Os Jaybird Run XT são a primeira aposta da marca no mercado de fones true wireless, mas será que eles conseguiram desbancar a Apple, Samsung e diversas outras concorrentes de peso já no primeiro modelo? Será que os Run XT são, de fato, os mais indicados para o nicho de esportistas como eles prometem? É o que eu vou tentar te contar até o final desse review.
Jaybird Run XT
- Capacidade de bateria: 80mAh (fone) e 600mAh (case)
- Tempo de uso do fone: 4 horas
- Carregamento com micro USB
- Bluetooth 4.1
- Software: Jaybird (Android e iOS)
O Jaybird Run XT é basicamente o segundo na linha dos fones de ouvido TWS da marca, ficando atrás apenas do Vista, que chegou no início do ano, e que sinceramente é mais caro do que eu desejo pagar em qualquer fone bluetooth na minha vida.
Pra quem não sabe, essa marca é uma divisão de áudio da Logitech, focada no público com um posicionamento bem definido: ser uma marca de fone de ouvido para os corredores. É para galera que está ativa o tempo todo e por isso tem algumas características bem específicas.
Construção e bateria
Para começar, vamos discutir um pouco sobre o Design do Run XT. Ele logo de cara passa a impressão de ser um in-ear bem robusto e resistente. Por ter as barbatanas ao redor dos fones – que ajudam na fixação dos fones ao seu ouvido – e resistência IPX7 – o que é um diferencial bem legal para este modelo – ele acaba não sendo tão pequeno quanto um Redmi Airdots.
Eles são muito leves e confortáveis, ficam bem presos ao ouvido e possuem algumas opções de ponteiras e barbatanas para você misturar e combinar tamanhos diferentes para encontrar o melhor ajuste.
No entanto, os fones de ouvido podem parecer um pouco volumosos dentro do ouvido e ainda pressionam um pouco o canal auditivo se você precisar apertar o seu botão, que é um pouco duro. Aliás, eu até gosto do botão ser físico, mas nesse caso gerou um pouco de incômodo.
Eles vem acomodados nessa caixinha meio gordinha, que possui bateria responsável para mais duas cargas completas no par de fones e que está disponível tanto nessa cor cinza, quanto na cor preta.
Por falar em bateria, podemos dizer que não é o grande diferencial por aqui. Apesar da cápsula e da caixinha serem maiores do que o padrão, a bateria está na média, aguentando por volta de 4 horas de reprodução contínua com uma única carga.
Esses eram valores bons para 2019, mas sabemos que o mercado está se movendo para muito mais bateria em cada cápsula, como o Galaxy Buds+, que logo deverá aparecer por um preço similar ao XT e tem 10 horas de uso.
Ao mesmo tempo, é interessante saber que ao carregar na case, o fone de ouvido consegue recuperar 25% de bateria, ou cerca de 1 hora de uso em apenas 5 minutos.
Para quem corre sabe que a pior coisa é esquecer de deixar seu fone carregado. Com o XT, dá para acabar de se arrumar enquanto o fone fica pronto. Só lembrando que essa velocidade de carregamento diminui depois dessa carga inicial, e o carregamento dos fones mais a caixa demora 2 horas no total.
Conexão e aplicativo
Esses fones usam o padrão de Bluetooth 4.1, que para ver vídeos e jogar não é uma experiência muito satisfatória por conta do atraso do áudio com a imagem, mas o processo de pareamento é muito simples de ser feito e fica ainda mais facilitado por conta do aplicativo da Jaybird.
Por falar em aplicativo, este é um dos grandes diferenciais dessa marca pra mim. O aplicativo está disponível tanto pra Android quanto pra iOS e através dele você pode equalizar seus fones da maneira que você quiser, além de explorar outros equalizadores feitos pela comunidade.
Tem até algumas playlists indicadas onde o próprio aplicativo informa qual o melhor equalizador para aquela seleção. Além disso, você consegue ver os níveis de bateria e atualizar o firmware dos fones, se for o caso.
Isso faz com que o Jaybird se torne um dos melhores fones que já usei, já que é possível regulá-lo para o tipo de música que eu quiser. O Galaxy Buds tem algumas configurações de equalização, mas os presets são poucos quando comparado com o que temos por aqui.
No fim, esse é um fone de ouvido com respostas de frequência muito boas e se você gastar um tempo configurando o equalizador e encontrando os melhores pares de borrachinha, ele chega numa configuração de áudio bem acima da média.
Gosto de ressaltar as borrachinhas aqui porque se você não encontrar a mais ideal, vai perceber que o grave perde muita potência, ai não é que o fone é ruim, mas ainda está vazando o som por conta do tamanho errado.
Qualidade sonora
Os sons mais graves são muito bons. Os sub graves, responsáveis pelo baque e estrondo, que é relativamente comum em músicas mais pesadas, é bastante plano.
Isso significa que eles têm a quantidade certa de pancadas sem serem exagerados. Nos médio baixos, responsáveis pela reverberação de baixos e bumbo de bateria, também é praticamente plano, entretanto, nos alto graves, responsáveis pelo calor da música, você pode perceber um pouco de estridência e barulho exagerado.
No geral, os graves são bem estendidos, equilibrados e fortes, mas dependendo da faixa que você ouvir, ele pode se tornar um som meio estridente e sujo. Vale até dar uma tunada no equalizador e ter um preset para cada grupo de músicas que você for ouvir. Por isso eu gosto tanto do app deles.
A faixa intermediária é muito boa e você vai conseguir ouvir os vocais e instrumentos principais sem muita sujeira. Eles dão um pouco mais de ênfase na faixa mais grave, mas no geral vai ser de boas escutar uma música mais pop ou até mesmo acompanhar seus vídeos e podcasts sem muita distorção da voz e instrumentos.
Sendo bem detalhista para apontar um erro, eu diria que nos agudos ele poderia ser um pouco menos evidente e com uma maior atenção aos detalhes. A real é que ele satura um pouco mais quando você coloca mais de volume, o que acaba afetando negativamente os vocais e instrumentos como pratos de bateria e violinos. O volume do som, no entanto, é muito bom!
O controle é muito simples e bem parecido com os demais fones, então um toque do lado direito faz você dar play ou pausar uma música, ou atender e rejeitar uma chamada, e um toque do lado esquerdo chama seu assistente de voz.
Dois toques, independente do lado, avançam uma faixa e no app você pode selecionar a opção de controles alternativos, onde um toque de cada lado altera o volume, subindo do lado direito e descendo do lado esquerdo. Ainda assim eu senti falta de um controle um pouco melhor.
Fones como o Pamu Slide Mini e o Buds+, por exemplo, permitem avançar e retroceder música, controlar o volume e ainda chamar o assistente virtual, tudo com uma configuração só.
Ainda comparando com outros modelos fica faltando um modo para ouvir o ambiente, como no Buds+ ou até um modo de cancelamento de ruído como os Airpods Pro, que aqui é feito somente de forma passiva.
Sobre o microfone, de modo geral ele não é bom. Em ambientes silenciosos, a fala soa fina, abafada e sem detalhes porém a pessoa com a qual você está conversando no Skype ou numa chamada vai conseguir te ouvir bem. Em ambientes mais barulhentos vai ser ainda pior, já que ele não consegue separar muito bem o que é sua voz e o que é ruído. Ou seja, é um microfone quebra-galho e só.
Conclusão
Acho que o Jaybird Run XT é sim muito indicado para quem vai fazer atividade física, principalmente por ter IPX7, coisa que dificilmente aparece em fones de ouvido, e pelo conforto em usar por muito tempo.
Porém, se você tiver um pouco mais de exigências, seja pela bateria, pelo tamanho ou por funções extras, acaba não sendo o mais indicado. Acaba sendo um fone para usar em atividades físicas e só isso.
Se você busca mais bateria e um microfone melhor, o Buds+ pode ser o mais indicado, mas se você não quer ou não pode gastar tanto, ir em um fone como o SHB2505 da Philips ou até mesmo o JBL Free podem fazer mais sentido. O aplicativo faz muita diferença na experiência geral de uso mas ele sozinho não se vende por completo.
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