O Apple Watch é o smartwatch mais vendido atualmente. Em sua quarta geração ele trouxe algumas características únicas e pode ser a opção para quem está no ecossistema da Apple, mas será que vale a pena? Eu passei as últimas duas semanas utilizando um para te contar.
Design
O design do Apple Watch sempre foi interessante, mas eles conseguiram melhorar ainda mais com a nova tela com bordas menores. É quase o mesmo fluxo dos smartphones. Temos agora opções com 1,57 ou 1,78 polegadas com a tela OLED que segundo a empresa chega até 1000 nits.
Com isso, chegamos novamente ao resultado que smartphones topos de linha entregam, e claro, o essencial para conseguir usá-lo na rua. Some isso ao fato dele contar com uma densidade de pixels acima dos 300 ppi, e poxa, dá pra ver que é legal nesse quesito.
Eu gosto do design, a variedade de pulseiras que ainda são no mesmo formato que nos outros anos é grande e o botão circular é uma opção boa de usar. Aviso rápido: a versão com LTE ou 4G tem um círculo vermelho nesse botão, enquanto a versão só com WiFi não tem, como é o caso aqui.
Ecossistema
Mas além da estética e do fato de todo mundo saber que você está usando um relógio caro pra caramba, o grande diferencial do Apple Watch é claramente a sua base de aplicativos. Ele serve como uma plataforma de captura de dados que pode usar tanto os aplicativos proprietários da Apple, que em alguns momentos já são o suficiente mas que em muitos não.
Isso é legal porque tal como os novos concorrentes, ele funciona também na água, com uma resistência de 5 ATM. Ou seja, dá para capturar dados de braçadas e espaço percorrido e tudo mais.
Por aqui, eu tentei usar só os apps da Apple, mas consegui levantar informações bem mais interessantes com os incrementos. Ao utilizar o Swing Tennis app, disponível só nesse ecossistema, defini que era canhoto e ele passou a contar meu tipo de batida, meus batimentos e o espaço percorrido em um treino. Além disso, me permitiu colocar dados do jogo e informar quando fiz dupla falta de forma bem fácil, fazendo com que ao longo do tempo eu perceba se estou tendo uma melhora.
Isso é bem legal, já que as atividades pré definidas pelo aplicativo de saúde da Apple são um pouco mais simples, então fica a cargo das outras empresas entregarem algo completo, se você corre de forma mais séria, vai querer usar um Strava ou Runkeeper para calcular parciais, e por aí vai. O bom é que tem opção.
Os principais concorrentes da marca são os equipamentos da Samsung que utilizam sistema próprio e que tem uma lista de compatibilidade bem menor, apesar de ainda sim grande. O mesmo vale para outros equipamentos. Na minha opinião é realmente a Apple que tem o maior ecossistema.
A compatibilidade com os mais variados aplicativos também ajuda, então é possível ditar com pontuação e tudo mais tanto no Whatsapp para responder alguém como no Bear, Ulysses, Habitify ou alguma outra aplicação de escrita. O Todoist permite você colocar lembretes. Dá até para encontrar o iPhone e vice e versa sempre que esquecer onde está cada um.
Hardware e mudanças
Por isso mesmo, é uma boa notícia saber que o armazenamento subiu de 8 para 16 GB. Então não preciso me preocupar com falta de espaço para algum adicional, mas não serviu exatamente como eu esperava, já que até o momento não existe a possibilidade de armazenar músicas do Spotify de forma offline nem de sair sem o seu celular se quiser ouvir uma musiquinha nele.
Um update deve chegar no futuro e tornar a opção de 4G LTE uma boa pedida para quem não quer levar nada no bolso. Por enquanto, muita coisa pode ser só controlada, e sinceramente, essa é uma experiência bem legal e bem responsiva, apertou no braço o celular já faz o ajuste. Você pode até estar com o celular no bolso mas não vai precisar tirá-lo de lá em momento algum.
Mas vamos aos diferenciais. Como eu comentei, o Apple Watch no geral funciona como uma plataforma de detecção de informações que depois são utilizadas tanto pela Apple para gerar novas funções como para outros aplicativos criarem usabilidades.
Nessa quarta geração temos uma tecnologia nova de eletrocardiograma que até o momento desse review, se eu não me engano era a única aprovada pela “Anvisa” dos Estados Unidos e que já teve alguns relatos de salvar algumas pessoas com disfunções cardíacas.
Temos também uma função de queda. Então, se você cair ele pergunta se está tudo bem. Caso você não responda ou levante, ele chama ajuda automaticamente. Isso o coloca a frente de outros modelos quando pensamos em saúde e segurança. Pode ser uma opção bem boa configurar tanto o relógio como o celular para um familiar idoso e receber alertas constantes de que está tudo ok.
Bateria
A única coisa que pode incomodar um pouco mais é a bateria. Apesar de eu ter conseguido quase um dia e meio de uso, chegando até meio dia do segundo dia sem problemas, você vai ter de colocar ele para carregar meio que diariamente e com um tempo de carregamento de 1 hora e meia, você provavelmente vai tentar fazer isso a noite ou de manhã, o que dificulta um pouco o ato de monitorar dados de sono – coisa que algumas pessoas gostam.
Isso não é exclusividade do Apple Watch Series 4, já que modelos anteriores também trabalhavam da mesma forma. Um ponto bom ao meu ver é que ele aguenta até 6 horas de uso direto de atividades. Dá pra fazer uma corridinha boa, mas uma volta de bike durante todo o dia.
Conclusão
Sabendo de tudo isso, temos de falar de preço. Ele começa em 4 mil reais segundo anúncio oficial da Apple e que sobe bastante assim que você coloca a função de 4G. Se não for um caso muito específico como o que eu falei anteriormente de cuidados com idosos ou uso de aplicativos específicos, temos versões anteriores ou outros smartwatches interessantes e com melhor custo benefício no mercado.
A gente sabe que a Apple nunca é custo benefício, mas sim a entrega dessas funções diferenciadas. Tem muita gente que ainda pode se beneficiar de suas funções e que vai pagar mais caro sim.
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