Esse notebook super charmoso é o Dell XPS 13 9340, uma das maiores referências de notebook ultrafino no mercado. Para essa geração, a Dell entra na onda de processadores AI, com os novos Intel Ultra, numa tentativa de melhorar a eficiência de suas máquinas. Será que ela consegue? Temos outros avanços por aqui?
Dell XPS 13 9340 (2024)
- Processador Intel Core Ultra 7 155H
- 16GB / 32GB de RAM LPDDR5X
- SSD de 512GB / 1TB
- Intel Arc graphics com memória gráfica compartilhada
- Tela 13,4″ 120Hz LCD (1920x1200px)
- Tela 13,4″ 120Hz OLED touch (2880x1800px)
- Wi-Fi 7 e Bluetooth
- 1,19 kg
Construção
Para começar, eu realmente me impressiono com o design desse notebook. A Dell não quer mais comparações do visual do XPS com o MacBook, então criou algo que, além de bonito, dá uma cara mais única para sua máquina.
No modelo que temos em mãos, internamente, ele é todo branco, com o touchpad invisível e teclas F digitais. Ficou futurístico e traz alguns benefícios.
Primeiro no espaço das teclas. Colocando o XPS 2024 ao lado do XPS 2021, vemos que o teclado é mais baixo, quase rente com a superfície, e os espaços entre as teclas é praticamente nulo. No geral, elas estão maiores, apesar de algumas teclas terem perdido espaço.

Quem mais perdeu espaço na brincadeira foi o backspace, isso porque o leitor de digitais – que também é o liga/desliga – desceu uma fileira. Isso incomoda um pouco, porém foi uma questão de costume. Às vezes eu ia usar o backspace e acabava indo muito para direita.
Felizmente, o leitor mesmo, é um botão diferente, mais resistente à cliques. Então, não aconteceu de eu apertar ele sem querer, e desligar o notebook. Também não consigo imaginar uma posição muito melhor, pois a Dell realmente queria tirar o teclado de membrana daquela região.
O problema, de acordo com a marca, é o espaço interno. A membrana ocuparia uma região que, aqui, é dedicada ao resfriamento do notebook.
Como essa é uma máquina que busca um certo nível de desempenho, além do histórico do XPS, de aquecer demais, a solução foi jogar o botão para baixo. Não dá para chamar de ponto negativo, por conta disso, mas ainda queria chamar atenção para essa parte.

Na parte debaixo, o touchpad sumiu, mas essa foi uma escolha só para deixar ele bonito mesmo. Eu acho legal e bastante natural usar. O funcionamento é idêntico ao touchpad normal.
A região real dele é da linha esquerda do espaço, até o fim do alt gr. Eu achei um tamanho bom. Na vertical, ele vai do final do teclado até o final do notebook, e aqui embaixo os botões do “mouse” existem. Eles só estão escondidos também.
Confesso que errei um pouco, principalmente para o clique direito. Na verdade, 90% do espaço, você clica, e funciona igual ao botão esquerdo do mouse. Tem só uma pequena linha embaixo que funciona para o botão direito.
Acabei me acostumando a utilizar mesmo tocando com 1 dedo para o botão esquerdo do mouse, e 2 dedos para o direito. Funciona bem e você vai acertar 100% das vezes.
Para as teclas digitais, em cima, eu não tive nenhum problema com reconhecimento de cliques, nem com a textura ali do local. Eles ocupam um espaço bom também, o que evita cliques acidentais no lugar errado.
Comparado com outros notebooks, e com alguns MacBooks, você não ganha funcionalidades com esse painel. Dá um ar diferente, e quando você segura a tecla FN, ele muda o letreiro das funções, para as teclas F. Apenas o delete que é permanente.

O corpo diferente não é a grande novidade do ano, até porque quem viu o XPS 13 Plus, de 2022, vai perceber que está tudo igual desde então. Inclusive, uma das limitações de lá, continua aqui. Esse novo XPS 13 tem apenas duas portas USB-C. Uma de cada lado.
São duas Thunderbolt 4, bem rápidas e bem úteis. Você passa arquivos, carrega o notebook e passa sinal de vídeo para um monitor externo. São versáteis, porém, numa quantidade limitada.
Isso é algo que limita um pouco a usabilidade do notebook, principalmente para quem precisa de uma máquina para tarefas pesadas. Nisso o XPS consegue ser idêntico ao MacBook, pois você vai precisar de um dongle.
Olhando alguns aspectos internos agora, o XPS 13 continua sem muitas saídas de ar expostas. Dá para falar que elas estão escondidas, porque você realmente precisa procurar elas. A tradicional grade na parte inferior, que tem em todo notebook Windows, não existe aqui, nem saídas laterais. As saídas são todas na traseira, bem finas, embaixo da tela.
Além disso, ele tem duas ventoinhas, que são bem silenciosas, e não funcionam para qualquer coisa. É até difícil conseguir ativar ela, dependendo do perfil térmico que você tiver.

Como temos a comparação com o ano passado, é possível dizer que, sim, no funcionamento normal, isso foi o suficiente. Os problemas antigos de super aquecimento foram solucionados, em boa parte, desde antes do novo design.
Em resumo, corpo super legal. Não é novidade, também existem alguns pontos que não agradam todo mundo, como a quantidade de portas USB e a posição do leitor de digitais – mas no geral, é um ponto positivo dessa máquina.
Tela
Agora, quando mudamos para o assunto tela, aí sim temos grandes evoluções. Agora temos tela OLED no XPS 13. Ela é maravilhosa, com 100% das cores DCI-P3, contraste infinito, e um brilho forte. Muito forte, inclusive.
Eu raramente uso ele acima dos 40%, e nem é para economizar energia, é para proteger minha visão mesmo. Por ser uma tela OLED, eu esperava que ele chegasse num nível bem menor, e desconfio também da durabilidade dele, mantendo esse brilho forte, em 100%.

Do 50% para baixo, está tudo certo, mas acima disso, não confio que não vai ter burn-in – mesmo com a Dell falando que está tudo seguro.
Em questão de qualidade, então, é uma tela OLED. Eu gosto de dizer que o difícil é achar uma OLED ruim, e não é a toa que todos os modelos premium, estão migrando para ela.
Quem não usa ela é o MacBook, que tem o LCD Mini LED. Nesse duelo, lá, o HDR está um pouco melhor, fica mais destacado que aqui. Mas é um detalhe pequeno, referente ao processamento da imagem, e não diretamente ao painel.
Só vale comentar que esse XPS 13 que testamos tem a tela OLED, mas existe outra versão. Na verdade são três, onde a mais simples possui tela Full HD+ LCD sem touch screen e as outras duas possuem essa tela OLED, com resolução 2880 x 1800 px, e touchscreen.

A diferença é a tela e também o tamanho do SSD e da memória RAM. 512 GB ou 1 TB, 16 GB ou 32 GB. Lembrando que o XPS utiliza a proporção de tela mais alta, e por isso a resolução diferente.
Algo legal é que a tela mais básica não é pior em tudo. Ela é LCD, porém a taxa de atualização é variável, de 30 a 120 Hz. O notebook não é gamer, para pelo preço precisa de 120 Hz, e por ser variável, ajuda a preservar a bateria.
Perde o touchscreen, mas, na real? Não é uma grande perda. O XPS não é um 2 em 1. O corpo dele não vira 360 graus, para se tornar um tablet. Seria legal se ele virasse e não parece que seria muito mais caro também, mas seja qual for o motivo, não é 2 em 1. Por isso, não vejo tanta utilidade no touchscreen.
A tela, então, é bastante agradável, tem ótima qualidade, até acima do esperado para o uso comum de um notebook ultrafino. Entenda aqui o “uso executivo”.
Desempenho e bateria
Mas vale dizer que dessa vez, a Dell quis trazer um avanço no desempenho, ao mudar a série do processador. Inclusive, temos muito o que destrinchar aqui nesse modelo.
O XPS 13 9340, em todas as suas três versões, utiliza o Intel Ultra 7 155H. Antes mesmo de entrarmos nos detalhes, então, temos uma novidade. Esse é o primeiro XPS com um modelo da série H, voltada para alto desempenho.

Geralmente a Dell buscava as séries de baixo consumo, série U ou série P, como no caso do XPS 13 Plus, com i7 1360P. No entanto, isso não significa que esse XPS é muito mais potente que o XPS Plus.
A razão é a mudança do Intel Core para o Intel Ultra. A nova geração de chips está diferente, entrando agora no mundo dos PCs AI. A diferença é que o chip ULTRA possui uma região nova, a NPU, que lida com alguns processos diferentes. Geralmente tarefas relacionadas à redes neurais.
Com essas mudanças radicais de arquitetura, a Intel tem dois objetivos: aumentar consideravelmente a eficiência do seu chip e também iniciar o PC AI.
O primeiro ponto é certamente o mais relevante, e vemos isso de duas formas. Uma positiva e uma negativa.

A positiva é a duração da bateria. Olha, o tempo exato varia, mas você consegue umas 9 horas de uso, com a tela com pouco brilho, e sem um uso muito alto da CPU. É um tempo muito bom, mas o principal é quando você usa ela mesmo.
No uso máximo, ainda são só duas horas, mas no moderado, aquele uso que deixa o note morno, ele passou de quatro. É um tempo bom, que você não costuma conseguir em um chip da série H.
Dito isso, a forma negativa que notamos a boa eficiência do chip, foi na falta de avanço em velocidade absoluta de CPU. Aqui eu preciso fazer uma comparação mais profunda entre o XPS 13 e o XPS 13 Plus, que utiliza o 1360P.
A pontuação de benchmark não aumentou, na verdade diminuiu. O Ultra 7 155H fica em torno de 8500 pontos no modo balanceado e no modo desempenho, enquanto que o 1360P fica entre 8500 e 10000 pontos, respectivamente.

Pode ser que a razão seja a falta de compatibilidade com os recursos novos, ou então uma mudança na filosofia de design do chip. De qualquer forma, o objetivo não é ganhar no embate direto. O que o Ultra tenta, é aprimorar outros aspectos do chip.
Primeiro que ele realmente esquentou menos. O corpo do XPS Plus e do XPS é o mesmo, então podemos dizer que a diferença é a eficiência do chip.
Além disso, na corrida de resistência, o Ultra também ganha, pois ele não tem perdas tão significativas, mesmo em stress test de maior duração.
E terceiro, ele não precisa da tomada para nada. Você consegue extrair todo o desempenho do chip com ele ligado apenas na bateria.

Em algumas dessas áreas o 1360P ia bem, mas não tão bem quanto o Ultra. Claro que temos uma pequena queda de performance, considerando lá o modo de alto desempenho, mas o 1360P não conseguia sustentar ele por muito tempo, então acho que a comparação é válida.
Ainda assim, o verdadeiro rival do Ultra não é a geração passada, mas sim os chips ARM de outras marcas.
Nesse caso, nós vemos também algo parecido, de resultados baixos em desempenho de CPU nos benchmarks, mas na usabilidade do dia a dia, com softwares que conseguem utilizar melhor a arquitetura, aí ele se sai melhor.
No entanto, a questão energética lá ainda é superior. O desempenho máximo do MacBook também está a frente. Então a resposta da Intel para o Apple M1 veio, só que ainda precisa de um tempo para amadurecer, e tentar bater de frente de verdade.
Outra evolução foi na GPU, a nova Intel ARC. Esse sim foi um upgrade direto, com aumento significativo de capacidade.

Eu até arrisquei jogar um pouco. Nada muito pesado, claro. O título com gráficos melhores foi o F1 2020, que olha, quase rodou. Como o XPS ainda é um ultrafino, que não tem um arrefecimento tão forte, não dá para o jogo rodar de boa, ele trava depois de algum tempo jogando.
O que você consegue é jogar Valorant. Esse sim vai bem, mas é para ser aquela sessão sem compromisso, só para desestressar. Para jogar competitivo mesmo, aí não.
E lembrando que eu to falando aqui de jogos rodando na bateria. Não faz muito tempo que algo do tipo era impensável. Ainda mais com processador Intel.
Conclusão
O mais interessante é considerar como isso afeta outras tarefas. Alias, lá no XPS Plus, vimos que aquele era um ultrafino ótimo para tarefas básicas. Alguns ficaram bravos, outros discordaram, mas eu tentei explicar meus motivos.
A questão é que, por mais que o 1360P seja relativamente potente, quando você olhava o conjunto todo, não era uma máquina voltada para qualquer tarefa pesada. Aqui isso muda, e por vários motivos.
O XPS 13 9340 esquentou menos, conseguiu manter o mesmo desempenho por um bom tempo, e apesar de uma redução no máximo, pode ser que os softwares aprendam a utilizar a NPU – então a tendência é de melhora.
O XPS 13 é o notebook ideal para essas tarefas? Não, ele quebra um galho. Mas se você leva o notebook para cima e para baixo, precisa de uma máquina leve, e que seja capaz de abrir aquele arquivo enorme do cliente, podemos dizer que agora ele está mais adequado.
Ficou um pouco mais fácil recomendar o XPS 13 para quem trabalha com projetos grandes de arquitetura, engenharia, programação ou design. Isso sem contar a ótima tela OLED, e o corpo muito bonito, para arrasar lá nas suas reuniões.
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