O LG G7 ThinQ foi o reprise do que aconteceu G6. Um aparelho muito interessante ofuscado pelos outros lançamentos da época. Agora, quase 1 ano depois, com o preço bem mais atrativo, será que vale a pena retornar e pegar o ThinQ? É o que vamos desvendar nesse review!
A expressão que melhor descreve o começo da vida do LG é “nadou, nadou e morreu na praia”. Ele chegou no mercado com um bom número de funções e características relevantes que deixavam ele quase quase lá, mas faltou alguma coisa para justificar o preço similar e até um pouco ultrajante que todas as fabricantes passaram a cobrar em 2018.
Design
Um bom exemplo é o próprio corpo. A traseira é de vidro gorilla glass 5 e a armação é de alumínio e possui IP68, além de permitir o carregamento sem fio. Ele é compacto, bonito e não deixa nada a desejar – é premium, mas nada além disso.
Sem cores extravagantes, sem algum novo tipo de tecnologia ou um desenho que não havia sido visto antes. Sem correr riscos. Vale ressaltar que ele é bem escorregadio, até um pouco acima do normal para esse material, que também pega bastante digitais.
Geralmente utilizamos uma capinha para resolver esse problema, só que infelizmente, a LG seguiu a Samsung e deixou este item de lado. O que ele traz de acessório é um adaptador USB-C para micro USB e um fone de ouvido intra-auricular de boa qualidade que se beneficia bastante de todos os softwares de áudio que sempre destacam a LG.
Para citar alguns, temos o DTS:X 3D Surround que dá aquele efeito espacial para a música e o Hi-Fi QUAD, o conversor de áudio digital para analógico tunado que ajuda a aumentar a qualidade do arquivo de som.
Para o áudio externo a LG emprega o conceito Boombox, que apesar de possuir apenas um alto falante mono, numa saída fácil de tampar, é tão alto e forte que chega a vibrar todo o celular. Com isso, fica até melhor que muito smartphone com saídas estéreo. Isso não quer dizer que ele não se beneficiaria de uma segunda saída de som na frente, mas uma alternativa legal é simplesmente colocá-lo numa superfície plana ou de madeira. Assim o efeito boombox consegue aumentar o volume e até dar mais nitidez para a música.
Tela
É realmente uma experiência diferenciada que, quando combinada com a tela de 6,1 polegadas e resolução Quad HD, torna o G7 uma ótima opção para consumo de mídia. O que impede ele de ganhar o título de melhor do ano é o fato da tela ser de LCD IPS.
Essa tecnologia permite cores mais reais e incrementos de faixa dinâmica através do Dolby Vision e HDR10. Onde você sente ficar um pouco mais pra trás é nos tons de preto, que acabam entregando a verdadeira origem desse painel. Quando você tenta esconder o notch, a faixa que deveria ser preta fica um pouco acinzentada, mesmo quando o brilho da tela não está tão alto.
Aliás, esse é outro problema da tela. O brilho máximo ultrapassa os 1000 nits, o que é uma ótima marca e que o permite ser utilizado mesmo na rua. Mas o chato é que mesmo o brilho mínimo é muito forte. Minha suspeita é que o celular sai configurado com “back panel” do LCD no máximo possível. Além de atrapalhar o uso em salas escuras, a autonomia da bateria vai embora, deixando o celular que já tem configurações mais “gastonas” com uma vida útil ainda menor.
Bateria
No geral, ele não tem muito o que mostrar nessa frente, a carga máxima é de 3300 miliampere-hora, e perde uma média de 13% por hora no youtube, 10% em navegação e quase 25% no PUBG com o brilho na metade. A situação fica ainda pior se o recurso de always on display estiver ligado, elevando o consumo para uma média de 2% em repouso, contra 0,5% sem o always on display.
O jeito é diminuir a resolução da tela para Full HD, desligar qualquer função ou aplicativo e talvez utilizar também o modo econômico de cor, que diminui um pouco a intensidade do painel LCD para conseguir ter um resultado que fique mais na média de aparelhos intermediários e menos gastões.
Desempenho
Só que o modo econômico também diminui o desempenho do aparelho, e para minha surpresa, os resultados mesmo em potência total são menores do que a média para um celular equipado com o Snapdragon 845. No teste de benchmark AnTuTu, a pontuação chegou a ser 25% menor do que a do Oneplus 6, por exemplo.
Em testes reais você nota uma perda de frames em momentos que isso não devia acontecer, o que indica uma má otimização do sistema ou uma interface bem pesada. Não é super travado ou devagar ao ponto de você não conseguir rodar algo, mas certamente não é o que você espera ao ler as specs.
Além disso, só trouxeram a versão de 4 gigabytes de RAM e 64 de armazenamento aqui para o Brasil. É uma quantidade razoável que pode ser incrementada através da adição de um cartão SD, mas seria legal ter uma opção mais completa como os concorrentes.
Falo isso porque após a instalação sobram apenas 47 gigabytes, já que essa é realmente uma interface maior que a média. E olhando para o que ela oferece, fica claro o motivo: a customização é pesada, quase todo lugar tem alguma alteração ou um recurso diferente. As mudanças são legais e acrescentam boas funções, mas você precisa separar um tempinho extra para deixar tudo do jeito que você gosta.
Um ponto que pode incomodar também é o atraso nas atualizações. Sabemos que a LG tem um belo de um trabalho para aplicar essa interface para todas as novas funções, mas até agora o G7 não saiu do 8.0. Basicamente o tema do vídeo se repete, um aparelho legal, com uma usabilidade legal, só que com um detalhe que reduz sua atratividade.
Câmera traseira e frontal
Para concluir vamos falar das câmeras, o LG G7 possui duas lentes traseiras, que o deixa mais próximo do S9 Plus nesse quesito. As duas contam com 16 megapixels de resolução, uma para fotos normais e outra wide-angle.
A lente wide tem um pouco menos de definição que a principal e distorce bastante os cantos, sem a função de arrumar o efeito olho de peixe igual o Galaxy A9, por exemplo.
A câmera principal deixa as fotos um pouco menos expostas que o S9 Plus, e as cores são mais realistas, mas o HDR não fica muito nítido, nem o modo retrato. A noite esse problema aparece também, as fotos ficam iluminadas e quentes, mas quase vira um quadro de aquarela através do processamento exagerado. Eu exagerei um pouco, mas eu realmente me incomodo com a falta de nitidez em baixa luz que a Samsung, LG e algumas outras empresas orientais gostam de aplicar.
A história se repete na câmera frontal, a cor é mais real, mas a nitidez é menor do que a média. O pós processamento no rosto não ficou tão exagerado, pelo menos não parece me maquiar igual o S9, mas o modo de desfoque não me agradou muito.
O software da câmera possui funções de embelezamento, inteligência artificial e até de realidade aumentada, mas claro, enquanto algumas são realmente efetivas, outras são só brincadeiras. Em vídeos o G7 grava em 4k, com estabilização em 1080p.
Conclusão
O resumo é que se esse aparelho existisse em uma realidade alternativa sem Samsung, Apple e One Plus, ele valeria a pena. É um aparelho legal, bem completinho, com NFC, IP68, carregamento sem fio, processador atual e com um bom kit para consumir conteúdo, mas que comete pequenos deslizes.
Apesar do preço ter diminuído bastante, começando a aparecer perto dos 2500 reais, o S9, que tem vantagem em praticamente todas as frentes, caiu para o mesmo valor, o que acaba por arruinar os benefícios que o G7 teve nessa redução.
Mas ainda existe uma luz no fim do túnel, o lançamento do LG G8 está chegando e pode reduzir ainda mais o preço do G7, que, mais próximo dos 2000 reais, seria uma boa opção para quem gosta de usar seu celular para escutar música ou assistir vídeos.
Frederico Nolasco diz
Eu tinha um S8 plus, peguei o G7 Thing e digo que não deixou a desejar em nada. Achei o aparelho excelente em praticamente tudo. Tem várias ótimas funcionalidades. Único defeito na minha opinião: a borda inferior poderia ser mais fina ou até inexistente.