O Apple Watch Series 10 é um modelo de relógio especial, já que comemora os 10 anos desde o primeiro lançamento da linha. Então, é comum que tanto a imprensa quanto os consumidores esperassem grandes novidades para esse ano, já que as últimas duas atualizações do produto trouxeram pouquíssimos incrementos. A pergunta principal de hoje é se a nova versão do smartwatch mais vendido do mundo vale mesmo a pena.
Apple Watch Series 10
- Tela: 1,77″; 1,96″ Retina LTPO3 OLED
- Resolução: 446 x 374px; 496 x 416px
- Conectividade: Bluetooth 5.3; GPS; GLONASS; GALILEO; QZSS; BDS
- Proteção: resistência à água até 50 m
- Peso: 30g e 35,3g
- Tamanho: 42mm e 46mm
- Bateria: 327 mAh
- Sistema: watchOS 11
Design e construção
A primeira sensação que os mais desavisados vão ter ao olhar o Series 10 é de que a Apple é preguiçosa e apenas requenta o design dos seus produtos entra ano, sai ano. Mas isso é, digamos, uma meia verdade.
O que acontece é que esse ano o relógio mantém a sua conhecida caixa quadrada com bordas arredondadas que se tornou uma marca da linha, mas as novidades começam quando falamos de dimensões, já que o relógio está maior, porém mais leve.

Enquanto o Series 9 pesava 42 g, o modelo atualizado está com 34 g, uma diferença bastante considerável. Isso se dá por 2 motivos principais: material e espessura.
Agora os novos Apple Watch Series 10 estão chegando com opções de caixas em alumínio, que é o caso desse nosso, e titânio, o que contribui para um resultado mais leve e resistente.
Além disso, o novo modelo é cerca de 10% mais fino que a versão anterior, saindo de 10,7 para 9,7 mm. Falando assim pode parecer pouco, mas colocando os dois lado a lado dá pra perceber a diferença entre as caixas.
Inclusive, na página do produto tem uma imagem interativa que dá uma boa ideia da diferença da espessura dos dois modelos.
Com essa redução de peso eu me senti bem confortável ao usar o relógio nas atividades físicas e para dormir. Sei que tem gente com dificuldade de dormir com relógios, mas aqui, com a pulseira de silicone, praticamente não dá para perceber que o relógio está no pulso.

Uma última mudança desse ano que é pura perfumaria é que a digital crown, a coroa na lateral do relógio está com uma linha cinza bem fina, mais uniforme com o restante do aparelho.
Nos modelos anteriores essa coroa era vermelha, mas fora isso, é exatamente a mesma peça e sensibilidade. E ainda bem, porque na minha opinião é uma das coisas mais legais nos relógios da Apple.
Tela
A tela do Series 10 é a principal novidade visual desse ano. Porque, mesmo ele estando mais leve e fino, a tela aumentou, sendo a maior tela usada em um Apple Watch.
Para isso, a maçã optou por redesenhar o vidro frontal para ocupar uma área maior, que se estende mais pelas laterais, criando uma aparência mais imersiva.
O brilho pode chegar até 2000 nits, o que não me causou nenhuma dificuldade para usar em lugares ensolarados, e a resolução agora é de 374 x 443 px.
E o painel é o que eles chamam de Wide Angle OLED, que promete uma melhor visualização em todos os ângulos. Mas pra ser sincero, isso eu acho que é puro marketing, porque o OLED já é ótimo de qualquer forma, independente da marca.

Essa tela também possui uma taxa de atualização mais rápida no Always-On, resultando em animações mais fluidas mesmo no modo em que o relógio gasta menos bateria.
Tudo isso, segundo a Apple, é possível por conta do novo processador S10, que traz algumas poucas diferenças do seu antecessor.
Embora a Apple não tenha divulgado números exatos sobre a diferença de velocidade em relação ao chip S9, o S10 promete aprimorar a experiência de uso, principalmente em tarefas que envolvem machine learning e inteligência artificial, já que ele mantém as especificações do modelos do ano passado, sendo um Dual Core com 4 núcleos de NPU para processamento de IA.
Novidades
Uma das coisas que mais se diferenciam entre as diversas gerações de Apple Watch são os mostradores exclusivos de cada geração. Em 2024 não foi diferente, e temos 3 opções novas de design para o Series 10.
O primeiro deles é o “fluxo” que deixa os números propositalmente desproporcionais na tela, enquanto a tela vai sendo preenchida conforme os segundos vão passando.
Particularmente eu não gostei tanto desse, principalmente quando entrei na tela de edição e mudei a fonte dos números. Tem opções que ficam completamente irreconhecíveis. Mas a ideia é interessante, e quando o relógio entra no Always On Display fica mais bonito!

O segundo mostrador é o “fotos” que já estava presente nos modelos antigos, eu sei. Mas aqui a Apple colocou como uma novidade porque agora ele tem mais opções de personalização. Eu não acho que isso seja motivo para considerar como um mostrador novo, mas eles consideram.
O terceiro e último mostrador é o “reflexos”, que chegou para combinar com os modelos de Titânio e agradar quem gosta de relógios analógicos.
Um outro recurso novo – que também acaba envolvendo mostradores – é o sensor de profundidade e temperatura da água, que o Series 10 herdou do Apple Watch Ultra.
Segundo a marca, a profundidade suportada para essa contagem é de até 6 metros. E junto com ele a atualização do WatchOS 11 trouxe uma tela específica para quando você está submerso, que traz mais informações.
Além disso, os alto falantes do relógio esse ano estão melhores e com a possibilidade de reproduzir mídias direto dele. O que, pra ser sincero, não vejo muito uso.
O som não tem tanta personalidade quanto nos celulares e computadores da marca, mas eu entendo, tendo em vista o espaço tão pequeno como a caixa de um relógio.
Os médios e agudos ficam bem mais aparentes que os graves, o que o torna melhor para fazer chamadas em vez de ouvir batidas musicais. Mas ainda assim, é um tipo de uso que particularmente não me chama a atenção, atender ligações pelo relógio.

Eu vejo um certo valor nisso, em momentos onde você está ocupado e precisa atender uma ligação rápida pelo relógio, embora esse seja um uso bastante específico, eu ainda acho que se justifica, mas escutar músicas pelo aparelho, aí não faz sentido pra mim.
E nesse exemplo que eu dei sobre você estar ocupado, uma outra novidade que te ajuda a interagir com o Watch sem tocar nele é o novo gesto em formato de pinça com as mãos. Você consegue atender ligações e interagir com o relógio, o que é bastante interessante e de fato pode te ajudar.
E pra fechar essa parte das novidades do Series 10, temos também a detecção de apneia do sono, mas que infelizmente não está disponível no Brasil até o momento, por conta de alguns entraves com a Anvisa. Por meio de uma atualização o recurso também chegará ao Series 9, mas apenas fora do país.
Experiência e desempenho
Na última parte desse vídeo eu quero falar um pouco sobre como é a experiência com esse cara. Sobretudo, como foi o dia-a-dia com o dispositivo.
Vale lembrar que boa parte da minha experiência com smartwatches vem do Galaxy Watch 4, de três gerações atrás. Por isso a primeira coisa que reparei foi a fluidez das animações.
A Digital Crown também continua super confortável e responsiva, e é no momento do uso real que a tela maior mostra que não foi uma atualização sem sentido. Ela realmente ajuda e, como disse antes, embora a maçã queria dar um novo nome para o painel OLED, ele tem a mesma ótima qualidade de sempre, sem muitos contratempos no momentos dos exercícios.

Apenas fique de olho nas marcas de dedo, porque nesse ficamos com a impressão de que ele marca mais do que os modelos da coreana.
Por outro lado, quando falamos da captação dos dados dos exercícios, os dois modelos ficam relativamente próximos. Eu estou deixando agora um print de cada plataforma para você ter uma ideia.
Nessa ocasião, foi uma corrida pequena em que o Series 10 estava em um pulso enquanto o Watch 7 da Samsung estava no outro.
Perceba que a medição dos dois teve poucas variações. A média de batimentos cardíacos mesmo ficou praticamente igual, com diferença de apenas 1 ponto.
Isso me leva a pensar que esses relógios inteligentes já conseguiram atingir um patamar bastante satisfatório em relação aos seus sensores e GPS. No fim, ambos têm a mesma qualidade para captação de dados. O que muda é como esses dados são mostrados dentro de cada plataforma.
No entanto, a experiência com ele também teve alguns contratempos. O principal deles, por exemplo, foi de uma corrida que fizemos comparando-o com o Garmin Forerunner 245 Music.

Seria legal ter também esse comparativo com um relógio feito especificamente para corredores. Mas infelizmente o relógio parou de sincronizar com o iPhone. Ficou um dia e meio assim, até precisar ser resetado e voltar a funcionar normalmente.
Até o momento não sabemos o motivo exato disso ter acontecido, mas é bom deixar claro que esse não foi o primeiro Apple Watch que sofreu com isso aqui no estúdio. Inclusive, esse não foi o primeiro relógio, porque já passamos o mesmo perrengue com modelos Android também.
Além do inconveniente de precisar resetar, como os dados não subiram para a nuvem, acabamos perdendo o histórico da corrida em questão.
Esse Apple Watch manteve exatamente a mesma capacidade de bateria do modelo anterior. O que mudou mesmo foi o tempo de carregamento, que agora a marca promete atingir 80% em 30 min.
Via de regra, o Apple Watch não é conhecido por ter uma bateria extremamente durável.

Fora o modelo Ultra, de forma geral eles nunca conseguem terminar um dia inteiro de uso mais a noite de sono quando o usuário deixa todos os sensores e tela ligados.
Aqui, as dicas que eu dou é que você diminua o tempo para a tela desligar por inatividade, e também que sempre coloque ele para carregar à noite durante o banho.
Usando dessa forma, carregando-o para dormir e enquanto toma banho antes de sair, aí sim você nunca vai ficar na mão.
Conclusão
E sobre disponibilidade, os modelos deste ano vieram em dois tamanhos: 42 mm e 46 mm. Cada um dos tamanhos com opções em alumínio e titânio. Com preços variando entre 5 e 9 mil reais dependendo do material, não tem como afirmar que é um relógio para todos os usuários de iPhone.
Ele é o modelo mais potente dos modelos base de relógios da maçã. E, por ser o mais novo, naturalmente será atualizado por mais tempo.
Mas eu acho que a pergunta certa no momento da compra é: “Quanto valor você dá para um corpo um pouco mais fino e uma tela maior?”.
Caso isso não faça tanta diferença, ir no modelo anterior pode ser mais vantajoso, para fugir um pouco desse preço de lançamento. No geral, o Apple Watch Series 10 é claramente uma evolução da linha, mas não uma revolução.
Para o modelo que comemora os 10 anos do produto, muita gente esperava algo como foi o iPhone X nos smartphones da marca. Isso faz com que a gente novamente fique com o gosto amargo de “caramba, o relógio está bom… mas poderia ser melhor”.
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