A Samsung lançou esse ano dois aparelhos que deram o que falar, em Março o Galaxy S9 Plus apareceu com construção igual ao ano passado e hardware que apesar de bom, não incrementava tanto assim pra justificar um novo investimento – eu mesmo optei por não trocar o meu Galaxy S8.
Agora, em setembro, surgiu o Galaxy Note 9 com praticamente as mesmas especificações técnicas do S9 Plus e com pequenos incrementos que o colocam como aparelho mais completo do ano. Será que essas diferenças justificam o título e o preço mais alto?
Design
Para começar o embate, existe um fator que, pessoalmente, costuma me incomodar, os dois aparelhos são enormes. Eu já achava o S9 Plus com tela de 6,2 polegadas um pouco acima do necessário, mas o Note 9 com suas 6,4 polegadas fica bem longe da minha zona de conforto.
Nada errado em gostar de celular grande, é só que eu prefiro os que cabem na minha mão. Ambos utilizam tecnologia Super AMOLED de ótima qualidade, resolução 1440p e brilho quase idêntico, perto de 800 Lux.
Algo bom do note 9 é que essa forma que ele tem, levemente mais quadrada, limita o corte nas bordas feito por essa máscara de cima, liberando espaço para vídeos e outros aplicativos. A S Pen possibilita também um uso melhor do espaço de tela, afinal, você não precisa usar o seu dedão de batata na frente das coisas para selecionar algo.
Inclusive, é nessa pecinha de apenas 11 centímetros em que encontramos grande parte do diferencial entre esses dois smartphones. Desde o começo, ela define a linha note e possibilita uma série de funções específicas que seria impossível em qualquer outro lugar.
A implementação da tecnologia bluetooth permite funcionalidades de um controle remoto, além de ser uma simples caneta, você consegue passar um slide no Powerpoint, tirar fotos de uma certa distância do celular e configurar o botão para abrir e controlar um app específico, como por exemplo mexer no Spotify quando você estiver curtindo um som durante o banho.
Essas funções novas complementam o tradicional navegar, escrever e desenhar que a caneta já tinha. Sinceramente, você tem de se acostumar a usar essas funções e nem todo mundo vai achar algum uso pra elas, mas como é de praxe em qualquer Samsung você pelo menos tem a opção.
Desempenho
As mudanças não param por aí, mas essa é certamente a mais importante, porque de resto são detalhes bem pequenos e às vezes até irrelevantes. O hardware, por exemplo, está quase todo igual, o Note 9 começa idêntico ao S9 Plus, com 128GB de armazenamento e 6 de RAM e tem opção de ir além se você desembolsar um pouco mais.
Os dois aparelhos também possuem o Snapdragon 845 nas versões brasileiras, mas infelizmente a versão do Note 9 que temos aqui é a internacional e está com o Exynos 9810. Não que isso crie uma discrepância muito grande, dá pra dizer que tem uma diferença mas chega a ser superficial, mesmo o sistema de resfriamento especial do Note 9 não distancia os dois aparelhos, é um detalhe de um é melhor que o outro e vice versa que no resultado final acaba os deixando bem semelhantes.
Câmera traseira e frontal
Na câmera, a mesma história, especificações iguais com resultados próximos, os sensores são de 12 MP na principal com a “abertura dupla”, tecnologia que varia entre f/1.5 e f/2.4 para melhores resultados em qualquer condição de luz.
Ela apareceu pela primeira vez lá no S9 e eu espero que continue sendo usada por um bom tempo. Além disso, também estão presentes nos dois equipamentos a segunda câmera para zoom de duas vezes, vídeo em super câmera lenta, selfie de 8 MP – é tudo repetido mesmo – qualquer diferença entre as fotos é atribuída a incrementos no software do Note 9.
É aquela conversa de Ai Câmera com reconhecimento de cena e foco melhorado, mas como o hardware e os sensores são iguais, nada impediria o S9 Plus de receber esses ajustes. É questão da Samsung segurar o update pra ganhar uma grana com esse “avanço”.
As fotos estão bem semelhantes, a maior divergência fica em nitidez de fotos noturnas. Em boa luz, conseguimos uma faixa dinâmica um pouco mais bem definida.
Depois das atualizações de software que ocorreram no fim de Setembro, o modo retrato no geral ficou bem melhor no Note 9, com mais nitidez em todas as situações. É incrível como o mesmo hardware dá pra ter um resultado tão diferente. Além disso a estabilização em vídeos em 1080P também teve uma boa melhora, outro incremento de software.
Outro ponto que o Note 9 diverge do S9 Plus é na bateria. 4000 mAh é realmente um número de quem quer durar o dia todo e isso realmente acontece, mas como eu comentei lá em cima, nosso Note está com o chipset Exynos que tem uma eficiência energia um pouco pior que o Snapdragon 845, então é preciso levar isso em conta para a comparação.
Por conta disso os dois ficam bem próximos durante quase todo o dia, com o S9 morrendo faltando ainda 6% no Note 9. E pelo que eu vi lá fora com o Snapdragon ele consegue 1 até 2 horas a mais de tela que o S9 plus.
É claro que essa bateria a mais também significa mais tempo na tomada, 1h30 contra quase 2 horas. Felizmente o carregador de 15W fast charge consegue dar uma carga boa em pouco tempo e a opção de carregamento sem fio também está presente nos dois, afinal, em 2018 não dá mais pra deixar isso de lado e querer ser topo de linha.
Conclusão
No final, fica fácil escolher entre esses dois aparelhos. O Galaxy S9 Plus, saindo mais barato, tem um custo benefício melhor se sua preocupação for um top de linha com desempenho e câmera acima da média.
A maior longevidade de bateria do Galaxy Note 9 e as funcionalidades da S Pen dão aquela apimentada na experiência para aqueles interessados em combinar mobile e produtividade, mas pagar mais de 1500 reais só por isso é um pouco complicado.
Parte do que o Note 9 tem de novo está relacionado com software, a presença do Dex sem o dock e a câmera com inteligência artificial, então vale a pena checar se isso não foi implementado de alguma forma no futuro.
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