O Motorola Edge 50 Fusion é o celular de entrada da linha mais poderosa da Motorola. Ele vai focar em design, câmeras mas vai economizar em algumas coisas para continuar sendo um intermediário. Testei ele pra entender melhor a proposta e te contar se vale a pena, quais são os pontos mais fortes e fracos e se ele vai bem no custo-benefício.
Motorola Edge 50 Fusion
- Processador Snapdragon 6 Gen 1
- 256GB com 8GB de RAM
- Tela: P-OLED 120 Hz de 6,4″ (1080 x 2400px)
- Câmera principal: 50MP (f/1.9) + 13MP (f/2.2)
- Câmera selfie: 32MP (f/2.5)
- Bateria: 5000 mAh
- Android 14
Construção
O Edge 50 Fusion tem três opções de cores e duas de acabamento. O azul mais escuro tem um tom que lembra camurça, e o azul claro e o rosa usam couro vegano.
A gente recebeu justamente o azul claro para testes. E observando o conjunto, dá pra dizer que a fabricante atingiu um estágio legal de maturidade.
Você olha para um Motorola e sabe que é um Motorola. Essa traseira em couro é um daqueles acertos, que dá um estilo bem próprio ao aparelho e ajuda a evitar que você precise de uma capinha pra proteger de arranhões.
Outra coisa que te faz perceber na hora que o aparelho é um Motorola é esse módulo de câmeras. Ele fica mais alto, mas a forma com que ele é desenhado dá uma impressão de continuidade, que tudo é feito no mesmo material.
A gente vê outros aparelhos que criam uma separação entre o material do módulo da câmera e o restante da traseira, e essa uniformidade que a Motorola propõe em design dá um resultado legal.
No módulo, além das duas câmeras, você só vê o flash e a inscrição em texto com as principais informações da câmera principal. Isso nem precisava estar lá, mas eu entendo que a empresa quer exibir de forma orgulhosa os números da sua lente principal.
Fora isso, a traseira ainda tem o logotipo da Motorola, que funciona como botão remapeável. Já faz um tempo que a fabricante removeu o nome Motorola da base do aparelho, então o resultado é algo bem minimalista.
As laterais são em plástico, apesar de se parecer bastante com metal, a ponto de me deixar em dúvidas. Do lado direito ficam três botões: energia, volume mais e o de volume menos.
Eles são um pouco mais saltados e estão exatamente na mesma altura que os botões do iPhone 15 Pro Max, por exemplo. No topo e do lado esquerdo não tem nada, e na base, como já é tradicional, está a gaveta para chips, entrada USB-C e o alto falante.
Tela
Tem ainda o display curvado com tela P-OLED de 6,7 polegadas. Tecnicamente falando, ela tem uma proporção de 91,6% de tela para corpo, 120 Hz de frequência, pico de brilho de 1600 nits, é full HD e 393 pixels por polegada de densidade de tela.
Tudo isso pra dizer que é uma tela que não dá pra apontar um erro na Motorola. Desde a calibração das cores, o preto profundo, o nível de brilho no sol e em ambientes fechados, tudo está bem legal.
É bom ver quando a marca alcança um nível de maturidade em um ponto, e as telas da Motorola estão realmente muito boas. Se antes a gente sempre elogiava as AMOLED da Samsung, agora vale incluir as P-OLED da Motorola nesse elogio.
Não posso esquecer de mencionar outras duas características importantes dessa linha da Motorola, que é a certificação IP68, a máxima possível para água e poeira , além da presença de Gorilla Glass 5 na tela, que vai tornar esse display mais resistente a arranhões e choques mais leves.
Ainda não é a proteção Victus ou Victus 2, de celulares mais avançados, mas já é um ganho importante. Vai impedir esse display de quebrar? Não, mas vai deixar a tarefa mais difícil.
Desempenho
Se o Motorola Edge 50 Fusion é bem construído e tem boa tela, ele vai ser um pouco mais modesto em hardware. Para essa versão que está aqui no Brasil, a Motorola escolheu o Snapdragon 6 Gen 1 como chipset.
Sabe qual é a parte ruim disso? É que esse chipset foi o escolhido para a América Latina, porque em outros mercados globais, ele usa o Snapdragon 7 Gen 2, o que é uma diferença grande de poder de fogo.
Esse chipset vem combinado com GPU Adreno 710, e conta com 8GB de RAM, com mais 4GB de RAM Boost, e 256 GB de armazenamento interno.
O desempenho dele no geral é bom, mas distante do desempenho dos modelos melhores da Motorola. Usando os testes sintéticos como parâmetro, foram 527.000 pontos no Antutu Benchmark, que é um número que representa 1/3 da pontuação de um topo de linha. No Geekbench 6, outra ferramenta de benchmark, foram 933 pontos no single-core e 2662 no multi-core.
Eu acho natural que as marcas cortem um pouco no desempenho do celular nessa faixa que eles chamam de intermediário premium, mas se outros mercados vão receber esse modelo com um chipset mais bacana, porque a América Latina vai ficar com a variante mais fraca?
Não que esse chip não rode os apps mais pesados, mas a gente percebe um pouco de lentidão na troca de aplicativos ou em jogos mais pesados, como Genshin Impact. Até dá para jogar, mas precisa diminuir a taxa de quadros ou os gráficos para conseguir.
Em outros games, já levando em conta focar na jogabilidade em vez da qualidade gráfica, deu pra jogar tranquilo games como Asphalt Unite e Call of Duty. O modo gametime da Motorola ajuda a puxar desempenho para o jogo e inibir distrações, como notificações de outros aplicativos que chegam.
Ele vem com Android 14 e deve receber até três atualizações de software, e a personalização da Motorola está melhor a cada novo modelo que chega.
Das grandes marcas, é a que mais te dá condições de personalizar a interface, mudar formato dos ícones, fontes e tudo mais. As configurações de segurança também estão redondinhas.
Bateria
Apesar dele ter uma construção bem fina e compacta para um celular intermediário, a Motorola não sacrificou a bateria dessa vez, então ele vem com 5.000 mAh, que é o padrão hoje em dia para aparelhos de telas maiores.
Outra boa notícia é a presença de um carregador de 68 W, super potente e capaz até de carregar notebook. Tem quem veja vantagens e quem não goste de um carregamento tão rápido, por isso você tem a opção de escolher a velocidade de recarga.
Eu testei as duas opções, e mesmo o lento já entrega números bem interessantes. No lento, o Edge 50 Fusion vai de 0 a 100% em 58 minutos, com 33% da bateria em 15 minutos e 60% em meia hora.
No carregamento rápido ele faz 40% em apenas 15 minutos, metade da bateria em 20 min e tempo final de recarga em 52 minutos.
Na prática, a diferença entre o carregamento padrão e o rápido é de 6 minutos. Então ele só vale mesmo quando você precisa de um gás na bateria quando ela está no fim, porque 15 minutos no carregamento rápido dá 40%
Nossos testes geralmente testam jogos e aplicações do dia a dia durante uma hora e vê quanto cada uma delas gasta da bateria.
Então, em jogos, Asphalt Unite foi o mais econômico dos três, consumindo 10%. Call of Duty gastou um pouquinho mais, 12% e Genshin Impact drenou 18% da bateria.
Nas outras aplicações, uma hora de vídeo no YouTube consumiu os mesmos 10% de Asphalt Unite, e gravar em 4K foi responsável por 20% da carga. Uma hora de Chrome e redes sociais foi o que menos consumiu bateria, com 8%.
Câmeras
Para o Motorola Edge 50 Fusion a Motorola escolheu um conjunto de duas câmeras traseiras e uma frontal.
50 MP na principal, com abertura de lente f/1.9, estabilização óptica de imagens e pixel de 1.0 micron. A segunda lente é uma híbrida de 13 MP, capaz de fazer ultrawide e macro, com 120º de ângulo de visão, autofoco e pixel de 1.12 micron. Esse conjunto filma em 4K a 30 quadros por segundo.
Na frontal, são 32 MP com abertura de luz f/2.5, com pixel de 0,7 micron, HDR e também filma em 4K a 30 quadros.
Com a minha experiência testando produtos da Motorola nesses anos, eu comecei a torcer o nariz para as configurações de câmeras. Mas testando com mais calma eu percebi que eu estava errado. Parcialmente. Deixa eu explicar melhor.
Quando a gente fala de câmera principal, apesar de ser um pouco mais escura, ela vai muito bem. A Motorola caprichou bastante em colocar mais recursos de inteligência artificial para aprimorar os algoritmos de câmera.
Então, mesmo que nas especificações ele fique devendo um pouco, o Max Photo Pro, que é o recurso de IA da Motorola para imagens, completa o que falta.
E sim, em boas condições de luz, a câmera principal e a ultrawide fazem um bom trabalho. As imagens tem boa calibração de cor, sem exageros na saturação ou no contraste.
Quando você aumenta o zoom pra 2x ou 4x, que são feitas com zoom digital, ou seja, feita por software, ainda dá pra conseguir bons resultados em boa luz.
Para fotos noturnas, o Night Vision já trabalha bem, sem cometer exageros. O céu fica um pouco acinzentado, mas as fotos urbanas ficam bem aproveitáveis, mesmo em 2x. Aliás, mais do que isso, elas ficam bem boas.
Quando você aumenta o zoom, aí os ruídos ficam bem mais aparentes. O 10x de zoom, que é bem bom nos seus irmãos maiores, o Edge 50 Pro e o Ultra, aqui já sofre bastante. Mas sejamos francos, são raras as situações em que você vai precisar do zoom de 10x.
Só que você vai precisar bastante da câmera frontal, e aí eu tenho uma notícia ruim pra te dar. Sabe quando você quer tirar uma selfie num dia bem iluminado? Ela não vai bem nesse aspecto.
Ela tenta compensar o HDR quando você tira fotos contra a luz e você vai ver que fica tudo branco atrás de você na foto, mas quando a foto termina de ser processada, o que você vai ver é algo bem, mas bem artificial.
Em alguns casos eu me senti como parte de uma pintura, de tão irreal que ficou a foto. E vai piorando se você usa o modo retrato com a frontal.
Quando você não tira foto contra luz ou está em ambientes de iluminação controlada, as fotos são legais.
O grande acerto desse modelo é não tentar forçar uma configuração de câmera tripla apenas para dizer que tem. A Motorola colocou uma câmera híbrida, que vai muito bem nas macros em boas condições de luz.
Eu posso dizer que as configurações de vídeo seguem o mesmo padrão que a gente viu em fotos. Mas tem um ponto na câmera frontal, que é a baixa abertura de luz.
Para quem cria conteúdo de alguma forma, seja nos stories ou no TikTok, os vídeos selfie tendem a ficar um pouco mais escuros.
Conclusão
O Motorola Edge 50 Fusion está saindo por R$2.124 no valor mais barato que eu encontrei no varejo. A Motorola está pedindo no site dela R$2.399 à vista. Não é uma diferença tão grande, mas o varejo está se saindo melhor nesse caso.
Mas antes de dizer se esse cara vale a pena ou não, eu preciso fazer um racional. E acho que ele vai te ajudar a decidir.
Olhando o próprio site da Motorola, eu encontrei o Moto G85 custando 700 reais mais barato que o Motorola Edge 50 Fusion. Eles são parecidos em bastante coisa, seja no tamanho da tela, na capacidade da bateria, na memória RAM e armazenamento.
Por incrível que pareça, o chipset do Moto G85 é ainda melhor, é o Snapdragon 6s Gen 3, contra o 6 Gen 1 no Edge 50 Fusion. A gente já testou o G85 aqui, e no comparativo eu gosto mais das câmeras do Edge 50 Fusion, mas para desempenho e poder de fogo, o Moto G85 vai melhor.
Então, por que comprar o Edge 50 Fusion se dá para achar um modelo com configurações similares, desempenho tão bom ou melhor e pagando bem menos?
Isso quer dizer que o preço desse cara precisa ser ajustado, e ainda não é uma boa compra na casa acima dos R$2.000. Quando esse preço cair, ele vai ser uma boa opção para quem gosta de estilo e câmeras. Mas para valer a pena, tem que ser na casa dos R$1.700.
E veja bem, o Moto Edge 50 Fusion é um bom aparelho, só está com o preço ainda acima do que seria o ideal para ele. Não é o melhor chipset, porque a Motorola mandou uma versão mais fraca para a América Latina, e isso deixa esse cara como um grande Moto G perdido em outra família.
DGHIZZI diz
Um detalhe a ser visto é a certificação IP68 do Edge 50 Fusion. Com o valor na casa de 2k ou menos (logo mais tarde), eu penso que seja bem melhor de custo x benefício do que o G85.
Silvio Lemos diz
Estou pesquisando pra comprar um aparelho novo.
Sempre usei Samsung já tive Motorola mas nunca fiquei com ele mas de 1 ano.
Tentei fazer um teste com a xiami mas os ladrões não deixaram comprei Redmi Note 13 pro plus mas me furtaram com 3 dias.
Agora venho fazendo umas pesquisas com os Motorolas mas moderno talvez mude.