Agora que os preços estão mais baixos, chegou a hora de finalmente testar o Apple Watch Series 7, o relógio mais completo da maça até o momento! Será que vale pagar mais por ele ou um Series 3 ou SE são mais do que suficiente pra você? É o que eu vou explicar, já que eu passei os últimos anos usando todos esses modelos da linha.
Para começar esse review, eu preciso lembrar vocês de que o lançamento do Apple Watch Series 7 era um dos mais aguardados dos últimos anos porque havia uma promessa de que ele receberia alguns grandes upgrades, e a verdade é que parece que a Apple mudou isso no último momento por questões logísticas.
A pandemia mexeu com a cadeia de suprimento deles, então o Apple Watch 7 trouxe apenas incrementos pequenos e bastante necessários – e mesmo assim a empresa precisou adiar as vendas, que começaram alguns meses depois do anúncio, algo que não é de praxe.
Construção e design
Com isso em mente, vamos falar então justamente dessas diferenças de um ano para o outro. A principal atualização está relacionada com a tela – a Apple conseguiu manter quase a mesma caixa e reduzir as bordas em 40% perante o Apple Watch Series 6, entregando uma tela de 1,69 polegadas contra 1,57 do ano anterior se compararmos os modelos de menor tamanho. Aliás, o tamanho mudou um pouquinho sim, e até por isso ele passou de 40 pra 41 milímetros no modelo menor e de 44 para 45 milímetros no maior.
A diferença pode parecer pouca, e na usabilidade do dia dia realmente não muda nada, é o mesmo relógio. Até por que muito das telas de aplicativos, de configuração e até mesmo o always on display abusam do display amoled para deixar os pixels pretos apagados.
Onde realmente dá pra perceber que é mais bonito e que tem alguma diferença é quando você coloca uma foto pra ser o seu fundo de tela e repara que a tela realmente oferece mais espaço. Só que pagar mais apenas por isso não vale tanto, então deixa eu te mostrar mais funcionalidades pra você decidir.
Essa mesma tela que aumentou de tamanho e reduziu bordas também ganhou uma proteção adicional. A tela de cristal parece estar 50% mais espessa, o que segundo a empresa a torna mais resistente a rachaduras do que nos anos anteriores – eu decidi claro, não testar né.
Mas tem um ponto importante aqui tá? Não rachar não quer dizer que ela não arranha – e sim que ela irá rachar menos. Além disso, por estar melhor selado, ele adiciona a certificação IP6X contra poeira. Primeiro número poeira, segundo água. Coisa que ele já tinha, então ele é IP6X + 5ATM, fica até melhor que o IP68 que garante menos proteção na água.
Tudo muito bom, tudo muito bonito, mas a tela continuou igual na minha percepção. Eu usei um Series 3 até final do ano passado e apesar da diferença ser enorme, o fato dos displays todos serem OLED e com um brilho suficiente, isso faz com que o modelo mais barato ainda seja interessante pra ser usado no dia a dia, mesmo com uma área muito menor.
Mas você pode acabar vendo vantagem na função de ter a tela sempre ligada para ver as horas. Esse modo ficou 70% mais brilhante e promete manter a bateria suficientemente grande para um dia inteiro.
Bateria
E claro, esse é o segundo grande ponto de mudança, uma vez que bateria sempre foi um problema para os relógios da Apple. Eu mesmo já estava me incomodando com o Series 3, afinal depois de 2 anos de uso e com um grande número de ciclos, sua bateria não aguentava chegar mais no final do dia.
O Apple Watch SE que usei depois até consegue fazer 1 dia e meio de uso, mas o carregamento sempre é uma complicação.
Segundo a empresa, o carregador que vem na caixa já promete ser bem mais rápido, levando a bateria de 0 a 80% em 45 minutos. O Applewatch SE demora 1 hora e 30 minutos para fazer o mesmo carregamento – é muita diferença para quem usa bastante o relógio.
O tempo de carregamento do SE na verdade até aumentou quando comparado com o S3 porque a Apple aumentou a bateria entre esses dois modelos, então não faz nem sentido. 10 minutos no meu carregador padrão levaram esse relógio de 55% para 66% o que mostra que sim, você precisa usar o carregador específico dele com conexão USB-C para conseguir usufruir totalmente dessa velocidade de carregamento superior.
Essa foi uma função que me agradou muito, mas que já deveria estar em modelos anteriores – é o tipo de coisa que a gente acha bom que a Apple faça, mas que era um dever dela.
O que não muda no fim é o tempo de uso total. A grande diferença que eu sinto na verdade entre o SE e o S7 é o quanto eu já degradei da bateria do modelo mais antigo através do uso diário, por que analisando os dados tanto da Apple quanto de outros reviews, fica claro que basicamente os resultados são os mesmos.
Então, temos uma tela maior, mais resistente, mais brilhante no modo always on display e uma bateria que carrega bem mais rápido. O que mais esse carinha trouxe de novo para o lançamento valer a pena?
Como o Apple Watch Series 7 trouxe basicamente o mesmo processador que no modelo anterior, foram só essas coisas que realmente mudaram. A caixa de alumínio do meu modelo é a verde com a pulseira verde, mas temos opção de cor e acabamento meia noite, estelar, azul, vermelho, prateado, grafite e a opção mais cara de titânio.
Então de um ano para o outro aumentaram bastante as opções, com um novo estilo de pulseira também aparecendo. A Apple sempre foca em cores quando não tem muito o que apresentar. É fácil perceber isso.
Funções extras
Claro que esse continua sendo o Apple Watch mais completo de todo a linha e também um ótimo smartwatch, mas com poucas diferenças perante o modelo anterior – até por corrigir o que o último tinha de problemas. Por isso a Apple decidiu por retirar o Series 6 de produção, fazendo com que as três opções disponíveis no mercado se tornassem o Series 3, de entrada, o SE para aqueles que precisam de algumas funções adicionais e finalmente o Series 7 para ter tudo que tem de disponível.
Com isso o Series 7 é o único com funções de eletrocardiograma e leitura de oxigênio. Se você já tem um Series 6 nada muda, mas se estava num SE como eu, essas são adições importantes, mas que não parecem terem melhorado ano a ano.
O eletrocardiograma anda trazendo informações bem detalhadas e explicações no aplicativo, enquanto a análise de oxigênio pode complementar análises de sono e de VO2 Max, que já estavam disponíveis em modelos anteriores, mas que devem ganhar maior precisão aqui.
Ainda em exercícios, vale comentar sobre uma função que já está disponível desde o modelo SE e que eu não havia percebido que é a detecção automática de exercícios de ciclismo. Eu sempre achei que isso estava disponível em todos, mas não!
Além disso, nos últimos tempos me agradou a possibilidade de fazer treino intervalado de corrida ao clicar duas vezes na tela, mas tirando isso, as opções de exercício da Apple continuam meio fracas.
O bom é que o ecossistema de aplicativos nunca decepciona e eu ando conseguindo alguns dados bem legais usando o SwingVision para capturar meus treinos de tênis. O único problema novamente, é que todos os outros modelos tem isso, então nada de novo no Series 7.
Conclusão
O resumo da análise do Series 7 é o seguinte: ele é uma versão do Apple Watch SE com electrocardiogarama, análise de oxigênio, carregamento mais rápido e tela mais resistente.
A diferença atualmente está grande, com o Apple Watch SE custando por volta de 2300 reais e 3000 reais para o Series 7, considerando os modelos de entrada.
Se esses pontos importam pra você, a diferença de 700 reais pode valer a pena e ser uma boa. O carregamento rápido muda muito a relação de amor e ódio que às vezes tenho com os relógios e talvez o eletrocardiograma ou a proteção adicional funcionem algum dia pra mim.
Deixe um comentário