A linha G da Motorola é provavelmente a mais conhecida e vendida do Brasil, mas agora eles estão brigando bastante para emplacar o Motorola One, composta atualmente por um único modelo com Android One, que promete mais atualizações e um design totalmente diferente do que vimos anteriormente pela marca. Com preços bastante parecidos será que ele supera o Moto G6 Plus?
Design
Como já falamos em nosso review, o Motorola One é claramente um desvio de estratégia da Motorola. Mesmo quando a empresa lançou novas linhas nos últimos anos, elas sempre estiveram alinhadas com o layout geral de todas as linhas.
O olho de “minion” já é predominante desde a linha 5 e permeou todos os modelos, tornando fácil você identificar quem está usando um Motorola na rua. Com o One é diferente, a câmera em pé e o notch são tendências de 2018, e quando eu falo isso é de uma forma boa e ruim.
Boa porque até que é bonito, e ruim porque basicamente todo mundo está fazendo o mesmo. Sinceramente, ele poderia ser qualquer celular, um Zenfone 5, Xiaomi Mi 8 SE, Blu Vivo XI+. Porque escolher um e não outro? Acho que a resposta mais fácil é começar pelo software mesmo.
Software e desempenho
É certeza que o Motorola One receberá atualização para o Android Pie logo e também o Android 10 no futuro, além de atualizações mais frequentes. Isso quer dizer que até o final do ano você vai ter o Bem-estar Digital e mais algumas funções novas de software. Aliás, dia 5 de novembro saiu a atualização de Outubro. Parece bom.
Alguns dos poucos benefícios do One estão no software, um exemplo disso é a presença do modo cinemagraph que pode ser facilmente adicionado posteriormente na linha G6 Plus – ponto fraco, já que em outros aspectos o G6 Plus leva uma certa vantagem de hardware.
O salto de CPU do Snapdragon 630 presente no G6 Plus frente ao 625 não é muito grande, menos de 10%. Mas o avanço em GPU também é importante, e claro, sabemos que o processador por si só traz outras pequenas evoluções e funcionalidades, pontos importantes para quem quer ficar mais tempo com o celular, afinal, o Snapdragon 625 é um processador de 2016.
Os 4GB de RAM e 64GB de armazenamento são basicamente a mesma coisa e possuem velocidades de leitura e escrita também parecidas, o que não deve gerar gargalo algum. Uma segunda volta de abertura de aplicativos no G6 Plus, no entanto, o faz reabrir mais aplicativos que o irmão mais “puro”.
Em jogos, serei sincero e admito que não dá pra sentir a diferença, os dois basicamente conseguem rodar tudo, só que em qualidade mais baixa. Um exemplo é do Asphalt 9, que teve uma queda ou outra no One e foi um pouco mais liso no G6 Plus. É aquele lance da evolução da GPU também.
Câmera traseira e frontal
Outra função onde eu realmente senti foi no processamento do modo retrato, que é mais demorado também no Motorola One. Aliás, deixa eu aproveitar para falar das câmeras. Enquanto o G6 Plus tem uma lente de 12 megapixels com abertura f/1.7 mais um sensor de profundidade de 5 megapixels, o One trabalha com uma lente de 13 megapixels e abertura f/2.0, além de uma segunda lente de 2 megapixels.
Olhando de longe as câmeras são extremamente parecidas, com o Motorola One trazendo mais contraste, maior saturação e uma camada de pós processamento que deixa a foto mais “quente” e com sombras mais claras. Isso até que é legal em alguns momentos, as fotos ficam um pouco mais exageradas e bonitas, apesar de nada reais.
O problema é que o sistema erra o balanço de branco, o que me incomodou. Mas provavelmente a maioria dos usuários vai gostar mais das fotos traseiras do One, até porque, apesar do modo retrato mais demorado, o resultado também é extremamente parecido entre eles.
As câmeras frontais seguem o mesmo padrão. Saturação e contraste acima da média no Motorola One que acaba por lidar um pouco melhor com as cenas onde estou do mesmo lado que a luz. O modo retrato é parecido e os resultados bastante aceitáveis.
Acho que nesse ponto, até pelo fato das câmeras entregarem uma estabilização e resoluções similares, você não precisa se importar. Tanto o One quanto o G6 Plus vão entregar uma qualidade legal.
Diferenças
Vou aproveitar para falar de algumas outras vantagens pequenas do G6 Plus. A saída de som é apenas em cima, voltada para o usuário, a tela além de ter uma resolução maior é também bem mais brilhante e preparada para ser usada na rua. Está presente o NFC, e claro, temos mais funções da Motorola por aqui, essencial para quem gosta da marca.
Eu sou uma dessas pessoas que quando paro para testar um Motorola sinto falta de chacoalhar o celular para ligar a lanterna e coisa do tipo. O mais básicos desses atalhos, que é agitar para iluminar e girar para abrir a câmera estão presente por aqui, mas a Motorola tirou bastante coisa. O ajuste de tela para uma mão só, por exemplo, só funciona no G6, bem como mais coisas. Isso é uma grande pena.
O lado bom do One por outro lado é o uso de graça do Google Fotos para upload de fotos em boa qualidade. Se vale a pena? Depende do seu uso!
Mas vamos para algumas coisas que os dois têm de igual: na caixa está presente uma capinha TPU que ajuda bastante a proteger o celular, bandeja com 3 espaços para 2 cartões SIM e um expansor de memória, entrada P2, USBC, e claro, muitas digitais na traseira de qualquer um dos dois aparelhos.
A bateria no entanto tem suas diferenças, enquanto o G6 Plus com sua tela de 5,9 polegadas usa 3.200 mAh para durar ali perto das 7 horas e meia de tela ligada, o One consegue quase o mesmo feito com 3.000 mAh e um display de mesmo tamanho por assim dizer. O que o faz conseguir chegar a números parecidos é justamente a menor resolução, e claro, em um uso do dia a dia o brilho.
Conclusão
Acho que esse comparativo mostra que apesar de não tão distantes, o G6 Plus leva a melhor basicamente em desempenho e tela, mesmo com um preço extremamente parecido.
Imagino que no médio prazo o Motorola One terá seu preço reduzido e deve ficar ali na casa dos R$1.200,00, deixando os R$1.400,00 para o G6 Plus e os R$1.000,00 para o Moto G6. Nesse cenário ele começa a fazer mais sentido, mas o Moto X4 pode ser também uma opção mais barata e com melhores configurações gerais do que o próprio One.
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