O modelo intermediário da Motorola sempre é o mais incompreendido. Enquanto as pontas tem um diferencial claro, ele é bem o do meio. O Moto G7 parece tentar quebrar um pouco dessa tendência com uma cor exclusiva e algumas configurações até que legais, mas será que vale a pena com um Moto G7 Power parrudão e um Moto G7 Plus de melhor desempenho? É o que tento desvendar hoje!
Design
Se pensarmos em preço, o Moto G7 é o primeiro modelo da linha G a trazer o entalhe em forma de gota e uma construção mais completa. Ele é basicamente um sanduíche de vidro, em volta de um recheio de plástico reflexivo e que se parece bastante com o G7 Plus, top da linha.
O branco polar – cor exclusiva dele – é bonita pra caramba, que fica legal até por baixo da capinha transparente que já o acompanha. Um ponto que eu gostei em toda essa sétima geração foi a inclusão de USB tipo C em todos os aparelhos, até no Moto G7 Play, o mais barato.
Além disso estão presentes o P2, o alto falante mono localizado na parte inferior, e a bandeja tripla para até dois chips de operadora e uma expansão de memória – essencial para o nosso mercado. O sensor de digitais está localizado na traseira, junto do logo da marca, e de baixo do olho de minion, que continua ali para você reconhecer que é um Motorola de longe.
Na frente, o polêmico notch apareceu de forma nova depois de uma temporada inteira de aparelhos com o entalhe igual. O Moto G7 é um dos primeiros a aparecer por aqui com um estilo novo, em forma de gota, parecido com o OnePlus 6T do ano passado. Acompanhado por bordas menores, a tela alcançou a marca de 6,2 polegadas sem precisar aumentar o tamanho do corpo entre as gerações.
E vale comentar que não é só tamanho, ela tem boa qualidade também, com um bom brilho e boa taxa de contraste. Seu painel é de LCD IPS e possui resolução de 1080p e proporção de 18,9:9. Então, basicamente não tenho do que reclamar, mas também nada para ressaltar.
Desempenho
Infelizmente, ele perde em alguns outros pontos. O Snapdragon 632, é o mesmo processador dos dois aparelhos mais baratos. No caso deles, o chip é mais potente do que a média de suas faixas de preço. Aqui, falta um pouco para ele ter o desempenho esperado de um aparelho intermediário.
PUBG, por exemplo, tem que ficar no Low, e mesmo assim as vezes trava. Outros jogos como Fifa e até o Breakneck tem problemas de vez em quando. Ano passado talvez passasse, mas agora por um pouco a mais é possível encontrar algum celular antigo com processador Snapdragon 835 ou pelo menos um 660.
Para completar as especificações do G7, temos 64 gigabytes de armazenamento e 4 de RAM, tudo isso sendo alimentado por uma bateria de 3000 miliampere hora com fast charge. Seu consumo é até que bem otimizado, mas a carga pequena é um fator limitador forte.
Consegui 9 horas de Youtube e 4 horas e meia em jogos mais pesados, como PUBG. Sinceramente, não é a pior bateria que já passou por aqui e certamente vai melhor que os mesmos 3000 miliamperes hora de um Galaxy S8 da vida, mas provavelmente ela chega no final do dia quase vazia.
Para recarregar, o fast charge da Motorola, batizado de TurboPower, consegue ir de 0 a 100 em 1 hora e quarenta no carregador da caixa de 18 watts.
Vale comentar aqui que toda a família G7 já vem com o Android atualizado para a versão 9, com a interface Moto já adaptada, provendo todos os Moto Gestos que já conhecemos e uma “redução” no Moto Voz, que agora não tem mais comandos como a uma assistente. Aliás, já não tinha porque era tudo bugado, agora só tiraram mesmo e você pode usar o Google assistente que sempre foi melhor.
Em conectividade ele está bem completo, só vale comentar que essa versão não possui TV digital, diferente do Moto G6 do ano passado. GPS funciona bem, tem bússola para auxiliar Waze e Google Maps e suporta WiFi de 5 ghz. Algumas coisas que você não vê nas versões mais baratas.
Câmera frontal e traseira
Para finalizar, a câmera frontal do G7 possui resolução de 8 megapixels e a traseira é dupla, uma de 12 megapixels e outra de 5 para o desfoque.
As selfies no geral são ok em ambientes bons, mas começam a apresentar chiados e uma queda nos detalhes em luz artificial e quando está mais escuro. Nas funções que demandam mais do processador, achei o resultado fraco. O modo recorte costuma errar feio em alguns pontos e o HDR está mais ou menos. Não gostei também do pós processamento que exagera nas cores.
Nas fotos da câmera traseira a coisa já melhora e dá para ver cores mais realistas, mas ainda vibrantes e no geral com melhor definição nas cenas. O HDR destaca bem os detalhes, e o modo desfoque separa bem os dois planos da foto. A noite é mais complicado mas não está diferente de outros dessa faixa de preço.
Para apimentar um pouco, as câmeras vem com alguns modos diferentes, como o recorte, que usa algo parecido com o desfoque, mas em vez de só tirar o foco, ele deleta o fundo inteiro, para você fazer alguma montagem, quase um photoshop automático. Não gosto do resultado, mas é legal para algumas brincadeiras.
Temos também o destaque, para só pintar uma cor e deixar o resto em preto e branco, para subir aquelas fotos de impacto direto para o Instagram. Essas funções também estão presentes em outros modelos da nova linha e de outras antigas, então não são novidade, mas valem serem comentadas.
E por último, os vídeos na selfie tem resolução 1080p e 30fps, enquanto que na traseira chega até 4k ou 1080p em 60 fps. Diferente do G7 Plus, ele não tem estabilização ótica, então ou você fica com elas tremidas ou com redução da área para fazer estabilização eletrônica.
Eu até gostei da câmera mas é um conjunto fraco, claramente não é para ninguém que quer fotos super espetaculares, é meio que um Motorola One, pra dar uma resumida.
Conclusão
A verdade é que lançar quatro celulares de uma vez sempre acaba prejudicando algum dos modelos, principalmente quando a diferença entre eles é tão pequena. Dessa vez o desempenho ficou praticamente balizado e o que muda são algumas funções menos importantes.
O Moto G7 é bonito e bem acabado, e é isso. Um aparelho para quem quer um acabamento e tela acima da média do preço sem se importar tanto com câmera, processamento e bateria – que só aparece no modelo abaixo.
De qualquer forma, como sempre sabemos que os Motorola podem e devem cair um pouco de preço com o tempo, então dos 1600 do lançamento, considere abaixo de 1400 um valor legal.
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