Ano passado, contra qualquer previsão nossa, e com suas configurações que não saltavam aos olhos o LG K11+ vendeu bem pra caramba. Seja pela lembrança afetiva ou o hardware consistente, será que nesse aquecido segmento perto dos 1000 reais o conjunto atualizado do LG K12 Plus vem para animar o público? Exatamente sobre isso que nós vamos falar nesse review.
Design
Eu começo falando do design do K12 porque nesse quesito, a LG resolveu mudar algumas coisas da geração passada. A traseira continua em plástico, porém com um toque metalizado na pintura azulada meio fosca, que olha, ficou bem bonita! Ele é só um pouco escorregadio na mão, então ter uma capinha é essencial para os mais desastrados, coisa que não está presente por aqui.
A LG incluiu a certificação militar no padrão MIL-STD-810G. Essa certificação segue algumas normas de construção para deixá-lo mais resistente contra aumento de temperatura, impactos e vibrações, mas isso não significa que ele tenha resistência a água, nem que você pode entrar em um guerra e sair com a tela intacta. A ideia é deixar os componentes internos mais resistentes.
Um ponto que eu achei engraçado é que eles resolveram deixar quase tudo do lado esquerdo do aparelho, sobrando só o botão power no lado oposto. Temos duas bandejas para armazenamento externo e cartões SIM, além dos botões de volume e um botão adicional exclusivo para chamar o Google Assistente, que depois que você se acostuma é um caminho sem volta. É bem mais fácil de usar sem você precisar ficar falando “Ok Google” o tempo todo.
Mesmo com o corpo mais esticado, o sensor de impressões digitais ficou bem posicionado e funcionou sem problema algumo. Temos uma entrada P2, e infelizmente, uma entrada Micro USB, que já está ficando bem datada e sumindo até mesmo desses modelos mais baratos.
Tela e som
Uma grande mudança do K11 para o K12 ficou pra tela. Apesar de seguirem com o novo padrão de telas esticadas, a LG deixou de fora o uso de entalhes, o que acabou tornando o aparelho um pouco grande na minha opinião.
O painel LCD de 5,7 polegadas com resolução apenas HD na proporção 18:9 tem, no geral, uma boa qualidade, mas pode sofrer um pouco em ambiente aberto, já que o brilho não é tão alto, fato já conhecido da geração anterior.
As cores são bem vívidas e equilibradas, e sim, enquanto eu não saí de casa com ele eu gostei do resultado, mesmo com a resolução inferior – padrão para o segmento.
Se na tela o K12+ apresenta “mais do mesmo” nessa categoria, é no som que ele traz pontos mais interessantes. Não percebi distorções da saída de som mesmo em volumes mais altos. Os graves e agudos são bem equalizados, entretanto, poderia ser um pouco mais alto.
O que me deixou mais satisfeito foi o fato da conexão P2 dar suporte a tecnologia DTS:X, que dá uma incrementada no som e deixa a experiência mais legal. Para ativar essa função é só ir até a central de notificações e ativar por lá mesmo.
Apesar desse carinho da empresa com o áudio, os fones que acompanham o equipamento são fracos, então fica meio ruim a experiência assim que você tira da caixa.
Sistema
Um dos grandes pontos negativos desse modelo na minha opinião é o fato de ainda vir com o Android Oreo direto de fábrica. A LG não deixou claro se vão atualizar ou não o sabor do Android, mas eu não contaria com isso. É meio ruim você comprar um modelo em 2019 e receber apenas as funções de quase dois anos atrás.
De todas as fabricantes, eu acho a interface da LG a menos otimizada. Ela também é, pra mim, um pouco cansativa visualmente. Aliás, sem querer exagerar, mas eu acho que o design dela no geral também é antiquado.
Existe um botão dedicado para mudar o chip usado para as chamadas, tem um ícone só pra ir para uma tela de aplicativos desinstalados. Fora os aplicativos de uso duvidoso, como o QuickMemo+, RemoteCall Service e o SmartWorld, que eram pra ser legais.
Esse aparelho me fez lembrar do Zenfone 2 da Asus, que tinha um software bem fraquinho e vivia com bugs. Falando em bugs, eu não entendi a necessidade do sistema me avisar que a bateria do modelo não é removível. Essa notificação apareceu várias vezes durante o período de testes.
Outra adição boa e controversa ao mesmo tempo é o modo Eco Playback, que reduz o brilho da tela ao mínimo, pra economizar bateria. Dessa forma você pode deixar um aplicativo reproduzindo áudio sem bloquear a tela. Ou seja, fizeram uma solução nativa para burlar o Youtube Premium, que habilita a reprodução em segundo plano.
Deixando essa birra de lado, não dá para criticar a escolha deles de já incluírem um gerenciador de arquivos e um app de lista de tarefas no sistema. São coisas que acabam facilitando o uso do dia-a-dia e funcionam bem.
Desempenho
Sobre as especificações, o processador utilizado aqui é um Helio P22, um chip octa core com frequência de 2,0Ghz em núcleos Cortex A53, que juntos dos 3GB de memória RAM, até que mandam bem em tarefas rotineiras. Deixa eu ressaltar aqui denovo. Tarefas rotineiras.
O foco aqui não é no público que usa o aparelho intensamente. Aplicativos de redes sociais, mapas, Spotify e navegadores vão bem, e o engasgo só acontece na hora de ficar alternando entre aplicativos, mas de novo, está dentro do que se espera desse conjunto.
A parte gráfica fica a cargo de uma GPU PowerVR Rogue e essa foi uma das grandes decepções pra mim. Claro que se você for rodar um vídeo no Youtube ou Netflix com a resolução HD não terá problemas, o gargalo fica mesmo nos jogos.
Para exemplificar, apesar de ter conseguido instalar o Asphalt 9, ele sequer passou da tela de boot do jogo. PUBG e Free Fire rodaram nas especificações mínimas do jogo e vez ou outra eu senti uma queda de frame, principalmente quando encontrava com outros oponentes.
Bateria
Por outro lado, a bateria de 3.000mAh até que mandou bem. Consegui um dia de uso sem muitas surpresas negativas. Em uso intenso, a média de consumo ficou na casa dos 25% de bateria por hora, onde eu combinei navegação na internet, gravação de vídeo, jogos e reprodução de vídeo.
É uma marca satisfatória, mas que não cresce os olhos como é o caso de alguns concorrentes com capacidade maior de 4.000mAh ou mais. O calcanhar de Aquiles fica para o tempo de carregamento dessa bateria. São necessárias mais de 2 horas para ir de 0 a 100%.
Câmeras
Para fechar, temos de falar de um ponto importante para esse aparelho: câmeras. Apesar da performance em jogos não ser das melhores, o Helio P22 tem a premissa de trazer inteligência artificial para a linha mais barata da empresa.
A câmera traseira de 16 megapixels consegue identificar até oito cenários diferentes na hora da foto para te ajudar a dar uma melhorada nas configurações. Essa é uma função cada vez mais difundida e que realmente ajuda, mas eu não vi tanta diferença assim no meu uso. Inclusive o HDR, que já vem configurado por padrão, também não tem uma extensão tão grande. Eu só senti ele realmente melhorando a foto quando eu fui pra um lugar fechado, com luminosidade reduzida.
De resto, pensando nessa faixa de preço, dá para falar que os resultados foram consistentes. As cores estão legais, o contraste, saturação e nível de ruído estão bem equilibrados e o balanço de branco acerta sem muita dificuldade. Senti falta da saturação ao ar livre, mas aí já seria muita sacanagem da minha parte comparar com os outros aparelhos topos de linha que usamos por aqui.
Quando a luz do sol vai embora, o bom resultado vai embora junto. A definição da foto cai drasticamente e não é difícil notar uma granulação exagerada, por conta do ISO mais alto.
Você consegue gravar vídeos em Full HD, mas o aparelho fica devendo na estabilização, o que também ocorre na frontal, que conta com um sensor de oito megapixels com flash LED e assim como a câmera traseira, faz um bom trabalho em ambiente iluminado. O que me deixou incomodado foi o fato de ter um filtro de embelezamento meio que por padrão, mesmo eu desabilitando ele.
O modo retrato via software funcionou bem, apesar de não acertar o recorte do cabelo em alguns momentos. Em ambiente com pouca luminosidade, não espere que o flash vá resolver suas selfies, porque dificilmente isso acontece. O modo retrato nessas circunstâncias ficou ainda mais perdido, mas de modo geral, é como eu disse: as câmeras apresentam resultados consistentes e bem competentes em boa luz para um equipamento dessa faixa de preço.
Conclusão
Eu não acho que o LG K12+ valha os R$1.200,00 pedidos no lançamento. Nessa mesma faixa de preço você leva o Moto G7 ou um Galaxy M20.
Caindo para a casa dos R$800,00 ou até mesmo os mesmos R$700,00 do K11, o K12 Plus começa a ser uma opção interessante para quem quer o básico consistente, sem muitas jogatinas. Afinal, ele tem câmeras razoáveis, processamento que é compatível com uma possível queda de preço e uma bateria que dura o dia todo.
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