Esse é o Galaxy Note 10+, o melhor smartphone da Samsung no momento. Como sempre, ele é uma composição de várias características, um pau para toda obra focado em te dar o máximo de possibilidades. O contraponto é que você claramente tem de pagar mais por isso, então será que vale? Pra quem? E claro, porque não pegar o Note 9 ou um Galaxy S10? É o que vou tentar discutir com vocês no review de hoje.
Eu quero começar falando que eu estava errado. Sim, ao ver o lançamento do Galaxy Note 10, eu dei uma opinião mais ácida, mais pessimista, e sinceramente, eu paguei minha língua em algumas questões depois de poder testar o Note 10+ por alguns dias, mas ainda me mantenho firme em outros pontos, e claro, eu vou explicar todos eles.
Para começo de conversa, o Galaxy Note 9 recebeu várias opiniões de melhor do ano em 2018 por sua versatilidade. Ele era um celular sem nenhum comprometimento – não faltava nada, mesmo que não tivesse tudo. Um celular para quem quer ser mais.
O mote do Note 10 aqui no Brasil é poderoso igual você – poder, possibilidades, conseguir fazer tudo. E bem, depois de um Galaxy S10+ que já faz quase tudo, o que o note pode adicionar?
Design e construção
Tela e corpo é um dos primeiros pilares do modelo Plus, que é na verdade a atualização do topo de linha do ano passado com 6,8 polegadas, a maior tela em um Samsung. O que impressiona, principalmente depois de testar um Galaxy A70 e Galaxy A80, que também tem telas enormes. É que o Note 10+ parece mais enxuto, mesmo sendo um pouco maior que o ano anterior.
Imagino que não só a tela maior e com menos bordas dá essa sensação, mas o fato de eu ter passado a usar celulares cada vez maiores. Depois do OnePlus 7 Pro, é fácil achar esse ergonômico, mesmo que ainda precise de duas mãos para ser utilizado.
Aproveitando, a tela não só é grande como recebeu a melhor nota pelo Display Mate, então ela tem bastante coisa boa: resolução Quad HD, mais brilho que todo mundo, boas cores, redução de luz azul. A tela está linda, mas sinceramente, depois que você testa um aparelho com 90Hz ou 120Hz de taxa de atualização, não tem mais volta.
Eu não acho que é exatamente uma necessidade, afinal eu uso um celular com tela apenas HD, e não me incomodo, mas quando a gente olha para o Note 10+, que precisa ser o “completão”, passa a se questionar a ausência de alguns recursos e novidades.
S Pen
O que nos leva para o segundo ponto de diferenciação do Note 10+, e que claro, o coloca em uma cesta totalmente diferente de qualquer outro celular: a caneta.
Esse ano ela recebeu um giroscópio para permitir que você faça gestos para mudar a câmera. Aliás, está aí uma das principais aplicações, usar a câmera frontal sozinho, em grupo sem um fotógrafo, se gravar sem precisar de ajuda.
Dá para desenhar, escrever e fazer umas bobeiras legais com a caneta. Eu particularmente tentei editar um vídeo no Adobe Rush com essa caneta e percebi que não ficou tão diferente do dedo, esperava uma diferença maior. Parece que o software já foi pensado um pouco mais para o dedo, então a precisão só acelerou um pouco o processo.
Acho que posso até passar uns minutos rápidos por aqui antes de passar para a próxima característica. Como um celular que precisa ser versátil, o Note 10+ provavelmente vai ganhar de todo mundo. Fico chateado para caramba que ele não tem mais a entrada P2, uma solução que facilita demais a vida de produtores de conteúdo, um dos grandes possíveis usos desse produto.
Desempenho
O Exynos 9825 que chega aqui no Brasil agora tem um litografia menor e mantém um desempenho mais do que necessário do dia a dia. Como sempre, dá para jogar tudo o que você quiser na resolução máxima, sem problema nenhum.
A empresa anuncia que tem uma câmara de vapor que ajuda a não deixar o processador esquentar, e olha, os resultados não são muito diferentes, mas é um aparelho que não esquenta horrores. Então sim, de alguma forma funciona.
É com os 12GB de RAM e até 512GB de armazenamento que esse equipamento aqui vai melhor no Samsung Dex, função que eu particularmente gosto bastante e que agora pode ser espelhada em qualquer PC ou Mac. Com isso, você pode responder mensagens diretamente do celular, acessar a tela dele sem o Dex pelo próprio computador e trocar arquivos entre os dois sistemas, pra mim uma das melhores soluções.
Agora no lançamento, eu corri para tentar testar o Linux on Dex, solução que poxa, com mais espaço interno, processador e RAM seria bacana, mas descobri que não está disponível para o Note 10. Isso não faz muito sentido e imagino que deve chegar depois. Sobre o Dex no PC, é legal ter essa possibilidade, mas ainda temos alguns engasgos rolando.
Software
Ainda em software, eu queria falar um pouco de câmeras, na verdade, fazer a ligação entre os temas. O Galaxy Note 10+ tem basicamente os mesmos sensores de um S10+, mas sempre chega com um pouquinho mais de otimização em alguns pontos.
Parece que a Samsung lança no S10 e trabalha um pouco mais no na linha Note. O importante é que seja por updates ou por um novo esforço, eu gostei bastante da versatilidade da aplicação de câmera.
Temos foto, vídeo, fotos noturnas, timelapse, slowmotion, mais um monte de opção, e claro, o modo Pro, que tinha ficado de fora anteriormente.
Uma função que eu já tinha visto no A80 e que por aqui fica mais consistente, são os modos de foco dinâmico, que geralmente funcionam bem com apenas 1 ou 2 pontos – pelo menos na minha opinião.
Gostei também bastante do resultado do modo Instagram. Parece que desde o S10 pra cá, tivemos algum tipo de ligeira evolução. Tem de usar só direto do app de câmera mesmo, criando uma camada de dificuldade que ainda incomoda. Definitivamente o Galaxy Note 10 e S10 são os melhores Androids para Instagram. E no geral para fotos também.
O Note 10+ se destaca mais em sua bateria. E a questão aqui não é quantidade, já que a diferença de 4100mAh para 4300mAh quando comparado com o S10+ é basicamente uma adaptação para o tamanho da tela.
O Note 10+ vai ganhar então em velocidade de carregamento cabeado, onde passa a aceitar carregadores de 45W, que infelizmente não vem incluso na caixa. Eu falo isso porque o carregamento sem fio 2.0, outra característica legal já estava presente no S10.
No geral eu não tenho do que reclamar de bateria não. Na resolução 1080P eu gastei quase 20% por hora jogando meu típico Arena of Valor, gastei um pouco mais que isso me filmando, mas consegui em todos os momentos chegar no final do dia.
Câmera traseira e frontal
Tudo por aqui vai ser igual ao S10+, mas eu preciso comentar, afinal esse é um review. A câmera principal de 12 megapixels não precisa de muitos megapixels como vem sendo falado para fazer um bom trabalho. Ela fica no padrão do último ano com bom HDR estabilização. Não tenho do que reclamar dela.
Mas eu realmente acho que onde o Note 10 vai se diferenciar é no fato de que a câmera de zoom tem estabilização ótica, o que é ótimo. E na qualidade e no modo super estabilização, que serve nas mais variadas situações.
Para mim, quando falamos de um intermediário, pode valer a pena comprar aquelas lentes separadas, mas o Galaxy Note 10+ basicamente elimina isso com esses vários sensores de qualidade. Dá para sair só com ele e não se preocupar. Infelizmente, o modelo menor tem alguns downgrades, e fico chateado de o modelo menor ter de retirar a câmera de time of flight, já que o modo de foco dinâmico sai claramente melhor na câmera traseira.
Acho legal a implementação do editor de vídeo no celular, mas não tive tempo de testar profundamente nos poucos dias que tivemos para review. Talvez com o tempo eu me acostumasse com ele, mas o Adobe Rush tem uma cara mais do que eu estou acostumado. Bom para aplicações simples.
Conclusão
O Galaxy Note 10+ se diferencia do S10+ em tela, caneta e bateria. Só vale a pena se alguma dessas funções te atrair, já que o DeX no PC não foi um chamariz tão grande quanto eu esperava.
Com relação ao aparelho no mercado, ele certamente é o mais completo e consistente para criadores de conteúdo, é tipo um canivete suiço, principalmente se você já tiver feito upgrade dos seus microfones para o USB-C.
Mesmo assim, eu sinto o Note 10+ como um avanço incremental, que não se esforçou tanto assim para quebrar tudo e tentar dominar o mercado. Se isso é para deixar o S11, que vende mais, ainda mais diferente e poderoso ou se é para o Galaxy Fold parecer o topo do topo de linha mais evidente eu não sei. Mas eu sempre fico com o desejo de que o Note poderia ter trazido um pouco a mais, como uma tela 90Hz, um sistema mais fluído e um modo noturno de verdade.
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