O iPhone XR é um aparelho controverso. Apesar de não ser o topo de linha da empresa, trás algumas características diferentes que me fizeram torná-lo meu smartphone principal. Se vale a pena ou para quem vale a pena é o que quero discutir nesse review.
Design
Se você estava acostumado com as séries anteriores do iPhone, tanto os modelos menores que vão do iPhone 6S até o iPhone 8 como a linha plus, pegar um iPhone XR ou iPhone XS é uma bela evolução quando falamos de espaço de tela. Eu sempre achei que os modelos Plus eram muito grandes na mão, mas conseguimos quase 1,5 polegada a mais nesse modelo “mais barato” quando comparado com a linha 8.
Esse aumento de tela chegou a preocupar os analistas que se questionaram se a resolução HD ia trazer uma boa experiência. E olha, apesar do “bafafá” ela é bem boa. Eu tenho pouco do que reclamar e meus pontos são o seguinte: essa era a mesma resolução que os aparelhos menores tinham até agora e ninguém falava nada.
Depois, essa tela entrega bons níveis de brilho, de cor e de contraste, o que torna o uso da interface como um todo muito bom. O que sempre me incomoda é na hora de ver vídeos. Você consegue tentar melhorar um pouco rodando o vídeo em 1080p, mas nunca é tão nítido quanto nos modelos de maior resolução.
E eu particularmente gosto do que essa tela HD traz. Primeiro que nem precisaria, mas você terá melhor desempenho em jogos. Depois, o rendimento da bateria também tem o seu próprio ganho e por fim, ao utilizar tecnologia IPS contra OLED, conseguimos cores mais equilibradas que no XS ou no X do ano anterior.
É uma troca clara que ocorre em todos os aparelhos. O preto extremamente preto traz também maior saturação. Para fechar a seção sobre a tela, nesse modelo mais barato também fica de fora o 3D Touch, aquele lance de apertar mais forte para abrir mais opções. Isso é substítuido pelo HapicTouch, função de esperar para aparecer essas opções – só que como já existem outros atalhos mapeados, você perde algumas funções.
Bateria
Pro meu tipo de uso eu consegui chegar no final do dia com uns 30% a 35% ainda disponíveis. Dá para chegar até pelo menos o meio dia do próximo dia. Em números mais reais, esse celular gastou 6% por hora de Netflix com brilho no ponto médio e 16% pelo mesmo tempo no Asphalt 9, o que quer dizer que basicamente vai um pouco melhor que o iPhone XS no dia a dia.
Pra quem estava fazendo no máximo 6 horas de tela com o Galaxy S8, conseguir uma média de 8 horas com resultados até melhores ao não abusar muito, é ótimo. Com isso, eu consigo carregar a noite sem me preocupar, até porque o carregador que o acompanha na caixa é lento demais.
Com 5 Watts, ele demora uma hora para carregar 40%. É realmente muito ruim para os padrões atuais. Felizmente, eu também uso o iPad no dia a dia, e passei a utilizar o seu carregador de 10 Watts no próprio iPhone, que passa a carregar um pouco menos de 70% na primeira hora, um resultado bem melhor. Lembrando que ele também aceita o carregamento sem fio, característica já presente nos modelos do ano anterior.
Aliás, tem mais coisa que foi mantida. Primeiro que o aparelho tem proteção IP67, característica que evoluiu no XS, mas que ficou tudo igual por aqui. Ele tem também o desbloqueio facial, melhorado de um ano pro outro e uma saída de som de boa qualidade.
O Galaxy S10 chegou com um volume bem maior, mas a qualidade do iPhone ainda está bem parelha. Como as bordas em volta da tela são maiores que no X e XS e como ele já é um aparelho um pouco maior do que o visto no ano passado, o XR realmente não é uma lindeza ergonômica.
Pra consumir mídia ou escrever o fato de você ter mais tela é bem legal, mas não dá para alcançar tudo com uma mão só, e poxa, ele é pesado, 194 gramas não é brincadeira não.
Então beleza, ele está bonito nas suas cores – branco, azul, amarelo, vermelho, preto e laranja -, está meio grandinho, pesado, com tudo igual ou melhor que o modelo mais barato do ano passado, mas e processamento?
Desempenho
Fica pra trás do modelo principal, o XS? Não! Diferente da linha 5C que todo mundo comparou com essa porque é colorida, o iPhone XR vem com o mesmo processador A12 Bionic que detinha os melhores números de benchmark até o Snapdragon 855 aparecer.
Isso quer dizer que ele é rápido, roda tudo mesmo com os 3GB de RAM, 1GB a menos que na versão mais cara já são mais do que suficientes para alguém que usa o celular o dia inteiro como eu. Você vai rodar tudo no máximo, não tem nada melhor e é isso.
E sinceramente, processador Apple continua mandando muito bem no dia a dia, mesmo algumas gerações atrás. Quer dizer, não é só ele, modelos Android intermediários já entregam uma ótima experiência. O que tem de legal nesse novo modelo é a aplicação de novos tipos de processamento na câmera. E eu estou falando isso aqui agora porque o tal processamento de imagem tem relação com o processador.
Câmera traseira e frontal
A grande evolução de um ano para o outro foi a aplicação do HDR Plus, que basicamente aplica uma maior faixa dinâmica em tempo real e com maior força nas fotos. Quem se beneficiou bastante disso foi a câmera frontal, que continua com uma configuração parecida com a dos últimos anos – 7 megapixels e abertura f/2.2.
Em vídeo, por conta desse processamento, essa é uma das câmeras mais estáveis quando falamos de manutenção da exposição. A mesma função foi aplicada na câmera traseira, que conta com a mesma configuração do ano anterior, 12 megapixels e abertura f/1.8, mas com um sensor maior, que capta mais luz.
Esse é o mesmo sensor primário do modelo mais caro e continua tendo um dos melhores resultados de câmera do mercado. Sim, iPhone sempre terá uma imagem menos saturada que outros equipamentos, e sim, eles até mudaram um pouco disso no último ano, mas até pelo fato do aplicativo de fotos te dar uma opção enorme de ajustes, a ideia é sempre que você faça uma edição posterior.
Quando comparado com o XS, o iPhone XR faz o modo retrato apenas em pessoas e via software. O recorte é bom, e ele usa a primeira e única câmera para isso, então você tem um resultado mais “aberto” que a segunda lente do XS. Eu particularmente prefiro o que rola no modelo mais caro porque lembra mais as lentes 50 milímetros que é meio que o padrão para fotos de retrato, mas os dois resultados são bons.
E claro, pra vídeo o iPhone manda bem com as opções de 4K e uma estabilidade que me deixa despreocupado de gravar com ele.
Para fechar, vale comentar que esse modelo tem um chip 4G um pouco mais fraco que do modelo S, mas que provavelmente você não sentira muita diferença, eu mesmo não liguei.
Conclusão
O resumo da conversa toda é que se você quer porque quer um iPhone, seja pelo sistema, pelo melhor desempenho no Instagram ou pelas câmeras, o iPhone XR é uma opção consistente pelo tanto que você irá economizar em troca de pequenas reduções de características.
Eu realmente acho que o avanço de câmera do iPhone X pra última geração é relevante e vale a troca, e poxa, ganhamos bastante espaço de tela perante o iPhone 8. Se o aparelho vale perante o mercado Android é outra coisa, já que o preço está bem acima da média, mas entre os iPhones é uma ótima opção.
Eu também troquei de um Iphone 8 para um XR, e posso dizer que praticamente todas as mudanças foram bem-vindas. Eu era bem relutante em mudar de um sensor biométrico para o facial, mas devido meu ofício, era normal não reconhecer a minha digital na maioria das vezes.
A qualidade mostrada na tela, no áudio, no novo processador somada às novas tecnologias em pouco tempo fizeram eu “esquecer”, por vezes, como se manejava os Iphones mais antigos (ativar a central de controle e observar as notificações para ser mais exato).
Ele não perde em muito para os irmãos mais potentes de sua geração e entrega um resultado bastante satisfatório somado ao valor bem mais acessível.