo.
A Apple segue insistindo que só chip dos modelos Pro trazem os recursos para controlar a tela Pro Motion, mas sabemos que isso é uma escolha deles em entregar o mínimo e cobrar o máximo, porque o iPhone 15 tem o mesmo SoC do iPhone 14 Pro e ele não tem nem 120 Hz LTPO e nem a tela sempre ativa.
Enfim, parece que essa vai ser uma reclamação eterna dos usuários da maçã nesse quesito. A experiência não é horrível, mas é bem chato saber que meu telefone que aguenta esse recurso não tem, enquanto modelos bem mais básicos já trazem, mesmo que os jogos rodem a 30 quadros por uma limitação do SoC.
Voltando para a ficha técnica, essa você já deve conhecer, mas eu vou falar para quem ainda não sabe. O painel OLED vem com 1179 por 2556 pixels, que dá 460 pixels por polegada. O brilho típico é de 1.000 nits e ele tem um teto de até 2.200 nits. Além disso o iPhone traz HDR10+ e Dolby Vision.
Não dá para dizer que essa é uma tela ruim, mas esses detalhes que eles deixam como exclusividade para a versão Pro irritam um pouco.
Poxa, já temos uma diferença na capacidade de processamento, será que precisa mesmo manter a tela inferior?
Desempenho
O Apple A18 é um pouco mais fraco que o A18 Pro, batendo os 4,04 GHz nos dois núcleos voltados para desempenho e 2,20 GHz nos quatro que focam em economia de energia. Sua GPU também é inferior, 5 núcleois, enquanto o A18 Pro é de 6 núcleos.
Segundo o Nano Review, essa diferença é de 5% no single-core e 6% no multi-core do Geekbench6, enquanto no Antutu isso sobe para 10%. A diferença é pouca e eu consegui números ainda mais próximos nos meus testes. Inclusive, o A18 superou facilmente o modelo com o A17 Pro, mas isso não quer dizer muita coisa no dia a dia.
Ao contrário dos modelos do ano passado, não tem algo que o iPhone 16 Pro faça que o 16 não consiga fazer, exceto zoom ótico em 5X e medição de profundidade de campo, graças a ausência desses sensores no telefone mais básico.
Há uma promessa de que o Apple Intelligence chegará entre o fim de Outubro e o início de Novembro para os usuários que estiverem com seus smartphones configurados para a região dos EUA e com idioma inglês no smartphone. Porém, apenas iPhone 15 Pro e Max, iPhone 16, 16 Plus, Pro e Max vão receber essa função – todos antes desses vão ficar de fora.
Resta saber se teremos recursos exclusivos para os parrudos que não chegarão dos modelos base desse ano.
Na parte de processamento ele consegue baixar e rodar os jogos portados do vídeo game para o celular, todos os jogos que eu rodei no modelo mais poderoso rodou aqui igual, exceto na parte da taxa de quadros mais alta – que só não faz porque não colocaram hardware para tal função.
Desde Genshin Impact, Wild Rift, até Assassin’s Creed Mirage, porém, para jogar esses títulos você precisa escolher entre um ou dois deles, porque com os 128 GB do iPhone 16 ele não consegue armazenar todos os títulos.
Para quem grava muito vídeo, joga vários títulos e armazena muitas fotos, o ideal é partir para o modelo de 256GB direto, podendo chegar até 512 GB.
A novidade esse ano é que todos os modelos trazem 8 GB de RAM e isso com certeza tem relação com o Apple Intelligence e provavelmente nos próximos iPhones isso tenha que subir um pouco mais.
Já uma coisa muito importante que eu quero muito compartilhar com você é que esse iPhone esquenta bem menos do que a geração passada. A Apple colocou uma camada de dissipação de calor e também melhorou a questão energética do smartphone, o que faz ele esquentar menos.
É até estranho, porque o iPhone 15 e 15 Pro estão sempre mornos, enquanto que nos modelos mais recentes eu consegui notar melhora no uso prolongado, principalmente com as câmeras.
Bateria
Isso impactou também o uso da bateria, mas pode ficar tranquilo que foi de forma positiva. O tanque do iPhone 16 tem 3.561 mAh de capacidade e junto a esse aumento de bateria, também tivemos um maior controle do uso dessa energia.
Com uma hora de gravação em 4K nós conseguimos 15% de consumo da bateria, que é menos do que nos modelos anteriores. A navegação usando Chrome e Facebook gastou 8%, enquanto o YouTube consome 6% em uma hora.
Nesse uso do dia a dia ele conseguiu reduzir o consumo e otimizar o uso dessa energia, mostrando que o hardware está melhor ajustado com o software do aparelho.
Nos jogos ele foi um pouco diferente. Em Asphalt Legends ele gastou um pouco mais, 17%, enquanto o iPhone 15 fez 14%.
Wild Rifts está consumindo muita bateria no iPhone 16, 20% para ser exato, enquanto Speedstorm está melhor otimizado, consumindo só 19%. Sim, é um número bem melhor do que os 30% que ele gastou no iPhone 15.
Genshin Impact também reduziu um pouco, fazendo 18% de consumo em uma hora, sendo dois porcento a menos que na geração passada.
Claro, para jogar ele sempre vai gastar mais bateria, todo smartphone faz isso, agora, Wild Rift com certeza precisa de uma atualização para se adequar ao novo hardware e novo sistema operacional, já que nem no iPhone 16 Pro Max ele está rodando legal, limitando o jogo a 60fps.
Na parte de recarga, tanto o iPhone 16 como o 16 Pro continuam sem enviar o carregador na caixa, mas agora a Apple diminuiu um pouco as limitações nos aparelhos, prometendo recargas mais rápidas, mantendo os 50% em 30 minutos, mesmo com mais bateria para preencher.
O importante é que no tempo total ele reduziu bastante, demorando 1 hora e 35 minutos com o carregador de 20 W da empresa, enquanto o modelo anterior demorou quase duas horas usando a mesma fonte de carregamento.
O MagSafe passou de 15 W para 25 W, mas você tem que trocar o seu carregador para um compatível, caso queira ter a potência maior, enquanto os carregadores de terceiros podem usar 15 W, se eles estiverem dentro do padrão QiCharge 2, que também usa uma tecnologia igual a do MagSafe, usando ímãs para otimizar a recarga.
Como eu não tenho os aparelhos compatíveis, vou ficar devendo os resultados para vocês, mas posso garantir que no cabo ele está mais rápido e com carregadores mais potentes ele também consegue carregar a bateria em algo perto de uma hora. Eu usei uma tomada de 65 W e ele atingiu os 80% em 50 minutos.
Câmeras traseiras
Começando com o conjunto fotográfico, o iPhone 16 traz um sensor principal com 48 megapixels, abertura f/1.6 com pixels de 1µm e sensor-shift. Esse é o mesmo sensor do modelo simples de 2023.
Quem mudou para melhor foi a lente mais aberta, a ultrawide, para fotos de paisagens, arquitetura e lugares amplos. Ela continua com 12 megapixels, 0.7µm de tamanho de pixel e 120º de ângulo de visão. Já a abertura melhorou, chegando em f/2.2, permitindo a entrada de mais luz, para favorecer as fotos macro, que agora também são feitas com esse mesmo sensor.
Talvez a maioria aqui lembre, mas as fotos macro eram exclusividade da linha Pro até o ano passado e dessa vez a maçã trouxe esse recurso para mais pessoas.
Agora, no site e nas propagandas você vai ver a Apple falando que esse carinha tem 4 câmeras, quando na verdade são duas e ele faz quatro tipos de fotos sem perda de qualidade.
E as fotos traseiras são incríveis! Mas eu quero mesmo é falar dessa estabilização e HDR do iPhone 16. Mesmo com o dia bastante ensolarado, dá para notar muitos detalhes na imagem e atestar essa qualidade.
Nas imagens noturnas eu consigo perceber um pouco da falta de definição na imagem, mas ainda é uma foto bem boa, que você pode aproveitar muito bem nas redes sociais, ou para mandar para os amigos. Ele sofre um pouco com a dificuldade da imagem que tem muito azul, muitos tons escuros, no entanto a fotografia computacional da Apple melhora esse resultado.
Dá pra notar que nas fotos noturnas em que as áreas estão melhor iluminadas ele fez um trabalho melhor, deixando bastante nítido nessas regiões e com um preto muito profundo nas regiões sem iluminação.
Sobre as fotos em macro, nossa, eu fico muito boquiaberto com o resultado que a Apple entrega nesse tipo de foto. Ela e a Samsung – com o Galaxy S24 Ultra – são as melhores nesse ponto, seguidos pela Asus e Motorola, nessa ordem de qualidade.
Os estilos de cor permitem você alterar bastante as imagens, apenas controlando os tons, mas não se engane, esse modo é bem mais profundo do que os perfis que tínhamos nos modelos do ano passado.
Agora, além de deixar as cores mais quentes ou mais frias, também dá para alterar a paleta das cores, a intensidade e até remover a cor das imagens. No iPhone 16 Pro eu consigo editar todas as fotos feitas dessa forma e na hora que eu quero. Aqui no 16 eu só consegui editar as mais antigas, os exemplos mais novos não deixam eu editar o resultado, só o preview.
Espero que seja um bug, porque é um recurso que eu acredito que pode fazer muita gente voltar a editar suas fotos sem precisar de aplicativos de terceiros.
Outra novidade que não vamos conseguir exemplificar é o modo espacial, que faz fotos e vídeos com profundidade que você só consegue aproveitar se tiver um dispositivo compatível e, ao colocar esse tipo de conteúdo em um vídeo no YouTube, ele perde a espacialidade, ou seja, não adianta eu gravar e colocar aqui, porque você não consegue ter a experiência.
Botão da câmera
Existem algumas polêmicas em torno desse novidade, e a primeira é que alguns usuários estão gravando depoimentos para as redes sociais reclamando de travamentos na tela do iPhone ao colocar o dedo sobro o controlador de câmera. Comigo não aconteceu, então isso pode ser uma situação com alguns modelos, não todos.
Quando for comprar, é bom estar ciente disso e se tiver algum problema, é só ir na Apple que eles resolvem, a garantia é mundial e isso não deveria acontecer.
A segunda reclamação, e isso eu não vi as pessoas reclamando ainda, é que ao pressionar levemente duas vezes, o botão mostra várias funções do celular e uma delas é a opção câmeras, no entanto, aqui só deixa mudar entre ultrawide, normal e zoom.
Para fazer a troca entre frontal e lentes traseiras, você precisa voltar e usar os recursos na tela, o que não faz sentido, já que era só colocar o mesmo ícone de troca de lente junto desses que já estão por aqui.
Porque, se eu tenho um botão que recebeu o nome de controlador de câmera, então eu preciso conseguir controlar tudo.
Além disso, a curva de aprendizagem do botão é chata, não é todo mundo que entende o que é uma pressão leve, duas e um clique. Também tem a dificuldade de algumas pessoas em conseguir usar os gestos para manusear as câmeras e recursos.
Eu percebi que, tanto eu, quanto alguns amigos que eu deixei usar o iPhone por alguns instantes, tivemos problemas para pegar o jeito com esse tal botão.
Alguns dizem que só é bom controlar a câmera com o celular no modo paisagem, ou seja, muita gente que tem essa mesma opinião vai deixar o botão para usar no modo tradicional, já que a maioria das pessoas prefere fotos em modo retrato para as redes sociais, com o celular em pé.
Câmera frontal e vídeo
Sobre a câmera frontal, como eu comentei, ela não mudou quase nada com relação ao modelo do ano passado, está com a mesma qualidade de antes. Porém, isso não é um problema, porque em time que está ganhando, não se mexe. Ela tem muita qualidade de dia, com boa iluminação e durante a noite ela também consegue fazer fotos muito boas com o modo noturno.
Para os apressadinhos, se você desativar o modo noturno, as fotos ficam horríveis. Então, sempre que for tirar foto a noite, use o modo noturno.
E, para fechar, vamos falar de vídeo, porque a Apple prometeu algumas coisas bem legais que deixam a filmagem num outro nível que é a edição de áudio, graças aos quatro microfones do smartphone.
Indo nas configurações, você pode até confundir com a redução de ruídos de ventos, que não faz muita diferença no final do vídeo, mas o que você precisa se certificar é de que a gravação em áudio espacial esteja ativada, para que o smartphone faça essa captação geral e consiga fazer uma pós produção no som do seu vídeo.
Então, o primeiro passo é ir em Ajustes > Câmera> Gravação de Som e Áudio Espacial.
Faz seu vídeo, de forma natural e na galeria você edita o vídeo e eu vou filmar a tela para você ver os modos de áudio que você pode escolher no vídeo e isso você pode editar a qualquer momento e quantas vezes achar necessário.
Então, na galeria você edita o vídeo, faz a mixagem de áudio, escolhe entre os estilos (padrão, no quadro, estúdio e cinema). Tem como alterar a intensidade e os resultados estão aí na tela para você.
Outra melhoria está na câmera lenta que agora faz vídeos em Full HD com 120 frames por segundo, enquanto a Samsung já faz 1080p a 240frames e 4K a 120 frames. Apple, dá para ser melhor, até porquê, seu poder de processamento é maior. No caso, apenas a versão Pro e Pro Max recebeu o 4K 120.
Ainda sobre vídeos, tanto o modo padrão como o modo cinema gravam vídeos em HDR 10 bits e a qualidade das imagens é muito boa. Por padrão ele limita a gravação em 30 quadros em ambos, mas apenas no modo vídeo padrão é que você pode gravar em 60 quadros, incluindo a frontal.
A verdade é que a Apple tem muita qualidade de foto e vídeo e nenhum outro smartphone conseguiu alcançar ela ainda nesse segundo ponto, vídeos. A Samsung está muito perto e vimos que o Google Pixel 9 Pro XL também avançou muito, mas ainda lhe faltam recursos.
Conclusão
As câmeras do modelo mais básico da Apple melhoraram demais. As duas lentes conseguem suprir diversos sensores que as concorrentes colocam nos seus celulares e com a mesma qualidade das fotos sem corte de resolução.
Os modos retrato, panorama, câmera lenta e time-lapse não mudaram ao ponto de merecer um destaque, mas é nítido o quanto o processador mais recente ajuda o iPhone 16 a se destacar do iPhone 15 em qualidade e recursos.
Os vários detalhes saltam aos olhos e para quem ainda usa um modelo antigo como o 12, 13 e até o 15, vai acabar se interessando e querendo um celular desse.
A questão é se o preço é interessante para você, porque o iPhone 16 de 128 GB está saindo por R$7.800 na loja da Apple e R$6.400 no Mercado Livre.
Esse é um preço bem salgado, mas que segue o padrão de precificação da empresa e como ela tem se estabelecido no mercado, não só de smartphones, como de tablets e computadores também.
No entanto, o que me deixa contrariado com a Apple é ela não colocar recursos básicos no seu celular, como a taxa de quadros em 120 Hz, que até o Galaxy A25 da Samsung já traz.
Sério, são coisas que não dá para simplesmente ignorar. Se você quer se posicionar como uma marca valiosa no mercado, é preciso entregar tudo para os seus clientes, mesmo que eles não saibam que querem aquilo.
O iOS 18 também não mudou tanto e as poucas mudanças foram em coisas mais bobas como mudar a cor do ícone, modo escuro para tudo e coisas mais bobas como essas. A revolução que todos esperávamos não está nem perto de chegar ao Brasil, que é o Apple Intelligence, ou seja, nada de inteligência artificial nos celulares da maçã por enquanto.
De modo geral, foram diversas pequenas mudanças que não empolgam tanto, mas no uso do dia a dia, o novo design, os recursos de câmera, a bateria que dura mais e o aparelho que esquenta menos me deixou um pouco mais animado com esse celular do que quando eu vi o evento de lançamento.
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