O Zenbook S16 é o notebook ultrafino super premium da ASUS. Seu grande diferencial, além de uma construção de altíssimo nível, é o novo processador AMD, o Ryzen 9 AI, que entra nessa onda de inteligência artificial, competindo contra os Intel Ultra e os modelos ARM Snapdragon. Como ele se sai contra outros modelos dessa categoria recém criada, de Notebooks AI? Será que é tudo marketing?
ASUS Zenbook S16 UM5606
- Processador AMD Ryzen AI 9 HX 370
- 32 GB LPDDR5X de Memória RAM
- SSD de 1 TB M.2 NVMe
- GPU AMD Radeon 890M
- Tela de 16″ (2880 x 1800px)
- Wi-Fi 6E 802.11ax e Bluetooth 5.4
- 1,5 kg
Construção e bateria
Quando dizemos que um notebook é ultrafino e super premium, entenda que ele quer competir com os modelos mais avançados, e caros, do mercado.
Uma das principais preocupações da categoria é a construção, e aqui temos uma carcaça com revestimento feito em um material especial, que tem até nome diferente: “ceraluminium”. Um material híbrido de cerâmica e alumínio, que a ASUS promete proteger melhor o corpo, principalmente contra arranhões e marcas.
A estética do Zenbook S16 realmente é diferenciada e bem bonita. Sua traseira tem estampa geométrica e o material especial, dando um toque diferente também para ele.
Além de se destacar contra o mar de notebooks minimalistas, que temos hoje. É uma maquina relativamente leve, com 1,5 kg, dentro da média aí para ultrafinos, e com 1,1 cm de espessura.
Por dentro o Zenbook mudou também, com uma bateria gigantesca, e uma revisão do sistema de arrefecimento. Duas ventoinhas ficam expostas, enquanto que as câmaras de vapor estão escondidas.
Vamos entrar em mais detalhes do calor gerado, quando falarmos do desempenho, mas posso dar um resumo de que ele esquenta um pouco mais.
Podia ser mais grosso e mais frio? Talvez, mas nessa categoria, espessura mínima parece que é o mais importante, e o S16 cumpre o que a tabela manda.
Como todo ultrafino premium, também, não temos muitas peças removíveis. Apenas o SSD NVMe M2, que pode vir com 1 TB ou 2 TB de fábrica, e a bateria. A memória RAM é soldada, e até por isso, ele vem com uma quantidade alta de 24 GB ou 32 GB.
Alias, antes de fechar a carcaça, um comentários sobre a carga dessa bateria, ela tem 78 Wh. Olhando de perto, você vê 9740Ah. É bem alto, se eu não me engano, é a maior que já passou aqui em um notebook que não é gamer. Rendeu aí um tempinho extra aí de uso para ele.
Consegui 4 horas em uso mediano, abusando um pouquinho da CPU enquanto testava ele. Foram mais ou menos 5 horas e 30 minutos com a tela em brilho baixo, da forma que eu costumo trabalhar mesmo.
Ainda não alcança lá os valores dos modelos ARM, e se você contar hora por watt, a Intel ganha. Mas a bateria extra deixou o tempo do S16 muito bom.
Conectividade, teclado e trackpad
Olhando ainda pelo corpo, em questão de conectividade, temos 1x USB-A 3.2, 2x USB-C 4.0 (que aguentam sinal de vídeo e carregamento), 1x HDMI, leitor de cartões SD e o plug de áudio para headset, com fone e microfone.
São três entradas USB no geral, com duas sendo USB 4.0, o que é uma quantidade razoável até, apesar de dentro do esperado para um ultrafino super premium. Mas mesmo que seja algo que sempre vemos neles, eu gosto bastante de elogiar o carregador por USB-C, que é uma praticidade enorme.
Você carrega o note e carrega o celular, com uma fonte bem potente. E, em ultimo caso, pode dar uma pequena carga no notebook, com a fonte do celular, se ela tiver uma potência razoável.
Em conectividade sem fio, tudo bem atualizado também, com Wi-Fi 7 – nem tem roteador direito para isso ainda no Brasil – e o Bluetooth 5.4.
Para fechar a parte física dele, o teclado é bem confortável. Um chiclete com teclas baixas, mas o touchpad tem certo destaque. Ele está bem grande, e tem alguns gestos novos também.
Nos dois cantos, você tem uma espécie de rodinha virtual, para controlar o volume, do lado esquerdo, e o brilho da tela, do lado direito.
Confesso que eu me atrapalhei bastante para entender ele. Mais de uma vez eu deixei a tela escura sem querer. Então eu gostaria de alguma sinalização visual, para saber o canto certo dos controles.
Só que eu não passei tanto tempo assim com o notebook também, e imagino que, depois que você acostuma, fica bastante prático. Principalmente o volume. Esse eu já acerto mais.
Por ser uma máquina de aspecto executivo, a webcam também é muito importante, que tem qualidade razoável. Ela tem resolução Full HD, e consegue desempenhar bem numa reunião. Ela é usada também para desbloqueio facial, e nesses dois usos, os modelos ARM estão melhores.
Queria ver como a AMD se sai, mas ela e a Intel ainda ficam atrás da Qualcomm nisso, até por conta da experiência deles com câmeras de celular. Tanto para fazer chamadas, quando para liberar a tela com seu rosto, os modelos com Snapdragon são melhores.
Tela
Depois de construção, outro foco grande dos super premium é a tela. Embora nem todo ultrafino super premium investe tanto assim em tela. Mas nessa categoria mais ou menos nova de PC AI, parece que todas as marcas pegaram a melhor tela que tinham em casa, para colocar nos notebooks. Se é para ser caro, vai com tudo mesmo, e põe uma tela OLED também.
E, sendo uma tela OLED, ela é maravilhosa. São 16 polegadas, em resolução 3K, ou, mais comumente encontrada, WQXGA+. Se você é gamer, vale a pena gravar essa informação, caso você queira diminuir a resolução do jogo, pois ela é bem exótica. O Full HD ou HD, tradicional, ficariam errados. Em valores, são 2880 x 1800 px na proporção 16:10.
Ela tem ainda taxa de atualização de 120 Hz, e no teste de colorímetro, cobertura quase completa do padrão DCI-P3. É uma ótima tela para edição de vídeo ou fotos também, por conta da acurácia das cores.
Em brilho, ela é relativamente forte, mas não tanto também. Alcança 400 nits no máximo, mas eu nem recomendo você ficar nesse valor. Reduza para algo mais baixo, que ficaria ali em 200 ou 250 nits, pois ainda se trata de uma tela OLED.
Por mais bonita que ela seja, você não quer desgastar ela à toa. O uso de OLED com computadores, com a barra do Windows e janelas sempre parecidas, é praticamente o único uso que ainda desgasta de forma desproporcional a tela.
Desempenho e configuração
O Zenbook S16 está equipado com o processador Ryzen AI 9 HX370. Esse modelo é a resposta da AMD para essa nova ideia de PC AI.
Na verdade temos algumas novidades aqui. Primeiro que a questão dos núcleos mudou. Antes a AMD tinha uma quantidade de núcleos em seus processadores, porém eram os mesmos núcleos, enquanto que a Intel, há algumas gerações, mudou para o conceito de núcleos eficientes e potentes.
Com essa nova linha da AMD, os chips dela também tem uma separação parecida, só que com o nome diferente. Eles colocam como núcleos Zen 5, e os Zen 5 compactos.
Para simplificar a explicação, a diferença entre eles é, como o nome sugere, o tamanho. O Zen 5 compacto é menor que o Zen5, gasta menos energia, porém ambos possuem os mesmos recursos.
Essa é a diferença para Intel, porque os núcleos E são mais econômicos, porém possuem menos recursos. Por exemplo, o Zen 5 compacto tem multithreading, assim como o Zen 5 e o Intel Core P. Mas, o Intel Core E, não tem. Aqui no HX370, a composição é de 4 núcleos Zen 5, e 8 núcleos Zen 5 compactos, totalizando 12 núcleos.
Por conta de todas essas semelhanças, o seu principal concorrente continua sendo o rival tradicional, a Intel, com seus chips Ultra. Existe também a Qualcomm, com o Snapdragon, entrando nessa briga. Mas ela aposta na arquitetura ARM, enquanto esses dois seguem com o X86 tradicional. Isso significa que você não terá problemas de compatibilidade com os programas que você usa hoje. Isso só aconteceria com um Windows ARM.
No PC, a inteligência artificial significa que o processador tem uma parte especial, chamada NPU, que fica responsável pelos processos de rede neural.
A forma que ele usa essa capacidade, depende dos softwares. Nos programas de hoje, a maioria ainda não sabe utilizar essa NPU, então precisamos de mais desenvolvimento na área, para realmente liberarmos todo o potencial desses processadores novos.
Só para dar um exemplo, a Adobe até que está trazendo alguns recursos inteligentes, por exemplo o corte automático do vídeo, mas por enquanto ele utiliza apenas a CPU e a GPU, não a NPU.
Com o gerenciador de tarefas aberto, enquanto o Premiere faz a transcrição, vemos uma média de 50% de uso da CPU, 30% da GPU, com alguns picos maiores, e a NPU fica quieta.
Fica até um pouco complicado para gente, dar uma opinião sobre a NPU em específico, porque, por um lado os avanços de hardware precisam chegar antes dos avanços de software, mas enquanto os dois não se encontrarem, parece uma parte sem muita utilidade do processador.
Ainda assim, diria que apesar desse hype todo em torno das AIs não ser muito frutífero ainda, com nada muito elaborado fora aquelas ferramentas criadas para mostrar a NPU. Eventualmente ela pode ser boa, principalmente para notebooks – que são máquinas mais simples.
Veremos como as coisas acontecem até o ano que vem. Mas se a NPU e toda essa história de PC AI, é apenas um dos “três pilares”, vamos dizer, da nova geração.
Os outros dois são: chips mais econômicos, ou seja, que consomem menos energia, e também terem mais consistência de desempenho entre o uso na bateria e o quando plugado na tomada.
A questão do desempenho plugado ou não podemos ver nos testes de benchmark, onde o HX370 alcança, em média, 15.000 pontos. Isso nos testes dele funcionando na bateria, na tomada, em uma volta ou com o Cinebench rodando por 10 minutos.
Eu encontrei resultados maiores na internet, por exemplo na pontuação do ASUS TUF Gaming no site notebookcheck. De 15.000 ele chega até 21.000. No entanto, faz sentido o S16 ter uma pontuação menor, por conta da sua finura e do seu direcionamento. É um ultrafino premium, que precisa ser bonito, e não um notebook gamer mais parrudo.
O importante é que ele conseguiu esse valor constante em todos os modos, e também, que ele se saiu melhor que o Intel Ultra 9. Com o chip Intel, a pontuação também varia bastante de máquina para máquina, mas pensando no modelo que passou aqui no canal, o Galaxy Book4 Ultra, com Ultra 9 185H – ele pontuou menos, ali na casa dos 13.000 pontos, e era uma pontuação mais instável também.
Além disso, o Ryzen se saiu muito bem também no desempenho de sua placa de vídeo integrada, a Radeon 890M.
A expectativa era que ela fosse equivalente a uma GTX 1650, e realmente, em desempenho puro, ela consegue resultados bem interessantes. Vou até pular o Valorant de sempre, que é leve e rodou de boa, para explorar jogos mais novos.
Meu querido Cyberpunk rodou numa média de 40 a 60 quadros por segundo, dependendo do momento. Isso na resolução de 1440 x 900 px. Lembra que a resolução da tela é maior? Então, no QuadHD+, o jogo fica mais travado, mas reduzindo as configurações, fica mais do que aceitável. Ainda mais para uma placa gráfica integrada.
No competidor, na Intel Arc, eu mal alcanço 30 quadros por segundo. Tentei o Black Myth: Wukong também, e, por ser mais novo, você também precisa reduzir bastante as configurações, mas dá para ficar num nível aceitável também.
Tudo isso aquecendo de forma moderada. Ficou quente sim, a temperatura na superfície até incomoda um pouco depois de um tempo, porém não chega no nível preocupante também. Na comparação, o Intel esquentou menos, porém existe a diferença de desempenho gráfico, que é considerável.
E lembrando que esse é o Ryzen 9, o mais potente dos processadores novos. Mas ainda assim eu fiquei curioso para ver o desempenho do Ryzen 7 e do Ryzen 5, nos notebooks. Mas no geral, parece que eles estão bem direcionados nessa questão de jogos. Claro que o notebook não é um modelo gamer.
Conclusão
Primeiro temos a questão do direcionamento. Ele é feito para ser uma maquina relativamente rápida, para executivos e, em alguns tipos de uso, mais leves, para editores e designers também. Ele tem o corpo bem fino, que o torna ótimo para uma reunião com cliente. Se você é um arquiteto, por exemplo, tem uma bela tela para mostrar seus projetos, potência suficiente para ajustar algo no software, e uma maquina apresentável – não um trambolhão cheio de leds.
Mas existe um segundo motivo também, para você não pensar no S16 como um notebook semi-gamer, que é o preço. Pelo seu valor, você consegue maquinas mais potentes.
Inicialmente, o valor do S16 é de 16mil reais, que, por mais estranho que seja, é um valor bom de lançamento. Ele tá parecido ali com o Galaxy book 4 Ultra e metade do valor do XPS de 16 polegadas. Sim, é um valor altissimo, mas bastante condizente com o que você encontra no mercado.
E dentro desse contexto, ai sim você encontra alguns diferenciais legais para o S16. Ele tem a tela OLED, que também está presente nos seus concorrentes, mas num custo premium um pouco menor. E o Ryzen 9 que se mostrou um processador muito interessante.
Vale a pena esperar alguns meses se ele te interessou, pois mesmo essa categoria costuma cair um pouco de preço com o tempo, mas a conclusão é que a AMD acertou o suficiente. Não tem uma NPU mais útil ainda, que seus concorrentes, porém na parte gráfica ela compensa e supera gerações anteriores e seus concorrentes principais.
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