Esse é o novo Alienware M16 R2, o notebook mais completo da Dell no Brasil e que mudou bastante de uma geração para outra, reduzindo e muito o seu tamanho. Com opções até RTX 4070, tela 240 Hz com os novos processadores Intel Ultra, ele promete ser mais eficiente, mas será que essas mudanças acabam por capar ele? Ou ficou ainda mais interessante?
Construção
Apesar de termos a sensação de que o R2 segue o R1 por conta do seu design bastante similar, a verdade é que é um completo redesenho de projeto.
A retirada do bloco de resfriamento fez com que esse notebook reduzisse o seu tamanho em 15%, ele volta a parecer um notebook gamer comum, mas com uma construção melhor.
Peso saiu de 3 kg para 2,61 kg, e para você ter uma noção, o próprio Inspiron 14 Plus da marca pesa 2,2 kg. Portanto, é um notebook que entrega desempenho mas sem ser tão pesado quanto antes – e isso vale para a fonte dele também que foi reduzida.
Para isso, a empresa tirou as versões com RTX 4080 e 4090, e essa geração vai só até a RTX 4070 e com um processador mais tranquilo, por assim dizer. Lá fora temos a linha X16 R2 e a M18 R2 que trazem configurações mais parrudas. Mas aqui no Brasil esse é o principal modelo da marca.
Na lateral direita temos entradas USB com uma Micro SD que eu nem sei por que está aqui, melhor que fosse logo SD mesmo.
Na traseira, temos duas USB-C, uma delas DisplayPort e outra com entrada de energia, além de uma HDMI 2.1 e a entrada proprietária do carregador.
Para fechar, do lado esquerdo temos uma entrada para RJ45, que é a de internet, e uma para fone de ouvido. Tudo bem padrão, o que é bom, porque simplesmente funciona.
Na tampa temos o mesmo layout do modelo anterior. O que muda é que não está presente mais aquela parte inteira que ficava aqui atrás e era o sistema de resfriamento.
Além disso, o equipamento manteve o interior emborrachado que é bem gostoso de ser usado, mas reduziu as entradas de ar e conseguiu reposicionar o teclado, aumentando o trackpad para um tamanho comum, já que o anterior era pequeno.
O acabamento não pega tanta marca de dedo quanto outros, mas ainda pode ficar sujo com o tempo. É uma relação de amor e ódio que eu tenho com esse material.
O teclado é provavelmente um dos pontos altos que temos por aqui. Ele percorre um caminho maior, se não me engano são 18 mm e fica no meio do caminho entre um membrana e um mecânico na resposta tátil.
O teclado é ABNT, até por que esse produto é montado aqui no Brasil, só que a interrogação e a barra ficam um pouco mais pra baixo – de tal forma que às vezes eu faço a interrogação com o Alt gr + W, um costume de teclados não brasileiros.
Ele tem também à parte de microfone e som do lado direito – que me agrada bastante – e isso libera espaço no function 2 até o 6 para direcionarmos outros atalhos para o notebook.
Tela
O equipamento tem uma tela realmente focada pra jogos e o que mais salta aos olhos é o fato de ser 240 Hz. Temos também resolução QHD com 2560 x 1600 px em proporção 16:10.
Em todo o resto é uma tela bem comum. Temos uma iluminação média de uns 300 nits, com algumas partes atingindo mais, mas não dá pra dizer que é 350 ou 400 segundo nossos testes.
A tela pega 100% do espectro sRGB e pouco mais de 70% de DCI-P3, então de certa forma dá pra você aproveitar todo o desempenho dele pra trabalhar editando imagens, vídeos e mexendo em 3D. Embora não seja o foco.
Existem notebooks para criadores que vão abrir mão desses 240 Hz para ter telas com características de cor e brilho melhores. Acho a escolha da Dell correta, mas acho que a tela poderia ser um pouquinho mais brilhante só pela faixa de preço que ele está inserido.
Jogar à noite no quarto escuro foi super legal, mas eu sou uma pessoa matutina e esse brilho adicional seria interessante. Tem também um pouco de vazamento de luz no canto superior direito e inferior esquerdo. Felizmente os ângulos de visão são bons.
Desempenho
E olha, se a tela não impressionou muito, no desempenho foi justamente o contrário. Minha experiência foi boa, justamente por que ele conseguiu manter um desempenho de 4070 mesmo em um corpo mais enxuto.
Mas calma, vamos por partes. A configuração geral do modelo que temos em mãos é um Intel Core Ultra 9 185H com RTX 4070, 1 TB de SSD NVMe e 32GB de RAM DDR5.
Para começar, o processador Ultra 9 tem várias características mais atuais que o 13900HX do modelo anterior. Utiliza litografia de 7 nanômetros, tem memória RAM mais rápida, maior banda e TDP menor.
Mas ele também tem um desempenho reduzido perante o 13900HX. São 16 núcleos e 22 threads, um valor interessante, mas reduzido perante os 24 núcleos e 32 threads do modelo R1 mais alto.
Em testes sintéticos os números de single core até que são parecidos, mas como existe uma redução de número de núcleos, o 13900HX fica bem na frente em multicore.
Pelo que pude comparar, os resultados parecem não afetar muito os jogos, mas pra quem vai trabalhar com esse notebook, pode existir alguma diferença mais clara.
Muito disso vem do fato de que apesar da mudança de tamanho, o modelo com RTX 4070 manteve seus 140 W de TDP. Existem modelos no mercado com RTX 4070 que entregam 80 W, então é esperado que ele consiga uma boa estabilidade e desempenho superior a outros modelos com 4070 mais finos.
O que importa bastante pra mim é a sensação que eu tenho quando eu pego o notebook. Enquanto eu estava fazendo esse review, foi lançado o jogo Black Myth: Wukong. Eu baixei, liguei e ele simplesmente funcionou e se manteve acima dos 60 quadros mesmo no ultra.
Esse tipo de experiencia é o que você pode esperar desse notebook. A maioria dos títulos vai rodar tranquilamente.
Mas claro, essa configuração ultra estava sem o Ray Tracing ligado e com um DLSS com escala de 67%. Eu liguei o Ray Tracing e baixei para o alto e ainda funcionou perto dos 60 quadros. Reduzi para o médio, o jogo ainda ficou bonito e bati algo perto dos 90 quadros, com uma fluidez mais interessante. Isso mantendo ainda o Ray Tracing.
Cyberpunk 2077 entrou em QuadHD na configuração ultra por padrão e me entregou valores logo acima dos 50 quadros. Mudar para o modo de Ray Tracing baixo teve um resultado similar, já que baixa a configuração e ativa a função. Qualquer redução de configuração já me permitiria subir para algo perto dos 90, o que dá mais consistência.
Eu acabei de pegar o Tiny Tina Wonderland em promoção no Steam e rodei ele também em QuadHD Ultra com mais de 70 quadros por segundo.
O bom é que o notebook basicamente aguenta rodar o seu display de maior resolução sem ficar mudando muita coisa e com uma boa qualidade. Além disso, ele não esquentou muito, sendo que a única região mais quente fica acima do teclado na região do 3 e 4.
Para aproveitar os 240 Hz eu testei o Valorant, que bateu de 320 a 350 frames constantemente em QuadHD e com a maioria das configurações habilitadas.
O surreal é a diferença do modo equilibrado para o modo desempenho em questão de ruído. O desempenho aumenta bastante as ventoinhas para uma mudança não muito grande em FPS.
Isso na verdade é bom, por que o modo equilibrado acabou sendo muito mais confortável. O modo stealth é realmente interessante por habilitar varias funções de uma vez só e melhorar a experiencia geral.
Nosso equipamento veio com 1 TB de armazenamento de boa velocidade e o upgrade possível é colocar mais um SSD nele. A memória RAM vem em dual channel, com dois pentes de 16 GB no nosso caso. Senti falta da opção de 64 GB no próprio site da Dell.
Bateria
Com relação a bateria eu devo admitir que fiquei bastante surpreso, já que para o meu trabalho do dia a dia, com Chrome, brilho até que alto de tela e uma música rolando no fundo ele chegou em 5 horas de utilização, uma marca que tentamos buscar há bastante tempo em notebooks como esse.
Eu lembro de anos atrás comentar sobre desligar a GPU em trabalhos mais básicos, mas o avanço da GPU integrada e das configurações ajuda nisso. Alcancei esses valores na configuração de bateria do notebook dentro do Alienware Command Center. Só aumentei um pouco o brilho da tela porque não gosto do quão apagado fica nesse modo.
Procurando um pouco na internet, encontrei relatos de 10 horas rodando vídeos com o brilho em 50% e dados comparativos que mostram que o R2 chega a ter o dobro de tempo de uso que o R1.
Parte desse avanço vem do fato de que o R2 tem uma bateria com 90 Wh de capacidade, algo bem condizente com os concorrentes esse ano, mas ligeiramente maior que os 86 Wh do anterior.
Outro ponto muito importante para quem quer usar esse notebook fora de casa é o carregador de 240 W que está com um tamanho bastante reduzido. Ele pode levar a bateria de 0 a 100% em 1 hora e 30 minutos ou chegar em 80% em menos de 40 minutos.
Para mim, esse carregamento rápido é vital, mas por utilizar um monitor USB-C me agradou o fato de que temos agora uma entrada traseira que também permite esse notebook ser carregado.
Como geralmente os monitores USB-C entregam 90 W ou 95 W de carregamento, se você utilizar o notebook dessa forma e quiser jogar ele vai perder bateria com o tempo, mas com uso leve ele consegue carregar.
Conclusão
A estratégia da Dell funcionou. Esse é claramente um notebook que eu considero mais hoje como uma opção pra mim do que em sua versão anterior justamente pelo tamanho, pelo aumento da bateria e pela capacidade geral que foi mantida.
Rodar jogos acima de 60 quadros em QuadHD ou pegar um competitivo e atingir 240 frames é tranquilo ao mesmo tempo em que o notebook não esquenta tanto quanto alguns recentes que testamos. As ventoinhas são claro um pouco barulhentas, mas nada que os outros não façam.
Vale dar uma olhada para a concorrência. A Asus importa seus notebooks topo de linha e acaba tendo preços mais altos. O Galaxy Book Ultra com RTX 4070 é focado mais em portabilidade do que desempenho. Depois temos Acer, Gigabyte e Avell com versões da 4070 ainda com processadores do ano passado, mas que no resto das configurações são bem parecidos.
O que importa no entanto é que em preço, quando comparado com esses, o R2 é bem competitivo por R$ 15.500. Além disso a versão com 4070, i9 e 32 GB de RAM faz bem mais sentido por esse preço do que a versão com 4060, Ultra 7 e 16 GB de RAM que sai por pouco mais de R$ 13.300.
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