O Moto G9 Power é a terceira versão dessa série, que começou como um aparelho mais básico, subiu para um intermediário avançado, e agora deu uma espécie de passo para trás, trazendo especificações um pouco piores que o anterior, porém, com um foco ainda maior naquilo que ele realmente é bom, a bateria. Mas será que o resultado dessa mudança de estratégia tornou ele um aparelho melhor? Será que ele vale a pena?
Motorola Moto G9 Power
- Processador Snapdragon 662
- 128GB com 4GB de RAM
- Tela: LCD IPS de 6,8″ (720 x 1640px)
- Câmera principal: 64MP (f/1.7) + 2MP (f/2.4) + 2MP (f/2.4)
- Câmera selfie: 16MP (f/2.2)
- Bateria: 6000 mAh
- Android 10
Construção
Para começar: que tamanho é esse? A Motorola quis deixar o aparelho bem grande dessa vez, e aumentou a altura em quase 20 milímetros, enquanto a diferença do G7 Power para o G8 Power foi de apenas 3 milímetros.
Parece ser tão grande que, se não fossem as tradicionais bordas enormes no entorno da tela, que todo Motorola tem, era bem capaz de caber uma tela de 7 polegadas por aqui. O tamanho real ficou em 6,8 polegadas mesmo, na proporção 20:9, que deixa o celular mais comprido, de uma forma que alivia um pouco a pegada do aparelho.
Com certeza não vai dar para mexer no celular com uma mão só, mas pelo menos dá para segurar com o mesmo conforto de outros celulares. Além disso, ele tem um corpo feito de plástico, com uma textura ondulada na traseira, que você provavelmente não vai sentir muito, por conta da capinha, mas é bem legal.
O G9 Power vem em duas cores, esse verde e o roxo, que eu gostei mais. Além de ter entrada para fone de ouvido na parte superior, uma saída de som mono, porém bem alto, na parte inferior, e um botão adicional do lado esquerdo, que chama o Google Assistente e aparentemente não pode ser reconfigurado.
Bateria e tela
No entanto, o grande atrativo, não tem como ser outra coisa além da bateria. Para a terceira versão do Power, ela sobe para 6000mAh, que faz com que o G9 Power seja um dos primeiros aparelhos que realmente dura dois dias.
Aliás, comigo foi um dia inteiro, e uns 80% do outro dia, mas eu também fiquei gravando por uma hora e jogando bastante, para realmente estressar a bateria. Em uso pesado, mas sem exageros, com o brilho mais baixo e tudo mais, pode ser que você consiga até passar de dois dias.
Além disso, ele vem com o carregador de 20W, para você não precisar ficar dois dias também esperando ele carregar. Tanto o consumo quanto a carga ficaram à frente dos valores que o G8 Power alcançava, mas vale lembrar que tiveram reduções em certas especificações, que colocam o G9 Power uma categoria abaixo do anterior.
Dentre elas, está a tela, que deixou de ser Full HD, para ser apenas HD. Confesso que eu tenho uma preferência grande por tela boa, e isso me deixou decepcionado, até porque não houve uma evolução no tipo de painel, que continua sendo um LCD IPS relativamente fraco, com pretos bem acinzentados e, no geral, sem tanto contraste e brilho.
Nesse caso, o tamanho meio exagerado também trabalha contra o aparelho, já que com todo esse espaço, a falta de definição das imagens fica ainda mais evidente. Claro que dá para tolerar, mas mesmo no futuro, com uma bela queda de preço, ele provavelmente, ainda vai competir com aparelhos Full HD e com tela AMOLED. O que pode ser mais atrativo para quem aguenta ficar com menos bateria.
Desempenho
Já o desempenho não ficou necessariamente pior, mas também não melhorou. O chipset foi de um Snapdragon 665 para o 662, que tem os mesmos núcleos, de mesma velocidade e a mesma placa de vídeo.
Acompanhado ainda de 4 GB de RAM, você consegue jogar uma seleção legal de jogos, só que em qualidade inferior, às vezes numa taxa de quadros menor, e que demora mais para abrir.
Na verdade, eu também senti uns engasgos mexendo nos menus do próprio celular, que também pareciam estar numa taxa de quadros menor. Não era nada muito grave, mas era fácil de notar, e precisa ser considerado se você quer um celular mais rápido.
Como o G9 Power é um celular com bastante bateria, ele pode atrair a atenção de quem pensa em jogar bastante com o celular, e realmente, a autonomia dele é muito boa. Eu super recomendo ele para esse uso, mas nem sempre a experiência vai ser a mais fluida possível.
Um outro ponto forte do G9 Power é o armazenamento. A única versão vendida por aqui vem com 128GB de armazenamento, o dobro do G8 Power, o que é ótimo para todos os tipos de uso, seja você um gamer ou só alguém que não desativa o download automático do WhatsApp.
E apesar de eu ter falado que o sistema trava de vez em quando, no geral ele está bom. A Motorola continua adicionando poucas coisas em cima do Android base, mas ainda assim consegue dar uma cara bem própria para os seus aparelhos.
A gente sempre fala dos gestos, que agora ganhou um novo, que divide a tela no meio, fora a grande variedade de customizações. Quando comparada com as soluções de outras marcas, principalmente a Xiaomi e a Samsung, que mexem bastante no sistema, o que a Motorola traz é meio sem graça, mas ainda consegue estar entre as melhores.
Câmera
Voltando na comparação com a geração passada, o maior passo para trás foi nas câmeras. Ele até tem um sensor principal bom de 64MP, e uma selfie de 16MP, só que a qualidade das fotos ficam sempre uma categoria abaixo do esperado. Podemos considerar com isso que ele agora é uma espécie de intermediário dos intermediários.
Isso também não quer dizer que ele não serve para essa tarefa. Em boa luz ela vai bem e não tem aquelas falhas comuns de câmeras mais baratas, como rostos sem vida e brancos super estourados.
Além disso, ela traz o Night Vision da Motorola, onde o resultado final é um dos melhores dentre os mais baratos, e o efeito de profundidade costuma acertar.
Na verdade, o que eu considero a grande falha do G9 Power, em assunto de câmera, foi a retirada da ultrawide, trocando para o kit triplo, com a câmera de profundidade, e a dispensável câmera macro.
Ela não é completamente inútil, mas eu sempre prefiro ter a ultrawide, para tirar aquelas fotos em grupo, do que ter uma macro que tem um uso muito mais específico.
Em vídeo também não dá para esperar muita coisa. O Power grava no máximo em resolução Full HD a 60 quadros por segundo, com uma estabilidade também razoável. Reforçando a ideia de são as outras características que realmente destacam o celular.
Conclusão
O Moto G9 Power vale a pena? Se você esperar uma boa queda de preço, que é bem comum para os Androids, e ainda mais para a Motorola, a resposta é sim, ele vale a pena.
O que pode preocupar um pouco é o fato dele ter chegado mais caro que o G8 Power, sem ser um upgrade em todos os quesitos. Mas quem procura o modelo Power quer bastante bateria e isso ele faz muito bem.
O momento certo de compra para ele, é próximo de 1200 reais, onde ele ainda compete com aparelhos com telas melhores, porém, com quase 50% de bateria a mais, que para quem joga ou mexe muito no celular, é uma troca super aceitável. De bônus você ainda leva 128GB de armazenamento, que nem sempre aparece nesse preço.
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