Essa é a Hisense A6K, a primeira TV da marca que testamos por aqui. Ela chegou esse ano no Brasil, mas é fortíssima no exterior e no mundo dos eletrônicos como um todo. Hoje eu queria dar as boas vindas a ela, testando uma das TVs 4K mais baratas atualmente, para descobrir se ela é boa e vale a pena.
Garantia e marca
A Hisense é realmente um nome forte a nível global. Ela, a TCL e LG ficam trocando todo mês quem está em segundo lugar em vendas de TV no mundo. Cada uma aí com 10% a 15% do mercado.
É uma marca competitiva, que, mais importante, está querendo crescer no Brasil. E isso é bom, porque uma das estratégias mais comuns para ganhar mercado é jogar o preço lá embaixo. Dá prejuízo mesmo se precisar, para crescer e recuperar depois. Pode ser uma oportunidade para os consumidores nesse começo de marca no país.
Inclusive vemos um pouco disso, com a garantia. A campanha inicial da marca oferece 2 anos de garantia, para as TVs compradas até o fim de 2024. Precisa se cadastrar no site, não é algo que você ganha assim que compra a TV, mas é uma opção legal para essa primeira leva.

Eles querem quebrar aquela percepção negativa que as pessoas têm de marcas novas – e atacar também, de certa forma, a Samsung, que não responde no Reclame Aqui, e nem sempre tem notas altas em seus produtos.
Pensando em “produtos”, inclusive, por enquanto quem chegou foram a Hisense A6K que é 4K e a Hisense A4N com resolução Full HD. Mas, a linha completa terá até os televisores Mini LED 4K. No site, você já encontra todos os produtos que eles pretendem trazer, mostrando que não estão chegando para atacar apenas o mercado de entrada.
Outra questão também é que ela já tinha certa presença por aqui. A Hisense é a controladora da Toshiba, que é um nome conhecido. É como se a Hisense tivesse feito um aquecimento, um teste drive, por algum tempo no Brasil, para acumular um pouco de experiência antes de chegar com o nome oficial por aqui.
A Chinesa, inclusive, acelerou essa chegada, com uma parceria, talvez temporária, com a Multi. A fábrica da Multi tinha alguns modelos da Toshiba na sua linha de produção, onde ela fabricava as TVs da Hisense, e agora vai incluir a A6K e a A4N também.

Faz bastante sentido, até porque, olhando para a A6K e para a TV Toshiba que já existia antes, a C350L, você vê dois produtos idênticos. Cavando um pouquinho e conversando com a marca, parece que realmente são TVs iguais, só muda o nome.
O que acontece é que a C350L meio que copiou a A6K, para ser vendida nos mercados onde a Toshiba tem um nome forte. É algo muito parecido com o que a TCL faz com a SEMP, porque realmente existem regiões no Brasil onde esses nomes, SEMP e Toshiba, ainda são fortíssimos.
Nada melhor que se aproveitar desse histórico, com um nome já querido, para vender mais e ganhar espaço. Que é o que elas mais querem. A Hisense vem com várias estratégias, então, com nomes conhecidos, fabricantes parceiros e preços agressivos, só falta a gente saber se a TV é boa.
Construção
A Hisense A6K é uma TV 4K de entrada, com certas limitações, igual a todas da categoria. Algo que as marcas conseguem, no entanto, é trazer um design bem legal, mesmo para modelos mais em conta. Aqui, a ideia é deixar os cantos realmente finos, e concentrar as peças internas no centro. Fica um visual bom, apesar de não ser super original.
O que pode te incomodar um pouco, que é o ponto fraco desse tipo de design, são as portas e conexões longe das laterais. Você precisa se enfiar ali atrás dela para alcançar, o que pode ser chato, dependendo do seu móvel da sala. Pendurar sempre é uma opção, graças a furação do VESA, encontrada nessa parte mais alta.

Aqui você encontra 3 HDMIs, todos compatíveis com a resolução e a taxa de atualização máxima da tela, que é o 4K a 60 Hz. Uma delas é compatível com eARC ou você pode ligar o som pelo P2, algo raro de ver.
Minha surpresa foi com a presença do AV completo, e nem é um adaptador. Ele fica aqui voltado para trás da TV. Essa não é mais uma entrada encontrada em todos os modelos, mas faz sentido existir.
A TCL geralmente traz um adaptador, mas aqui você tem a conexão tradicional. É uma opção para quem ainda usa dispositivos antigos em casa, como um DVD ou consoles antigos, por exemplo.
Em questão de conexões, a Hisense A6K é a mais completa, o modelo com maior variedade. Sem esquecer, claro, que ela tem Bluetooth 5.1 e Wi-Fi 5 também.
Em questão agora de tamanhos, vemos uma seleção bastante exótica. Hoje você tem três opções, 58, 65 e 70 polegadas. No site da marca, está sinalizado que a versão de 50 vai chegar também, mas por hora, o menor tamanho possui 58 polegadas.

Das opções atuais, essa é a mais recomendada também, pois TVs de entrada não se dão bem em tamanhos maiores. O pixel começa a ficar muito espaçado, o que leva a uma perda bastante grande de qualidade quando passamos de 65 polegadas.
De qualquer forma, não existem muitas outras TVs de 58 polegadas no mercado. Uma das poucas, curiosamente, é a grande rival da A6K, a CU7700 da Samsung.
É um pouco diferente, mas também não é algo especial, ou um ponto negativo. Mas comparações de preço, considere modelos de 55 ou 60 polegadas como o rival, pois essas duas ou três polegadas quase não fazem diferença.
Som e qualidade de imagem
Usando a TV no dia a dia, fica claro que ela precisou fazer alguns cortes, mas o único que realmente é uma desvantagem maior, na categoria, é o som.
A A6K tem um áudio bem fraco. Geralmente a categoria não tem graves, mas aqui, além disso, falta muita clareza. É um áudio com bastante ruído, pouca definição, e os instrumentos todos misturados.
São aqui dois alto falantes de 8 W de potência cada. Só falar de potência não explica tanto, pois pode parecer que ele só não é tão alto.

Ele realmente não alcance volumes mais altos, acontece aqui o caso dos volumes maiores não aumentarem a intensidade. Mas também, são dois falantes sem tanta definição, algo que você não vê em outras marcas.
Você pode tentar mudar os modos, para extrair um pouco mais da TV, mas na comparação de mercado, o áudio da Hisense A6K fica claramente para trás da TCL, LG e Samsung.
Agora o grande assunto, a qualidade de imagem. Será que ela é boa? O resumo é que a A6K está boa. Não se destaca, não inventa, e não fica muito para trás.
No teste com o colorímetro, ela consegue exibir 73% das cores do padrão DCI-P3, que é o padrão de cinema. Essa é uma marca muito característica de painel LCD simples. É um dos melhores valores, sem começar a trazer tecnologias diferentes. Em contraste, esse painel VA atinge um valor bom, 2800:1, apenas o brilho que é fraco, 220 nits pela nossa medição.

Traduzindo esses valores para o uso, a TV tem ótimo nível de detalhes e uma cor bem agradável. Não é aquele efeito exagerado, com excesso de nitidez, nem aquela cor apagada. É uma tela perfeitamente na média.
A cor é um pouco pior que a TCL e a Samsung de entrada, pois elas possuem um painel LCD com um pouco mais de tecnologia, mas está melhor que outras marcas mais de entrada, como a AOC.
Ainda no assunto imagem, vale comentar que ela traz alguns recursos diferentes, com bons resultados. É outro fator que coloca essa Hisense ao lado das grandes.
Ela tem, por exemplo, o dimming da tela, que intensifica ou reduz o brilho da tela, de acordo com a necessidade da cena. É uma versão mais simples, que afeta a tela inteira, mas que aumenta a profundidade dos pretos da tela.
A TV também é compatível com Dolby Vision e com HDR10+, que são formatos mais avançados de imagem. Geralmente você sabe se o filme possui um desses formatos, na hora de escolher ele no streaming, ou então quando você começa o vídeo e a imagem muda para um modo com um desses nomes.

O que eles fazem, basicamente, é transmitir uma imagem com mais dados, para explicar para a tela como ela deve desenhar cada cena. A Hisense A6K consegue ler esses dados extra e aprimorar a imagem.
Dito isso, fica bom, para uma TV de entrada. Existe ainda a limitação do próprio LCD. Então o Dolby Vision aqui, por exemplo, não é igual ao Dolby Vision na Hisense U8N, a Mini LED da marca. Ela nem precisa ter chegado aqui, para a gente saber disso.
Algo parecido aconteceu também com o upscaling da TV, o recurso que melhora a definição da imagem que não é 4K.
Quando ela aumenta do Full HD para o 4K fica bom, tudo bonito, mas do HD, que é a imagem de TV aberta e alguns filmes e séries antigos, eu percebi mais artefatos de imagem que de costume. Em nenhuma TV fica perfeito, mesmo nas mais caras, porém aqui está num nível maior.
Algo parecido acontece com imagens com muito movimento, alguns tipos de esporte, por exemplo, como natação. A TV se perde bastante, o que pode ser um indicativo de que seu processador não é dos mais rápidos.

A parte boa é que existe solução. Você só precisa mudar para o modo cinema, que ele vai desligar a maioria dos pós processamentos, e te entregar uma imagem mais agradável.
Muita gente reclama que o modo cinema é muito amarelo ou muito escuro, mas temperatura de cor, brilho, nitidez, essas são opções que você pode mexer tranquilamente, sem perder a vantagem do modo.
Essa dica vale para quase toda TV, inclusive. É sempre melhor você começar no modo cinema, e ativar ou ajustar o que você gosta, ao invés de tentar arrumar o modo padrão ou vivo, que sempre é muito exagerado.
É verdade até nas marcas mais estabelecidas do mercado.
Sistema Smart TV
Para ajustar tudo isso, você consegue mexer com facilidade no sistema, e isso abre um novo assunto, a VIDAA, que é a interface própria da Hisense. Ela é desenvolvida pela marca, igual a Samsung com o Tizen e a LG com o WebOS.
A parte de configurações é relativamente completa. Você tem fácil acesso a tudo que a A6K é capaz de fazer, numa interface bonita e fácil de usar.

Falta aqui um menu rápido mais completo, mas você tem as funcionalidades do dia a dia por ali. E também é um “menu rápido” leve, fica a dica aí para o Google TV.
Por ser um sistema moderno, o VIDAA traz também uma tela inicial, a Home, com os aplicativos e alguns recursos. Nessa parte ele é extremamente parecido com o WebOS da LG. Parece uma versão antiga. Se olhar de canto de olho, você se confunde.
Isso não é um ponto fraco nem nada. Não é como se ambos fossem super criativos também, são basicamente linhas contra um fundo preto, mas achei curiosa a semelhança.
O importante é funcionar bem, e no geral, essa é uma interface competitiva. Em questão de velocidade, eu senti que ela fica um pouco lenta com o tempo, porém nada num nível extremo. Melhor travar do que o aplicativo fechar do nada, e essa experiência eu não tive.

Na biblioteca de aplicativos, a VIDAA tem bastante opções, porém das principais, falta um, o Max. Você precisa assinar o Max por dentro do Prime, então, o que pode ser um ponto fraco? Mas depende muito do que você usa.
E por fim, o controle, que é o único ponto fraco realmente. Não só ele não tem diferenciais, mas ele também tem aquele clique, fundo e barulhento, parece ser bem barato.
Pode ser uma questão de opinião apenas, mas para mim, ele passa a impressão errada para quem está na loja, usando a TV pela primeira vez e conhecendo a marca.
Conclusão
Mas isso não é um grande fator de compra, claro, a questão principal é o preço. Esse modelo de 58 polegadas está com valor bem agressivo, equivalente a alguns modelos de 50, inclusive a própria A6K.
Ela já apareceu por pouco menos de 2500 reais, ficando, em média, de 100 a 200 reais abaixo da Samsung CU7700.
A A6K se posiciona como uma opção um pouco mais limitada e mais em conta, em todos os seus tamanhos. É uma boa opção para quem precisa economizar, desde que os cortes dela façam sentido para o seu uso, e também que o preço esteja realmente mais baixo.
comprei uma hisense de 40 polegadas ,comprei por causa das saidas rca .