A linha Moto G sempre foi conhecida por trazer para os modelos de entrada e intermediários funções de celulares mais caros. Em sua sétima geração, o Moto G7 Play – o mais barato de todos – trouxe algumas características interessantes e outras um pouco controversas. Será que ele vale a pena? E pra quem?
O acréscimo de um modelo na nova linha G7, o Power, permitiu que o modelo Play focasse em outros pontos que não a bateria. Quer dizer, estou sendo muito bonzinho, porque o foco aqui foi economizar e substituir a linha Moto E5 Plus.
Design
A primeira coisa que percebemos de diferença é que ele é menor, com 5,7 polegadas com entalhe, o que o deixa meio parecido com modelos de 5 polegadas da era pré-notch. O acabamento em plástico texturizado dá uma pegada boa mas ainda parece mais barato – colocando-o no mesmo balaio que os aparelho de 700 reais, preço o qual deve chegar daqui um tempo.
O fato dessa textura não deixar marcas de dedo é provavelmente o motivo que me agrada mais do que aquele plástico que tenta imitar vidro e dá uma pegada, um grip, também melhor . Acho que até por isso, e pelo fato de ele não ficar com marcas de dedo que nem os outros, a Motorola deixou a capinha de fora.
Apesar de bonitinho, esse modelo tem uma cara de ser mais barato do que o G6 Play e em alguns momentos temos até perdas de especificações, o que o torna um pouco complicado.
A tela, ainda de IPS LCD e ainda HD pode até ter cores legais, mas mantém o baixo nível de luminosidade que esses aparelhos mais baratos trazem, coisa que só conseguimos melhor na linha power. O recorte muito arredondado também me incomoda pela pequena distância que os ícones tem do topo – faltou adaptação por parte da Motorola.
Para fechar o design, temos uma bandeja tripla, característica essencial nessa faixa de preço, p2 na parte de cima, saída de som frontal mono bem fraquinha, e pasmem, USB-C. A troca de conector é boa para manter esse aparelho atualizado por mais tempo, mas pode ser incômodo pra quem ainda não fez a transição.
Desempenho
O grande avanço desse celular e outro ponto que me surpreendeu é o seu processador. O Snapdragon 632 faz com que o Moto G7 Play tenha um desempenho em benchmarks melhor do que o Moto G6 Plus. Sim, melhor que o Plus da geração passada, mas isso não quer dizer que esse celular é monstrão.
No Arena of Valor o jogo conseguiu travar em 30 frames mesmo nas lutas, o que é uma boa marca. Apesar de não haver quedas de frames, eu senti um lag nos comandos. Essa sensação se manteve um pouco em outros jogos, o que me fez dar uma fuçada maior e perceber que a tela em si parece ter uma precisão menor do que a média. Você encosta o dedo e tem um atraso de resposta.
Outros jogos menos exigentes com a velocidade de reação como Ragnarok funcionaram bem. Asphalt 9 no geral vai liso, mas eu tive uns engasgos pontuais durante algumas fases. Eu realmente não posso reclamar de tempo de abertura e da fluidez do sistema, é um celular que pro dia a dia não vai decepcionar, mesmo tendo só 2GB de RAM.
Em um cenário onde os principais concorrentes desse aparelho são o Galaxy J6, o Blu Vivo XI e o LG K11+ eu tenho de admitir que essa característica não o coloca muito pra trás mas também não destaca o aparelho.
O que esse SoC traz de interessante é não só o desempenho melhor, mas acesso à redes 5 gigahertz, modo retrato supostamente aprimorado, gravação em 4K e conexão melhor via internet. Pra que você vai precisar de uma conexão melhor com os videos limitados a 720p eu não sei, mas vai ter.
Aliás, toda essa linha nova conta já com o Android Pie, que traz algumas funções legais: bateria adaptativa, modo escuro, atalho para rotação de tela e mais algumas coisitas. O que eu achei estranho é que o bem estar digital, uma função que acho legal parece estar instalada mas não aparece em lugar nenhum. Enfim, bom saber que pelo menos está atualizado, já que esse modelo mais básico pode nem receber update.
Agora vamos falar de bateria. A redução foi grande. De 4 e 5 mil miliamperes hora, do G6 Play e E5 Plus, passamos direto para três mil, e de novo, só specs não querem dizer muito. Com uma tela menor, menos brilhante e um processador que é bem ok em seu gasto, conseguimos 8,6% de gasto por hora no YouTube, uma boa marca.
No geral, foi possível conseguir cerca de 10 horas de tela com ele. Para carregar, temos um carregador de 10 watts que o leva de zero a cem em menos de 2 horas, então no geral ele fica até acima da média.
Câmera traseira e frontal
A câmera traseira utiliza um sensor de 13 megapixels com abertura f/2.0 que trouxe um balanço de brancos bom, e que deixou através do HDR, as sombras mais claras. Isso no entanto acaba por deixar a foto pouco nítida em todos os casos – uma característica que me faz até lembrar da Samsung, que tem o mesmo problema.
Com o processador 632, conseguimos fazer 4K nessa câmera traseira e apesar do vídeo não chacoalhar tanto quanto eu imaginava, a imagem ficou bastante granulada em média luz. Apesar de nenhuma das duas ser boa, a câmera frontal do Moto G7 Play conseguiu captar menos luz e consequentemente ser menos nítida do que o modelo da geração anterior, aplicando também aquela falta de nitidez que incomoda. Apesar que em boa luz elas saíram parecidas, mas não compre esse celular pra selfies.
Conclusão
Vamos ser sinceros, o G7 Play é o substituto do Moto E5 Plus, aparelho que era difícil de recomendar pelo preço e por conta dos 16 giga de espaço, comparado com ele, o G7 Play tem avanços, mas ainda perde na maioria dos quesitos para o G6 Play, que na data de lançamento da nova geração possui um preço menor e melhor bateria, câmera, construção e tela.
O G7 Play não é exatamente um aparelho ruim, mas tem de ficar abaixo dos 800 reais já praticados pelo modelo de sexta geração para valer a pena. Aliás, pode anotar aí, sabendo que o Galaxy J6 está saindo por 800 reais com uma tela e câmeras ligeiramente melhores, esse modelo aqui só vale perto dos 700, até porque o Snapdragon 632, seu grande diferencial fica ofuscado atrás de outras características fracas.
aff diz
odiei sua explicação! e ele vale mt a pena