O iPhone 13 Mini é o mais novo modelo de celular que atende uma necessidade muito específica, e que basicamente só ele é capaz de suprir, que é ser um top de linha realmente compacto. O que esse lançamento da Apple traz de novo em relação ao seu antecessor e como é a experiência de usar um smartphone tão pequeno?
Apple iPhone 13 Mini
- Processador Apple A15 Bionic
- 128/256/512GB com 4GB de RAM
- Tela: Super Retina XDR OLED de 5,4″ (1080 x 2340px)
- Câmera principal: 12MP (f/1.6) + 12MP (f/2.4)
- Câmera selfie: 12MP (f/2.2)
- Bateria: 2438 mAh
- iOS 15
Design e construção
Como eu disse na introdução desse vídeo, o iPhone 13 Mini atende um público que foi meio esquecido pelo mundo Android, que são os fãs de celulares pequenos. Diferente de mim, que curto celular grandalhão, muita gente ainda se encanta com um aparelho que não fica aparente no bolso da calça ou que é fácil de mexer com apenas uma mão.
As últimas experiências reais de celulares compactos foram o S10e, de 2019, e agora os próprios S21 e o Zenfone 8, que ainda assim são maiores que o iPhone 13 Mini. Então é um segmento em que a Apple está sozinha no mercado.
E vale um parênteses aqui, porque enquanto eu analisava o iPhone 13, eu estive com o iPhone 8, que eu analisei, e o iPhone 13 Mini consegue ser menor que o 8 em dimensões, e basicamente manteve o tamanho do seu antecessor, mas ficou mais pesado justamente para resolver o problema do seu antecessor, que é a bateria. Esse talvez fosse o maior gargalo do compacto do ano passado, que talvez tenha afastado muitos potenciais compradores dele.
Mas calma! Ter aumentado o peso não acabou com a ergonomia dele, já que ele ainda pesa apenas 141 gramas, num corpo que tem 13 cm de altura, 6,4 cm de largura e pouco mais de 7 mm de espessura.
E esse tamanho bem reduzido não quer dizer que ele deva nada para seus irmãos maiores, porque todos os recursos para ele ser um celular bem construído estão aqui. Começa pelas laterais de alumínio que seguem aquele padrão mais reto da linha, passa pelo vidro ceramic shield do display, pela traseira em vidro com a assinatura da corning e as lentes protegidas por safira.
Esse corpo bem robusto pra um celular permite que ele tenha proteção IP68 contra água e poeira. E por mais que ele tenha essa certificação, não é uma boa ideia mergulhar ele propositalmente na água, até porque você não tem nenhum benefício com isso, é mais pra saber que se algum acidente acontecer, você está protegido.
O botão de energia está do lado direito numa posição muito ergonômica e os botões de volume, a chave para o modo silencioso e a gaveta para o cartão SIM ficam na esquerda, enquanto embaixo está a entrada lightning, que insiste em alimentar os iPhones, e os falantes inferiores.
Tela
Indo para a parte frontal, é legal ver que ter uma tela OLED, o que acontece desde o iPhone 11, permitiu bordas menores, e essa geração viu o esforço da Apple em reduzir o tamanho do notch, por mais que o iOS 15 ainda não tenha tirado nenhum proveito disso.
A grande novidade do design da traseira está no novo posicionamento do módulo de câmeras. É claro que o sensor ficou maior, e muita gente atribuiu isso ao novo posicionamento mas, pensa comigo: se a Apple quisesse, dava pra simplesmente aumentar um pouquinho o módulo para que os sensores se mantivessem paralelos, mas aí, qual será a grande diferença visual entre os iPhones 12 e 13? Nenhuma!
Então, apesar das questões de hardware, tem aí uma boa dose de marketing, para despertar a atenção de quem vai comprar. Mas tudo bem, essa é uma discussão menor, já que o que importa mesmo não é onde a câmera está, mas o que ela é capaz de fazer.
Voltando para a parte da frente do iPhone, tem dois pontos importantes sobre a tela. O primeiro é que ela já era suficientemente boa na geração passada, uma OLED de 5,4 polegadas Full HD com aquele nome Super Retina XDR que entrega contraste absoluto, pretos mais profundos e uma boa calibração de cores, e a Apple não mudou nada aqui, apesar de o brilho ter melhorado de uma geração pra outra.
Só que é justamente esse o problema. Esse foi o primeiro ano em que a maçã implementou telas de 120 Hz nos seus celulares, que ela chamou de Pro Motion, e quem não foi convidado pra festa? Justamente o iPhone 13 e o Mini. Então, se você quiser aproveitar a fluidez na tela e a jogatina que essa taxa de atualização maior permite, vai ter que olhar para os iPhones maiores.
Som e conectividade
E mesmo sendo um modelo compacto, a empresa não sacrificou o som, que continua sendo estéreo, com uma saída inferior e outra pouco acima do notch. Claro que até por uma questão de espaço físico ele não é tão potente, mas preserva bem o equilíbrio tonal entre graves, médios e agudos.
A Apple manteve o Wi-Fi 6, o Bluetooth 5.0 e o 5G em conectividade, e esse é um momento em que faz sentido começar a pensar em celulares com 5G, especialmente no caso dos iPhones, que costumam passar mais tempo na mão de quem compra.
Com o edital realizado, a tendência é que as capitais brasileiras tenham a quinta geração de internet móvel até a metade de 2022. Ainda tem NFC pra você fazer pagamentos direto por ele e carregamento sem fio, seja pelo padrão Qi ou MagSafe, que não são lá tão rápidos, mas cumprem a função. Eu ia esquecendo de falar que ele suporta um nano SIM e dá pra usar um eSim se for o caso de ter uma segunda linha.
Não é novidade que ele não vem com carregador, mas é bom lembrar que se você vem de um iPhone mais antigo que tinha carregador na caixa, a entrada aqui é USB-C, e não a USB-A, então você vai precisar tratar de comprar o acessório a parte.
Sistema e desempenho
Bom, é chover no molhado falar do iOS como sistema operacional. Esse aqui já vem com a versão 15 de fábrica, e ela trouxe algumas melhorias, como o modo foco, que é uma evolução do velho não perturbe, chamada de FaceTime que deixou de ser exclusiva para dispositivos Apple e as notificações foram levemente modificadas.
O sistema é muito fluido e tem uma integração com o hardware que torna tudo muito mais fácil, e o melhor, com a garantia de muitos anos de sistema atualizado, o que, por maior que seja a boa vontade da Samsung, ela não consegue competir e outras fabricantes nem tentam… né, Motorola?
Essa integração entre hardware e software permite que o iOS rode lisinho mesmo com 4GB de RAM, o que hoje não segura a onda de um Android de entrada. Por ter tudo dentro do mesmo ecossistema, a Apple consegue caprichar na otimização, e o resultado é que ele é capaz de rodar tudo que existe na App Store sem problemas e isso vai permanecer assim por muito tempo. Além disso, dá pra jogar sem lag e sempre nas configurações mais altas. Essa é a grande vantagem de uma empresa que não fabrica chips intermediários.
E por falar nisso, o iPhone 13 Mini tem o A15 Bionic no comando e GPU proprietária de quatro núcleos. Ainda bem que a Apple abandonou os 64 GB e já parte de 128 GB de armazenamento, que – não me entendam mal – já é um padrão até mesmo pra intermediários e, sem memória expansível para fotos e vídeos, chega a ser pouco para o iPhone 13 Mini.
O problema de pegar uma memória maior é que a diferença para o modelo de 256 GB está em R$ 1000, então o jeito é apostar no de 128 GB e pagar os R$ 3,50 mensais do iCloud+. É ruim, mas é o melhor jeito.
Agora o que pega aqui mesmo é a bateria. A gente precisa lembrar que é uma experiência com um celular compacto, e mesmo a Apple tendo mexido um pouquinho nas medidas pra aumentar o tanque, é impossível ele ter números semelhantes ao de concorrentes porque não tem nem espaço pra isso.
São 2438 mAh, mas que contam com uma otimização pra que ele dure mais que o 12 Mini. O ponto aqui é a recarga de bateria. A Apple desde a geração anterior abandonou o carregador e traz apenas o cabo lightning com ponta USB-C do outro lado.
E onde está a pegadinha? Os carregadores que vinham na caixa até o 11 tinham saída USB comum, então você não vai poder usar seu carregador antigo e precisará de um novo.
Se for optar por modelos de parede que não sejam da Apple, vale ficar atenção à certificação que a Apple tem e que ele suporta carregamento de 20W, e essa potência cai para 15W via MagSafe e 7,5W quando o utilizar um carregador sem fio comum. Com o carregador original o tempo de recarga fica próximo de 1 hora e 30 minutos.
Câmera
E pra fechar eu preciso dedicar um capítulo para as câmeras. São três lentes de 12 megapixels, uma frontal e duas traseiras. Começando por elas, eu já comentei aqui que os sensores são maiores.
A câmera normal tem abertura f/1.6, e isso na prática faz com que o sensor capte mais luz, e o resultado são fotos muito bem iluminadas durante o dia, daquelas que é só tirar e postar, e que se beneficia de um foco dinâmico bem aprimorado.
A Apple tem um modo de câmera que aumenta o contraste pra se aproximar dos resultados obtidos com a linha Galaxy, mas mesmo com esse modo ativado deu pra perceber um resultado mais vibrante nas fotos, embora os pretos sejam mais pronunciados do que no concorrente sul-coreano.
Ela grava em 4K a 60 fps com alto nível de estabilização, e o resultado dos vídeos segue a mesma linha das fotos, com os mesmos pontos altos ressaltados.
A ultrawide tem ângulo de visão de 120° e abertura f/2.4 e também grava em 4K a 60 fps. Aqui também nada a ressaltar. Eu não notei distorções nos cantos das cenas e o resultado final é bem parecido com o do iPhone 12 Mini.
Pra fechar, ele ainda tem zoom óptico de 2x e digital de até 5x, e aqui a gente precisa dizer que esse modelo não é aquele que enxerga de longe ou vai fazer uma foto da lua. Os resultados no zoom máximo já sofrem com alguma granulação e perda de qualidade.
Ele é também bastante consistente no modo retrato, que faz um excelente trabalho mesmo sendo feito via software e no modo noturno, que é bem natural e não fica forçado ou esbranquiçado.
Mas a grande novidade dessa linha é o modo cinema, que não é bem uma novidade nos telefones celulares, já que o S10 fazia isso em 2019. Mas aí vem o fato de a Apple não ter pressa e só implementar um recurso quando ele for realmente bom o bastante pra fazer a diferença, e é o caso do Modo Cinema.
Mesmo sem o sensor Lidar, que só está nos modelos Pro, o resultado é muito natural, com recortes precisos e mudança de foco bem rápida. Ele não substitui uma DSLR para quem usa profissionalmente, mas usuários amadores e até semiprofissionais conseguem entregar vídeos de qualidade usando esse recurso, que também está na câmera frontal.
Por falar dela, aqui a gente também tem 12 megapixels com abertura f/2.2, capaz de entregar um resultado bem natural, com boa exposição e equilíbrio de cores. O modo retrato é preciso. Ela também grava em 4K a 60 fps.
Só faltou falar uma coisa que é fruto da experiência com um iPhone pequeno. Pra quem gosta de se fotografar ou fazer vlogs, a experiência é muito ergonômica aqui. Eu já disse lá no começo que não sou fã de celulares pequenos, mas foi nessa hora que eu quase me convenci, já que é fácil segurar ele inteiro na mão e acertar o obturador sem tentar esticar o dedo ao máximo.
Conclusão
Eu falei bastante sobre o iPhone e não tem outra conclusão aqui além de dizer que o iPhone 13 Mini é excelente e faz muito sentido para quem deseja um smartphone compacto.
Elogiar o desempenho, a qualidade das câmeras e o design aqui é ser repetitivo, então o que vale é comparar ele com o antecessor. O importante é saber que a Apple conseguiu fazer um modelo bem pequeno no tamanho, mas com bateria que vai demorar um pouco mais para te deixar na mão. A única coisa que eu realmente senti falta é do recurso Pro Motion, para que os menores também tenham taxa de atualização da tela de 120 Hz.
Mas vale ressaltar que aqueles que esperam uma grande revolução de uma geração para a outra podem ficar decepcionados. Lembra quando a Apple tinha os celulares com S no final? A impressão que passa é que as últimas gerações são apenas atualizações incrementais do iPhone 11 em termos de desempenho e funções, embora o Mini seja uma criação do ano passado.
Então, se você tem um iPhone 12 Mini dá pra segurar tranquilo, mas quem está no iPhone 8, por exemplo, e quer se manter com um iPhone pequeno pode ir direto pra ele, mas vai esbarrar naquilo que a gente já sabe.
Esses dois últimos anos foram duros com a indústria, especialmente por conta da escassez de chips, então o iPhone, que não é barato, passou longe de ver seus preços menores por aqui. A Apple vende a versão de 128 GB por R$ 6599, mas enquanto eu preparava esse roteiro, achei vários varejistas vendendo o modelo com preço de R$ 5799 à vista. Na prática, o iPhone 13 Mini é caro, mas qual não é? Mas ele tem um público cativo disposto a pagar o preço que a Apple cobra.
No final, vale falar mesmo da experiência nesses dias com ele. A ideia de um celular discreto, que cabe na palma da mão e que ainda assim te entrega um desempenho muito acima da média foi bem bacana. Não o suficiente pra me fazer reconsiderar a preferência por celulares grandes, mas pra entender que ele faz muito sentido.
Eu já tinha sentido isso quando testei o antecessor dele e foi legal ratificar essa conclusão. E vale o alerta para as empresas de Android: o iPhone 13 Mini está sozinho no mercado, já que mesmo o S21 e o Zenfone 8 não são tão pequenos quanto o modelo da Apple, e com os incrementos na bateria, ele passa a fazer muito sentido.
Patrícia diz
Sou cliente da Apple há mais de 10 anos e mais recentemente adquiri o iPhone 13 mini, pois, sendo mulher, tinha muita dificuldade em guardar meu telefone sem ter uma bolsa apropriada. E sair com meu aparelho anterior (8 Plus) no bolso era tarefa complicada.
Acho que é importante fazer algumas ressalvas em relação ao aparelho: esse aparelho é definitivamente pra quem quer algo bem pequeno. Ele é muito menor que o 13 comum. Por conta disso, mexer no aparelho nos primeiros dias pode causar um desconforto visual, e o desconforto pode perdurar caso a pessoa tenha problema de vista. Portanto, acho que uma pessoa com problema de vista deve sinceramente considerar o modelo regular.
Além disso, o entalhe apesar de menor do que na versão anterior ocupa boa parte da largura da tela, fazendo que o 5.4 polegadas de tela seja uma ilusão, a tela é menor que isso.
Fora isso, o aparelho é bastante robusto para um compacto, mas honestamente estou beirando o arrependimento da compra. Sugiro para quem compre ou comprar na internet ou na própria loja da Apple, para testar o aparelho por 1 semana (compra online) ou até 14 dias (compra na Apple) e ver se realmente funciona pra vc. Definitivamente não é um aparelho para se comprar às cegas.