A gente já viu isso antes, a maioria dos grandes smartphones topos de linha tem pelo menos duas câmeras nessa sua última geração. Por aqui, temos 4. E eu vou te explicar o porquê dessa estratégia no Huawei P30 Pro e entrar em todos os detalhes nesse review para saber se vale a pena pegar esse topo de linha.
Pra começo de conversa, eu atualmente uso um smartphone de câmera única como meu pessoal, e quando vou viajar ando com um pacotinho de lentes adicionais para algumas situações diferentes. Geralmente eu não as uso por preguiça. Tudo ocorre bem, mas sinceramente, eu perco a oportunidade em alguns momentos.
O que ficou de experiência para mim foram os benefícios dessa versatilidade dentro do próprio celular, coisa que sim, já apareceu em alguns outros modelos antes, e que a gente reclamou porque existiam comprometimentos nas câmeras adicionais e que não ocorre por aqui.
Câmera traseira e frontal
O sensor principal, considerado como 1x faz a maioria das fotos. Ele tem a melhor qualidade de HDR dentre todos os outros e é aquilo que você já conhece. Como está virando tendência, a empresa colocou um sensor de 40 megapixels que junta 4 pixels para formar uma imagem de 10 megapixels como padrão.
Essa imagem consegue captar mais luz através de um sistema de cores com dois pixels amarelos ao invés de verdes, como os concorrentes fazem. Mas você ainda vai tirar fotos de 10 megapixels. Algumas empresas estão citando esses valores altos de resolução e eles não são mentira, só que podem confundir.
De qualquer forma, o sensor é muito bom, com um nível de ruído menor que dos concorrentes, boa exposição e uma configuração padrão que não é tão saturada assim em suas cores. Até porque você tem a opção de rapidamente selecionar para que as cores fiquem mais vivas ou mais suaves na tela principal do aplicativo de câmera.
Vale comentar também que ao optar pela foto de 40 megapixels, você perderá a função das outras câmeras, que ou é um bug ou sinônimo de que todas as 4 câmeras ajudam de alguma forma a produzir esse resultado mais “complexo”.
A segunda lente é a quadradinha. Ela é o grande diferencial desse smartphone para fazer o zoom de 5x. O normal é a gente ver zoom de 2X, mas de 5X é uma “novidade” desse ano. Aliás, eles foram mais a fundo unindo imagens de outros sensores, e com um processamento maroto conseguem entregar um zoom de até 10X com uma ótima qualidade. Na verdade o zoom vai até 50x, mas aí perde qualidade porque é digital.
Só nisso dai, já eliminamos 2 lentes externas, mas claro, temos mais um sensor, que fica acima do principal. Ele serve para fazer as conhecidas fotos com ângulo aberto que já estão se tornando bem mais comuns, conta com um sensor de 20 megapixels de abertura f/1.6, estabilização ótica e entrega um resultado bem legal.
Claro, ele tem uma faixa dinâmica pior e é mais escuro que o principal, então você fica ligeiramente mais limitado, mas ainda é realmente bom. Aliás, vou aproveitar para falar do modo noturno, que finalmente briga com o Night Sight do Google.
Apesar de precisar esperar 5 segundos com o celular estático, esse modo entrega ótimos resultados. Você só tem de tomar cuidado que o contraste é bem puxado e que geralmente você obtém resultados até “irreais” – tem foto que estava um breu e parecia que estava de dia.
Pra mim, o mais interessante é que você pode usar tal função com todas as câmeras. Aliás, tem mais um modo que é interessante: o super macro. Só nisso, eu consegui eliminar 4 daquelas lentes que carregava comigo na minha mochila: zoom, mais zoom, wide e macro. E todas tem um desempenho legal.
Ainda temos o sensor “time of flight”, ou sensor de tempo de voo. Ele tem esse nome justamente porque calcula a diferença de tempo da emissão e reflexão de luz de volta pro sensor para calcular profundidade. E com isso, faz um modo retrato melhor. O resultado é realmente legal e eu achei engraçado que a empresa divide isso em duas funções. O modo retrato funciona apenas com pessoas e não pode ser alterado e a opção de “abertura” que já existia em outros modelos permite que você melhore a profundidade da foto e faça mudanças conforme desejar.
A câmera frontal conta com 32 megapixels de resolução, esse sim já habilitado por padrão e como sempre, a configuração que vem direto de fábrica me faz parecer um fantasma. Para resolver um pouco disso aqui no mercado ocidental, temos uma opção de embelezamento chamada “calor”, que já dá uma ajudinha, mas ainda não me agrada. De qualquer forma, a qualidade é bem legal, tanto pra fotos quanto vídeos.
A câmera principal e de zoom possuem estabilização ótica, mas a verdade é que a de ângulo aberto é a que fica melhor estabilizada em vídeo, afinal qualquer mexidinha quando está no zoom é um baita de um solavanco.
A qualidade das lentes de zoom, sem todo o processamento que é feito nas fotos fica um pouco mais aquém. Pelo menos, o resultado no Instagram também está bem condizente com o que se espera de um Android, sem aqueles problemas loucos de queda de frame ou qualidade que já vimos em outros celulares.
Eu acabei passando por todos esses pontos de câmera porque acredito que o Huawei P30 Pro é o smartphone mais completo atualmente, quase um canivete suíço. Isso não quer dizer que ele é a melhor câmera pra tudo. Eu gosto do retrato com a segunda lente do iPhone XS e a consistência em vídeo, fico animado com o formato HDR e a super estabilização do próprio Galaxy S10, mas no geral, é realmente a opção mais versátil.
Construção e desempenho
E claro, para suportar tanto esse nível de câmeras como o nível de preço desse aparelho aqui, todo o resto meio que acompanha. Então temos uma ótima construção, uma tela com bordas bem pequenas e um notch em u no topo, em um formato que lembra muito o S10.
Os pontos de atenção estão na falta de P2, que eles compensam com um fone USB Tipo C que vem junto na caixa, e no fato de que a expansão de memória interna é feita por um formato proprietário.
O próprio processador do Huawei P30 Pro, o Kirin 980, ficou conhecido por ser o primeiro chip Android a ter 7 nanômetros, tecnologia que permite um melhor aproveitamento de energia e espaço ao mesmo tempo em que obtém ganhos de desempenho.
Em testes de benchmark ele fica muito perto da geração passada do Snapdragon, e sinceramente, ele roda tudo liso no dia a dia. Em jogos também não tive problema algum, afinal, estamos falando do melhor chip da empresa até o momento. E claro, todas as configurações de memória acompanham a categoria desse aparelho.
Bateria
A bateria nesse caso é muito mais importante. Primeiro, porque conta com uma capacidade de 4200 miliamperes hora, o que me deu mais de 10 horas de tela. Depois, fizeram o favor de colocar um carregador de 40 W na caixa, que carrega 50% perto de 20 minutos e 70% perto de 30 minutos. Uma marca extremamente boa. Até porque além de carregar sem fio com até 15 W, esse aparelho também faz o carregamento sem fio reverso. Então altos pontos para ele nesse quesito.
Ficou faltando eu falar também que ele tem IP68, característica que gosto bastante, Bluetooth 5.0, sensor de digitais embaixo da tela que funciona bem. Faltou falar também que o display mesmo que Full HD, segue o padrão de cor DCI-P3, uma especificação que começará a aparecer mais.
O sistema da empresa não é dos que mais me agrada. Parece que a empresa corre para implementar tudo que é possível sem dar a devida atenção para alguns detalhes de usabilidade.
Conclusão
É interessante ver como mesmo entuchando de câmeras, cada empresa vem tomando um caminho. A Huawei, além de tudo o que os concorrentes já estão trazendo, colocou o zoom de até 10x e um modo noturno de ótima qualidade, tornando esse provavelmente o smartphone mais completo no quesito câmera para fotos.
E o P de “photography” não está aí em vão, então pensando em seu preço – que não é nada barato -, ele vale realmente a pena para quem tem essa característica como foco, já que em outros quesitos existem modelos entregando o mesmo por menos, ou até mais pelo mesmo preço.
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