O Samsung U28590D é o monitor 4K mais barato do mercado. Mesmo com o nome da gigante coreana por trás do seu desenvolvimento, não tem como uma tela de 28 polegadas com alta resolução sair abaixo dos 1500 reais sem nenhum comprometimento. Sobre esses e outros detalhes que vamos falar nesse review.
Primeiro de tudo: por que ter um monitor grande? Para trabalhar ou para consumir conteúdo e jogos, certo? Sim. No primeiro dos casos, trabalho, esse monitor funcionou bem para eu escrever os textos.
É a primeira vez depois do iMac que eu consegui enfiar a cara no display e não ver o pixel das letras. Isso é incrível, mas custou e muito o desempenho do meu notebook durante o teste, onde eu geralmente tinha que enviar um sinal de 1080p para me manter produtivo em qualquer software mais pesado.
Se você tem um notebook ou PC minimamente potente, o 4K não é problema para o dia a dia. Agora para jogos, não tem jeito, ou desce a resolução para 1080p ou vai precisar de uma máquina muito potente mesmo.
Imaginando a pessoa que já gastou bastante no seu PC para jogar em 4K, não vale a pena economizar no monitor. Falo isso justamente por conta de algumas características que me incomodaram nesse monitor que já tem pelo menos 5 anos de mercado.
Construção
O design já é o primeiro deles. O Samsung U28590D tem bordas que apesar de maiores do que a média atual, não incomodam. Sua base é solida e remete a TV Samsung JU7100 de 2015, quase mesma época que esse modelo foi lançado lá fora.
Ele tem um clip para cabos que ajuda na organização na traseira, bom acesso ao padrão VESA para suportes. Essa conexão pode ser importante para adicionar um pouco mais de flexibilidade, já que o único movimento possível por aqui é o “tilt”, o ajuste de cima pra baixo que na verdade nem se mexe tanto assim. Faltam opções de regulagem que modelos mais atualizados ou caros contam.
Esse é um monitor bem razoável em construção e traz o básico com relação às opções de regulagem. Algo comum para equipamentos da sua faixa de preço. Mas o que me incomodou e muito foi a tela. Mesmo.
Qualidade da tela
Para economizar, a Samsung utilizou um painel TN LCD que tem ângulos de visão tão ruins, mas tão ruins, que só de você sentar de frente para ele já tem um pouco de distorção de cores no canto. É praticamente impossível colocar uma pessoa do seu lado para ver alguma coisa sem mudança de cores – o que tira um pouco do beneficio dele ser grande.
Não estou dizendo que ele é inutilizável, já que depois de alguns dias sem voltar para o meu monitor antigo, não estava mais tão incomodado com cores, brilho e o bendito }ângulo de visão, mas não dá para dizer que é bom.
Até porque, direto da caixa ele veio com uma configuração de temperatura de cor e balanço de branco horrível, que eu consigui melhorar bastante com o nosso calibrador. Outra opção legal, é baixar o arquivo ICC que define o sinal de cores enviado pelo PC que a RTINGS uma empresa que analisa monitores montou em seu review.
Com tal calibração, o resultado fica melhor, mas eu realmente sinto falta de um maior contraste, só obtido em painéis VA ou IPS. É engraçado que esse painel até tem uma boa acuracidade de cores, quase 90% do espectro sRGB, mas por conta da falta de contraste e os ângulos restritos, sempre percebo cores lavadas.
Também fica de fora o suporte ao HDR e 10-bit, o que diminui bastante a abrangência desse monitor aqui. Se você quer algo bem grande, pode valer a pena pegar uma Samsung RU7100 de 43 polegadas que já vai ter HDR, ser melhor em tudo e upscalling para ajudar a melhorar um pouco a resolução da imagem se o seu PC não aguentar fazer 4K. Mas essa também não é uma baita de uma solução.
Apenas a primeira porta que permite o envio de sinal em 4K a 60Hz, sendo a segunda porta limitada à tecnologia 2.0 que só chegava em 30fps na época. O equipamento tem Freesync, mas só funciona na conexão Displayport, que felizmente já vem na caixa.
Com relação ao brilho, nós temos valores bem comuns, entre 250 e até quase 300 candelas por m². É o que monitores de entrada entregam, nem mais nem menos. Só o tempo de resposta de 9ms que pode incomodar os gamers.
Apesar de eu não ter gostado das cores, esse monitor não deu ghosting nas minhas partidas em 1080p e não trouxe nenhum outro grande problema de imagem.
Conclusão
O resumo da conversa para mim é que sinceramente não vale a pena pagar tão barato em um monitor 4K, você vai acabar se ferrando. É muito custoso alimentar uma imagem dessa resolução para obter baixos valores de brilho, ângulos de visão e cores mal calibradas.
Por experiência própria, eu ando sendo muito mais feliz com um monitor de 24 polegadas com boas cores do que com um monitor de 28 polegadas de maior resolução que não é tão bom assim.
Prefira um menor e de boa qualidade. Se você é gamer, dê preferência para uma frequência de resposta maior como o 144Hz ao invés de mais resolução. Ou mesmo um ultrawide 29 polegadas se você pretende trabalhar com ele, provavelmente extrairá resultados bem legais.
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