O Motorola One Fusion foi mais um aparelho intermediário lançado pela Motorola em 2020. Já foram tantos, com um sobrepondo ao outro, que sinceramente nem sabia se valeria a pena falar desse daqui. Passando um tempo com ele, percebi que existe bastante coisa diferente aqui que pode agradar um pessoal interessado.
Motorola One Fusion
- Processador Snapdragon 710
- 64/128GB com 4GB de RAM
- Tela: OLED de 6,5″ (720 x 1600px)
- Câmera principal: 48MP (f/1.7) + 8MP (f/2.2) + 5MP (f/2.2)
- Câmera selfie: 8MP (f/2.0)
- Bateria: 5000 mAh
- Android 10
Construção e tela
Começando pela construção, o Motorola One Fusion está um pouco atrasado. Ele é grandão, mas o problema é que as bordas são grandes, principalmente na parte inferior da tela, e o entalhe é grosso, dando essa aparência de 2019 para ele. Por conta disso, a tela poderia ser um pouco maior, melhor ainda, o corpo podia ser menor, para manter as 6,5 polegadas, e uma pegada um pouco mais confortável.
Na parte traseira, o logo da marca também é um leitor de digitais, as câmeras estão dispostas em coluna, que é uma característica meio que própria da linha One, e o alto falante fica na parte debaixo, no lugar mais estranho que eu já vi.
Não diria que essa posição é a pior possível, mas mexendo com o One Fusion, quase sempre a minha mão está tampando a saída, que também não tem muita qualidade, então fiquei super confuso com essa decisão.
Partindo para a lateral, a única diferença é o quarto botão, utilizado para chamar o assistente da Google, e que não, não pode ser configurado para algo mais útil. Pode ser útil para algumas pessoas, mas a posição também me pareceu estranha, pois é em um lugar onde algumas marcas colocam o botão de ligar a tela.
Fora isso, o celular é todo de plástico reluzente, bem comum para a categoria, com um esquema de cor que o deixa bem bonito. Para gente que mexe quase todo dia com um celular novo, ele pareceu meio deslocado no tempo mesmo, mas imagino que a maioria das pessoas nem vai notar isso e vai gostar da construção dele.
Onde o Fusion fica para trás, e até que de forma considerável, é na qualidade da tela. A resolução do painel é HD, de 720 por 1600 pixels, na proporção de 20:9. Isso dá uma densidade de pixels de 270, um valor bem baixo.
Além disso, a tecnologia é LCD IPS, só que de baixa qualidade, inclusive com um contraste bem mais ou menos, deixando tons escuros mais esbranquiçados, e com um brilho abaixo da média.
Não é ruim suficiente para você não enxergar a tela do lado de fora de casa, mas quando você junta tudo, é claramente um conjunto mais barato, que costuma aparecer em aparelhos ainda mais baratos que esse.
Desempenho
Pelo menos em questão de memória, a gente já encontra o mínimo esperado. O One Fusion tem 64GB de armazenamento, que, dependendo do seu uso, pode ser fácil de encher, mas no geral é um tamanho bom. Além dos 4GB de RAM que vão garantir uma boa quantidade de apps abertos.
Só que quando a gente fala de desempenho, o Fusion fica bem à frente do esperado. Ele utiliza o Snapdragon 710, um chip que costuma aparecer em intermediários premium, como o Mi 9 Lite, e que ainda bate de frente com o Motorola One Hyper.
O que me deixa confuso aqui é saber para onde vai toda essa potência. Em jogos, você consegue subir a qualidade dos gráficos, mas a tela é ruim e nem consegue mostrar os gráficos melhores.
O Fusion abre rápido os aplicativos, porém a Motorola tem um sistema tão limpo e leve, que dava para ter optado por um chip um pouco mais fraco, e mais barato, que o tempo nem ia piorar tanto assim. Dai tem os possíveis ganhos em eficiência de energia e no pós processamento das fotos.
A bateria do Fusion é outra característica de respeito, com 5.000mAh de capacidade, que dura sem problemas por 1 dia e meio, mesmo com um uso razoavelmente pesado. Calculando mais ou menos pelas médias de consumo, você consegue jogar por umas 6 horas direto, com uma gordurinha no final, ou assistir mais de 12 horas de YouTube.
São ótimos valores, só que se a gente voltar lá na questão do chip escolhido, não é nada especial. O próprio Moto G8 Power tinha resultados de autonomia bem parecidos com esse aparelho.
O chip ainda tem capacidade para o Quick Charge 4, então no papel, daria para carregar ela bem rápido, porém, o Fusion vem acompanhado de uma fonte de 10W na caixa, que precisa de quase 3 horas para ir de 0 a 100%. Dá para resumir então que a bateria do Fusion é boa, mas podia carregar mais rápido, e não justifica um chip tão potente.
Câmera
Partindo agora para as câmeras. São quatro na traseira e uma na frente. A frontal possui 8MP, a principal 48MP, a ultrawide 8MP, a macro 5MP e o sensor de profundidade de 2MP.
No caso da principal, os 48MP parecem bastante, mas você só consegue tirar fotos de 12MP, no esquema do quadpixel, e o resultado é razoável. Esse tempo feio de São Paulo não ajuda muito, mas no geral elas tem boa definição, contraste legal e apresenta só um pouco de chiado nas zonas mais escuras.
O modo retrato nem sempre acertou do jeito que eu queria, mas é bastante utilizável, e o Fusion possui também o modo noturno, que consegue iluminar e tirar boa parte do chiado do ambiente, mas há certa perda de detalhes, que o coloca para trás de outras soluções.
Nas auxiliares, a ultrawide perde bastante cor, quando comparado com as fotos da principal, mas se a luz estiver boa, dá para tirar uma foto com ofereça um resultado bom. E a macro, pra variar, é dispensável. É chata para achar o foco, e depende muito de boa iluminação.
Nas selfies, admito que esperava bem menos, mas isso não quer dizer que é tudo uma maravilha também. Em varias situações eu tive que escolher entre ficar com o rosto escuro, ou com o branco estourado, e se forçar só um pouquinho, há bastante perda de detalhes. Além disso, o modo noturno não funciona com essa lente, o que complica bastante as selfies em ambientes escuros.
Em vídeos, eu também fiquei numa mistura de surpreendido e decepcionado. O Fusion grava em 4K com a traseira, e tem boa estabilização no Full HD, inclusive te permitindo escolher se você corta mais a imagem para ganhar um pouco mais estabilidade. A frontal só filma no Full HD, e também é fácil de controlar, porém, o sensor é bem fraco, e a qualidade final é um pouco inferior.
Tudo isso não teria problema, se esse fosse um aparelho de 1000 reais, só que ele não é, então o desempenho em fotografia do Fusion até pode ser bom, mas é um dos elos mais fracos desse celular.
Conclusão
Dito isso, podemos ver que o Motorola One Fusion é um carinha que desafia um pouco do conceito de “intermediário”. Ele tem, de fato, um baita desempenho, mas dai esse potencial todo é meio que desperdiçado numa tela bem ruinzinha e numa câmera limitada.
Isso não mata completamente o aparelho, até porque a bateria bastante duradoura o torna uma boa opção para o dia a dia, desde que você não seja tão exigente com o resto, o que é exatamente o que eu falaria de um aparelho de entrada.
Realmente, esse é um nicho bem especifico, que o One Fusion preenche, mas mesmo fora dele, tudo vai depender do preço. Ele foi lançado lá atrás por 1800 reais, hoje está aparecendo abaixo dos 1400, que ainda é uma faixa que vale investir um pouco a mais no Galaxy A51, mas caindo mais um pouco, para menos de 1200, você pode considerar o Fusion como um aparelho de entrada tunado, que pode ser uma opção legal só pela boa bateria.
Rodolfo diz
Meu aparelho de 128 gigas está travando muito já ouvi relatos do aparelho travar e morrer de vez estou com medo disso tá travando direto mesmo se reiniciar só religa quando ele quiser isso é péssimo.