Verdade seja dita, o LG Velvet pode ser o aparelho mais importante para o segmento de smartphones da marca sul-coreana. Eu não quero exagerar, mas o caso todo é que já faz alguns anos que ela anda perdendo relevância nesse mercado, mas pelo menos o Velvet recupera algo bastante necessário para a volta da LG, a sua identidade. Nesse review nós vamos ver o que ele traz para justificar essa introdução toda, se é um aparelho que combina com você, e o mais importante, se vale a pena comprar.
LG Velvet
- Processador Snapdragon 845
- 128GB com 6GB de RAM
- Tela: P-OLED de 6,8″ (1080 x 2460px)
- Câmera principal: 48MP (f/1.8) + 8MP (f/2.2) + 5MP (f/2.4)
- Câmera selfie: 16MP (f/1.9)
- Bateria: 4300 mAh
- Android 10
Construção e tela
Olha, eu realmente fiquei feliz com esse celular, que tem sim seus defeitos, mas pelo menos não é outra cópia do último Galaxy S lançado pela Samsung. Para começar, seu corpo é bem mais alto, apesar de mais estreito que o G8X, alcançando as 6,8 polegadas, numa proporção de 20,5:9, algo que a gente não vê todo dia.
Ele é um aparelho grande, praticamente no formato de cinema, porém, com uma pegada um pouco mais confortável e firme. Ainda assim, o manuseio é parecido com qualquer outro celular enorme, quase todo mundo vai precisar de duas mãos para mexer nele, e existe ainda uma boa chance do seu bolso não ter espaçoso suficiente para caber ele direito.
Além de tamanho, o LG Velvet está bem bonito. Os cantos e as laterais estão menos arredondadas que de costume, dando uma cara bem quadradona a ele. Só que, indo na contra mão do resto, a tela é curvada, lembrando, mais ou menos, um aparelho da série Note.
Eu particularmente gostei bastante, tanto da aparência, quanto do tamanho, mas é claro que tudo isso são questões particulares, não necessariamente pontos positivos ou negativos do celular.
Onde ele se destaca bem é na qualidade da imagem. A LG, como uma fabricante de telas, sempre priorizou essa característica nos seus aparelhos, que servem como uma vitrine para essa parte da empresa, e realmente, seu painel de tecnologia OLED está muito bonito, com cores vivas, ótimo contraste, e, apesar da resolução FullHD, boa definição.
Outra limitação por aqui é na frequência da tela, que é do padrão 60Hz, e não os 90Hz ou 120Hz que está aparecendo em tudo que é aparelho premium de 2020. Com isso a gente chega numa realização importante.
O LG Velvet não é exatamente um topo de linha, e mais para frente isso vai ficar mais claro, mas o Velvet não foi feito para disputar terreno contra os grandes nomes, e sim, praticamente cria uma categoria própria, onde praticamente não existem concorrentes.
Nas laterais do Velvet, você encontra 4 botões, os 3 normais de volume e de desligar, e um quarto para chamar o assistente de voz. O chato é que não dá para, por exemplo, mudar o atalho para o app de câmera ou de música, só desativá-lo.
Isso é algo que eu lembro da gente reclamando há um tempo, e a maioria, talvez até alguns LGs, já davam essa flexibilidade, mas para mim, que não uso o assistente, ele se torna um botão morto.
Na parte de baixo, você encontra ainda a entrada para fones de ouvido, para provar que ele não é um top de linha mesmo, e o alto falante, que por aqui é estéreo.
Ele alcança volumes razoavelmente altos e a qualidade é boa para um som de celular, mas ainda é um som de celular, bom para escutar algo simples, como um vídeo, e não para músicas com muitos instrumentos. Do lado do software, não tem nada especial, só uma opção de áudio 3D, que é legal mas não é um diferencial.
O desbloqueio por digitais é feito pela própria tela, e, por algum motivo estranho, o Velvet não aceita desbloqueio facial. Agora é um bom momento para dizer que aparentemente existem duas versões diferentes do Velvet rodando pelo mundo, e lá fora, os sites mostram que a opção existe sim, então eu não tenho certeza se isso é algum problema com o modelo que veio para cá, que vai ser ajustado no futuro, ou se ele não vai ter mesmo, o que para mim, seria um belo ponto negativo.
Desempenho e sistema
Mas a maior diferença entre essas duas versões é o chipset, que lá fora é o Snapdragon 765G, com suporte ao 5G, e por aqui é o Snapdragon 845, um chip antigo, mas igualmente potente.
Seja qual for a versão, o desempenho é bem alto, mas ainda não chega aos chips mais potentes dessa temporada. Por conta disso que eu digo que não dá para considerar o Velvet um verdadeiro aparelho premium, nem mesmo um flagship killer, que costumam ter o chip mais potente, só que são mais baratos.
O Velvet é então uma espécie de super intermediário, como se ele fosse um top de linha do ano passado, que vai se manter atualizado por mais tempo.
Mas apesar disso, a potência dele já é mais do que suficiente para praticamente qualquer atividade. A qualidade gráfica no Asphalt 9 é a maior possível, a fluidez no CoD até me torna um pouco melhor no jogo, e o sistema, de forma geral, é super estável.
Os aplicativos costumam abrir rápido, e com 6 gigabytes de RAM, deixam vários abertos sem se preocupar, o que o torna muito bom para multi-tarefa. Vale elogiar ainda a nova LG UX 9.0, que já tinha aparecido em outros aparelhos da LG, mas melhorou bastante o que era antes, uma interface bem pesada.
O que você tem aqui é basicamente o Android padrão, adicionando mais opções de customização, e uma funcionalidade ou outra a mais, como o Always on Display, que só faz sentido para aparelhos OLED.
Nessa parte de usabilidade, o maior diferencial é a tela secundária, igual ao LG G8x, que é a minha forma favorita de “celular dobrável”, mesmo que não seja mesmo, pelo menos enquanto os dobráveis de verdade não ajustarem alguns problemas que rolam por lá.
Câmera
Passando agora para as câmeras do Velvet, são apenas 3 lentes na traseira e uma na frontal. A principal possui 48MP, junto de uma ultrawide de 8MP, o sensor de profundidade de 5MP, e a frontal de 16MP.
Começando pelas selfies, no geral a qualidade é boa, mas rola um pouco de cara branca, que incomoda um pouco, e o modo noturno não funciona por aqui, complicando bastante as fotos em ambientes com pouca luz.
A situação melhora na câmera traseira, onde o HDR tem um desempenho melhor, a definição em especial fica muito boa e as cores, apesar de não serem tão saturadas quanto as da concorrente, são vivas na medida certa.
Além disso, no modo noturno, o pós processamento consegue manter os detalhes nítidos e o ambiente bem iluminado, inclusive, é possível escolher o quão iluminada você quer a foto, quase como se fosse o seletor de tempo do iPhone, porém de uma forma mais limitada.
Para a ultrawide, durante o dia, é difícil encontrar um sensor desses que não vá bem, mas o importante é que ela não sofre tanto em ambientes com menos luz. Só o nível de detalhes que fica mais baixo, mas no geral, o resultado final é bom.
Além disso, o Velvet faz time-lapse, vídeo em câmera lenta, e grava normalmente em 4K. Existe ainda a opção de usar a lente ultrawide para gravar com o ângulo aberto ou para o modo super estabilizado.
O Velvet vai muito bem nas fotos com a câmera principal, talvez até melhor que eu esperava, mas quando a gente compara com outros aparelhos propriamente top de linha, ele acaba ficando para trás.
Não é muita coisa, e a culpa é mais da frontal e da ultrawide, do que da principal, mas se você for um entusiasta, ou bastante perfeccionista com as suas fotos, vale a pena optar por um iPhone ou um Galaxy.
Bateria
O Velvet traz uma bateria de 4300mAh. Não é uma quantidade especial, mas segura bem durante o dia, consumindo em média entre 7 e 8% por hora no YouTube, 16% no Asphalt 9 e 22% gravando, valores esperados para uma bateria desse tamanho com um chip Snapdragon.
No uso básico do dia a dia, imagino que você não vai precisar se preocupar em carregar ele fora de cara, mas se precisar, você vai precisar de um pouco mais de 2 horas para chegar em 100%.
O Velvet tem ainda suporte para carregador wireless, só que como ele seria ainda mais demorado, e menos eficiente, eu sugiro que você só utilize essa alternativa para pequenas cargas durante o dia.
Conclusão
Podemos então dizer que o LG Velvet é o novo super intermediário, que traz mais vida ao line-up da LG, ao mesmo tempo que corta custos utilizando chip do ano retrasado, e uma quantidade mais limitada de “inovações”, sem tela de alta frequência ou 6 mil câmeras na traseira.
A maior desvantagem dele hoje é a câmera e o preço. Como sempre, ele foi lançado super caro, por 4300 reais, mas você já o encontra bem mais barato.
A mesma coisa que o Galaxy S20, porém se a gente lembrar que o aparelho da Samsung veio por 5000 e muitos reais, se o Velvet seguir essa queda, dá para chegar abaixo dos 3 mil reais, ponto onde ele já é uma boa alternativa para quem quer um pouco mais do que o A71 oferece.
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