O Samsung Odyssey G3 é um monitor gamer que foi lançado há pouco tempo. Ele chegou tem apenas um mês como a opção mais básica da Samsung com um painel de 144 Hz, mas sem curvatura, sem LED, ou qualquer outra coisa para aumentar seu preço mais do que o necessário. Será então que ele passa a ser uma boa opção custo benefício?
Samsung Odyssey G3
- Tela VA de 24 polegadas
- Resolução QHD (1920 x 1080px)
- Frequência de 144 Hz e tempo de resposta de 1 ms
- Taxa de contraste 2930:1
- AMD Freesync
Para quem não lembra, esse já é o quinto modelo Odyssey G que chega ao Brasil, depois do G9, G7, G5, e o CRG50. Todos eles são curvados, exceto o Odyssey G3 que chega para complementar a família.
Construção e ajustes
Só que tirando o fato dela ser flat, o resto do corpo é até um pouco melhor. A base é triangular, com dois pés mais compridos, e um menorzinho atrás, para não ocupar tanto espaço na mesa. Ele fica firme, o que é importante, pois você pode girá-lo de todas as formas possíveis.
Dá para também no modo retrato para qualquer um dos lados, arrumar a inclinação da tela também em todas as posições. Tudo com bastante facilidade, pois suas articulações não são duras.
Esse ponto é a principal vantagem do G3, quando comparado com o Odyssey G5, ou o CRG50, o outro modelo da Samsung, que também pode ser considerado de entrada. Mais ajustes também aumentam a usabilidade do monitor, principalmente num setup com mais de um monitor, algo que ele aceita melhor que os outros dois monitores relativamente baratos, da marca.
Outra característica que prepara melhor o G3 para esse outro uso, são as suas bordas. Nas laterais e na parte de cima, elas são bem finas, atrapalhando bem pouco a continuidade da imagem. Não é perfeito, mas considerando a faixa de preço que o G3 quer ficar, não tem como encontrar algo muito melhor.
Em termos de entradas, o G3 atira para todo lado. Ele tem uma porta HDMI, normal, 2.0, para 120 Hz, uma DisplayPort, que é a melhor de ser usada, pois aguenta a maior quantidade de dados, e atinge os verdadeiros 144 Hz, e tem também uma D-Sub, que é o nome chique para VGA, e está aí principalmente, para ser compatível com máquinas antigas.
Ainda na parte de trás, eu gostei – mais ou menos – da distribuição de botões do G3. Eles ficam todos do lado direito, um acima do outro, o que é prático. Só que eu tive dois problemas com essa disposição. Primeiro que a luz de sinalização, não fica num lugar à vista, então você tem que se curvar para ver ele está ligado ou não, e além disso, eu sempre me confundo em qual é para direita e qual é para esquerda, seria melhor se eles ficassem mesmo numa cruz.
Isso poderia ser resolvido facilmente se o menu ficasse na vertical, mas também, é coisa pequena que não importa tanto. Fora isso o menu é legal, fácil de navegar e completo. Tem todas as opções óbvias, com ajuste de brilho, modos de cor diferentes, e umas opções “gamer”. Dá até para colocar um cronômetro no topo da tela, que eu achei curioso.
Outra possibilidade diferente é que o segundo botão ativa a mira na tela. É legal que esteja ali, de uma forma prática, mas saiba que quando você pluga o fone de ouvido no monitor, eles se transformam nos botões de volume, que são bem mais úteis.
Qualidade de tela
Quando da tela em si, o Odyssey G3 fica dentro da média, talvez um pouco à frente. Sua resolução é Full HD, que para um modelo de 24 polegadas está ótimo, só que para 27, já começa a deixar um pouco a desejar. Nesse tamanho maior, o ideal é o Quad HD, exatamente o que o Odyssey G7 oferece.
O que eu não esperava era a escolha da Samsung, pelo tipo de painel do G3. Ele traz o painel VA, assim todos os outros monitores Odyssey, que tem ótimas cores, bastante contraste, mas com ângulos de visão mais baixos.
Isso é um problema, pois como o monitor fica perto de você, dependendo do ângulo que você está olhando para ele, e da altura da tela, pode ser que os cantos fiquem com um pequeno efeito vinheta, distorcendo as cores naqueles pontos.
Quando a tela é curvada isso não acontece, pois você sempre olha “reto” para tela, mas o G3 é flat, então seria mais adequado ser do tipo IPS, que perderia um pouco dos níveis de cor e contraste, mas ganharia ângulo de visão.
Pode ser que a Samsung tenha escolhido o painel “errado” por uma questão de distribuição, já que ela usa algo parecido em quase todos os monitores, e também TVs, então deve ter uma sobra grande guardada. Ou então, como o G3 é bastante ajustável, eles assumem que você sempre consegue deixá-lo numa posição boa.
Também não dá para falar que não houve nenhuma vantagens nessa escolha. O G3 tem cores bem vivas e realistas, preenchendo 97% do espectro do cor sRGB, e o contraste chega na casa dos 2930:1, o que coloca o G3 bem à frente dos monitores IPS, principalmente para o pessoal que trabalha com cores, como design gráfico, retoque de fotos, ou edição de vídeo.
Performance em jogos
Mas o foco do G3 é o público gamer e para isso ele precisa ter duas coisas: taxa de atualização de tela alta e variável, e felizmente, ele tem os dois. A tela atualiza numa frequência de 144 Hz, para você ter toda a suavidade extra, que jogar a 144 quadros por segundo pode te trazer. E, para não ter problema de sincronização, o G3 é compatível com o FreeSync.
É verdade que, numa tela de 24 polegadas, eu não costumo ter tantos problemas com os rasgos na tela, mas é importante que o monitor tenha pelo menos o FreeSync, para ter como resolver o problema, naqueles raros casos que eles ocorrem.
E talvez tão importante quanto a frequência, um bom monitor gamer tem que ter baixo de tempo de resposta, e no G3, a Samsung indica que esse tempo é de apenas 1 ms, para não existir nenhum atraso entre os dados serem enviados pelo computador, e recebidos pela tela, e ter problemas de ghosting depois.
Ele preenche todos os requisitos para ser gamer, e as boas cores, junto do alto contraste, fazem com que até sua jogatina fique acima da média. O monitor não vai aumentar a performance do seu PC, mas será capaz de exibir cores mais vivas, que melhoram indiretamente a qualidade do jogo.
Ah, mas ter tudo isso faz diferença? Faz sim, desde que você tenha uma máquina que seja potente suficiente, para acompanhar o monitor. Seu PC precisa ser capaz de rodar os jogos a, pelo menos, 120 quadros por segundo, para chegar no limite do HDMI, o que nem sempre é uma tarefa fácil, ainda mais com os preços atuais de placa de vídeo.
Só que se alguém falar que não faz diferença, vai por mim, ele está mentindo – vou ser direto mesmo. Digo isso porque, talvez vocês não saibam, mas eu sofro muito de enjoo (popularmente chamado motion sickness) em jogos em primeira pessoa, principalmente os mais frenéticos.
Só que, quando eu jogo a pelo menos 120 quadros por segundo, parece que meu cérebro já entende direito o que está acontecendo, e esse enjoo nunca vem, então fica a dica se o seu estômago também é meio quebrado igual ao meu, experimente usar uma tela de alta frequência, que seus problemas podem ser resolvidos.
E além da minha “história triste”, a maioria dos jogos também ficam mais dinâmicos em uma quantidade maior de quadros por segundo. Nos títulos PVP em primeira pessoa, os quadros extras podem te deixar mais certeiro, e no geral, seu tempo de reação melhora, já que você recebe a informação antes.
Os jogos de corrida também são ótimos pelo G3, pois além de ficar mais gostoso de dirigir, graças a uma reposta mais suave do carro, principalmente se você joga com volante. É muito mais fácil você reagir na hora certa, para frear e acelerar, quando uma quantidade maior de informações visuais chegam até você.
E sabe aquele jogo de estratégia onde reação não é importante? Então, de fato, neles o impacto de um monitor gamer é menor, mas eles costumam ter um monte de interface, então o movimento do mouse fica mais confortável, trazendo algum beneficio até nesse caso.
Conclusão
São diversos detalhes, grandes e pequenos, que aprimoram sua experiência enquanto joga, e que justifica pagar, talvez, o dobro, num monitor mais preparado. E lembrando que o G3 é um monitor custo beneficio, e pode estar até mais próximo dos modelos de monitor padrões, e mais baratos. Não é o caso agora no lançamento, mas nunca é.
A expectativa é que o Odyssey G3 fique na mesma faixa de preço do CRG50, o curvado básico atual, que está na casa dos 1300 reais. Se chegar nesse valor, seria um investimento de uns 500 reais a mais, para sair de um “básicão”, e pegar um monitor mais completo. Acho que faz sentido e vale a pena se você gosta bastante de jogar.
Paula Pereira diz
Ele parece bom mesmo… e agora já deve ter baixado um pouco o preço!
Pedro Lopes diz
Parece ser um ótimo monitor para quem busca uma experiência gamer de qualidade. Além disso, os ajustes de posição e as bordas finas também adicionam um bom valor ergonômico e visual ao monitor.
Manoel Bebezeta diz
ótimo escolha para quem realmente está em busca de uma boa qualidade.