O Acer Nitro V15 com RTX 4050 é um dos notebooks mais procurados atualmente, e por um bom motivo. Preço legal, placa de vídeo mais nova, mas será que vale mais a pena que outras versões? Hoje vamos colocar ele à prova e descobrir se apesar dos cortes para reduzir o preço, ele realmente é um dos melhores notebooks no mercado.
Acer Nitro V15 ANV15-51-54DL
- Processador Intel i5-13420H
- 8GB RAM DDR5
- SSD de 512 GB NVMe
- GPU Nvidia GeForce RTX 4050 6 GB
- Tela IPS de 15,6” 144 Hz Full HD
- Wi-Fi 6 e Bluetooth 5.1
- 4,3 kg
Construção e teclado
Essa versão do Nitro V15 é essencialmente igual ao V15 com a RTX 3050, apenas com a mudança na placa de vídeo. Isso simplifica a produção, mas também temos algumas heranças negativas do notebook anterior.
E aquela que podemos considerar a pior, é a herança da construção. Mas vamos com calma. O Nitro V15 mudou aquele design clássico do Nitro 5, que era super gamer, para algo mais sóbrio.
Eu sempre digo que nunca me incomodei com o visual do Nitro 5, principalmente os mais novos. Mas é algo que o pessoal sempre comentava, então a Acer melhorou essa parte.
Com a tampa aberta, vemos que o teclado agora tem backlight branco. Fora isso, ele é idêntico a outros modelos da Acer. É um toque emborrachado, bastante característico da marca, que não é necessariamente o favorito da galera, não tem uma resposta tão forte, mas é confortável.
Várias pessoas comentaram de problemas parecidos com o que eu tive, de teclas menos sensíveis com o tempo. Você precisa apertar mais forte. Não é todo mundo, porém é uma crítica que eu vejo com frequência para os teclados do Nitro 5.
Em questão de portas de comunicação, são 3 entradas USB 3.2, uma delas com power delivery, além da Thunderbolt 4. Na comunicação sem fio, Wi-Fi 6 e Bluetooth 5.1.
O que muda é a posição, e aqui entramos numa mudança mais significativa entre a geração do Nitro 5 e agora dos novos V15 – que é o tamanho. A versão nova, independente da placa de vídeo, não tem aquela traseira mais larga, depois do limite da tela. Ele é bem mais fino e mais leve.
Isso tem um lado bom – deixa ele mais portátil. Você carrega o notebook por aí com mais facilidade, o que, para alguém que usa um Nitro em casa, é algo bastante necessário.
Mas por outro lado, a redução no tamanho prejudicou o arrefecimento do corpo. Todas as entradas e saídas de ar mudaram de lugar.
Resfriamento
Na parte de baixo, as grades estão maiores, o que pode ser motivo para você se preocupar com a poeira, mas também significa que o notebook tem amplo espaço para a coleta de ar. Além disso, a tampa levanta um pouco o corpo, quebra o contato ali com a superfície, para liberar espaço para passagem de ar.
O problema mesmo está na parte de cima, na saída de ar que deveria ser “para trás” mas na verdade dá de cara na própria tela. Esse é o problema do V15 com RTX 3050, que essa versão herdou.
Para entender a razão, precisamos conversar sobre TDP. Essa sigla, traduzida, significa potência térmica do projeto. É basicamente um valor que dá uma ideia do quanto aquela placa esquenta.
O TDP da RTX 4050 é de 50 W, contra 45 W na RTX 3050. Ou seja, ela tem potencial para esquentar mais. Então o ar batendo na tela, é terrível, porque poderia derreter a cola, o plástico, o circuito mesmo, ou seja, pode quebrar a tela.
Para aliviar isso, a Acer precisou fazer o quê? Capar a RTX 4050. Isso é normal para notebooks, mas sentimos que aqui ele foi longe demais. Você vê que ela não chega nas frequências mais altas da ficha de dados. Não é uma perda tão grande, mas ela existe.
O corpo menor não prejudicou tanto o resfriamento do sistema. Os heatpipes ainda são bem largos e cobrem uma área grande. Só que a ideia agora é levar tudo para um ponto só, e, com duas ventoinhas juntas, jogar o ar para fora.
Olhando as temperaturas que ele alcança, funciona bem, mas tem um custo, porque a combinação de duas ventoinhas trabalhando no máximo, com o espaço reduzido, aumentou muito o ruído que o notebook faz.
Existem as configurações dentro do software, no Nitro Sense, mas não é um controle muito preciso. Você tem algumas opções de velocidade, e os próprios modos: silencioso, equilibrado e desempenho. Mas não temos aqui a curva de acionamento, então é sempre muito barulho quando ele precisa de mais velocidade.
O chato é que, como eu falei, a temperatura é controlada o suficiente para não precisar levantar voo por qualquer coisa, e a sensação é de que é por qualquer coisa mesmo. Às vezes você abre o navegador e ele começa a berrar.
Desempenho
Com isso em mente, e agora pensando na forma que isso afeta o desempenho. Você imaginaria que você tem desempenho aqui suficiente para jogar tudo, mesmo com a placa de vídeo mais limitada.
Porém você não consegue usar os modos mais rápidos do notebook, por conta desse excesso de barulho. Tem que usar um fone ou ficar no modo equilibrado.
Fora isso, a gente já vai começar a jogar, mas temos um segundo problema, que é a memória RAM. Temos apenas 8 GB instalados de fábrica, que, para simplificar, não é bom. Você precisa de uma segunda memória, seja para jogar ou para trabalhar com edição, por exemplo.
Nós compramos uma para fazer esse review, o que custou 250 reais, e a instalação da RAM é bem simples. Aqui nesse slot da placa mãe.
E para provar a necessidade dela, vamos jogar um pouco de Wukong. Sem a RAM extra, você vê que o afterburner marcar 60 quadros por segundo. Roda tranquilo, até você precisar girar a câmera ou começar uma luta contra um boss.
Aí ele engasga muito, fica quase impossível jogar um título como esse, com muito movimento e muita precisão necessária. Nisso, se a pessoa não se ligar que o problema é a memória, ela fica lá jogando algo travado, reclamando do notebook, quando uma simples RAM extra resolveria.
Olha agora como a luta fica muito mais tranquila com 16 gigabytes de RAM. Dá para pular, dá para desviar, dá para bater, tudo sem aquele excesso de engasgos, travando toda hora, que irrita mais do que uma taxa de quadros baixa.
Eu acredito que a Acer nem deveria disponibilizar uma versão sem 16 GB, pois isso prejudica até a imagem do notebook. Sério, é um notebook bom, que roda bem praticamente tudo que há de mais moderno, mas do jeito que ele vem de fábrica, não oferece uma experiência legal.
Entrando mais a fundo na questão do desempenho, considerando 16 GB, a RTX 4050 não é uma super evolução comparada com a RTX 3050. Você consegue uma taxa de quadros um pouco mais alta, em alguns títulos, mas não é uma super melhoria não.
No Wukong, essas são as configurações necessárias, para ficar estável em 60 quadros por segundo. Ainda depende do DLSS ou FSR. No Cyberpunk, mesma história. Consegue uma taxa boa, mas não é no Ultra.
E como você não consegue jogar com o notebook no modo desempenho, o ideal é ficar no “equilibrado”, para não esquentar e não ter tanto ruído, o que significa que a placa de vídeo e o processador ficam ainda mais limitados.
Isso não é um problema com a Acer, ou com o Nitro, mas sim que a própria NVIDIA não conseguiu aprimorar tanto assim a 4050. O foco na verdade é na tecnologia nova, de frame generation, que é um assistente, vamos dizer, do DLSS 3. Ou seja, o jogo precisa ser compatível com DLSS 3 para extrair a vantagem da RTX 4050.
Aqui a gente pode comparar o Hogwarts Legacy, que é um título com frame generation e que não rodava tão bem na 3050, para ver que ele melhorou. O registro de quadros por segundo realmente duplica, mas são frames inventados, e com isso temos alguns artefatos, por ser uma imagem generativa.
Aqui, o recurso até funciona bem, mas a inteligência artificial precisa melhorar para ser algo que a gente usa em todo jogo. Se é que chega nesse ponto algum dia.
Sobre o processador agora, essa versão utiliza o mesmo chip do outro Nitro V15, o i5-13420H. A pontuação foi um pouco melhor nesse modelo aqui. Observamos ganhos, principalmente, no modo equilibrado, que saiu de 9200 para 9700 pontos.
Como é nele que você deve jogar a maior parte do tempo, é importante que exista essa diferença. No entanto, pode ser algo situacional. Eu rodei o teste várias vezes e nunca cheguei num valor tão baixo no V15 4050. Ainda assim, não vou bater o martelo e dizer que esse modelo aqui conseguiu extrair mais. Pode ser apenas sorte, e também não é nada que mude o perfil de uso.
Falando nisso, muita gente pergunta também do Nitro V15 para edição, e aí eu volto agora para tela do notebook. É a mesma tela da versão anterior, uma IPS-Like, bem fraquinha, com alcance de apenas 50% do volume de cores sRGB. O contraste não é grande coisa, 1210:1, e o brilho em 300 nits.
Isso limita o uso para quem precisa de uma tela confiável, que costuma ser o caso na edição de vídeo. Nem todo mundo faz uma edição tão refinada, e tem também como fazer o equilíbrio de outras maneiras. Mas, você não pode contar muito com o que seus olhos vêem, pois a tela é bem fraca.
Ela é Full HD com frequência de 144 Hz, e com um tempo de resposta adequado. Então é pensado mesmo para os gamers. Para jogos mais novos, você não vai alcançar 144 quadros por segundo, mas para competitivos, ela é mais suave.
Então, para os gamers, ele tem tela boa suficiente, com alta taxa de atualização.
Conclusão
A Acer não foca no público profissional com esse notebook, até porque a própria carcaça de plástico, e o ar quente indo para tela, são coisas que geram preocupações quanto a durabilidade da máquina.
O Acer Nitro V15, então, é um notebook barato, com cortes. Isso é esperado, mas é importante entender quais são eles. A tela é bem fraca, o corpo é mais simples, com algumas escolhas que podem reduzir sua durabilidade, como o teclado mole e a saída de ar direto na tela.
Na parte de desempenho, tudo indica que ele tem uma pequena limitação na RTX 4050, o que deixa ele para trás dos concorrentes com placa igual. Porém, mesmo nos concorrentes, o perfil de uso é bastante parecido. Não tem nada que eles rodem muito melhor que esse aqui.
O que eu considero o maior incômodo então é o barulho, que esse sim limita o desempenho de forma indireta. Você não consegue extrair o máximo do notebook, sem um fone com cancelamento de ruído.
E, claro, temos a memória RAM. Não se esqueçam de que, quando forem comprar o notebook, precisa por 8 GB DDR5 no carrinho.
Vale a pena lidar com isso tudo, para economizar? Olha, eu diria que vale. Um Nitro V15, na loja oficial da Acer, custa R$5.299 à vista. Um Dell G15 com RTX 4050 custa R$7.500. É uma diferença grande, que claro, vem acompanhada de cortes, mas se você topa, poderá economizar 2 mil reais.
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