No ano passado, um dos modelos mais acertados da Motorola foi o Moto G6 Play. Abaixo dos 1000 reais era bem fácil acabar recomendando ele. Bateria boa, tela aceitável e uma construção que dava para dar uma enganada nos desavisados. A fórmula deu tão certo que a Motorola decidiu fazer um upgrade em todos os quesitos, e claro, no preço. Sabendo disso, será que vale a pena o novo Moto G7 Power?
Design
Olhando de relance você nem vai perceber que o Power não é o Play da geração anterior. Tirando o tamanho, que agora é maior e alguns detalhes como o presente ao redor das lentes, é fácil acabar trocando um pelo outro.
Para facilitar, tem mais uma dica aí de como diferenciar eles: o modelo novo tem o entalhe. Então, olhando de frente fica mais fácil. Mas claro não é só isso não. Apesar de manter a bandeja trichip, e a conexão p2, o Moto G7 Power adicionou uma entrada USB-C que junto com o carregamento rápido é show para sua bateria maior.
Além disso, tem a tela que eu já comentei que ganhou espaço. De 5,7 polegadas pulamos para 6,2 com o bendito do entalhe que ajudou o tamanho do corpo não ser tão maior. O aparelho ainda sim conta com quase 20 gramas a mais que o anterior e o formato de 19,5:9, contra os 18:9 do passado.
Mas não foi só isso que mudou no display, porque o G7 Power ganhou um brilho bem maior, que se aproxima dos modelos mais caros da marca e que permite que ele seja utilizado na rua sem problema algum – isso era um problema no G6 Play e que aqui tá bem legal.
O que não muda no entanto é a resolução dessa tela que ainda é HD. Como sempre, no dia a dia a resolução menor não me incomoda, já que as cores e o contraste são OK, mas na hora que queremos consumir um vídeo no Youtube ou Netflix, eu sinceramente acho que fica faltando a resolução melhor.
Infelizmente, alguns anos atrás as telas Full HD apareceram bastante em modelos perto dos 1000 reais, mas isso ai é história e perto dessa faixa ficamos sem opção.
A saída de som mono logo acima da tela tem o lado bom de basicamente não ser tampada facilmente, mas não impressiona.
Desempenho
Um ponto legal dessa nova linha é que o processador pulou de um série 4 para um série 6, o 623 melhor até que o do Motorola One, lançado no ano passado. Vou aproveitar o ganho para comentar que a tela por aqui também é melhor, mas que provavelmente as câmeras são piores, mais pra já deixar vocês posicionados.
Voltando um pouco mais para o processador, eu consegui jogar tudo o que eu gosto sem problema algum. Arena of Valor não roda na melhor qualidade nem em 60 frames? Claro que não, mas já dá para rodar liso na configuração mais básica e tanto o tamanho da tela como a qualidade do toque me permitiram aproveitar mais as sessões de jogatina do que com o G7 Play que tem uns componentes mais fraquinhos.
O fato desse aparelho contar com 3 giga de RAM também o coloca a frente do irmão mais novo, mas tem aparelho de 4 giga com 64 no mercado pela mesma faixa de preço.
Outro ponto importante para segmentar bem esse aparelho é que ele tem TV digital já embutida. Quer dizer, não é exatamente embutida porque você tem de andar com uma antena/adaptador que se encaixa no P2, mas funciona legal e junto com a bateria grande vai te permitir ver TV sem ficar sem celular no final do dia.
Bateria
Então bora falar disso. Se os 4 mil miliamperes do modelo anterior não estavam bons o suficiente, fizeram o favor de colocar 5 mil por aqui. Não é o primeiro nem será o ultimo, mas está bem otimizado. Arena of Valor gastou 8% por hora, 1 hora de Youtube gastou apenas 6,2% e gravação em 1080P subiu para pouco mais de 10%.
Com isso e com meu uso médio eu consegui fazer entre 14 e 16 horas de uso, uma marca que pode te deixar com dois dias para usufruir de tudo. No Galaxy S8, por exemplo eu já fiz entre 5 e 6 horas de tela – uma marca aliás, bem ruim.
Como essa bateria é grande, o carregador rápido de 15 Watts que já vem na caixa sofre um pouco e demora pouco mais de 2 horas pra chegar em sua carga total. Com o carregador de 27 Watts que vem no Moto G7 Plus no entanto, conseguimos 60% de bateria em uma hora, uma marca boa e superior. Esse foi só um texto para explicar que ele consegue sim ter um desempenho melhor com um carregador melhor.
Diferente dos últimos anos, a Motorola meio que abriu quase todas as suas conhecidas funções para quase todos os aparelhos. O Moto G7 Power, por exemplo, conta com todos os gestos e opções de tela, deixando de fora só o Moto Voz, que não sei se felizmente ou infelizmente, teve várias de suas funções que não funcionavam cortadas e ficou só com a leitura de mensagens em voz alta.
No quesito câmera, o Power recebeu algumas coisinhas também como o cinemagraph para fazer GIFs, os adesivos em realidade aumentada, o modo de Youtube ao vivo e os filtros interativos – todos já presentes em modelos mais caros.
Câmera traseira e frontal
Aliás, está na hora de falar disso. A câmera traseira conta com 12 megapixels e abertura f/2.0, e sinceramente, evoluiu perante o G6 Play anterior, mas ainda não é um Moto One.
Ela ganhou um processamento que adiciona bem mais saturação que no ano anterior e tem uma função de corrigir a iluminação depois que a foto foi tirada que ajuda ainda mais a deixar a foto um pouco melhor com ajustes de sombras, cor e balanço de branco.
Sinceramente, bem legal essa função. Até porque o HDR não é dos melhores e esses ajustes meio que corrigem um pouco disso. No geral, essa câmera fica bem em boa luz, mas quando falamos de uma média luz, ela perde muita nitidez. Na geração anterior era o contrário – mais granulado, mas mais nítido, coisa que eu prefiro.
O mesmo ocorre na frontal de 8 megapixels e abertura f/2.2 que parece que nunca está focada o suficiente e que ficou um pouco mais escura ano a ano. A câmera já chega com a função de “melhor foto” que tira algumas em sequência e te dá a que saiu melhor – coisa que apareceu no lançamento do Pixel 3. E apesar de não estar tão nítida, está com bem mais contraste.
Com relação ao vídeo, grava-se em 4K sem estabilização na traseira e Full HD na frontal.
Para fechar, o GPS é bem legalzinho, e o processador mais atualizado deveria, mas não permite acesso à redes 5 Ghz, e claro, pra fechar o NFC ficou de fora para os pagamentos.
Conclusão
Dentro do cenário Motorola, o G7 Power conseguiu ter um diferencial claro de bateria e brilho de tela perante o Motorola One, apesar de perder um pouco em câmeras. Ele avançou em todos os quesitos perante o G6 Play e vale o upgrade, mas quando comparado com o G6 ganha só em bateria e processamento, por quase o mesmo preço.
Achei o G7 Power um aparelho bem posicionado, que já está saindo perto dos 1200 e que ao chegar aos 1100 vai ser bem competitivo. Eu realmente queria que ele tivesse uma tela Full HD e encontrasse redes de 5 Ghz.
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