O Galaxy Tab S4 é o rei dos tablets Android. Pode parecer exagero, mas ele traz o que há de melhor em várias frentes, e principalmente, consegue implementar novas funções que nenhum outro tablet tem. Por isso mesmo, é também um dos equipamentos mais caros atualmente. Então, para quem ele vale a pena? Qual é o tipo de pessoa que pode se beneficiar de ter um Tab S4? É o que eu tento responder hoje!
Design
A linha Tab S chegou em sua quarta geração com poucas mudanças externas. O corpo ainda é inteiro de vidro e totalmente liso com a câmera posicionada no centro. Como no modelo anterior, temos 4 alto falantes AKG posicionados em cada um dos lados do aparelho para você nunca tapar todas as saídas de uma vez, e novamente, é só girar o tablet para que eles redefinem o lado esquerdo e direito do som estéreo.
Novamente, qualidade excelente de som, e sinceramente, eu não lembro do Galaxy Tab S3 para te dizer se teve alguma melhoria real ou não, mas é bom. A tela Super Amoled de 10,5 também é bem bonita em ambientes de média iluminação. Aliás, essa tecnologia é sinceramente a melhor opção que temos para tablets e celulares hoje em dia.
Desempenho
Agora, pelo preço em que é oferecido, eu sempre acho estranho que a linha Tab S sempre vem com um processador do ano anterior. Por aqui temos um Snapdragon 835 e apenas 4 giga de RAM. Além disso, a opção de entrada conta com 64 giga de armazenamento pulando direto para 256 apenas na Coréia.
No geral a experiência com esse conjunto é boa, mas depois de ter utilizado o Dex no Galaxy S8 e no Galaxy S9 eu pude sentir o que um processador mais atualizado pode fazer e fico preocupado com a “durabilidade” desse equipamento ao longo dos anos e de atualizações.
Aliás, vamos começar a falar disso. O Galaxy Tab S4 é provavelmente o primeiro e o melhor tablet para trabalho, produtividade e afins. Ele permite muitas opções de setup, sem brincadeira. A primeira é o modo tablet. Dai dá para você ligar e dobrar a tela em um monitor, mas ainda sim no modo tablet. Você pode desconectar tudo, ligar o DEX e ficar com um notebook compacto se tiver uma capa teclado.
Se por outro lado quiser voltar para sua mesa e usar duas áreas de trabalho, dá para ligar o modo DeX, colocar um mouse e teclado externo e pronto, nessa configuração, o tablet pode virar uma “segunda tela” com sistema operacional Android e touch. Como você está usando teclado e mouse, dá também para deitá-lo e transformar o tablet em si em um trackpad.
Se não estiver bom o suficiente, dá para instalar o linux ubuntu e ter uma experiência completa de computador com ele – ao mesmo tempo em que ainda tem essa segunda tela Android.
Realmente, dá para montar inúmeros setups com esse equipamento aqui. Acho que é o primeiro e único equipamento a permitir essa experiência. E sim, eu não só gostei de todas elas como achei engraçado o fato de ele ter segurado bem a barra em todas as frentes.
Não sei se por ter mais espaço o 835 consegue não esquentar tanto, mas foi bem. Ano que vem com o 845 o Linux já vai estar mais redondo.
Eu passei umas duas semanas com ele como computador principal e eu preciso dizer que 95% do meu fluxo total são resolvidos por aqui – mais do que em qualquer outro tablet. Esses outros 5% não são essencialmente culpa do Tab S4.
Como sempre, o Android consegue estragar algumas coisas. O YouTube Estúdio, um aplicativo que uso bastante por conta do canal não tem versão em modo paisagem – ponto que é meio que solucionado ao abrir no modo Dex. Ficam faltando alguns aplicativos mais potentes que já deram as caras pelo iOS – LumaFusion para edição de vídeo, programas de música, desenho e até mesmo para imagens – o Lens Distortion, por exemplo, demorou um pouco para chegar para o Android.
Acabei ficando com raiva também ao descobrir que a versão de aplicativo do Google Docs e a presente no Chrome de smartphone não deixa você apagar colunas. O aplicativo de tabela não deixa apagar colunas gente, vocês entendem isso? É tipo uma função básica. Então não dá para confiar 100%.
É possível contornar novamente essa última situação ao usar o Linux Ubuntu, o que é sinceramente um ponto bom para o Tab S4, mas pelo bem da produtividade não deveríamos precisar né?
Apesar desse pequenos incômodos, o S4 tem outros pontos positivos quando comparado com o iPad e que dão maior versatilidade. É possível conectar HD externo nele, o HDMI sai com uma boa resolução, coisa que não acontece nos iPads com lightining e eu não tive problema com pendrives ou outros equipamentos ligados no USB-C.
Bateria e tela
A bateria não só é grande como tem um carregamento rápido. Para ser mais específico, uma hora de uso comum tirou de 10% a 12% de bateria. Isso quer dizer que ele chega de perto das 10 horas utilizando algumas abas de Chrome, Spotify com música rolando no Bluetooth e aplicativos de comunicação. Mesmo assim, demora 3 horas e 20 minutos para ir de zero a cem, então vale estar “preparado” para carregar na mesa ou a noite.
Na hora de sair de casa com ele, ter o Dex na mão foi ótimo para transitar entre aplicativos, já que diferente do iOS, o Android não tem uma solução para isso. A experiência com o mouse é boa e eu me senti usando um notebook, mas a caneta fica mais limitada do que no modo tablet normal.
Apesar de me sentir à frente do meu tempo usando essa mescla de soluções, eu acho que poderia ter uma versão um pouco maior do aparelho para aqueles que querem trabalhar com ele na mesa.
Outro ponto que eu adoraria ver por aqui seria uma tela mais brilhante. Não é que os valores por aqui sejam ruins, chegando perto dos 500 cd/m2, mas esses valores não deixam ele apto para assistir um filme no carro durante o dia.
O que deu pra fazer foi alterar as configurações para o modo cinema e para HDR, mas mesmo assim teve muita coisa que ficou escura. Mesmo assim, telas oled ainda são minhas preferidas – nesse caso, para ambientes fechados.
Câmera
Com relação às câmeras, é comum se importarem pouco e aqui não é diferente. A frontal tem foco fixo com 8 megapixels, o que se reflete em uma qualidade aceitável para fazer umas ligações, mas nada demais – é o que você encontra em qualquer intermediário.
Com relação à câmera traseira nós temos o mesmo sensor utilizado no Galaxy S8, mas faltam estabilização ótica e possivelmente mais algum componente, já que a câmera fica abaixo no HDR e no restante dos quesitos. De qualquer forma, ele grava em 4K, o que pode ser legal se você é desses que vai em uma apresentação ou aula e grava com o tablet.
Para fechar, fica de fora o NFC por aqui, mas temos acesso à redes 5ghz, um bom GPS e a falta de um leitor de digitais, que foi substituido por um scanner de iris ruim. Sim, é ruim porque não funciona bem em baixa luz nem deitado, bem diferente do iPad pro que consegue te reconhecer em qualquer posição. Então ponto negativo pra ele.
Conclusão
O resumo do que eu abordei aqui é que o Tab S4, pelo seu número maior de possibilidades que o tornam uma experiência única de híbrido de tablet com PC, é muito mais interessante do que o Tab S3 do ano retrasado.
Ele provavelmente englobará um maior número de utilidades, mas ainda sim é um híbrido, que fica no meio do caminho e com um preço que dificulta um pouco a escolha.
Ele é um tablet muito legal e que certamente com uma tela mais brilhante, um leitor de iris melhor e um software mais maduro pode se tornar um real substituto de notebooks em 2019 com a linha S5.
Felipe diz
Boa tarde!
O navegador Chrome no modo Dex funciona como um navegador desktop ou para dispositivos móveis?