O Pixel 9 Pro XL é o smartphone mais poderoso que a Google já criou. Finalmente ele está mais equilibrado e promete não só melhorar suas câmeras, que já impressionavam, como também implementar toda a parte de inteligência artificial primeiro do que em concorrentes com ajuda do Google Gemini e do fato deles serem os criadores do Android.
Google Pixel 9 Pro XL
- Processador: Google Tensor G4
- Armazenamento: 128GB; 256GB; 512GB; 1TB
- Memória: 16GB de RAM
- Tela: 6,8″ 120Hz LTPO OLED
- Resolução: 1344 x 2992 px
- Câmeras traseiras: 50MP;48MP; 48MP
- Câmera frontal: 42MP
- Bateria: 5.060 mAh
- Sistema: Android 14
Construção e tela
Com um design refeito, processadores atualizados e especificações bem fortes, essa é a primeira vez que eu fiquei muito animado para pegar o modelo grande e completo, justamente pra tentar responder: será que ele consegue bater o Galaxy S24 Ultra e o iPhone 16 Pro Max?
Sim, como o próprio nome esclarece, a Google voltou com a nomenclatura XL para seus modelos, já que a fabricante entendeu que os usuários também querem um Pixel Pro com tela menor. Antes para ter o modelo mais completo você tinha que pegar o maior.
Tudo o que eu falar nesse review, portanto, vai servir tanto para a versão de 6,3 polegadas, como para o nosso modelo de 6,8 polegadas, exceto a duração de bateria.

E já que eu estou falando de tamanho de tela, deixa eu já emendar e seguir nesse assunto, porque o painel está bem bonito e definido.
A tela é LTPO OLED com 120 Hz de taxa de atualização de quadros por segundo, com suporte ao HDR 10+ e brilho médio de 2.000 nits e eu posso garantir que esse painel é super brilhante.
Eu confesso que até incomodou um pouco, já que os testes com os jogos precisam ser feitos com o brilho no máximo, para comparar com os testes dos concorrentes que vieram antes.
Ela pode atingir um pico de até 3.000 nits em ambientes muito iluminados, como em um dia de muito sol, por exemplo.
O modelo com 6,8 polegadas vem com 1344 por 2992 pixels e densidade de 486 pixels por polegada, enquanto a versão menor tem resolução de 1280 por 2856 pixels, com 495 pixels por polegada.
É impossível enxergar qualquer pixel nessas telas e as cores estão muito bonitas, além de uma fidelidade muito boa. A suavidade que o dedo desliza pelo vidro também é muito satisfatória e o sensor de digitais é bastante rápido e bem posicionado. A novidade aqui é que ele é ultrassônico, diferente das gerações passadas, que usavam leitores óticos.

A tela é uma das partes que eu mais gostei, mas tem uma parte que talvez você não goste tanto, que é a grande semelhança desse cara com o iPhone.
Eu confundi ele várias vezes na mesa, porque os dois tem quase o mesmo tamanho, os cantos arredondados iguais e com as laterais retas. O que deixa claro que esse celular não é o iPhone é sua lateral brilhante, enquanto o titânio do smartphone da Apple tem aspecto fosco, escovado.
Ele também fica bem posicionado na mesa, graças ao módulo de câmeras em barra, que ocupa o terço superior da traseira e dá uma angulação para o celular, além de sustentação na mesa.
Se ele trouxesse um conjunto de sensores para reconhecimento facial, parecido com o da Apple, isso poderia ser uma grande vantagem, porque facilitaria o desbloqueio do celular sem precisar tirar ele da mesa.
A traseira é bem simples e bonita que as versões passadas, com o acabamento do vidro fosco, evitando as marcas de dedos, enquanto os acabamentos em metal são lisos.
Apesar de eu ter gostado muito do telefone de modo geral, ainda têm duas coisas que eu não curti muito. A primeira é a posição do botão de energia e de volume.

Eles são invertidos, quando comparamos com os concorrentes no mundo Android. Eu confundi demais todos eles em todos os momentos que eu precisei aumentar ou diminuir o volume do celular.
Outra coisa que eu também não gostei foi da saída de áudio na parte de baixo do telefone. Ele tem esse rasgo, parecido com o corte que a Samsung está colocando nos aparelhos dela, só que está um pouco maior no Pixel 9.
Ao usar o celular, seja apoiando com o mindinho, ou enquanto eu estou jogando, sempre acabo abafando a saída de som, que é estéreo, mas fica prejudicando a experiência, uma vez que os graves saem mais dessa parte de baixo.
Desempenho
Falando um pouco sobre processamento, o Pixel 9 Pro XL, assim como a versão menor, traz as mesmas especificações de hardware. O que pode mudar é como cada um faz a dissipação do calor gerado pelo Google Tensor G4, o SoC que a empresa projetou para fazer esse cara funcionar.
Diferente do que as grandes fabricantes estão fazendo, esse cara traz uma opção com 128 GB de armazenamento, que pode ser suficiente para alguns, mas para um celular topo de linha que tem tantos recursos de AI, eu acho que vai ser pouco. Se você curte jogar, já vai ser pouco também, porque os títulos estão ocupando cada vez mais espaço da memória.

Quanto a RAM, a empresa da Alphabet não economizou e colocou 16 GB de memória volátil aqui no smartphone. Acho que, nem se você tentar, dá para fazer esse cara pedir um boost de memória, como os modelos intermediários já fazem hoje.
Se o Pixel é a forma da Google dizer para os usuários e fabricantes como ele imagina que um smartphone com Android precisa ser, para rodar tudo o que o sistema entrega e mais a inteligência artificial, o ideal é usar esses 16 GB de RAM mesmo. Porém, a versão não Pro traz 12 GB, o que eu posso assumir como uma sugestão para modelos intermediários.
Tudo que tem nesse cara funciona com envolvimento de IA e, segundo a Google, o Tensor G4 foi pensado para rodar o maior número de informações localmente sem gargalos.
Um exemplo disso são os apps que o telefone traz como o Captura de tela, ou Screenshot, que faz uma busca de informações nessas imagens capturadas e consegue guardar muito mais do que só um .jpg.
Na pesquisa você consegue buscar o produto, ele armazena o link e você consegue até treinar a inteligência artificial para saber os seus gostos e os gostos das pessoas que você compartilha esse tipo de coisas.
Tem também o Gemini Live, que é uma versão bastante melhorada do Google Assistente, que você pode trocar aquela ideia cheia de contexto sem precisar ficar acionando o assistente por voz a cada momento.

Durante a produção desse review a Google anunciou a chegada da função, mas eu não consegui fazer funcionar, porque o botão live não aparece para mim. A empresa, que antes só disponibilizava o Gemini Live no plano pago, também liberou para todos os usuários, o problema é que não está aparecendo aqui no Pixel nem em inglês e nem português.
E mesmo sendo um telefone inferior ao iPhone 16 Pro Max e Galaxy S24 Ultra em nível de processamento, o Pixel 9 Pro XL está conseguindo rodar os aplicativos com fluidez a 120 Hz e nessa tela Quad HD que exige bastante processamento. Ele esquenta às vezes, mas tem uma bruxaria da Google dentro desse cara que faz ele resfriar bem rápido, só de deixar ele parado por alguns minutos.
Mesmo jogando Genshin Impact, que é um título bem pesado, eu não percebi engasgos na partida, nem mesmo nas lutas e eu consegui jogar por bastante tempo até ele atingir 40º C de temperatura. O ponto positivo é que eu não notei queda no desempenho por conta da temperatura e a bateria também não está indo embora rápido.
Bateria
E, por falar nela, o modelo Pro XL vem com 5.060 mAh de capacidade e aceita carregadores de até 37 W. Na caixa só vem o cabo USB-C e o celular, nada de carregador e adaptador de USB-C para USB-A, como vimos até o modelo 6. Meu medo é chegar um dia que não venha mais nada na caixa, além do smartphone.
De toda forma, eu usei um carregador de 100 W, que permite carregar vários aparelhos de uma vez, mas no teste estava só o Pixel conectado e ele limita o carregamento até os 37 W e vai diminuindo essa capacidade conforme a bateria fica cheia.
Depois eu fiz outro teste, com uma tomada convencional, de 67 W e ele fez o mesmo tempo de carregamento do teste anterior, com alguns detalhes diferentes que no fim entregaram os mesmos 76% em 50 minutos e os 100% em 90 minutos.

A vantagem de usar a tomada de 67 W ficou para os primeiros 40 minutos, onde o Pixel 9 Pro XL carregou 67%, enquanto o outro carregador conseguiu atingir 61%. Ou seja, se você tem um carregador de Nitreto de Galio, seja da Anker, Ugreen, Baseus, ou alguma outra marca confiável e você estiver na correria, só com 30 minutos para carregar o celular, vai conseguir sair com mais da metade dele carregado.
O iPhone 16 Pro Max, por exemplo, demora meia hora para recarregar os últimos 7% de bateria com o carregador original da maçã e ele tem menos bateria para preencher do que o Pixel.
Já quando o assunto passa de carregamento para consumo, daí temos o seguinte: CoD e Genshin Impact consumiram 18% em uma hora, enquanto Asphalt Legends bateu 19%. Wild Rift gastou mais quando eu mudei para 120 Hz, com 23% e Speedstorm ficou nos 16%, surpreendendo muito, já que ele não é tão otimizado quanto os outros títulos.
Para quem curte ver streaming, no YouTube ele gastou 6% de energia e na gravação em 4K ele fez 21% de consumo, que é dentro da normalidade para celulares topo de linha.
O consumo desse cara está um pouco acima do que o iPhone 16 Pro Max está fazendo, mas ele ainda é bastante econômico, tendo em vista que ele foca muito no uso de IA em plano de fundo.

A experiência com uso intenso é melhor do que a de alguns concorrentes, como o Galaxy S24 Ultra, que mesmo com uma bateria na mesma capacidade, consome bem mais bateria no mesmo período de uso.
Nos testes de câmeras, por exemplo, eu fiquei uma manhã inteira usando os dois para as mesmas coisas e nas mesmas condições de uso e o Pixel chegou no final da tarde com mais de 60% de bateria, enquanto o Galaxy já estava com menos de 40%. Se para você a bateria é um diferencial, o Google Pixel é uma boa pedida.
E, antes de falar de fotos, que eu sei que é para isso que você está aqui, eu preciso conversar com você sobre preço.
Câmeras
Com relação as câmeras, o Pixel 9 Pro XL claramente escolheu por fazer bem o que consegue fazer e ponto. Então ele aprimorou o lado de fotos onde já ia super bem, e conseguiu finalmente ser competitivo na parte de vídeo, entregando muita estabilização.
Na traseira temos uma lente principal com 50 megapixels, uma ultrawide e uma zoom de 5x, ambas com 48 megapixels.
Todas elas conseguem tirar fotos em 12 megapixels ou em alta resolução – que viram fotos de 50.1 megapixels independente do sensor.
E as fotos traseiras são incríveis! Durante o dia, deu pra perceber que o Pixel consegue ter um balanço de branco melhor do que o iPhone. Além disso, todas as câmeras disparam super rápido e conseguem tirar fotos limpas mesmo com o carro em movimento – dá pra ver o celular fazendo um pós processamento que melhora essas duas características e seleciona a opção mais definida.



Muito disso tem relação com a presença da estabilização ótica também na lente de zoom 5x, e é uma das melhores câmeras que eu já vi. Nas fotos noturnas no entanto eu me divido. Se por um lado ele sofre com luz noturna azul igual ao iPhone, por outro, o céu acabou ficando exagerado e pixelado.
Mas como eu disse, em fotos eu meio que já esperava um bom desempenho. Foi no vídeo que eu me surpreendi. Liguei a câmera embarcando para um evento e já tive uma surpresa: super estável para entrar no avião.
Depois, na hora que eu fui gravar cenas no carro e quando estávamos saindo do hotel, eu só queria usar essa câmera.
Já que conseguia me mexer e ela fazia transições de movimentos bem suaves – e isso vale para todas os sensores traseiras. Parece que você está usando um gimbal para estabilizar a imagem.
Nem sempre as gravações saíram fluidas, perdendo um pouco a taxa de quadros. A transição entre as duas primeiras câmeras funciona bem, mas o sensor telefoto dá um salto grande. Mesmo assim todas elas tem um balanço de branco similar, o que me agradou demais.
Tudo muito legal, tudo muito bom, só que tem um ponto aqui: fica faltando a parte de vídeo em modo retrato – função que eu gosto muito no iPhone e no Galaxy S24 Ultra. Isso faz com que o Pixel fique em um nicho de celular gimbal para vídeos, posição bem tranquila para a maioria das pessoas que nunca encostou no modo cinema.


Uma coisa que eu não gostei muito é que para selecionar a macro, eu preciso tocar num ícone bem pequeno no centro da tela, mesmo com o modo automático ativado. No modelo XL é bastante incômodo, por conta da ergonomia.
Quando partimos para a câmera frontal, basicamente tudo se repete. Temos um sensor de 42 megapixels capaz de tirar boas fotos no modo automático, retrato e no modo noturno.
Por padrão, o celular puxa bastante o HDR, então se apontar a câmera com uma grande luz de fundo, você irá aparecer melhor que no iPhone, mas com uma cara quase irreal. Em vídeos, temos gravação em 4K, com ótima estabilização e função de aprimoramento de voz.
Funções das câmeras
Ainda nas câmeras começam as funções legais: a primeira é a add me, onde ao tirar duas fotos do mesmo lugar, a inteligência artificial do celular cria uma foto única com as duas pessoas, ótimo para momentos onde você não consegue tirar uma foto de casal, ou só quer brincar de colocar duas pessoas iguais na mesma foto.
A funcionalidade é realmente muito boa. Tem também uma opção nas configurações que te dá dicas de como tirar uma boa foto, a diferença aqui é que ela identifica os itens da tela e fala com você – se encontrar um rosto, ela pede pra centralizar mexendo pra baixo ou pra cima. Interessante, mas nem sempre acerta.
Essas dicas de como fazer fotos corretamente reaparecem na panorâmica, para fazê-la você tem de ir alinhando algumas bolinhas e pronto, a foto também sai boa pra caramba.

O mesmo vale para o modo de action pan que transformam fotos estáticas em fotos com movimento. É meio chatinho de pegar situações onde vai funcionar bem, mas quando consegue, fica bem legal.
Com relação ao modo retrato, eu gosto muito dos resultados, mas gostaria que desse pra fazer esse tipo de foto com a câmera de 5x também – por aqui temos apenas 1,5x e 2x de zoom.
Tudo isso pra mostrar que o Pixel é muito completo e basicamente um dos melhores celulares pra fotografar. Com um número de configurações também extenso, é possível selecionar uma opção que grava com dados de profundidade para redes sociais, acionar a opção de selecionar entre DCI P3 vs SRGB para aumentar a extensão de cores, escolher por lentes – não por nível de zoom -, e claro, ativar ou desativar o Ultra HDR, que funciona até mesmo com fotos em 50MP. É muita coisa.
Conclusão
Mesmo ele não sendo o mais potente do mercado, ficando no nível de um smartphone com Snapdragon 8 Gen 2, o Google Pixel 9 Pro XL é um dos melhores Androids que eu já tive a oportunidade de usar.
O controle de temperatura não deixou o celular esquentar ao ponto de perder desempenho e, da geração atual, esse é o único celular que eu usei e que não esquentou ao ponto de incomodar por ficar muito tempo com o aplicativo de câmera aberto.
Tanto Apple, quanto Samsung, fecham suas aplicações depois de alguns minutos sem uso para evitar esses aquecimentos.
Durante os jogos ele atinge por volta dos 40º C, igual seus concorrentes, mas ele dissipa esse calor muito rápido e isso fala muito da qualidade da construção interna e do quanto que o smartphone vai durar sem desgaste por superaquecimento.
A Google finalmente entendeu que um smartphone não pode focar em uma única coisa, mas precisa ir bem com todos os demais pontos. O nicho do Pixel ainda é fotografia, mas agora ele também vai bem na construção, no desempenho, na bateria e velocidade de carregamento, como todo topo de linha deve ser.
Eu fiquei realmente animado com o celular, mas eu também sei que ele não é barato e nem fácil de conseguir aqui no Brasil. Como esse modelo não é vendido no Brasil, precisamos falar de custo em dólar e, nessa versão mais básica, o smartphone da Google sai por US$ 1.100, porém, pesquisando um pouco no mercado cinza, dá para achar ele por volta de R$ 9.000.
Ou seja, as revendedoras do mercado cinza estão colocando até R$ 4.000 de lucro em cima desse cara. Se você quer um celular como esse, vai ter que se conformar com essa realidade.
Encontrar um importador que revende o Pixel 9 Pro XL no Brasil é bem difícil e a compra dele geralmente é feita de vendedores sem estoque aqui no país, então é possível que os impostos sejam introduzidos nesse valor.
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