Esse é o LG K61, o mais novo intermediário da LG. Ele é o mais avançado da nova linha, e deve ficar na faixa de preço que interessa mais ao brasileiro, logo acima dos 1000 reais, junto de modelos como o Galaxy A31. Será que depois de alguns aparelhos bem legais no segmento de entrada com o K40 e K50 a LG consegue subir um pouco mais e abocanhar o mercado de intermediários?
LG K61
- Processador Helio P35
- 128GB com 4GB de RAM
- Tela: LCD IPS de 6,53″ (1080 x 2340px)
- Câmera principal: 48MP (f/1.8) + 8MP (f/2.2) + 2MP (f/2.4) + 5MP (f/2.4)
- Câmera selfie: 16MP (f/2.0)
- Bateria: 4000 mAh
- Android 9.0
Construção e tela
As câmeras traseiras organizadas na horizontal e o furo descentralizado no lugar de um entalhe, deixam o LG K61 parecido até demais com o Galaxy S10, o que em todos os aspectos da comparação é algo bom.
Essa cor branca e as laterais em prata, dão a impressão de ser um aparelho premium, apesar de ser tudo de plástico. Essa é uma escolha bastante comum para esses aparelhos que querem economizar na construção, mas, apesar da certificação de resistência militar ajudar em quedas e contra poeira, esse material ainda é bastante susceptível a riscos e amaçados. Para isso tem a capinha direto na caixa.
Outro acessório que vem na caixa é o fone de ouvido, auricular, que não é o meu tipo preferido, mas a qualidade é até que razoável. Quando ele está plugado, você tem acesso também ao modo DTX Surround, para dar um efeito 3D à musica, que sinceramente, não fica muito bom não.
Já o alto falante externo é mono e até mais fraco que de costume, o que é um pouco estranho para um aparelho da LG, já que a marca costumava focar bastante nessa característica, mas é bem normal até para os aparelhos intermediários mais caros, então fica difícil reclamar.
Quando pensamos em tela, encontramos uma das principais diferenças entre o K61 e os outros dois aparelhos novos da LG, LG K51 e K41, pois eles possuem resolução HD, enquanto que por aqui temos o FullHD.
Como os três utilizam o painel LCD da LG, e de tamanho bem próximo, a diferença entre eles não é muito grande, mas vai afetar o seu uso se você gosta de ver vídeos ou se os ícones e fontes em menor resolução te incomodam.
De qualquer forma, a tela não é o forte do K61. As cores são meio lavadas e o contraste deixa a desejar. Apesar de a empresa ser líder em painéis OLED para TVs, parece que abriram um pouco a mão por aqui. O pior é que nessa faixa de preço começam a aparecer alguns concorrentes com telas AMOLED ou com características levemente superiores.
Câmera
Outro ponto onde o K61 fica a frente dos outros dois aparelhos é em fotografia. O conjunto quádruplo tem valores bons, sendo 48MP na lente principal, 8MP na ultrawide, 2MP na macro e um sensor de profundidade para o modo retrato, além da lente frontal para selfies de 16MP.
Por aqui as fotos ficam com mais contraste que nos aparelhos mais baratos, e o nível de detalhes é maior em praticamente todos os modos, no entanto, o K61 deixa a desejar em alguns pontos.
O problema mais grave está na dificuldade em controlar a luz, onde praticamente qualquer selfie do lado de fora fica com o céu estourado, e poucas vezes o resultado é melhor com a câmera principal.
Qualquer ambiente onde a luz está mais baixa já começa a apresentar chiados, e o foco começa a se perder com facilidade, e durante a noite é ainda mais difícil conseguir uma foto legal com qualquer lente diferente da principal.
Basicamente, você consegue fotos legais, mas a luz tem que estar praticamente perfeita para as cores ficarem num ponto que eu acho realmente bom. O K61 possui também o modo Ai Cam, que em teoria aplica um pós processamento um pouco diferente, só que no final os resultados não são tão consistentes e quando fica melhor, não é por muito.
Em fotos com as lentes auxiliares, falta nitidez e as cores podiam estar mais saturadas com a ultrawide, e a macro é bem dispensável. Você precisa estar a 4 centímetros do objeto, e nessa distância, melhor usar logo a câmera principal que o resultado será superior.
Em vídeos, o K61 não passa do 1080p a 30 quadros por segundo, com uma estabilização bem razoável.
Basicamente, quando você o compara com os resultados de outros aparelhos nessa categoria meio de entrada, meio intermediário, como o próprio G8 Power, o K61 tem bastante dificuldade para competir, e parte do motivo está no chip escolhido pela LG.
Hardware e sistema
Quem alimenta o K61 é o Helio P35, um chipset de entrada da Mediatek. Ele é mais ou menos equivalente ao Snapdragon 439, com um pouco mais de desempenho, mas com um processamento de imagens um pouco a par.
Para se ter uma ideia, tanto o Moto G8 Power Lite quanto o próprio K51S utilizam tal processador. Ele por si só não é um processador ruim, mas é uma categoria abaixo do que esse smartphone deveria trazer.
Por conta disso, as câmeras não tem muito com o que trabalhar, os jogos acabam ficando no mínimo – inclusive títulos como Call of Duty Mobile ou PUBG – e o próprio celular fica um pouco mais lento para abrir os aplicativos.
Por outro lado, o desempenho mais baixo significa que esse chip não tem o problema de sobreaquecimento ou de gasto excessivo, tal como ocorreu no Helio G90T, que jogou o desempenho lá pra cima aos custos de eficiência energética.
Então, mesmo jogando por quase 1 hora, o celular não aqueceu a nenhum nível preocupante, e o consumo de bateria ficou relativamente estável, consumindo 18% da bateria de 4.000 mAh.
Em outras atividades, essa mesma lógica se manteve verdadeira, mantendo um pouco acima do esperado para essa quantidade de carga, e para carregar de 0 a 100%, levou 2 horas e meia, também um pouco mais de tempo do que a média por conta do chipset mais simples.
Fica bem evidente que o foco da LG realmente foi economizar, e inclusive, simplificaram bastante o sistema do celular. Agora, em vez daquela interface bagunçada antiga, com menus cheios de abas, ruim de navegar, tudo meio que segue o padrão Android.
Claro que é bom quando as empresas tentam fazer algo diferente, e temos exemplos de sucesso na One UI e principalmente na Oxygen OS para mostrar que isso é possível, mas o objetivo tem que ser melhorar a base do android, não se agarrar aos costumes antigos.
A LG também não abandonou tudo, e manteve a sua interface bem customizável, para o caso de você ainda preferir algo da antiga interface, como o atalho para o menu de ícones ou a navegação de gestos.
Conclusão
Temos que falar de um detalhe meio chato, o preço. Praticamente todos os aparelhos lançados nos últimos meses estão muito caros, provavelmente pelo medo do dólar subir ainda mais. Por conta disso, o K61 chegou no mesmo preço do Galaxy A51, preço onde o aparelho da LG não tem a menor chance de competir.
Hoje, o Moto G8 Power pode ser uma opção melhor para quem quer mais potência ou precisa de muita bateria, e o Galaxy A30s para quem gosta bastante de fotografia. Mas se o K61 ficar abaixo dos mil reais, preço que eu acho que ele deve chegar depois que os ânimos se acalmarem, ele pode ser uma boa opção para quem precisa de um celular barato, bem bonito e que não precisa de muito.
A mesma jogada que deu certo antes: é só ser bem barato que você vira o top de uma categoria abaixo, ao invés do pior em uma categoria acima.
Deixe um comentário