O Samsung Galaxy J6 é o irmão do meio da linha J de 2018 e sucessor espiritual do Galaxy J5 Prime, o aparelho mais vendido no Brasil ano passado. Olhando as especificações já dá para perceber que ele traz algumas melhorias, mas será que é o suficiente para justificar o upgrade? Aliás, pra quem que vale esse celular aqui? Isso é o que vou discutir no vídeo de hoje.
O J6 é provavelmente o intermediário econômico mais intermediário e econômico da Samsung nesse ano. Pode parecer estranho eu já jogar na lata isso no começo do vídeo, mas vamos entrar em cada um dos pontos.
Primeiro, ele não dá nenhum passo para trás – diferente do Galaxy J8. Não é que o J6 dê grandes saltos tecnológicos, ainda faltam várias funções nele e nessa linha como um todo, mas ele tem tudo que eu esperava de um aparelho nessa faixa de preço.
Tela e design
Começando pela tela, a resolução contínua HD, e raramente você vai encontrar um smartphone por menos de 1000 reais que seja diferente, principalmente na nova proporção que vai além dos 16:9 – que é o caso aqui. Quase todos os novos “Jotas” já estão usando o 18,5:9, e por aqui são 5,6 polegadas, deixando o J6 com um perfil mais comprido e com uma pegada bem “pequena” para os padrões atuais.
Eu gostei da ergonomia e do fato de eu conseguir chegar em todos os pontos da tela. A Samsung também tem colocado tela AMOLED em tudo quanto é produto, garantindo assim um bom brilho, melhores ângulos de visão, contraste infinito e cores mais vivas – características deste tipo de display.
De resto, o corpo tem tudo que precisa. O leitor de digitais fica na traseira, logo embaixo da câmera solitária, a entrada USB é do tipo B e perto dela você encontra o P2. O que não está embaixo é a saída de som, ela fica do lado direito – numa posição boa -, que não é fácil de tampar vendo vídeo com o celular na horizontal.
A verdade é que apesar de bem posicionado ele fica devendo em qualidade. Além disso o J6, tal como a maioria dos modelos da linha J tem duas bandejas separadas que dão suporte a dois chips de operadora e expansão de memória. Função essa complementada pelo software que duplica os principais comunicadores – eu sempre gosto de ressaltar a facilidade que é ter 2 Whatsapp nos modelos da Samsung.
Outro grande atrativo desse modelo em específico é o suporte para TV digital, realizado através da antena que vem na caixa. No geral o conjunto pega bem através da tecnologia FullSeg e tem um software bem completo. Mudar de canal é rápido, dá pra tirar print screen da tela e gravar o que você está assistindo.
O único problema é se você estiver em algum lugar que não recebe sinal. Nosso estúdio parece que tem uma blindagem em volta e pega bem mal, mas na rua consegui encontrar praticamente todos os canais que “interessam” com uma qualidade, alguns HD, alguns ainda SD.
Desempenho
Já a escolha de hardware se restringe a duas opções: 32GB ou 64GB de memória interna e apenas 2GB de RAM. A RAM limitada pode ser um incômodo, e é provavelmente o ponto que mais limita a vida útil do J6. Se possível, pegue a versão com mais espaço, afinal dos 32GB, apenas 23GB estão livres após instalação do sistema operacional.
Esse espaço pode ir embora ainda mais rápido se você pretende gravar programas da TV digital – o app mostra um pouco mais de 2 horas de gravação, ou seja, mal da pra gravar um jogo do brasileirão.
Em questão de processamento, o J6 vem com o Exynos 7870, um chipset octa core de 14 nanômetros que também está presente em alguns outros aparelhos da linha J, por exemplo o J7 Pro e o J5 Prime. Pelos resultados de benchmark, esse processador fica um pouco atrás do Snapdragon 450 e do 625. Mas, olha, quando associado com uma tela apenas HD ele consegue alguns resultados até que bem intermediários.
Eu consegui jogar numa boa o Grand Chase mobile – que acabou de ser lançado – e só rolou umas travadas de vez em quando. Também dá pra brincar tranquilo no FIFA e no PUBG, é só diminuir a resolução para a mais baixa. A preocupação na verdade nem é pra hoje e sim pra longevidade dele.
Eu não senti a interface travar muito, nem lerdezas maiores para abrir aplicativos. O problema é que ele ainda está na versão 8 do Android e acho bastante improvável ele ser atualizado para o 9. Pelo menos até agora não saiu nenhuma informação sobre isso.
Um ponto que vale ser comentado é que já nesse aparelho temos o reconhecimento facial – ele não é tão rápido como de um OnePlus 6 mas já quebra um bom galho em boa luz.
A bateria do J6 é de 3000 mAh, conseguindo bons tempos para reprodução de vídeo e de uso de tela no geral, graças a sua resolução baixa, e um consumo médio jogando – chegando talvez em umas 4 horas em algum jogo mais pesado. Acho que nesse ponto não da pra dizer que ele impressiona – é bem padrão mesmo. Para carregar ele até decepciona, com um carregador de 5W você certamente terá de carregar à noite.
Câmera traseira e frontal
Um ponto onde as alterações não foram drásticas foi na câmera. Os sensores tem 13 megapixels na traseira e 8 na frontal, e abertura de f/1.9, não trazem muito mais do que se espera para essa faixa de preço.
As fotos da câmera principal possuem pouca definição em média e baixa luz, o HDR existe mas é pouco aplicado por falta de melhor processamento e o modo retrato feito de forma artificial até consegue bons recortes, mas sinceramente, esses sensores são praticamente os mesmos do Galaxy J4, outro aparelho da Samsung com um foco ainda mais econômico.
A selfie sofreu um downgrade quando comparado com a resolução da série Pro, e permanece tendo menor resolução e se mantendo borrada – um problema comum nas câmeras da Samsung. Em boa luz o resultado até que é legal mas até a captura fica lenta quando temos menos luz.
Para filmagens não dá para esperar muito, a gravação vai só até Full HD e a estabilização é bem fraca. Na frontal, a resolução só vai até HD e mantém o mesmo chacoalhar incômodo, então nada de stories com uma ótima qualidade. O grande resumo da conversa é que apesar de ser bem “ok”, um Galaxy J5 Pro do ano passado consegue fazer melhor.
Conclusão
Pelo preço perto dos 800 reais o J6 é realmente um celular interessante. Eu gosto de falar para investir um pouco mais em outras opções mais consistentes, só que nessa faixa ele entrega um bom kit – TV digital, tela amoled esticada, software que permite aplicativos duplicados e a segurança da Samsung.
Melhor que o J4 que vai ficar ultrapassado rápido e uma ligeira evolução da linha J5 Prime, com câmeras ligeiramente melhores que o Moto G6 Play, que oferece mais bateria e uma performance parecida.
Agora, no final do ano saiu o J6+ que traz acabamento em vidro e mais memória RAM, uma opção ainda melhor se você conseguir encontrá-lo perto ou abaixo dos 900 reais.
Celia Ortiz diz
Estou em dúvida entre o J6 e o J6 Plus. O que me recomenda?