O Moto Edge 50 Pro promete ser um dos intermediários que vão balançar o mercado, concorrendo diretamente com o A55. Eu vi esse cara durante poucos dias no lançamento, e agora tive a oportunidade de passar mais tempo com ele para esse review e explorar cada ponto desse aparelho. Quer saber o que ele tem para oferecer?
Motorola Moto Edge 50 Pro
- Processador Snapdragon 7 Gen 3
- 256GB com 12GB de RAM
- Tela: pOLED de 6,7″ 144 Hz (1220 x 2712px)
- Câmera principal: 50MP (f/1.47) + 13MP (f/2.2) + 10MP (f/2.0)
- Câmera selfie: 50MP (f/1.95)
- Bateria: 4500 mAh
- Android 14
Nessa geração a Motorola parece ter finalmente estabelecido como a família Edge vai se comportar. Com três aparelhos, um de chipset mais básico, outro de uma série intermediária e um topo de linha, os Edge vão ficar posicionada entre os Moto G e entre os Razr, que são os dobráveis. Mas eles têm, como principal característica, o foco no design.
Diferente da linha S da Samsung, os Edge não são feitos apenas de topos de linha. Aliás, nem a linha Razr é, mas isso é assunto para outro momento. Voltando, o Moto Edge 50 Pro é o irmão do meio dessa família. Mas ele tem muita coisa do Ultra.
Construção e design
Ele basicamente herdou o form factor do Ultra. Começa pela traseira, que tem alguns tipos de acabamento. Esse, que nós recebemos para testes da Motorola, é feito em eco-leather, que lembra bastante o couro.
São várias cores disponíveis, entre elas esse roxo fosco que é inegavelmente bonito. Eu gosto desse tipo de acabamento porque você não precisa de uma capinha, já que dificilmente ele vai rachar na traseira no caso de uma queda.

A única parte brilhante é o logo da Motorola no centro do aparelho, e não tem a parte escrita na parte inferior.
E a solução para o módulo de câmeras eu achei bem bonita. A junção entre o módulo e o restante da traseira dá a impressão de algo único, como se a traseira fosse um lençol por cima da cama, num acabamento suave.
As duas câmeras principais são maiores e ficam na ponta, do lado esquerdo. A câmera telefoto, o flash e o microfone ficam ao lado, bem menores. Esse módulo ainda guarda algumas informações escritas de pontos que dão orgulho para a Motorola.
Quais são eles? Pixels de 2.0 micron e abertura f/1.4, distância focal de 13 a 73mm com OIS, que é a estabilização óptica de imagem.
Os frames laterais são de metal, e como o celular é curvado, elas ficam menores na laterais e maiores no topo e na parte inferior. São três botões do lado direito, um de energia, um volume mais e um volume menos.

No topo fica o microfone auxiliar e a inscrição Dolby Atmos, e não tem nada do lado esquerdo. Na parte debaixo do aparelho está a gaveta de chips, a entrada USB-C e os alto-falantes em formato de traço.
Mantendo outra característica da linha, o Moto Edge 50 Ultra é fino e leve. São 186g com dimensões de 16,1 cm de altura, 7,2 cm de largura e 8,2 cm de profundidade. Mas a principal característica é a tela curva, que inclusive dá o nome à linha. Afinal Edge, em inglês, significa borda.
Tela
Falando em tela, é uma pOLED de 6,7 polegadas , com resolução de 1220 x 2712 pixels em proporção 20:9. As bordas são finas, e o resultado disso é uma proporção de 92% de tela para corpo.
São 446 ppi de densidade de tela, o que é quase o mesmo valor do iPhone 15 Pro Max, e não tão distante, por exemplo, do Galaxy.
A grande novidade é a proteção Corning Gorilla Glass Plus. E claro, vale dizer que ele tem suporte ao HDR10+, 144 Hz de frequência e pico de brilho de 2000 nits.
Por padrão, a Motorola envia o aparelho com a calibração de cores “intensas”. Ainda tem o “radiantes”, que aumenta um pouco a saturação e o contraste da tela, numa proporção menor que a intensa, e tem o “modo natural”. Você pode ainda ajustar a temperatura de cor do display entre quente, fria, padrão ou personalizada.

Tudo bem, eu sei que são pontos meio batidos, mas tem algo novo aqui. Sabe a parceria entre Motorola e Pantone, que vem desde a linha Edge 30? Agora ela expandiu, e esse display tem cores validadas pela entidade.
E eu fiquei realmente impressionado com o display, que é bem acima da média para um intermediário, ainda que premium. E a Motorola ainda incluiu novidades nas configurações de tela, como um gesto de deslizar para abrir dois apps ao mesmo tempo.
Tem outro recurso bem bacana que é a prevenção de oscilação, que evita que o brilho da tela mude em ambientes escuros. A fabricante avisa, porém, que ativar essa opção pode causar ruído na imagem e distorção nas cores.
Desempenho
Quem dá o poder de fogo para esse modelo é o Snapdragon 7 de 3ª geração. A Qualcomm fez da série 7 um sinônimo de intermediário, posicionada entre as já tradicionais 6 e 8.
Eu dei uma olhada no NanoReview e, para você entender, ele performa acima do Snapdragon 865, 865 Plus e 870, que são os topos de linha de quatro anos atrás, e muito próximo do Snapdragon 888, que equipou o Edge 30 Pro, de dois anos atrás.

Esse chipset vem acompanhado de 12 GB de RAM, com possibilidade de usar a RAM Plus e aumentar mais 4 GB; e 256 GB de armazenamento interno, sem chance de expansão.
Nos testes sintéticos que a gente costuma fazer, ele fez 841.228 pontos no Antutu, o que é um desempenho bem legal para essa categoria de smartphones. No Geekbench 6, foram 1153 pontos no single-core e 3111 no multi-core.
Mas esses números soltos podem significar pouco, então eu procurei contextualizar. Voltando ao próprio NanoReview, e comparando o Edge 50 Pro com o Galaxy A55, o site dá a vitória em performance de CPU e memória para o modelo da Samsung, e em games, o triunfo é do celular da Motorola.
Eu posso dizer que fiquei surpreso positivamente nesse período testando o Edge 50 Pro. Eu não esperava nenhum travamento ou dificuldade para usar o aparelho, mas eu não esperava um uso tão fluido, seja na troca de aplicativos ou até mesmo no uso da câmera.

Ele deu conta de Genshin Impact, Call of Duty e Asphalt 9 com resolução e gráficos no talo, o que era algo esperado até por conta do chipset, e eu acho ótimo que celulares intermediários tenham esse poder de fogo.
Como ele é leve e compacto, o problema de rodar aplicações mais pesadas é que elas já estressam o chipset e, como consequência, ele esquentou. Especialmente enquanto eu baixava todos os recursos de Genshin Impact, que é um dos mais pesados da Play Store.
Software
A Motorola promete até três anos de atualização de software e inteligência artificial para a linha Moto Edge 50.
A interface de usuário da Motorola está cada vez mais madura, mantendo os tradicionais gestos de inicialização da câmera e da lanterna, que já são bem característicos.
O Moto Secure está lá, e embora a Motorola em algum momento tenha dito que o Moto Connect substituiria o Ready For, os dois recursos estão disponíveis, com uma diferença. No primeiro, você se conecta a uma TV para usar o modo desktop, ver séries e jogar.

O Ready For agora trata da conexão entre celular e computador, com uma série de recursos, como usar o celular como webcam, usar o telefone no PC, ter um mouse integrado, fazer do aparelho um roteador e o modo desktop móvel.
Mas ele não foi agraciado com todos os recursos de AI do seu irmão mais potente. Ficou faltando o Smart Connection, que cria um setup integrado entre notebook, tablet e celular, permitindo arrastar arquivos e trocar informações de forma prática nos três dispositivos.
No entanto, dá pra trocar o plano de fundo com um criado por IA. Tocando na tela por um segundo, vai na opção plano de fundo e seleciona a opção “Criações com inteligência artificial”.
A interface vai te sugerir capturar ou selecionar uma foto e cria um plano a partir da imagem, como uma estampa de camisa, um jardim florido ou o que você tiver para usar de referência.
Bateria
Outro ponto em que ele traz números robustos para um celular é na bateria. Quer dizer, não exatamente no tanque desse carinha, mas na capacidade de carregamento.
Pra manter esse design mais compacto e essa pegada mais fashion da linha Edge, a bateria é a sacrificada. Então, em vez dos 5.000 mAh dos Moto G, aqui a gente encontra 4.500 mAh.
Não é o fim do mundo, mas é uma perda nominal de bateria quando comparado aos concorrentes. O A55, por exemplo, tem autonomia de bateria 16% maior, segundo os mesmos dados do NanoReview.

Mas onde ele empata esse jogo? Como eu disse, na capacidade de carregamento. São nada menos que 125 W, que é o suficiente para carregar um computador. Quer saber em quanto tempo essa bateria fez de 0 a 100%?
Foram 21 minutos, com 35% em apenas cinco minutos e metade da bateria em 8 minutos. Com 10 minutos de carregamento eram 65%, mas tem um ponto. O celular fica muito quente, e é praticamente inviável usar enquanto ele está no carregador.
Mas como a carga é rápida, vale ainda mais a recomendação de não usar enquanto ele está sendo abastecido.
Esse cara ainda aceita recarga sem fio de 50 W, que é uma potência mais alta que qualquer Samsung com fio. Eu não tenho um carregador com essa potência, mas ainda que tivesse, eu não recomendaria. Muita energia se perde na recarga sem fio, e o processo não vai ser tão eficiente assim.

E tem um detalhe que eu quero mencionar. Mesmo sem ativar o modo de economia de energia, eu consegui jogar quatro corridas de Asphalt 9 com 1% de bateria.
No consumo, ele perdeu 28% da bateria em 1 hora de gravação de vídeo 4K. Assistir ao mesmo tempo de vídeo no YouTube foi responsável por apenas 4% da bateria. Chrome e redes sociais consumiu 6%. Em jogos, Asphalt 9 consumiu 12%, Call of Duty 14% e Genshin Impact 18%.
Câmeras
Normalmente, celulares intermediários apresentam uma configuração de câmeras que vai bem na principal e na frontal, mas as lentes auxiliares que compõem o conjunto são mais limitadas.
Do lado da Samsung, normalmente vem uma lente macro meio sem graça, e a Motorola vinha apostando em lentes híbridas, capazes de fazer ultrawide, macro e desfoque de fundo.
Mas a empresa quebrou esse padrão com o Edge 50 Pro. Como esse é um intermediário pensado para fotografia, a empresa fez questão de deixar ele mais versátil.



A câmera principal tem 50 megapixels com abertura f/1.4, que é a maior que a Motorola já colocou num aparelho, com distância focal de 25 mm, pixels de 2 microns e recursos como autofoco a laser, estabilização óptica de imagem e PDAF multidirecional. É basicamente uma câmera principal de flasgship.
Na ultrawide são 13 megapixels, ângulo de visão de 120º e distância focal de 16 mm. Mas o que eu mais gostei foi ver que a Motorola substituiu a insossa câmera macro e colocou uma telefoto de 10 megapixel com 3x de zoom óptico e distância focal de 67 mm, além de pixels de 1 micron e estabilização óptica.
A frontal também tem 50 megapixels com abertura f/1.9, autofoco e HDR.
Esse conjunto grava em 4K a 30 quadros com qualquer uma das câmeras, o que faz bastante sentido para um intermediário. Talvez até desse para ser uma gravação a 60 quadros por segundo, mas esse recurso é a fronteira entre intermediário e topo de linha.
Ter recursos de modelos mais caros fez desse um dos conjuntos de câmeras mais interessantes que eu testei, especialmente nesse patamar de intermediário premium.
Eu consegui boas fotos em todas as condições de uso. Seja em boa luz, seja à noite com a lente principal.
Também gostei de ver que a calibração de cores na ultrawide é basicamente a mesma da principal durante o dia, sem nenhuma perda notável de qualidade.
A telefoto faz um ótimo trabalho, e apesar dos 30x de zoom híbrido, é nos 10x que ela se destaca, mesmo sendo um zoom híbrido. Os 3x da lente fazem fotos e vídeos sem perdas, e é um dos recursos que eu mais gosto de usar em lentes telefoto.


Eu fiquei também com uma ótima impressão da lente frontal, que me entregou selfies bem iluminadas e nítidas. O quadpixel da Motorola produz fotos de 12 megapixels com ótima qualidade e boa preservação dos detalhes, seja dos pelos do meu rosto ou da costura da gola da camiseta.
Nos vídeos, o aparelho foi capaz de manter as mesmas qualidades das câmeras.
Mas eu quero falar do diferente, de dois recursos que são muito úteis. O primeiro é o modo de scanner, que usa tecnologia Adobe Scanner, que é meu aplicativo preferido de scanner de imagem, pela qualidade e rapidez.
E o funcionamento é basicamente o mesmo do aplicativo. A reconhecer um documento, ele ajeita as bordas e tira foto automaticamente. Depois disso, você pode adicionar mais páginas, refazer ou salvar e finalizar, além de tratar o documento que você escaneou.
O segundo recurso é o modo de longa exposição, que vai te permitir fazer imagens artísticas à noite, usando fachos de luz para formar desenhos.
Conclusão
Eu quero fechar esse review dizendo que eu gostei muito do Edge 50 Pro. Ele está bem construído, tem um design interessante e sofisticado, uma tela bem acima da média, bom desempenho e um conjunto de câmeras que chama a atenção.
É bastante coisa para um intermediário, e faz tempo que eu não me empolgo assim com um celular da Motorola, e olha que eu testei quase todos eles.
A fabricante conseguiu um conjunto muito interessante, que faz pensar: pra quê eu preciso de mais do que isso? O que ainda pega é o preço, que ainda está próximo ao de lançamento, por R$ 3499, que já encosta nos topos de linha. Mas apesar de ainda estar salgado, ele entrega um ótimo conjunto para essa faixa de aparelhos.
Quando, ou se a Motorola conseguir precificar esse cara perto ou pouco abaixo dos R$ 3000, esse cara tem tudo para ser um dos melhores intermediários premium à venda no país.
Comprei!
Desculpem,mas só tenho tido problemas com o EDGE 50 PRO,a saber:
Trava muito ao digitar,ao tentar apagar uma letra,apaga toda mensagem,enfim, errei na compra.
Comprei o meu por R$2.400,00 no final de dezembro.
Pra mim as únicas mancadas da Motorola foram a Bateria e o downgrade de processador que fizeram das versões anteriores pra esse.
Mesmo assim tudo funciona maravilhosamente bem e no dia em que recebi o aparelho ele já atualizou pro Android 15.
Enfim,foi uma grande aquisição, estou muito satisfeito com o aparelho e recomendo muito.
E só trocar o teclado Matipó, pro do Google.