A LG NANO80T é aquela TV para quem quer fugir do básico, sem gastar tanto. Ela é uma das mais em conta da LG, com a tecnologia NanoCell, que torna ela melhor que vários modelos da sua faixa de preço. Será que ela entrega o que você precisa? Bora descobrir no vídeo de hoje – e caso você se interesse, terão links de compra aqui na descrição.
Para começar, muita gente vê esses nomes, “NanoCell”, “QLED” e afins, e acha que estamos falando de TVs mais caras. Já foi o caso antes, mas hoje não é mais. A NANO80T é uma TV mais avançada que as telas 4K de entrada, como a LG UT80, porém o preço hoje, desse nível de tecnologia, está muito mais em conta.
Existem 6 versões da NANO80T, que vão de 50 a 85 polegadas. E contra a UT80, ela sempre está, no máximo, 200 reais mais cara. Sério, parece que elas estão acorrentadas. Cai o valor de uma, quase que imediatamente, a outra acompanha – sempre nessa distância, até nos modelos de 65 polegadas.
Então não é um investimento extra tão grande. Às vezes você precisa economizar o máximo possível, mas, geralmente, dá para apertar um pouco mais, ou parcelar em mais uma vez, para caber no mesmo orçamento da UT80.
Construção e som
Por outro lado, o preço menor também sugere cortes. E de fato, temos alguns aqui. A construção da NANO80T é basicamente idêntica a dos modelos mais baratos. E não é exagero, até nas dimensões, ela é igual. É um corpo que não é particularmente fino, nem traz bordas invisíveis. É o básico, o arroz com feijão, sem inventar muito.
Não vejo como um ponto negativo, na verdade, até prefiro algo um pouco mais robusto, para dar resistência à TV. E a altura é boa também, para colocar uma soundbar aqui embaixo. Porém, comparado com as outras marcas, que trazem designs mais chamativos, ela ficou um pouco ofuscada.

Olhando a traseira, as portas de comunicação ficam quase todas dentro desse recorte, viradas para o lado. São 2 portas HDMI aqui, incluindo a eARC para passagem de som, uma USB e a antena. Algumas portas também ficam viradas para trás – mais uma 1 HDMI e 1 USB, a ethernet e a saída óptica. Eu prefiro todas viradas para lado, mas não é um ponto negativo, essa posição pode ser útil em algumas situações.
Já o som, ele fica virado para baixo. Você consegue ver as duas saídas, para os dois alto falantes da tela. A qualidade é até que uma surpresa, pois apesar do conjunto básico – 2 falantes de 20 Watts, o que, basicamente, toda TV de entrada trás.
A LG tem um algoritmo bem interessante, que consegue deixar o som mais encorpado. É algo que eleva o nível de várias TVs da marca, com conjuntos mais simples. No site, a LG diz que os falantes simulam um sistema de até 9.1.2 canais – não sei se chega a tanto, mas é um áudio bom, sim, bastante agradável.

Dito isso, o algoritmo não é a mesma coisa que modo som AI Pro. Ele, na verdade, eu evito usar. Fica um som muito mais estridente, mais agudo. Eu não gosto tanto, principalmente porque os modos cinema e música são ótimos. Caso você tenha uma experiência negativa com o áudio da TV da LG, vê se mudando para um desses dois, não deixa ele mais ao seu gosto.
Ainda na conversa de software, esse ano a LG expandiu também o recurso de sincronização de áudio entre TV e soundbar. São dois níveis diferentes, o mais avançado que a marca chama de WOW Orchestra, nas TVs mais avançadas, e o mais simples, o WOW Interface, que está presente aqui.
Por ele, você consegue controlar as configurações da barra pela TV, algo muito útil, agora que as soundbars da marca estão vindo sem um display numérico.
Para funcionar, é necessário que a TV e a barra sejam compatíveis com o WOW Interface, o que limita um pouco o recurso, para os modelos mais novos, dos dois tipos de produto.

Tirando essa limitação, é um ponto positivo, um diferencial mesmo, pois na Samsung, algo parecido só funciona com soundbars mais avançadas, e na TCL, que é a outra concorrente próxima, não existe nada parecido.
Para som, em específico, a LG costuma ter mais diferenciais, em toda a linha – das mais baratas até as mais caras.
Mas para completar a experiência audiovisual, precisamos de um bom visual, e é justamente aqui onde a Nanocell mais se distancia da UT80.
Qualidade de imagem
A NANO80T utiliza, como o nome indica, o painel NanoCell. Numa explicação mais rápida e simples, a NanoCell tem uma camada especial que filtra as cores. Ela serve principalmente para reduzir interferências, na hora de emitir esses tons, absorvendo a luz “errada” para te mostrar apenas a cor certa. Isso aumenta a acurácia das cores, reduz desfoque excessivo, e pode até ajudar no contraste, “filtrando” ali a cor branca inteira.
Na prática, você coloca ela do lado da UT80, e percebe uma cor muito mais rica, uma imagem mais bonita, sem excessos. Existem TVs LCD bem coloridas também, porém a ausência do filtro NanoCell, pode criar aqueles borrões, ou blocos de cor – que é super colorido, mas fica feio.

A tecnologia é bastante similar ao QLED. Quer dizer, a forma que cada um atua é diferente, mas o resultado final, que é deixar a imagem mais realista, com cores mais puras, é algo que as duas compartilham.
É graças a isso que a NanoCell é tão melhor que a UT80. Ela tem um preto mais profundo, mais escuro, e cores mais vivas, que deixam a imagem bem melhor. Aliás, isso vale não só contra a UT80, como para qualquer outra TV LCD no mercado.
A tela conseguiu exibir 81% da gama de cores DCI-P3, que é a gama de cinema, o padrão que Hollywood trabalha. O contraste que eu medi foi de 2610:1, e o brilho de 278 nits.
Os resultados, no geral, estão bons. No caso da cor, uma gama de 80% ou mais, do DCI-P3, já coloca ela na categoria “super colorida” para LCD. A única questão é que, para conseguir esse valor, eu preciso habilitar algumas opções.
Eu prefiro usar o modo Filmmaker ou o modo especialista, com a intensidade de cores no alto, do que “apelar” para outro modo. Além disso, uma certa desvantagem da NANO80T, é que o painel não tem uma consistência de cor tão boa.
Se você coloca uma cor pura na tela, dá para perceber que ela não é tão homogênea. É algo que não costuma aparecer assistindo TV normal, e que, curiosamente, não afeta os tons pretos.

A NANO80T consegue um preto bem profundo, bem escuro. São os tons mais claros que deixam essa falta de homogeneidade mais evidentes.
Isso abre o assunto, contraste, que segue uma historia parecida. O nível padrão não é tão bom, mas existe uma opção, o “contraste dinâmico”, que quando ativado, melhora esse nível.
Ainda assim, a NANO80T tem um pouco de limitação na intensidade dos brancos, o que segura um pouco o contraste. Lembrando que contraste é a diferença entre o ponto mais claro e mais escuro. Uma tela pode ter contraste mais baixo porque os tons escuros estão muito claros, que é o mais comum, ou, como nesse caso, porque os tons claros estão muito escuros.
Se é para escolher um, esse caso aqui é o melhor. Brancos mais fracos. Porém, em cenas muito escuras, pode ser que você tenha um pouco de problema para enxergar. Isso é amplificado por conta da falta de HDR dinâmico. A NANO80T tem apenas o HDR10, que é o padrão.
Quando você está assistindo algo no formato HDR, a imagem fica linda. A única questão mesmo é que, por não ser um HDR dinâmico, se o filme tem muita transição entre cenas escuras e claras, você terá aquele dificuldade que eu comentei.

Isso explica também o brilho – que é o único valor realmente baixo do teste. Aliás, nem o brilho de tela, nem o pico de brilho, que ajudaria o HDR, estão em um nível bom pelo meu teste.
Nós compramos essa TV duas vezes, inclusive. Na primeira, ela estava com um problema de tela, e eu tive que devolver. Lá o contraste não passava de 2.000:1, com uma cor bem mais fraca também. Por outro lado, conversando com colegas Youtubers, alguns deles conseguiram medir valores um pouco mais altos na NANO80T deles.
Isso é um problema da linha mesmo, há vários anos – uma certa variação em algumas métricas. Principalmente o contraste e aquela questão das cores homogêneas.
Mas vamos reforçar né, isso é um olhar bem minucioso na experiência com a NANO80T. É uma ótima TV, com qualidade de imagem muito boa, mas é importante entender esses detalhes, ainda mais para comparar agora ela com as QLEDs.
A NANO80T tem duas grandes concorrentes fora da LG, a Samsung Q60D e a TCL C655. Contra as duas, que são QLED, a NANO80T tem cores um pouco mais fracas. É uma questão de tecnologia mesmo.

Por conta da forma que o QLED funciona, ele consegue uma gama maior. A tecnologia também afeta aquela questão da consistência de cor, só que a C655 e a Q60D, como também são modelos de entrada, não são lá essas coisas. A C655 é até pior nos tons escuros.
Outra desvantagem da NANO80T é que o brilho é mais fraco. Mesmo nos melhores casos que encontrei, ela ainda não chega nas duas rivais QLED.
De ponto forte, o modo “vivo”, ou com as configurações de cores no alto, das duas outras TVs, é um pouco mais exagerado que essa daqui. Não é tanto, mas chega a ser o suficiente para eu não recomendar usar o modo nas QLEDs, e me dói dizer isso, mas dá pra usar na NANO80T.
Sistema Smart TV
Podemos concluir que a NANO80T tem que estar um pouco mais barata para valer a pena, contra as rivais QLED. Mas, existe um equalizador aqui, que é o sistema.
Quem gosta do WebOS, provavelmente não quer sair dele. A grande verdade é que os 3 sistemas, WebOS, Tizen e o Google TV, são bons, porém cada um funciona de uma forma, o que pode polarizar opiniões.

No caso, por mais que isso seja um pouco subjetivo, em questão de configurações, e menu rápido, o WebOS é o melhor dos 3. Eu sempre falo muito do menu rápido, porque a LG acertou aqui, de uma forma, que eu não via faz tempo. Essa interface menor, que aparece quando você aperta o botão de engrenagem, é bastante customizável, e pode ser utilizada para ajustar bastante coisa, direto dele mesmo.
Sem contar que o formato também é bastante propício para ser utilizado com o ponteiro do Smart Magic, o controle especial da LG. Esse é outro diferencial que, não é exatamente do sistema, mas está relacionado.
O controle é grande, ainda com os números, que podem se transformar em atalhos para aplicativos. É uma forma útil de somar funções para o teclado numérico, que não é mais tão usado.
Para 2024, a LG também lançou a ideia de atualizar o sistema, então esse WebOS 24 vai chegar até o WebOS 28 – como se fosse o Android ou iOS do seu celular. É uma atualização de verdade, não só uma interface nova, então deve incluir qualquer recurso que chegar nessas futuras versões.

Por exemplo, alguns modelos do ano passado receberam o WebOS 24, e aí TVs que não tinham Chromecast, agora tem.
Acho que ano que vem, teremos uma ideia melhor de como isso vai funcionar, pois existem alguns riscos aqui também,né? Vai que o sistema novo é muito pesado, vai que o sistema novo tem uma cara que você não gosta. São coisas que apenas o futuro nos dirá.
De qualquer forma, se você é um fã do WebOS, gosta muito, não quer sair dele, então a NANO80T é uma das melhores formas de usufruir dele.
Conclusão
Ela é uma TV com boa imagem, apesar de ter algumas imperfeições, justamente por se posicionar como uma TV de entrada.
Não tem alguns recursos mais avançados, como HDR dinâmico, porém, pelo preço de R$2.400 no modelo de 50 polegadas, e em torno de R$2.600 para 55 polegadas, ela é uma opção interessante.
Olhando para o mercado como um todo, o ideal realmente é que ela esteja mais barata que as duas concorrentes diretas, mas se você gosta bastante do WebOS 24, mesmo hoje ela pode valer a pena. E, certamente, ela está com custo-benefício melhor que a UT80, que é só R$200 mais barata.
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