Se você pretende comprar um drone certamente conhece os equipamentos da DJI. Antes você pegava um Mavic Pro para conseguir uma imagem melhor – em detrimento de portabilidade – ou o DJI Spark para conseguir o contrário. O DJI Mavic Air veio para trazer não só algumas novas tecnologias, como um meio campo entre esses dois modelos.
Para quem serve? O que ele faz? Vale a pena? Deixa eu te contar um pouco mais!
Construção e acessórios
Acho que a primeira coisa que você percebe quando abre a caixa do Mavic Pro é como ele é pequeno, tudo vem super separadinho, o equipamento tem uma case que dá até mais vontade de sair com ele e um controle que se dobra, se fecha, guarda os controles e basicamente fica do mesmo tamanho que o próprio Mavic.
Tanto o drone quanto o controle tem algumas medidas bem parecidas com um celular. Fechadinho ele fica com 17 centímetros por 8. Um iPhone 8 Plus tem quase 16 por 8, então é muito portátil. Ele tem 430 gramas, o que também o deixa bem fácil de carregar. O Mavic Pro, pra comparação tem tem pelo menos 300 gramas a mais e o Spark tem só 300 gramas.
Apesar do Mavic Pro parecer um pouco mais robusto por causa dos materiais, o Mavic Air parece muito mais maduro do que o modelo anterior, com linhas mais complexas e aerodinâmicas.
Parece que tudo foi pensado no modelo, que se dobra milimetricamente. Tudo se encaixa bem por aqui. E apesar de ter bastante componentes em plástico ele não passa realmente a sensação de quebrar fácil ou de ser mais barato. O spark parece um brinquedo, esse aqui parece um híbrido bem planejado.
Acho que outros avanços legais nesse modelo aqui já podem ser vistos na parte de fora do Mavic Air. A primeira coisa é a câmera, com estabilização em 3 eixos. A qualidade é bastante parecida com a do Mavic Pro e bem melhor do que a do Spark que tem apenas 2 eixos. Mas o que é mais importante é o fato de a câmera ficar mais protegida do que no modelo anterior da marca. Claro, você não quer bater um drone, mas vale ter essa proteção até para ela ficar menos suscetível ao vento.
Sensores e controle remoto
Alguns modelos anteriores da marca implementaram tanto sensores frontais como inferiores, mas uma novidade legal no Mavic Air é a presença de sensores traseiros que servem para o equipamento detectar se vai bater em alguma coisa quando dá ré.
Ele fica te avisando com um apito enquanto você tá dirigindo ele no manual, te impede de avançar pra cima de pessoas e segundo os nossos testes, o drone é bastante cauteloso no modo automático ou de tracking. Se tem alguma coisa meio perto ele já para e te dá o controle sobre o drone de volta. Apesar de bastante eficiente, é necessário ter consciência de que ele não tem sensores laterais, o que pode gerar um acidente.
O controle é dobrável e possui uma construção bem legal. Achei essa ideia da DJI de esconder os joysticks dentro do próprio controle para consegui deixá-lo ainda mais portátil uma mão na roda e fiquei feliz de que o controle acompanha todos os 3 tipos de cabos que você precisa para conectar com um celular, micro USB, USB-C e lightning.
Ele tem sua própria bateria de 2970mAh, necessita do celular para funcionar e acaba até mantendo o celular sem gastar bateria. O meu Galaxy S8, por exemplo, gastou 4% de bateria em 40 minutos de uso porque eu acabei mexendo nele com o controle desligado. Então assim, ele não carrega o celular, mas segura a carga. Isso deve dar ai umas 5 horas de autonomia para ele.
Potência do sinal e ruído
A transmissão do sinal é feita através de Wi-Fi e apesar de avisarem que a distancia máxima é de 4 quilômetros, se você estiver em um lugar com o mínimo de interferência de casas e pessoas, pode ir diminuindo bem isso, em cidade conseguimos 1 quilômetro desviando de alguns locais que tinham grande interferência, por exemplo.
É possível também ligar o drone diretamente do celular, sem precisar do controle. Sua velocidade e distância é drasticamente reduzida, tornando esta função uma opção para cenas mais próximas.
Na hora de ligar o drone, tivemos uma surpresa boa, ele se mantém bem estável sem fazer muito barulho. Segundo testes do pessoal da capetown tours, o Air tem uma pressão sonora de 76 decibéis contra 77 do Mavic Pro normal e 70 decibéis do Pro Platinum. Ele tem um sonzinho mais fino, mas não incomodou.
O Mavic Air traz uma função bem legal que segue o usuário, isso é chamado de tracking e funciona bem em boa luz. Ele traz muito do que já foi apresentado no DJI Spark, possibilitando que você faça alguns tipos de cenas sem o uso do controle.
Ele pode ser uma opção quando você está sozinho, quer aparecer na filmagem sem o controle ou algo do tipo, mas demanda um bom tempo de experiência para construir umas cenas mais legais. Se você é profissional, provavelmente vai sempre mexer com o controle. Esses modos automáticos são divertidos e usuais, mas dificilmente compõem uma cena mais complexa.
Câmera e autonomia
Com relação a câmera, eu fiquei impressionado! O equipamento possui uma lente de 12 megapixels com abertura f/2.8 e que tem bastante possibilidades de movimentação. Basicamente tem um pouco menos de opção que o Pro, mas já são ângulos bem expressivos.
Ele grava em até 4k a 30 frames em 100Mb/s, o que é uma qualidade bem legal. Para fotos, é possível armazenar o arquivo em RAW para edição posterior e aplicar a função de HDR para conseguir uma melhor faixa dinâmica. A qualidade da imagem realmente fica boa, até porque você pode gravar com menos cor e ajustar depois ou simplesmente usar uma opção pré definida.
Ele já vem com uma memória interna de 8GB que dá uns 10 minutos de gravação na qualidade máxima, mas um pouco mais em menor qualidade. Eu achei incrível isso porque eu realmente esqueci o cartão umas 2 vezes e ainda sim deu pra filmar, mas se você quiser, dá para levar um micro SD e encaixar nele ou transferir o que estava nesses 8GB internos através de um cabo USB-C.
Como todos os drones, sempre sentimos falta de um pouco mais de bateria. O Mavic Air consegue funcionar por mais ou menos 21 minutos, mas tirando o tempo de decolagem, uma margem de erro e um pouco do vento, você tem uns 15 minutos úteis. Eu achei uma boa média, afinal o modelo Pro tem 27 minutos com uma carcaça proporcionalmente maior.
Por isso mesmo existe um kit já com 3 baterias, o que dá 1 hora de uso sem precisar de uma tomada. Eu particularmente recomendo esse kit, porque não dá para fazer nada de 15 a 20 minutos.
O que eu achei legal é mesmo o aplicativo, que vai te avisando certinho quanto tempo demora pra voltar, quanto tempo falta, vento, altura, distância e tudo mais. Muito bom se você souber fazer uma leitura e não ficar abusando do equipamento.
Você consegue tocar em lugares até onde quer ir pelo aplicativo e pode atingir até 68km/h se ligar o modo sport. Isso é bem legal para gravar carros, mas o gimbal começa a perder sua qualidade acima de 20km/h, obrigando à usá-lo em algumas posições que não pegam tanto vento ou usando o Mavic Air de costas, para o vento bater contra o corpo.
Ele sobe até 4 metros por segundo e desce em 3 metros por segundo no modo esporte, o que dá uma agilidade legal ao equipamento. No modo normal, metade da velocidade. Além disso, ele é estável, mas conforme fica mais longe, principalmente em áreas mais habitadas, o seu sinal vai perdendo força e essas pequenas travadinhas e atrasos de sinal acabam por te tirar um pouco de confiança, coisa que o Pro consegue resolver com um controle via rádio.
Conclusão
O Mavic Air é basicamente o drone mais completo para começar a ser usado profissionalmente ou está ali no topo dos drones amadores. Ele grava em 4K, é bem estabilizado, pequeno, tem armazenamento interno e não sai tão caro assim. Agora, dependendo do seu tipo de uso, pode precisar de um pouco mais de bateria, maior estabilidade e distância de uso que só modelos mais caros vão te dar, mas pra mim, o Mavic Air já me atende para tudo o que eu preciso.
Ele foi lançado por aqui por R$4.200,00 com apenas uma bateria ou R$5.200,00 em um kit com 3 baterias e hub de carga.
Legalzinho, mas detonou o Spark. Injustiça.