Se você está procurando um flagship de 2017 para ter um celular para chamar de seu, o iPhone 8 e o Galaxy S8 aparecem como melhores opções logo abaixo dos 2500 reais. Eu passei um mês usando os dois modelos em paralelo, justamente para me decidir com qual ficava e quero passar as minhas impressões para vocês.
Design e áudio
Em questão de design não tem jeito, o S8 é um celular de 2017, enquanto o iPhone 8 é de 2014, tal como o iPhone 6, que divide grande parte do seu design. Pegar um iPhone na mão, até por conta de hype que tem em volta dele é legal, principalmente porque com 4,7 polegadas, ele fica muito bem adaptado à minha mão.
Mas o S8 não perde em nada em ergonomia, até porque conseguiu aproveitar bem melhor a frente do aparelho. Essa nova onda de celulares que ficam perto do 18:9 foi realmente a melhor surpresa de 2017. Os dois modelos tem traseiras em vidro, que serve para o carregamento rápido, coisa que já vinha sendo feita pela Samsung em modelos anteriores da linha S e que chegou esse ano para o iPhone.
Vale comentar que o mesmo padrão de carregamento sem fio é utilizado em ambos os aparelhos, com o S8 conseguindo carregar mais rápido. As cores disponíveis dos dois modelos são realmente bonitas pra caramba, com o S8 trazendo recentemente uma opção de vermelho meio vinho que me deixou triste de ter pego a versão preta.
Aproveitando que ainda estamos falando da carcaça, algumas diferenças ficam bem aparentes logo de cara. O iPhone 7, tal como o 8, não tem entrada para fones de ouvido, coisa que o S8 tem. Aliás, o S8 não só tem uma entrada de fone como traz em sua caixa um fone AKG que é intrauricular e melhor do que a média.
Isso pode ser contrabalanceado com o fato do iPhone ter não só um alto falante em sua base, que é basicamente o melhor que eu já vi até hoje, como separa o áudio com o falante que está acima da tela para criar um som estéreo. Isso é bom porque vira e mexe eu acabei tampando a saída de baixo do S8 e pronto, acabou o som, enquanto no iPhone 8 você não tem esse problema.
Também encontramos na carcaça as bandejas. Enquanto o iPhone 8 tem apenas a entrada para um chip nano SIM, o S8 oferece uma bandeja híbrida que serve tanto para acoplar um chip adicional que junto com a pasta segura permite você criar aplicativos duplicados de comunicação, como a possibilidade de um cartão micro SD de até 2 terabytes. Até o momento, temos cartões de 256GB, então esse é meio que o limite.
Lembra que a Apple comentou que retirou o P2 para ficar mais fácil de ter certificação e aumentar um pouco a bateria? Bem, o S8 é IP68, ou seja, pode ser submergido sem problema algum e ainda tem o P2. O iPhone 8, apesar de ter melhorado desde o 6S para a certificação IP67 que é resistente contra água, fica um pouco atrás do Samsung.
Tela
Quando falamos de tela, não tem jeito, o infinity display do S8 supera fácil o display do iPhone 8 com o dobro de resolução e 5,8 polegadas contra apenas 4,7 do iPhone. É realmente gostoso mexer no S8, que pode ser regulado para diferentes resoluções para manter o nível de bateria.
Vale notar que apesar de parecer um pouco ultrapassada com suas grandes bordas, eu gostei da tela do iPhone 8, que ao contrario do super amoled Samsung não é tão saturada assim. Tem até uma função chamada TrueTone que corrige o branco em variadas situações e essa resolução apenas HD não me incomoda, já que a taxa de contraste, as cores e o brilho do celular são realmente muito boas. É mais questão de parecer antigo. Ponto para o S8.
Software e desempenho
Agora vamos falar de software. Ter um celular Android e um com iOS é uma experiencia bastante diferente e que pode ser decisiva. Eu acho que o sistema da Apple é bonito pra caramba, mas tem limitações que incomodam o usuário de Android.
Transferir arquivos é um pouco mais chato do que de costume, não é possível customizar a launcher para se adaptar ao seu gosto e nada de tarefas sendo realizadas em paralelo, essencial para algumas pessoas e situações.
O S8, por outro lado, apesar de utilizar um Snapdragon 835, o melhor processador da Qualcomm na época, tem um sistema operacional adaptado da Samsung que parece um pouco pesado e arrastado. Sim, ela evoluiu bastante nos últimos anos, mas ainda sim conseguimos encontrar desempenhos melhores em celulares com o mesmo processador, tal como o próprio OnePlus 5T.
Quando comparado com o iPhone 8 temos uma velocidade de abertura de aplicativos até que parecida, com uma segunda rodada de abertura deixando o iPhone 8 na frente pelo bom gerenciamento de RAM típico do equipamento e da velocidade de exportação de vídeos, que é bem melhor no iPhone.
Eu não estou dizendo que o S8 é lento, longe disso, mas eu já senti alguns lags ao trocar de aplicativos com a tela dividida e coisas do tipo. É mais difícil de acontecer no iPhone 8, que parece mais liso. Se você tem um ecossistema Apple as coisas começam a ficar mais interessantes, com aplicativos compartilhados com macOS e Apple Watch, além o iCloud, mas claro você vai ter de pagar por isso.
A Samsung não fica para trás, já que entrega aplicativos de notas, o Samsung Health e mais alguns outros aplicativos que também funcionam em tablets e gadgets, como o Gear S3 ou Fit 2 Pro e tem uma coisinha ou outra nos notebooks da marca. O Galaxy S8 ainda tem algumas funcionalidades interessantes como o leitor infravermelho em sua traseira que é capaz de medir seus batimentos cardíacos e oxigenação do sangue. Como todo infravermelho não é extremamente preciso mas dá pro gasto.
Existem várias opções com a tela edge e no sistema operacional do S8 que ajudam a moldar uma experiência um pouco diferente. Eu particularmente gostei e falei no review completo do aparelho. Além disso, há a possibilidade de usar o DeX para transformar o celular em um desktop e o Gear VR para brincar de realidade virtual. Se fosse para dar um veredito sobre sistema operacional eu realmente acho que é um empate porque cada um tem seus pontos fortes, mas em número de opções o S8 ganha tanto dentro do celular como com seus acessórios.
Bateria
Uma das grandes apostas da Apple no iPhone 8 e X é a realidade aumentada. O seu processador A11 Bionic chegou para trabalhar bem com esses tipos de aplicações, e sim, apesar de a Google ter anunciado o ARCore para o Pixel e S8 em 2017 – fator que já os deixa na frente de outros modelos – o número de aplicativos disponíveis não chega minimamente perto dos da Apple, que está dominando a realidade aumentada até o momento. O único problema é que 30 minutos de jogatina vão levar uns 50% de sua bateria fácil no iPhone.
Em questão de bateria o S8 parece que vai ganhar e sobrar com seus 3000mAh contra 1821mAh do iPhone 8, mas em testes de uso real a diferença fica perto dos 10, 15% com o S8 ainda saindo na frente. Enquanto o iPhone 8 tem um gasto energético extremamente baixo quando stand-by, o S8 oferece opções customizáveis para economizar energia que podem ser bem úteis.
No geral, os dois sofrem para chegar no final do dia se você acabar abusando um pouco de uma filmagem ou um GPS, então os carregadores sem fio são de grande valia. Nos dois casos os equipamentos conseguem carregar cerca de 50% da bateria em 30 minutos, o tal carregamento rápido, mas você vai ter de pagar mais caro por isso no iPhone 8. No geral, o S8 se sai melhor nesse quesito, mas os dois não são lá a melhor opção para quem precisa de muita bateria.
Câmera traseira
Por outro lado, um ponto alto dos dois modelos são suas câmeras. Com o modo HDR funcionando de forma bastante consistente, dá para perceber que em situações iguais o Samsung S8 já aplica nativamente mais contraste e cores em suas fotos. É engraçado porque quando eu mostrei as fotos lado a lado para meus familiares, eles gostaram mais do S8. Mas calma, eu devo muito disso ao fato da tela do S8 já puxar um pouco mais de cores também e o iPhone 8 deixar as fotos mais flat.
Isso tem um lado bem bom porque ele não só consegue capturar melhor as diferenças entre as partes mais escuras e claras da foto – também conhecido como faixa dinâmica – como te dá mais liberdade na hora de editar as cores das suas fotos posteriormente. Para quem sabe mexer em fotos é ótimo. Só que no fim eu acabei aumentando cor e contraste das fotos, ficando perto do resultado do S8.
O iPhone te dá mais opções, melhor faixa dinâmica, um resultado melhor principalmente em fotos com baixa luz, um pouco mais de definição em alguns momentos, o que é ótimo, mas o S8 entrega uma foto já editada te eliminando um pouco de trabalho.
Para mais de 90% das pessoas, as diferenças entre câmeras não são grandes o suficientes para mudar a compra, mas eu devo dizer que a do iPhone 8 é melhor.
Em vídeo, temos mais algumas diferenças. O iPhone 8 consegue gravar em 4K em 24, 30 e 60 frames e 1080p a 240 frames, coisa que nenhum celular fez até a época. Para usos específicos isso é bastante interessante, afinal, o S8 para gravar em 240 frames, o modo de câmera lenta, fica com resolução 720p. Dá para se divertir na piscina da mesma forma, até porque o S8 tem resistência total à água permitindo tirar fotos submerso, mas se você é criador e quer melhor qualidade. O iPhone manda melhor nos frames.
O S8 por outro lado tem uma estabilização melhor e mais suave. O iPhone 8 acaba dando umas corrigidas de foco quando você está em movimento que me incomodam demais, questão de opinião mesmo.
Câmera frontal
Na câmera frontal temos uma diferença um pouco maior. Enquanto o S8 tem uma câmera de 8 megapixels com abertura de f/1.7 que ajuda bastante em baixa luz, o iPhone 8 continuou com o sensor de 7 megapixels e f/2.2 de abertura. Isso, somado ao fato de que ela continua continua mantendo aquela tendência de te deixar mais avermelhado me frustou um pouco, fazendo o S8 “ganhar nesse quesito”. Vale lembrar também que o S8 grava em até 1440p na câmera frontal, contra 1080p do iPhone.
Nos dois casos os sistemas são intuitivos, e enquanto o S8 já tem vários modos de câmera e permite baixar novos no gerenciador de aplicativos Samsung, a App Store está recheada de aplicativos profissionais de fotografia e vídeo que você pode comprar.
E se você quer colocar vídeos, fotos e stories no Instagram, não tem jeito. A qualidade vai sair bem melhor em um iPhone. Principalmente no 8, mesmo com essa diferença de câmera frontal.
Conclusão
Eu queria muito ficar com o iPhone 8 por conta das câmeras, o sistema de realidade aumentada que funciona e o sistema operacional. Mesmo!
Esse slowmotion em 1080p é muito útil nas minhas gravações, mas mais útil ainda é conseguir colocar um micro SD para gravar vídeos por mais tempo, poder usar um fone P2, ter a liberdade de ter 2 Whatsapps e uma tela linda pra caramba. Então, uma câmera ligeiramente inferior não chega nem perto de ser problema, porque já dá muito para o gasto.
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