O Motorola One e o Samsung Galaxy J8 são dois dos mais populares aparelhos lançados em 2018. Ambos disputam meio que o mesmo espaço no mercado e trazem algumas características controversas, apesar de um conjunto legal como um todo. Pensando nisso, vou entrar a fundo nas vantagens e desvantagens de cada um pra te ajudar a fazer a melhor escolha.
Se você acompanha notícias de smartphone, provavelmente já escutou falar do Samsung J8 e do Motorola One, principalmente quando se considera que os modelos da linha J são um dos mais vendidos e a Motorola continua bastante popular.
Só que no lançamento desses dois, teve muita gente que entortou a cara para os preços, e eu certamente era uma dessas pessoas. Alguns meses depois já estamos em uma situação onde os dois estão mais “competitivos” por assim dizer. Mas ainda existem pontos a serem discutidos.
Design
O que rolou na verdade foi que os dois deram alguns passos para trás e houve também uma certa descaracterização no celular da Motorola. O design do Moto One se mistura facilmente com os lançamentos chineses e se torna quase irreconhecível para quem já tem um Moto G6 ou anterior.
Na parte de trás, o olho de minion foi embora e deu espaço para as câmeras semáforo, o alto falante que ficava na frente foi para baixo, a tela tem o notch e perdeu aquele desenho de sempre da Motorola.
Enquanto isso, a Samsung mostrou que não precisa aderir a nenhuma moda para retirar o botão físico da frente e reduzir as bordas. Inclusive o par de câmeras em cima do leitor de digitais na parte traseira deixou o J8 com uma cara muito parecida com as Linhas A e até mesmo S, um indicativo do caminho que futuros lançamentos da Samsung podem seguir.
Por fora você vê que nenhum dos dois ainda aderiu ao USB-C e escolheram utilizar alto falantes mono fraquinhos, uma estratégia para economizar na produção. Pelo menos ainda possuem entrada P2, algo que eu sempre agradeço.
Tela e desempenho
Outra semelhança está na tela que tem resolução apenas HD, e enquanto o J8 já possui o painel AMOLED, o One fica no LCD IPS. Para alguns isso pode até ser uma diferença notável visto que os modelos anteriores como Moto G6 Plus e J7 Pro tinha a tela Full HD, mas o que me incomodou mesmo foi o brilho fraco do Motorola One.
Em teste rápido ele não passa de 480 LUX, 100 a menos que a média do J8 e um dos menores dos lançamentos das grandes marcas, ou seja, mais difícil de usar na rua ou em qualquer lugar muito iluminado.
O maior problema aqui é essa resolução baixíssima, um passo para trás desnecessário. Em hardware as opções de memória são as mesmas, 64GB para armazenamento e 4GB de RAM. Em desempenho, apesar dos chipsets diferentes, temos basicamente os mesmos resultados, já que o Snapdragon 625 do Motorola One e o 450 do J8 são praticamente iguais.
Os testes mostram um resultado semelhante com uma pequena vantagem para o 625, e conforme o esperado, os jogos ficam na resolução mais baixa nos dois.
Software e bateria
O único fator que pode alterar a percepção de velocidade é provavelmente a UI de cada marca, e aliás, quem gosta de Android puro pode ver nisso uma vantagem para o Motorola, pois ele utiliza o Android One, uma interface criada e mantida pela própria Google, deixando quase nada para os fabricantes. Inclusive é daí que vem seu nome né, Motorola One/Android ONE, sacou?
O principal motivo dessa escolha é manter o aparelho recebendo atualizações com mais frequência, principalmente as de segurança, e a consequência de deixar tudo pra Google é a falta de customizações próprias da marca, porém considerando o histórico do Samsung Experience de travar depois de um tempo, talvez deixar tudo na mão da Google seja uma opção melhor.
Inclusive o Motorola One deve ser um dos primeiros a receber o Android Pie, bem antes do J8 que tem previsão de recebê-lo só no meio de 2019.
Uma outra diferença que pode ser atribuída ao hardware é a duração de bateria. O J8 possui uma carga de 3500 mAh contra 3000 miliampere hora do One, e seu forte é a grande longevidade. O aparelho da Samsung chega a passar de 9 horas de tela, contra apenas 7 do Motorola.
Por outro lado, o snapdragon 625 possibilita a função fast-charge, com isso ele consegue carregar a bateria bem mais rápido, ultrapassando 50% em 30 minutos. Então para quem procura um celular que chega melhor no final do dia, fica claro a decisão.
Câmera traseira e frontal
Os sensores são até que bem diferentes. O Galaxy J8 veio com 16 megapixels na frontal e na traseira, com a auxiliar de 5 megapixels para modo retrato, enquanto o Motorola One fica um pouco para trás na frontal com 8 megapixels e 12 megapixels na lente principal da traseira, acompanhado de uma auxiliar de apenas 2 megapixels para o modo retrato.
O resultado é bastante parecido – provavelmente as duas tem uma distância focal bastante similar -, mas fica claro que o Motorola Oone faz um processamento muito mais pesado, adicionando saturação e contraste a rodo. Eu particularmente acho que em alguns momentos fica pesado demais, e olha, mais fácil aumentar depois na edição do que tirar informação.
O modo retrato dos dois é até que “ok” mas erra bastante o cabelo, principalmente na frontal. No caso da Samsung podemos editar o desfoque depois que já tiramos a foto, um adicional legal. No caso da Motorola temos funções como o recorte de cor e o cinemagraph. Na frontal, o J8 ganha na maioria dos quesitos: resolução, foco e faixa dinâmica.
Conclusão
Esses dois aparelhos são bem parecidos e começam a valer a pena perto dos 1200 reais, preço que o Motorola One ainda não está na data desse artigo, mas que pode chegar.
Sabendo que muita coisa entre eles está parecida, processador, tela HD e câmeras, a maior separação entre os dois é a interface, para quem está acostumado com a Samsung, o Galaxy J8 entrega também uma bateria melhor, mas certamente vai demorar bem mais para ser atualizado quando comparado com o One.
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