Lenovo Ideapad S145: uma infinidade de opções

O Ideapad S145 é o novo notebook de baixo custo da Lenovo, que vem para substituir por completo o antigo 330S. Com um número enorme de configurações diferentes e utilizando a mesma carcaça com menos bordas, será que esse é um notebook que pode agradar até mesmo quem precisa de um equipamento um pouco mais robusto para trabalho?

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Design e construção

Logo de cara, nós vemos que o S145 realmente foca em economia, tanto que nem mudou muito o design quando comparado com o Ideapad 330S. Basicamente o que mudou mesmo foi a cor, que passou do azul para o cinza.

Ele continua compacto, graças às bordas bem pequenas no entorno da tela, algo que mesmo tendo chegado em aparelhos mais caros, é bem raro de encontrar em notebooks dessa categoria.

O corpo também é bem fino, trazendo um desenho interessante, quase triangular, e bem leve, já que são menos de 2 kg para você levar por aí. O aparelho é propositalmente pouco chamativo, com cores sóbrias e sem um logo enorme no meio da tampa, combinando por exemplo, com um ambiente de trabalho ou de sala de aula.

Falando em lugares que você não pode fazer barulho, o Ideapad S145 tem dois alto falantes que emitem som em sua direção, localizados na extremidade inferior e que produzem um som razoável.

A marca evoluiu bastante nesse quesito desde que a gente fez o review do Ideapad 320, mas mesmo assim não é incrível e nem tão à frente da concorrência, é só que a Lenovo não era boa nisso.

Um ponto que eu sempre gosto nos notebooks da Lenovo é o teclado. Ele é confortável de digitar, com teclas bem espaçadas com o típico design arredondado.

Só não gostei muito do trackpad, que por ser mais áspero acabou oferecendo mais resistância no deslizar do dedo, algo que não aconteceu com o Acer Aspire 3 que testava no mesmo momento.

O clique também não é dos melhores, o que seria aceitável em um notebook até 2 mil reais, mas que nesse topo de linha aqui já é um pouco mais complicado de defender.

Conectividade e tela

A quantidade de portas – em função da redução de tamanho – também é um pouco menor. São duas portas USB 3.1, uma 2.0, saída HDMI e um leitor de cartões SD, além do combo de fone de ouvido e microfone.

Ficou no limite das portas USB, faltou o tipo C – bem popular nos lançamentos recentes – e eu senti também a ausência do RJ45, que é aquela entrada de internet.

Infelizmente, não tivemos um tipo de compensação e a versão do Bluetooth que temos por aqui ainda é 4.2, mas pelo menos é possível se conectar a redes Wi-Fi de 5,0 GHz sem problemas.

Partindo para a tela, essa é uma característica que varia um pouco entre os diferentes modelos disponíveis do Ideapad S145. A constante é o painel, sempre do tipo TN, que tem as cores lavadas e péssimos ângulos de visão, mas nas versões mais caras ela conta com resolução Full HD.

Uma melhoria que você sente bastante, já que todos possuem as mesmas 15,6 polegadas. Mesmo com o aumento na densidade de pixels, eu ainda não recomendaria para trabalhos sensíveis a cor, já que o sRGB ficou abaixo dos 52% pelo nosso teste, um valor muito baixo para uso profissional.

Infelizmente, o atual cenário brasileiro de notebooks não tem trazido algo muito melhor do que isso principalmente nas faixas mais baratas, mas vale o aviso.

Configurações

Outra característica que varia com o modelo é o hardware, e aqui as diferenças são grandes. O processador pode ser um Celeron N4000, um Core i5-8265U ou i7-8565U, ambos de oitava geração.

Temos também versões AMD com Ryzen 3-3200U, Ryzen 5-3500U e Ryzen 7-3700U de terceira geração. Resumindo, são inúmeras opções e você precisa ficar atento às especificações de cada um para entender exatamente a configuração completo do notebook.

A tela dos modelos Intel Core i7 e AMD Ryzen 7 tem resolução Full HD e em alguns casos a linha da Intel ainda carrega uma placa de vídeo dedicada NVIDIA MX110.

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Um ponto que eu realmente achei legal no S145 foi a presença de SSD nos modelos mais caros. Nós vivemos falando que o gargalo dos notebooks mais recentes é o HD e sobre a importância de um SSD num notebook, e por aqui não é preciso fazer o upgrade mais tarde.

A Lenovo colocou um SSD Intel da linha 660P de 512 GB ou 256 GB. Eles trouxeram uma solução um pouco mais barata de SSD M.2 com protocolo NVME, que lê até 1.500 MB/s e grava a 1.000 MB/s.

Desempenho

Esse é um SSD um pouco mais barato pelo sistema QLC utilizado, resultando em uma ótima inicialização do Windows, busca de arquivos e uso cotidiano, mas que sofre um pouco mais que a média com arquivos grandes, ele começa rápido e depois tem uma queda de transferência.

No dia a dia você não sente tantos problemas, mas passar um monte de vídeo em 4K para editar pode ser um pouco mais chato se fizer tudo de uma vez. Mesmo assim, não é nem algo que deverá atrapalhar o tipo de usuário que a Lenovo almeja para esse notebook.

Com relação à presença de placa gráfica MX110, ela não é muito melhor que a UHD 620 integrada da Intel, mas serve já para desafogar a CPU e subir a qualidade de alguns jogos mais pesados.

Dentre os que eu ando jogando recentemente, o GTA em resolução HD é o que fica mais jogável, flutuando perto de 30 fps, só que bem feio. Em Outer Worlds, ele fica mais travado e sem chance no Gears 5, mesmo na qualidade mais baixa. Certamente é melhor ter a MX110 do que depender da CPU, especialmente se você pretende jogar, mas é importante ficar atento às suas limitações.

Uma delas eu senti no Premiere Pro. A timeline ficou meio complicada quando estava cheia de composições que dependem da placa de vídeo, e foi difícil assistir o vídeo de uma forma mais fluida.

Até faria uma miniatura rápida no Photoshop, ou ajustaria algum problema simples no projeto, mas para edição de verdade, seria bom ter uma placa de vídeo mais forte.

O que nos ajudaria também em produtividade seria mais memória RAM, e abrindo a bandeja você encontra apenas um slot de sobra para upgrade. Nos modelos mais básicos você está limitado à memória soldada na placa mãe e não existe upgrade.

Nesse modelo que testamos ele está preenchido com uma memória de 4 GB, sendo os outras 4 GB soldados na placa. O upgrade máximo é para um total de 20 giga, um valor que faz sentido para editar em 1080p, mas não em 4K.

Aproveitando ele aberto, por aqui você encontra também o espaço para armazenamento SSD do tipo M.2, ocupado pelo Intel 660p, e o espaço para um HD ou SSD de 2,5 polegadas, que você pode comprar por fora.

Podemos ver aqui também a bateria de 35 Wh. Essa é uma quantidade não muito expressiva, um pouco abaixo de alguns concorrentes, mas que foi suficiente para garantir em torno de 4 e 5 horas de uso seguindo aquele padrão de Wi-Fi ligado, mouse no bluetooth, tela quase no máximo.

O carregador é de 45 W, num design bem pequeno, que esquenta bastante e precisa de umas 2 horas para encher a bateria até 100%, um desempenho dentro do esperado.

Conclusão

No geral, dá para dizer que o Lenovo Ideapad S145 surpreende por ter um bom preço com uma construção legal, principalmente por conta das poucas bordas na tela e design bacana.

Para amantes do upgrade, pegar uma versão mais parruda e trocar a tela por uma melhor pode ser uma ótima solução para ter um ótimo notebook só que mais em conta, já que temos muita variedade de configuração.

No fim, só temos de lembrar que não tem jeito e alguns cortes precisam ser feitos – bateria e trackpad -, mas nenhum outro notebook na mesma faixa de preço está entregando algo incrível nesses quesitos.