Quando falamos de TV topo de linha, aquela com design bonito e mais cara e que fica em destaque na frente da loja, geralmente estamos falando de duas tecnologias mais atuais e geralmente de empresas concorrentes: o OLED e o QLED. Mas qual é a diferença entre elas e o que cada empresa usa de argumento para te fazer escolher?
A LG e a Samsung vendem juntas, 31% de todos os televisores comercializados mundialmente. É natural que do topo da cadeia, apareçam inovações e tecnologias diferenciadas com o passar dos anos.
Enquanto a OLED é a topo de linha da LG, a QLED está no topo dos modelos Samsung. E não é só o nome delas que muda não, tem bastante coisa diferente.
Antes da gente começar, deixa eu explicar o que são essas siglas. QLED, significa Quantum Dot Light Emitting Diodes, e chegou na CES de 2017 como um dos principais lançamentos da Samsung naquele ano. Do outro lado, OLED é a sigla para Organic Light Emitting Diodes e já é uma tecnologia relativamente antiga no mercado, tendo sido usada, inclusive por outras empresas antes da LG e atualmente na Sony.
OLED: pontos fortes e fracos
O lance é que a empresa vem investindo muito nessa tecnologia nos últimos anos, então se você for comprar uma OLED, vai acabar caindo em algum modelo da LG ou fabricado pela LG.
O principal diferencial do painel OLED é que o backlight, a luz traseira, ou seja, aquele painel de leds que fica por trás, não existe. Como os diodos orgânicos possuem a capacidade de emitir luz de forma independente, você elimina uma camada e nesse caso a LG consegue painéis muito mais finos.
Inclusive, eles possuem uma linha de televisores disponível apenas lá fora que é basicamente uma tela grudada na parede, sem aquele vão entre o equipamento e a superfície. A instalação é feita por imã, e todo o centro de processamento fica logo abaixo, junto com a soundbar.
Mas voltando para explicação, como cada um dos milhões de diodos que compõem um painel 4K emitem sua própria luz, se você quiser um preto é só apagar e pronto, terá o preto sem influenciar o pixel do lado.
Por isso mesmo, esses painéis possuem aquilo que a gente chama de contraste infinito, que resulta em pretos mais realistas por conta da ausência de luz. Os ângulos de visão também ganham uma certa vantagem, já que é possível que o espectador consiga visualizar imagens em praticamente qualquer posição ao redor da tela.
Mas como nem tudo são flores e algumas trocas precisam ser feitas, o OLED não alcança níveis de brilho tão altos quanto o concorrente e se tenta exibir cenas muito claras, começa a perder um pouco da definição das cores.
Outra característica que é bastante divulgada pelos concorrentes para te colocar medo é o burn-in. Se existe algum conteúdo estático por muito tempo na tela – tipo um logo da emissora, o placar do futebol e esses outros elementos que ficam fixos numa determinada área da exibição -, algumas marcas podem surgir na tela.
Isso ocorre em casos onde realmente você não troca o canal da TV de forma alguma e existem vários pequenos sistemas que tentam prevenir isso desligando a TV, mexendo alguns pixels para o lado e tudo mais. Sinceramente, é algo que você só deve se preocupar se for usar a TV para algo comercial e com muita repetição.
A própria Samsung “reclama” do burn-in do OLED por causa de marketing, afinal, todos seus celulares usam telas com tal tecnologia, que tem a mesma chance de sofrer com o burn-in, e teoricamente até mais por conta de menus estáticos.
Para fechar, o OLED tem uma vida útil um pouco menor do que a média, sendo, segundo estimativas 100 mil horas de uso, 54 anos ininterruptos, com 5 horas de uso por dia.
Você pode achar que é pouco, que é muito, que assistir esse tanto de TV vai derreter seu cérebro, mas para se ter uma comparação, as telas LCD e de LED, ficam na casa das 25 mil horas. Os painéis microLED, uma outra tecnologia da Samsung, prometem conseguir subir ainda mais esse tempo de vida.
QLED e a aposta da Samsung
Agora que já entendemos os pontos altos e baixos do OLED, deixa eu explicar um pouquinho melhor como funcionam as TVs QLED da Samsung. O mais importante de você saber é que essa tecnologia é baseada em pontos quânticos, ou seja, minúsculos cristais que absorvem determinadas frequências de luz que saem daquele backlight que eu já comentei, e assim emitem outras cores, conforme a necessidade.
Com isso, a QLED consegue cores mais precisas e níveis de brilho muito mais elevados. Além disso, precisamos destacar que ela mantém um bom nível de fidelidade de cores mesmo quando está com o brilho alto, coisa que não acontece com a OLED.
O nível de reflexão é muito baixo, então dessa forma, essas TVs conseguem “absorver” melhor os reflexos que vem de fora do painel, como uma janela que fica contra a parede ou algo do tipo. Tornando a QLED a opção para quem quer colocar uma TV em um espaço aberto e mais iluminado.
Só para dar um norte, a Samsung promete valores de brilho perto dos 1500 e 2000 nits, enquanto a média de outros equipamentos fica limitado a 1000 nits. Alguns testes reais mostram que esses números não costumam ser atingidos, mas refletem o fato de que a QLED tem mais brilho de forma bastante significativa.
Só que de novo, tudo é questão de trocas e prioridades. A QLED não tem o mesmo nível de contraste obtido na OLED. Nos últimos modelos, foi implementado com mais força a técnica de Full Array Local Dimming, que ajuda a segmentar seções e eliminar vazamentos de luz de um local iluminado para outro.
Essa tecnologia, que também chegou em outros painéis LED da empresa, ajuda bastante no contraste, mas cria um problema meio chato, e mais perceptível em modelos mais baratos. Para simular um preto melhor, acaba-se tonando uma espécie de áurea em torno de objetos claros em fundos preto.
Se você compra uma OLED, a garantia é de que você tem uma TV excelente, enquanto a QLED se observa uma variação enorme de modelos e qualidade do painel. Um excelente ponto de partida da linha QLED para quem quer algo com uma qualidade bastante acima da média, é o modelo Q70 da Samsung.
Outra desvantagem que os especialistas apontam é que o QLED não é nada muito novo e tecnológico. Na real os pontos quânticos foram usados para melhorar a qualidade das telas LCD e LED que já existiam e darem uma sobrevida à tecnologia.
Não é um diodo desenvolvido do zero como o OLED, que é evidente que está no topo do desenvolvimento, mas sim um upgrade aos painéis que a gente já é familiarizado e que não ficaram obsoletos de uma hora para outra. A Samsung promete estar desenvolvendo algo novo para os próximos anos, mas por enquanto, não sabemos no que vai dar.
Qual é a melhor tecnologia?
Nós já conseguimos testar os dois modelos aqui no EscolhaSegura, e sinceramente, o OLED tem uma imagem visivelmente melhor, com a notável percepção de diferença de contraste por causa do preto mais realista, desde que você tenha um ambiente que consiga controlar melhor a entrada de luz.
A QLED, por outro lado, brilha (com o perdão do trocadilho) em ambientes mais claros e elimina a preocupação com qualquer tipo de burn-in na tela, embora não consideramos isso como uma preocupação para quem vai fazer uso doméstico da TV.
Com todas as informações disponibilizadas aqui, chegou a hora de você escolher qual é a melhor opção para o seu tipo de uso e também do local em que a TV será instalada. Dessa maneira, você pode ter a melhor experiência possível que uma das tecnologias poderá proporcionar.
EVANDRO DE GODOY diz
Qual a sua indicação para uma Smart tv de 32 polegadas para uso doméstico. Estou bastante confuso com tantas opções, mas principalmente quero uma TV mais atual, entre 2019 e 2020
fausto diz
Pessoal, boa parte das vezes que vejo análise de TVs abertas, falam do burn-in como se fosse algo impossível. Na verdade, quem vai usar a TV para ver canal de TV com logotipo VAI TWR BURN-IN. Tenho uma 55″ B7 da LG e deu Burn in em 2 canais de desenho (um em cada canto da tela). A minha TV não é de uso comercial e fica na sala (não fica o dia inteiro no desenho).
Pollyana p Machado diz
Excelente explicação, linguagem acessível.
Comentário sobre controle de iluminação externa inovou sob demais explicações que vi.