O Zenbook 14 UX434 é um notebook no mínimo interessante. O menor da sua categoria e com uma segunda tela acoplada ao seu trackpad, ele meio que liberou meu lado nerd e amante de tecnologia. Mas será que ela essa segunda tela é realmente útil e vale o seu dinheiro?
O principal diferencial do Zenbook 14 desse ano é sem dúvida alguma essa tela Full HD junto do touchpad. No ano passado, o Zenbook 14 que chegou pra gente tinha um teclado numérico no trackpad que permitia ser ativado com o pressionar de uma única tecla, e para quem trabalha com muitas planilhas e quer ter uma forma mais fácil de inserir as informações com um teclado mais amigável, acaba sendo uma mão na roda.
Para ter a mesma experiência em outros notebooks, você tinha que ir, obrigatoriamente, nos notebooks parrudões de 15,6 polegadas, que adicionam esse teclado na lateral. Eu achei legal essa ideia porque você aproveitava o espaço do touchpad para uma outra função, mas se isso é um grande diferencial ou não, acaba caindo mais na especificidade de cada pessoa que vai usar esse recurso.
Eu achei legal, mas no meu dia-a-dia, devo ter usado umas 2 ou 3 vezes só para ver como se comportava. No fim, essa solução toda de tecnologia, não foi pensada pra mim.
Nesse ano, o que a Asus fez foi adicionar bem mais possibilidades de operação, já que o que rolou aqui, foi basicamente colocar uma tela extra de smartphone no seu notebook.
Isso já tinha sido feito em uma outra linha da Asus, mas nessa geração, a telinha tem uma definição melhor e recursos mais interessantes, além de estar mais amigável para desenvolvedores, porque junto da Microsoft, a Asus tornou esse padrão aberto para quem quiser desenvolver apps. Por enquanto, ainda tem pouca coisa desenvolvida e adaptada, mas pode mudar com o tempo.
Falando das novidades, a gente tem alguns aplicativos como o Number Key, que habilita o teclado numérico, Handwriting, para te permitir fazer escrita com a ponta dos dedos, o Quick View, que permite que você configure atalhos tipo Ctrl+C, Ctrl+V.
Para editar vídeo, já que você vai usar um mouse junto, pode adicionar um monte de atalho específico para o programa que estiver usando. Para a maioria das pessoas tem também os módulos exclusivos para o Microsoft Office.
Tem também um atalho da loja exclusiva de aplicativos com suporte a telinha, com calculadora, alarme, app de tempo, gravador de voz e até o joguinho clássico de paciência, tudo rodando diretamente nela.
Claro, ainda vale comentar que é permitido adicionar atalhos dos programas padrões de Windows e algumas combinações de janelas, para você abrir tudo de uma vez só, tipo, metade da tela com Spotify e a outra metade com o Chrome, ou Spotify na telinha de baixo e Chrome na principal. Pra quem quer ter um pouco mais de facilidade e trabalha com muitas janelas, pode ser legal. Eu me limitei ao Notion e Spotify.
Como fica a aplicação prática disso tudo? Na minha experiência de uso nas últimas duas semanas, eu tive algumas sensações meio controversas. Nos primeiros dias eu fiquei muito confuso, porque na hora que tinha um app aberto na telinha, eu não conseguia usar o touchpad pra levar o mouse onde eu queria. Tinha que fechar o app ou trocar para o modo de touchpad com o atalho.
Uma coisa que eu fiz muito nesse tempo foi ir com o dedão na tela principal, crente que ela responderia ao meu toque. Talvez o ideal fossem as duas telas com touch screen. A verdade é que o uso ideal para essa tela é quando você está com um mouse, ou seja, a tela extra funciona muito melhor com sendo uma tela extra do que o mouse.
Acho que só assim eu comecei a entender um pouco mais da proposta do Zenbook UX434, que é ser um equipamento para quem trabalha com produção de conteúdo, profissionais de artes, galera do audiovisual ou para quem busca o máximo de produtividade em um corpo pequeno.
Desempenho
Por falar no público desse produto, eu preciso também falar das specs e do que ele é capaz de fazer, e na boa, esse notebook rodou muito bem na minha mão.
Essa versão que eu testei tem um Core i7 de décima geração 10510U, que não é o mais potente da família, mas conseguiu aliar uma boa performance com consumo energético coerente para o tamanho dessa máquina.
Ele conta com um SSD de 256GB PCI-Express, que pode ser expandido e segundo a própria Asus, é até 3 vezes mais rápido que o padrão SATA 3, e para fechar, 8GB de memória RAM DDR3 soldados na placa, que já poderia logo ser um DDR4 ou pelo menos ter a opção de upgrade para 16GB.
Dependendo do que você vai rodar, 8GB pode ser pouco, mas como eu usei esse equipamento basicamente para digitar texto, editar alguns vídeos no Premiere sem muitos efeitos e correções de cor, e editar algumas fotos no Lightroom para postar no meu Instagram, segurou de boas.
No fim, eu acho que ele fica devendo muito uma placa de vídeo dedicada, que para acompanhar o público para o qual esse notebook é destinado e a configuração proposta, uma GTX 1660 cairia muito bem aqui.
Vai rodar o CS:GO e LOL? Vai. Mas não espere muito dos gráficos se instalar um The Witcher 3, por exemplo. Para complementar a cara notebook premium, esse aqui conta com Bluetooth 5.0, Wi-Fi de 5GHz e webcam com sensores infravermelho para fazer o reconhecimento facial e desbloquear o dispositivo com o Windows Hello.
Construção e conectividade
Para comentar um pouco sobre o design, eu preciso falar o quanto eu fiquei admirado com o acabamento e o refino do Zenbook 14.
É um notebook lindo, todo construído em alumínio, com um pouco de plástico, e isso deixa ele bem leve, pesando somente um 1,2kg. Essa cor azul, inclusive, é a melhor versão dele, porque não tem aquele mesmo problema da textura atrapalhar na visualização das teclas na cor prateada.
Ele tem as caixinhas de som montadas com a face para baixo, de forma que o som rebate na superfície e tem uma expansão bem legal, desde que você esteja com ele numa superfície plana, tipo uma mesa ou bancada. Se o notebook estiver no colo o áudio é prejudicado.
De modo geral, é um som alto o suficiente para escutar uma reunião com a galera e uma música sem muito compromisso, mas não espere que ele vai te dar uma qualidade incrível de áudio, com graves profundos e não sei o que, porque não vai. É uma qualidade boa e até um pouco acima de outros modelos que eu testei esse ano, mas não é nada surpreendente, como nenhum outro notebook do mercado.
No lado direito ele conta com um leitor de cartão microSD – que poderia ser do tamanho padrão -, uma porta USB 2.0 e uma saída de áudio. Do outro lado você tem o conector para fonte, que eu gostei bastante por ser uma fonte muito compacta de 45W, saída HDMI e duas portas USB 3.0, sendo uma delas, no padrão convencional e a outra no padrão USB-C, sem Thunderbolt.
Adoraria que essa porta permitisse, além de uma saída de vídeo, o carregamento do dispositivo, porque seria fantástico levar só um carregador para o notebook e meu smartphone ou plugar em um monitor para ter vídeo e carregar usando um único cabo.
Tela e teclado
Esse notebook conta com um painel IPS de boa qualidade, mas a ressalva aqui fica para a promessa da Asus em entregar um painel com uma cobertura de 100% do RGB, mas que em inúmeros testes internet a fora, eu vi muita gente falando que não chega.
Em relação a tela, o brilho é de 300 nits e ela conta com uma moldura bem fina ao redor do painel, que entrega uma cobertura de 92% da área frontal do equipamento. No final das contas, mesmo usando esse notebook para editar imagens e vídeo, foi uma tela bem boa para o tipo de uso que eu tive, mas se você busca uma fidelidade maior de cores e trabalha com impressões, por exemplo, ter um monitor extra calibrado, pode fazer mais sentido.
Um padrão de design nesses novos notebooks da Asus é o Ergolift, que ao abrir a tampa, proporciona um pequeno espaço entre a mesa e a base do equipamento e no caso do Zenbook 14 essa elevação é de três graus.
Além de ser o suficiente para dar um conforto maior para digitar, ainda ajuda a circular mais ar na parte de baixo do equipamento e ajuda também na melhor dissipação do som.
Só para falar um pouco do teclado, uma coisa que eu não gostei muito e que para um notebook dessa categoria, poderia ser melhor, é o layout utilizado aqui. Claro que isso pode ser só uma chatice da minha parte, mas a escolha de usar um layout diferente do ABNT2, me deixa triste!
Os acentos estão em locais diferentes e a tecla de interrogação precisa de um certo malabarismo. Enquanto eu digitava esse review no próprio ZenBook, eu errei por várias vezes na pontuação e falhava em encontrar tudo que eu queria de forma rápida.
Pelo menos ele é confortável para digitar e as teclas tem um espaçamento muito bom. Por várias vezes eu lembrei do teclado do MacBook mais antigo e isso é um ponto bem positivo.
Bateria
Eu não posso fechar esse review sem comentar sobre a bateria, e aqui que a ScreenPad encontra seu maior problema.
A Asus promete até 10 horas de uso com as duas telas ligadas, mas como ela não detalhou a metodologia do teste, nós não conseguimos replicar e no meu uso rotineiro, sem tarefas muito pesadas, só navegando na internet com o Chrome e digitando algumas coisas, com o brilho das telas e do teclado no máximo, ela não passou de 4 horas e meia.
Desligando o ScreenPad por completo, eu cheguei em pouco mais de 7 horas no mesmo uso, que é quase um dia completo de trabalho. É legal, mas ainda não chegou perto do prometido.
Conclusão
O ZenBook 14 UX434 é um equipamento que me deixa com sensações mistas. É muito bacana ver uma empresa apostando em uma coisa diferente, com uma tela extra, cheia de funções e novidades, mas por outro lado, a solução ainda está engatinhando para ser um verdadeiro ponto de venda de um notebook.
Essa telinha, por mais legal que ela seja, deixa o notebook com uma autonomia de bateria inferior ao que se espera e o preço alto. Se você quiser a portabilidade e a beleza desse equipamento, te sugiro fortemente dar uma olhada na versão sem o ScreenPad, modelo UX431. Você vai trocar o i7 pelo i5 e a tela Full HD por um touchpad com teclado numérico, mas vai ganhar na autonomia de bateria e preço mais baixo.
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