A BIQU B1 é uma impressora 3D que vem ficando bastante conhecida por trazer evoluções esperadas e bem necessárias para o formato de impressora que a Ender 3 cunhou. Ela é silenciosa, pronta para upgrades e aborda de forma diferente algumas das atualizações que a própria Creality deu para suas máquinas. Eu passei algumas semanas utilizando essa máquina e quero dar uma resumida no que ela é capaz.
Mas antes, vale ressaltar que a BIQU B1 só pode ser importada, e eu realmente recomendo a Banggood por conta do seguro de tarifa que eu já utilizei e funcionou. Impressoras geralmente são taxadas e o valor é normalmente maior do que o seguro. Então vale a pena. A BIQU enviou esse equipamento para o review, mas não teve acesso nem influenciou de forma alguma o conteúdo.
Montagem e características
O primeira detalhe interessante é que ela já vem meio montada, e contém instruções claras. Eu achei legal que os saquinhos de parafusos já tem informações de que passo serão usados. Deu tudo certo, e eu levei quase uma hora e vinte minutos. Tem gente que fala que monta uma dessa em 30 minutos, mas não consegui ter essa agilidade toda.
Aqui, já começamos a ver algumas diferenças. O tipo de fixação utilizada para a estrutura vem apenas pelo lado e fez com que eu precisasse de algumas tentativas para deixar tudo bem quadrado. Coisa que em máquinas que tem parafusos vindo também debaixo geralmente se consegue realizar de forma mais fácil.
Com tudo montado, dá para perceber como essa é uma máquina bastante esguia, por assim dizer. O seu perfil é mais alto do que largo, ocupando menos espaço que a Ender 3 v2 e bem menos que a Anycubic i3 Mega.
Sua área de impressão é um pouco maior do que a desses outros dois modelos com 23,5 centímetros por 23,5 centímetros e uma altura de 27 centímetros. A empresa faz isso mantendo o mesmo tamanho de mesa, mas indo até o limite dela e subindo toda a estrutura por mais alguns centímetros. Para quem quer fazer vasos ou produtos maiores, está aí uma vantagem.
Assim que a máquina foi ligada, fiquei impressionado como é silenciosa, e isso tem relação direta com os componentes internos. A placa mãe SKR 1.4 é de 32 bits e uma das mais atuais, fabricada pela BIGTREETECH, empresa a qual a BIQU faz parte.
Essa plaquinha, por exemplo, já tem steppers também de boa qualidade e possíveis de serem trocados, já veio preparado para a instalação de um nivelador como o BLTOUCH e tem até um driver separado que permitiria um segundo cabeçote de impressão.
A marca ainda fez um ótimo trabalho ao juntar todos os cabos em uma saída única e deixar tudo bonito na traseira do equipamento, junto com a ligação do sensor de filamento, que já está presente também.
Vocês já devem ter viso alguma impressões passando na tela, e o resultado é realmente muito bom. Um pouco melhor e mais consistente do que a Anycubic, que também fazia mais barulho e era mais ‘bruta’ na mudança de direção. A B1 parece estar deslizando com o maior número de ajustes por segundo.
Com essa mesa removível e com textura, o legal é que dá pra você retirar as impressões de forma rápida, e como ela é fina, também esquenta rápido. No geral, as peças aderiram bem, mas eu precisei ficar de olho em ângulos complicados e utilizar mais alguma técnica quando o dia estava mais frio. Essa placa magnética se chama SSS e pode ser usada dos dois lados para ser mais durável.
Infelizmente, o extrusor ainda é de plástico e o hotend não tem a melhor das construções. Essas não são peças ruins e já entregam um desempenho legal, mas são claramente as primeiras opções de upgrade.
Como o extrusor é do mesmo formato dos que encontramos nas máquinas da Creality, é fácil encontrar substitutos. Extrusores duplos podem manter as camadas com um deposito de filamento mais uniforme, e o mesmo vale para um outro hotend.
De fábrica ele aceita qualquer bico V6. Com uma troca rápida nesses pontos, acho que não teria do que reclamar. A própria BIQU deve manjar disso e nem abre a possibilidade de impressão em TPU, se limitando a PLA, ABS e PETG.
Operação e controles
Um diferencial da B1, no entanto, é o fato de ter dois sistemas operacionais embutidos. O padrão utiliza tanto o touchscreen como o botão ao lado para funcionar e traz funções bem legais, como um teste de nivelamento já embutido e pequenas alterações durante a impressão. O segundo sistema é o Marlin, que apesar de não ser tão “gráfico” permite que você vá mais a fundo nas configurações.
Em ambos os modos dá para retomar uma impressão depois de uma queda de energia, mas tem de ficar ligado que precisa ir na sessão de PRINT para conseguir que o pop-up apareça.
A BIQU deixa bem aberto o desenvolvimento do sistema e dá para pegar upgrades de firmware no GitHub deles. Isso seria legal se fosse opcional, mas minha máquina chegou meio estranha e só funcionou depois desse upgrade forçado, que não tinha um processo tão bem documentado assim.
Isso mostra o quanto essa máquina é voltada para aqueles que curtem fuçar, fazer upgrade, trocar uma coisa aqui ou ali. O fato da cabeça de impressão ser retirável do frames, por exemplo, indica que podemos ver um upgrade de cabeça para marcar madeira, ou como eu já falei, uma segunda cabeça impressora.
Vamos passar pelas impressões rapidamente, com o capitão américa tendo um pouco de problemas na base, mas foi culpa minha por não ter nivelado da melhor forma. Mesmo as asas da cabeça não acumularam muito plástico ou deram “stringing”, o que mostra que os 2 ventiladores vão bem.
Um vaso grande ficou basicamente perfeito, tendo pequenos blops de tempos em tempos, algo que dá para ser resolvido tendo a certeza de que o filamento está seco e mexendo no extrusor e hotend.
O mesmo para a impressão de um suporte de notebook, que ficou um pouco mais marcado de uma camada para outra, mas que ainda assim levou um pouco a melhor quando comparado com a Anycubic. Outro exemplo de impressão que eu gostei, mas que poderia ser melhorada é a do Batman.
Em todos os casos, aumentar a velocidade para perto ou além de 50mm por segundo gerou quinas um pouco mais gordinhas. Se você não precisa ou nem quer algo tão preciso, dá pra imprimir bem rápido para peças de teste.
Conclusão
Se eu precisasse resumir de forma rápida a BIQU B1, eu diria que ela é uma impressora 3D barata, abaixo dos 300 dólares, com equipamentos extremamente atuais e que está preparada para upgrades como nenhuma outra nessa faixa de preço.
Eu gostei bastante da BIQU B1, mas como toda máquina de entrada, já começo a sentir que preciso encontrar os próximos upgrades. Um extrusor mais forte e um hotend mais constante podem ajudar bastante a ter peças ainda mais lisas. E seria muito legal ter isso em uma máquina tão silenciosa quanto a BIQU B1.
Quando comparada com a Ender 3 v2 ela tem uma tela com opção touch, uma placa mãe melhor, capacidade de instalação do bltouch de forma fácil e mais possibilidades de upgrade, considerando até mesmo a possibilidade de instalação de uma plaquinha Wi-Fi.
Claro que falta uma comunidade maior, mais acessórios, documentação e disponibilidade para a BIQU avançar, mas fico bem animado com a presença dessa empresa no segmento, já que outros modelos também trazem abordagens diferentes e necessárias.
Para nós do Brasil pode ficar faltando algum tipo de assistência técnica ou até mesmo documentação mais simples, já que quem é bom em fuçar e dar seus pulos irá conseguir atualizar a máquina, mas quem não é vai sofrer um pouco mais.
Luiz Castello diz
Fala Bruno, tudo bem?
Acabei de comprar uma também e se você topar, bora começar uma comunidade para dúvidas e soluções da impressora no WhatsApp ou Telegram?
Forte abraço virtual.
Ericsson diz
Se começar a comunidade tô dentro hein, não comprei ainda mas depois de ler muito sobre o assunto já decidi pela compra dessa impressora. Bora bora!
Adilson Trevisan diz
boa noite pessoal, comprei uma BIQU B1 e estou com um problema, se alguém puder me ajudar agradeço, o que esta acontecendo é que eu utilizo o fatiador Cura e instalei as configurações que vem no cartão de memoria e também o Cura 4.12 já vem com a mesma configuração, na hora que é para ela fazer a primeira extrusão na lateral da mesa, ela esta fazendo fora da mesa, o que pode ser que esta errado?